Religião foi criada para "pobres"
não matar "ricos"?
SIM!
• O Uso da Religião como Instrumento de
Controle Social: Exemplos na História
A relação entre
religião e poder é intrincada, e em muitos momentos da história, líderes
poderosos e elites dominantes apropriaram-se da religião como uma ferramenta
eficaz para consolidar seu controle sobre a população. Esta prática é
evidenciada em diversos contextos históricos. Vamos explorar alguns exemplos
emblemáticos:
1. Império Romano e o Cristianismo: No
início do cristianismo, os seguidores de Jesus eram frequentemente perseguidos
pelo Império Romano. No entanto, o cenário mudou de maneira dramática quando o
imperador Constantino se converteu ao cristianismo no século IV. Essa conversão
levou à adoção do cristianismo como a religião oficial do Império Romano,
transformando-o em uma poderosa ferramenta de unificação. A igreja se tornou
uma instituição estreitamente ligada ao Estado e exerceu influência tanto sobre
a política quanto sobre a espiritualidade.
2. Idade Média e o Poder da Igreja Católica:
Durante a Idade Média na Europa, a Igreja Católica detinha considerável
influência sobre a sociedade. A hierarquia eclesiástica possuía poderes que
incluíam a excomunhão e a concessão de perdões, o que influenciava
significativamente o comportamento e as crenças das pessoas. A religião
desempenhou um papel fundamental na manutenção da ordem social, com a Igreja
atuando como intermediária entre Deus e os fiéis.
3. Colonização e Conversão Forçada: Durante
o período de colonização, os impérios europeus frequentemente impuseram suas
religiões às populações nativas das regiões colonizadas como parte de seu
controle e dominação. A conversão forçada de povos indígenas nas Américas,
África e Ásia ilustra como a religião era usada como instrumento de subjugação,
muitas vezes em detrimento das crenças e práticas nativas.
4. Regimes Teocráticos e Autoritários: Em
algumas partes do mundo, líderes religiosos ou grupos religiosos dominantes
estabeleceram regimes teocráticos nos quais a religião é usada para justificar
o poder autoritário. Um exemplo contemporâneo é o Irã, onde a Revolução
Islâmica de 1979 levou a um governo teocrático baseado na interpretação da lei
islâmica.
Esses exemplos
destacam como a religião, muitas vezes um elemento central da vida das pessoas,
pode ser cooptada por elites poderosas para fortalecer seu controle sobre a
população. No entanto, é fundamental compreender que a relação entre religião e
poder é complexa e multifacetada, e nem todas as religiões ou líderes
religiosos se envolvem nesse tipo de exploração. Muitas religiões também
promovem valores de justiça social, compaixão e igualdade, demonstrando que a
influência religiosa pode ser tanto positiva quanto negativa na sociedade.
Alguém decidiu por conta tirar os livros
apócrifos e dizer que estes não são divinamente inspirados?
Temos um processo
histórico dentro da literatura cristã que foi construído por meio dos muitos
concílios que, escolheram a formação do cânone, isto é, dos 27 livros. Com
isso, quase automaticamente, nasceram os negligenciados apócrifos que, também
passaram por um processo de aceitação para a crítica pelos eruditos da igreja
primitiva.
→ O Concílio de Hipona (393) tratou do celibato clerical e, houve também a deliberação sobre a lista oficial dos livros que deveriam ser apontados
para compor a bíblia.
→ O Sínodo de Cartago (397 e 419) - tratou de vários assuntos, como; a possibilidade de
rebatizar os heréticos, algumas
"excomungações"
foram feitas e, apresentou uma lista, um cânone bíblico composto por;
Gênesis, Êxodo,
Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 4 livros de Reis, 2
livros de Crônicas, Jó, Salmos de Davi, 5 livros de Salomão, 12 livros de
profetas, Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel, Tobias, Judite, Ester, 2 livros
de Esdras, 2 livros de Macabeus." No Novo Testamento, "4 Evangelhos,
1 livro de Atos dos Apóstolos, 13 cartas paulinas, 1 carta para os Hebreus, 2
de Pedro, 3 de João, 1 de Tiago, 1 de Judas e o Apocalipse de João.
→ Concílio de Trento (1546 - 1563) - Elaborado pela igreja católica para definir dogmaticamente os 27
livros como os únicos que deveriam ser
utilizados como norma dentro da igreja. Ainda não eram utilizados normativamente. Além de defender os ensinamentos da Igreja Católica e a criação do Tribunal da Santa Inquisição.
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Personagens e seus
escritos que, podem nos auxiliar no entendimento histórico da formação da
bíblia.
→ 1 Clemente de Roma (Falecimento 99 d.EC) -
Na Primeira Carta aos Coríntios, Clemente faz
citações do AT,
que era considerado como Escritura, e, cita alguns textos do NT, epístola aos Hebreus, porém, ainda não eram Escrituras. Apenas a Septuaginta. Detalhe, o termo Antigo
Testamos (AT) surge no final do segundo século (+ ou - 170 d.EC) com Melitão de Sardes.
→ As epistolas Paulinas foram as primeiras
literaturas espalhadas entre as igrejas, elas tinham o intuito de ensinar,
organizar e converter e, por esse simples motivo, as mesmas ganharam autoridade
como Escrituras antes mesmo dos evangelhos. Esses últimos ganharam expressividade como
Escrituras no final do segundo século.
→ Pápias de Hierápolis (Falecimento 163 d.EC) - Os ensinamentos apostólicos eram mais importantes que qualquer
texto escrito, segundo Pápias. Uma tradição comum dos Hebreus que, era refletido nas
igrejas, ou seja, apesar de Paulo ter "panfletado" as congregações com seus textos, a tradição da oralidade sobreviva com muita relevância, mesmo na época de Pápias.
→ Os evangelhos começaram a ganhar força após a primeira metade do segundo século, por volta do ano 140 d.EC.
→ Marcião de Sinope (85 - 160 d.EC) - Foi ele quem fez a primeira
"bíblia", elaborou
um kanón (Cânone) como medida para sua religião, o Marcionismo. O seu Cânone continha o evangelho de Lucas e dez
epistolas paulinas. E, isso começou a dar consciência e urgência para a igreja
formar um cânone como base
normativa para suas crenças, além de sedimentar a liturgia eclesiástica tendo por fundamento os textos
religiosos.
→ Justino Martir (100 - 165 d.EC) - Segundo
esse autor, na igreja de Roma já existia o costume de se ler os livros que hoje conhecemos como
os 4 evangelhos. Entretanto, alguns textos desses evangelhos eram um tanto
distintos daquilo que temos hoje, levantando a hipótese de Justino ter tido acesso a outros
evangelhos ou ainda de ser um texto "manipulado".
→ Taciano (120 - 172 d.EC) - Aluno de
Justino que escreve uma obra chamada de Diatessarão ou Diatéssaron (De Quatro)
onde ele propõem juntar num único livro os 4 evangelhos. Entretanto, o
Diatéssaron não foi muito bem recebido pelos devotos.
→ O livro era aceito no cânone se;
1 - fosse um
testemunho apostólico.
2 - Se tivesse grande
aquisição pela proto ortodoxia / igrejas.
3 - A questão
doutrinária/teológica presente em cada obra.
Portanto, essas são as
verdadeiras atribuições para a entrada de um livro no cânone e, não a famosa,
mas mentirosa, "inspiração".
Outros importantes
personagens dessa saga; Constantino, Eusébio de Cesárea (o maior culpado em
transformar algumas literaturas em apócrifas, Atanásio (o primeiro registro da
formação dos 27 livros)), contudo, muitas igrejas não aceitaram como
normativos. Mas, por quê? Atanásio era um bispo local.
Enfim, foi um processo
lento, gradativo e demorado (16 séculos) que foi quase finalizado no 5 século.
Porém, no Concílio de Trento foi onde a "coisa" teve um realmente um
fim, os 27 seriam os únicos utilizados dentro das igrejas e, ponto final.
Fonte: Quora
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