Assassino
de Chico Mendes assume presidência do PL em cidade do Pará
Darci Alves Pereira, condenado
em 1990 pelo assassinato do ambientalista Chico Mendes, assumiu a
presidência do Partido Liberal (PL) em Medicilândia, cidade do Pará. A
informação foi obtida pelo site ((o)) eco e divulgada nesta
terça-feira (27).
Réu confesso pelo
crime, Darci Alves entrou para a nova diretoria do PL em novembro de 2023, mas
tomou posse no final de janeiro deste ano. Ele se estabeleceu em Medicilândia
após cumprir a pena de 19 anos. A fama na cidade, porém, não é de assassino
de Chico Mendes.
Utilizando o nome
de “Daniel”, Darci é conhecido como “herói” pelos moradores de
Medicilândia. De acordo com uma testemunha ouvida pela ((o)) eco,
Darci/Daniel é “uma pessoa que todo mundo conhece e respeita muito […] Ele é
conhecido por ser um líder na comunidade, por doar dinheiro pra igreja,
doar dinheiro para os mais necessitados, é um bom pai, é um bom esposo. É isso
o que a comunidade fala”.
Atualmente, ele faz
parte da igreja evangélica Assembleia de Deus da Última Hora e se apresenta como “Pastor Daniel”.
A filha mais velha de
Chico Mendes, Angela Mendes, afirmou ao ((o) eco que já sabia da pretensão
política de Darci e não foi surpreendida. “Ter uma pessoa na presidência
de um partido como o PL, de extrema direita e que tanto mal causou ao País,
cuja família sempre viveu através de ilícitos, para mim é a representação
da maioria do Congresso que a gente tem hoje”, declarou.
·
Chico Mendes
Maior ativista ambiental
brasileiro, Chico Mendes foi um líder seringueiro
e sindicalista que uniu o socialismo com a ecologia. Ficou reconhecido internacionalmente, tendo recebido o
Prêmio Global 500 da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Medalha
da Sociedade para um Mundo Melhor, em 1987; e o título de Cidadão Honorário do
Rio de Janeiro em 1988.
Em 2023, seu
assassinato completou 35 anos, mas seu legado pela preservação da Floresta
Amazônica continua ecoando até os dias atuais.
Ø
Quem é o assassino de Chico Mendes, que
virou liderança no PL de Jair Bolsonaro
O diretório municipal
do Partido Liberal (PL), legenda que abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
e as falanges mais extremistas do bolsonarismo, na cidade de Medicilândia, no
Pará, foi presidido por algumas horas pelo assassino do líder ambientalista Chico Mendes. Parece inacreditável, mas a sigla que um dia já fez parte do
centrão clássico, e que agora tenta se firmar na extrema direita, simplesmente
permitiu a posse na chefia de uma de suas representações de Darci Alves
Pereira, cruel homicida conhecido nacionalmente e que protagonizou um crime com repercussão mundial, em 1988, e pelo qual já foi condenado há décadas a 19 anos de prisão.
A desculpa oficial do
presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, é de que não tinha conhecimento
de que Darci Alves Pereira era a figura que assumiria o diretório de
Medicilândia, versão semelhante à apresentada pelo presidente da sigla no
estado do Pará, o delegado Éder Mauro, que diz ter sido informado pelo filho,
Rogério Barra, sobre a identidade do correligionário. O fato é que é
simplesmente impossível que duas figuras com mais de 60 anos de idade não
saibam que aquele filiado era um condenado por algo que repercutiu em todo o
planeta por mais de um terço de século.
Darci Alves Pereira
assassinou Chico Mendes, um líder seringueiro e afamado ambientalista, com
tiros de escopeta calibre 12 no peito, em 22 de dezembro de 1988, enquanto o
sindicalista tomava banho nos fundos de sua casa humilde, em Xapuri, no Acre. A
ordem para matá-lo foi dada pelo próprio pai, Darly Alves, um conhecido
grileiro da localidade amazônica. O caso teve uma repercussão mundial parecida
com a execução da vereadora carioca Marielle Franco, levando o rosto de Chico
Mendes a faixas e cartazes nos mais distintos países do globo, com pedidos de
justiça.
Dois anos após o
crime, em 1990, Darci e Darly, filho e pai, respectivamente, receberam, cada
um, condenações de 19 anos de prisão pelo homicídio. Eles cumpriram parte da
pena, conseguiram um novo julgamento em 1992, que manteve a sentença, mas
fugiram da cadeia logo depois, permanecendo alguns anos foragidos.
Recapturados, eles cumpriram o restante da pena.
Muitos anos depois, já
no estado do Pará, Darci assumiu a identidade de “pastor Daniel”. Pois é, o
frio assassino que tirou a vida de um líder ambientalista agora teria se
tornado um “religioso” evangélico que atende por um nome que não é o seu,
filiando-se a um partido que tem “Deus, Pátria, Família e Liberdade” como lema,
e que criminaliza e condena todo tipo de comportamento dos adversários. Em
síntese, um clássico “cidadão de bem”, como gosta de frisar Jair Bolsonaro
quando fala de seus seguidores de extrema direita.
Ø
Regina Duarte compartilha crítica a
Bolsonaro como se fosse elogio, revolta dono de perfil e não apaga
Um usuário do Instagram,
ao ver a repercussão da postagem de uma página administrada por uma conhecida
sua, resolveu escrever um comentário fazendo uma crítica sobre a truculência
dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) nas redes. O que ele não contava é que a atriz Regina Duarte compartilharia seu comentário como se fosse um elogio e
atrairia dezenas de usuários bolsonaristas que passaram a segui-lo.
Na última terça-feira
(27), a página “papeletudo” (Papel é tudo) fez uma postagem no Instagram crítica ao ato de Jair Bolsonaro
(PL) realizado na Avenida Paulista no último domingo (25). “Estude para
não ir na Avenida Paulista e usar a bandeira nacional como justificativa para
os seus delírios”, diz a postagem. O perfil se caracteriza pela publicação de
frases variadas, desde poemas até conteúdos de autoajuda, passando também pelo
posicionamento diante da realidade.
A crítica atraiu
usuários bolsonaristas que passaram a atacar a página. Abundaram comentários
ofensivos, com xingamentos, algumas ameaças e anúncios dos perfis de extrema
direita de que deixariam de seguir a página. E ao notar a repercussão, o
usuário deixou um comentário enquadrando os bolsonaristas e com o propósito de
apoiar a página.
“É curioso
ver a quantidade de pessoas dizendo que estão deixando de seguir a página, com
argumentos de que a página tem de se isentar em falar sobre política, mas essas
mesmas pessoas têm sua posição estampadas em sua bio e estendidas ao seu feed.
Elas podem ter seu posicionamento, podem ser desrespeitosas, podem querer impor
o direcionamento dos outros. O perfil da página é conveniente quando traz
palavras de conforto, poesias, frases edificantes, ajuda psicológica, mas no
primeiro posicionamento deve ser descartada, deve ser desprezada, porque
pessoas birrentas e mimadas não podem ser contrariadas. Quanto a anunciar que
estão deixando de seguir se mostra mais uma vez que a pessoa ameaça e faz
chantagem, acreditando ser ela a dona da verdade absoluta do universo. Que
todos aqueles que se vão, que sejam felizes em seu mundinho pequeno e pros que
ficam, toda a sorte e felicidade por sermos respeitosos e tolerantes com as
diferenças. Que a @papeletudo continue nos inspirando com pequenas jujubas, com
alguma esperança, alento e alegria”, escreveu o usuário.
O que ele não esperava
é que a atriz bolsonarista Regina Duarte, outrora conhecida como “Namoradinha
do Brasil”, compartilhasse sua crítica como se fosse um
elogio aos bolsonaristas. Dada a fama de
Duarte, o compartilhamento ao revés do seu sentido original recebeu mais de 13
mil curtidas.
Diversos seguidores da
atriz comentaram a publicação. “Eu respeito isso porque deixei de seguir
todos os artistas que postaram que defendiam Lula”, disse uma usuária. Outra
usuária comentou logo em seguida: “Deixa ir. Quem não sabe respeitar a liberdade,
não merece respeito e nem preocupação”.
Mas para além da caixa
de comentários da própria Regina Duarte, seus seguidores bolsonaristas passaram
a seguir a página do internauta autor do comentário. Revoltado com a exposição,
a confusão sobre seu caráter e a chegada dos indesejados seguidores, ele pediu
que a atriz apagasse a postagem, mas ainda não foi respondido e a publicação
continua no ar.
Ø Salles provoca MST, convoca extrema direita, mas toma esculacho
do movimento na Câmara
Nesta quarta-feira
(28), estava marcada uma sessão solene para homenagear os 40 anos do Movimento
dos Trabalhadores Sem Terra (MST) na Câmara dos Deputados.
O deputado Ricardo
Salles (PL-SP), que foi o relator da fracassada CPI do MST no ano passado
(aquele que terminou sem relatório e gastou milhares de reais dos cofres
públicos), decidiu fazer um discurso para atacar o movimento no plenário na
manhã de hoje.
"Nessa 4 feira,
às 9 hs na sessão solene da Câmara dos Deputados pelos 40 anos do MST farei o
discurso de "homenagem" à referida facção. Quem quiser, ao vivo na TV
Câmara", disse Salles.
Salles não contava com
a organização do MST e com a presença da base do movimento no local, que vaiou
e humilhou o parlamentar durante seu discurso.
Ele provocou ainda
mais e tuitou uma ameaça para agitar a extrema direita. "Os bárbaros já
tomaram o plenário ! Daqui a pouco a gente entra em campo...", afirmou no
X.
A base do movimento
deu um espetáculo em manifestação contra Salles.
De acordo com a Folha
de São Paulo, os deputados bolsonaristas Evair de Melo (PP-ES) e Marcel Van
Hattem (Novo-RS) se inscreveram para discursar, mas se arrependeram e não
falaram.
Fonte: Fórum
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