terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Estudos mostram quanto tempo o nosso corpo leva para “esquecer” o treino

Quando uma pessoa nunca levou adiante uma rotina de treinos, realmente é muito difícil começar. Mas quando essa rotina já existe e, por algum motivo, ela precisou ficar em stand by, ao retomar, a sensação é de que o corpo responde melhor e mais rápido. Isso pode ser chamado de “memória muscular” – que é uma junção de fatores musculares e neurais, registrados pelo sistema nervoso, que tendem a facilitar a retomada do exercício, mesmo após algum tempo. “Uma vez que o seu corpo já experimentou um movimento e já esteve na condição de melhor forma física, o organismo conhece o caminho neural, da produção de substâncias necessárias e até de conhecimento de treino”, conta Luiz Evandro, professor de educação física e Diretor Técnico da Rede Alpha Fitness.

Uma pesquisa publicada na revista Cell Physiology mostrou que existem evidências de que o tecido muscular pode ser “preparado” por experiências anteriores positivas, com o treinamento de força. Essa preparação pode aumentar as capacidades adaptativas a um estímulo posterior, mesmo após longos períodos longe da academia. “Essa experiência positiva auxilia no processo de hipertrofia e no ganho de força. E está muito mais relacionada a um aspecto neuromuscular, do que exclusivo do músculo em si”, acrescenta o professor. As adaptações positivas do nosso corpo levam algumas semanas para que a memória muscular fique gravada. Ou seja, não adianta treinar uma semana e esperar que o cérebro mande informações para os músculos crescerem, se você treinou por pouco tempo e fez poucas repetições.

Outro estudo ligado ao tema, realizado pela Universidade de Brown, nos Estados Unidos e publicado na Frontiers in Physiology, mostrou que essas adaptações neuromusculares positivas acontecem, em média, em um período de quatro semanas. O tempo que o corpo leva para “gravar” um treino depende de vários fatores, incluindo o tipo de treino, a intensidade, além da experiência e o estado físico do praticante. “Em geral, os treinos de força levam mais tempo para serem gravados do que os treinos aeróbicos. Isso ocorre porque os treinos de força causam microlesões nas fibras musculares, que precisam ser reparadas antes que o músculo possa se adaptar”, conta Luiz Evandro. Treinos mais intensos causam mais microlesões e, portanto, levam mais tempo para serem gravados.

A pesquisa de Brown ainda mostrou que, a partir de duas semanas de inatividade, o corpo já começa a sofrer perdas neuromusculares, incluindo diminuição da massa muscular e da força. Se a inatividade persistir, essas perdas se agravam, podendo prejudicar também a coordenação e a capacidade de aprendizado.

 

       Dicas para aliviar as pernas inchadas

 

Assim como atletas após as competições, depois da maratona de férias e do Carnaval é comum que aquelas pessoas que mais aproveitam a agitação da época de viagens e lazer sintam dores musculares e inchaço nas pernas e nos pés, sobretudo quando não há uma prática regular de atividade física. Nesse caso, a angiologista e cirurgiã vascular Maria Clara Sanjuan, sócia da Clínica Sanjuan, dá algumas dicas para aliviar os incômodos e melhorar a circulação das pernas. Confira:

•        Descanse e dê repouso as pernas

De acordo com Maria Clara, repousar e descansar o corpo devidamente são umas das medidas mais efetivas para a recuperação da musculatura após um período de diversão intensa. Segundo ela, “é importante evitar ficar muitas horas de pé, caso não seja estritamente necessário e também evitar o uso de saltos altos e calçados desconfortáveis. As pernas precisam de tempo para se recuperar, então, precisamos repousar e priorizar a recuperação do corpo para evitar que os inchaços e as dores se agravem”.

•        Aposte na drenagem linfática

A drenagem linfática é mais uma opção para quem busca desinchar os pés e as pernas, afirma a angiologista. O procedimento é capaz de ativar a circulação e eliminar as toxinas e líquidos retidos pelo organismo. “É uma terapia que auxilia o retorno venoso, o que diminui o inchaço, a dor e a sensação de perna cansada”, explica Maria Clara.

•        Tenha alimentação balanceada e anti-inflamatória

Ter refeições equilibradas é outra medida essencial para quem busca a recuperação do corpo. “Alimentos leves e naturais, como frutas e legumes, podem ajudar a eliminar líquidos, o que ajuda no processo de desinchar as pernas. Além disso, bebidas e alimentos diuréticos, como kiwi, alface, melancia e melão, além de chás, também são uma boa opção para quem quer mandar embora os desconfortos do corpo”, diz a cirurgiã vascular.

•        Use meias de compreensão

Usar meias de compreensão é mais uma alternativa para quem deseja contornar os problemas circulatórios nas pernas e combater varizes e a trombose. De acordo com Maria Clara, “esse utensílio atua também na prevenção de dores e inchaços e gera aumento do bem-estar e qualidade de vida para as pessoas que as usam”. O acessório precisa ser recomendado por um angiologista, de acordo com as necessidades de cada paciente.

•        Procure um angiologista caso persistam os sintomas de inchaço, fadiga e dor nas pernas

Caso os sintomas de inchaço e dores nas pernas persistam, é importante buscar um angiologista para que a avaliação do caso seja feita e o tratamento adequado iniciado, ressalta a médica. “Quando os incômodos são persistentes, é importante que a análise do quadro clínico seja realizada para entender se os sintomas nas pernas tem alguma relação com insuficiência venosa, varizes e vasinhos, entre outras condições que demandem um tratamento específico”, esclarece Maria Clara.

 

Fonte: Tribuna da Bahia

 

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