Ex-FDI: operações israelenses em Gaza estão
um 'caos total' graças à privatização da logística
Tel Aviv iniciou uma
invasão em grande escala da Faixa de Gaza em 27 de outubro, três semanas depois
de o Hamas ter lançado os ataques surpresa da Operação Al-Aqsa Flood no sul de
Israel.
As operações militares
israelenses em Gaza estão em um estado de "caos total" graças à
terceirização de seus serviços de logística e reparos para empreiteiros
privados, alertou o major-general reformado das Forças de Defesa de Israel
(FDI) Itzhak Brik.
"Há uma bagunça
total sobre a qual a mídia não está comentando", disse Brik, um veterano
da Guerra do Yom Kippur de 1973 e da Guerra do Líbano de 1982, conhecido por
suas críticas francas à organização e cultura das FDI modernas, ao jornal de língua
hebraica de Israel Maariv no sábado (24).
"Por trás dos
nossos excelentes soldados, existe um caos total. Equipamentos, logística,
alimentos, tudo o que precisa ser feito não está funcionando bem, porque o
Exército confiou tudo a empresas privadas", queixou-se o oficial superior
reformado.
Oferecendo um exemplo,
Brik mencionou que, no sistema atual, não há capacidades no Exército que possam
reparar imediatamente tanques danificados ou quebrados e enviá-los de volta
para a frente de batalha, com "dezenas" permanecendo "presos até
serem rebocados".
"É claro que a
mídia não fala sobre isso, mas essas coisas não funcionam", disse o
ex-general, se referindo às rigorosas leis de censura de Israel durante a
guerra, que permitem ao Estado restringir a cobertura de tópicos sensíveis e
pouco elogiosos relacionados ao conflito em Gaza.
Brik disse que se
encontrou com Benjamin Netanyahu seis vezes desde o início da crise em outubro
passado para discutir os problemas das FDI. "Eu disse a ele que o Exército
não está pronto para ir imediatamente para a guerra, porque há soldados que não
treinam há cinco anos e há falta de equipamento", revelou o ex-general.
Segundo o antigo
comandante, foi a sua intervenção pessoal que levou as FDI a adiarem a invasão
de Gaza por duas semanas.
"Hoje, [Benjamin
Netanyahu] tem pessoas muito radicais em sua coligação que o ameaçam e dizem
que se ele não seguir sua direção, vão desmantelar o governo, e o governo é
mais importante para ele do que o país. Este é o nosso principal problema",
lamentou Brik.
Desde que se aposentou
do cargo de comissário de Reclamações dos Soldados do Ministério da Defesa, há
seis anos, Brik se tornou um crítico ferrenho do fraco estado de prontidão das
FDI, sugerindo em 2018 que "se uma guerra estourar hoje, a Guerra do Yom
Kippur parecerá uma viagem de aniversário". Em 2020, ele expressou
preocupação com a "perda do espírito de luta" das FDI, dizendo que os
soldados estavam mal treinados e careciam de motivação e prontidão para o
autossacrifício. No início de 2023, Brik alertou que o Exército não estava
preparado para a ameaça de ataques com mísseis e drones às suas bases e sofria
graves problemas logísticos graças à privatização dos serviços militares. A
falta de transparência no recrutamento de oficiais superiores, uma estrutura
organizacional confusa do Exército e a falta de responsabilização entre os
comandantes foram outros problemas importantes, disse ele.
A guerra em Gaza se
tornou o conflito mais mortal envolvendo Israel desde a Guerra do Líbano em
1982, com as FDI confirmando a morte de cerca de 578 soldados desde 7 de
outubro, 239 deles desde o início da ofensiva israelense no enclave palestino
sitiado. Israel enfrentou pesadas baixas em tanques e outros veículos blindados
durante seu ataque, com uma matéria referenciada por uma análise de imagens de
satélite sugerindo que cerca de 88 veículos blindados entre 383 enviados para o
noroeste de Gaza foram danificados ou estão desaparecidos, para uma taxa total
de vítimas possível de quase 25%, em meados de novembro de 2023. As brigadas
al-Qassam do Hamas afirmam ter eliminado "milhares" de soldados
israelenses e destruído mais de 1.100 veículos militares, incluindo quase 1.000
tanques Merkava, ou cerca de 45% das formidáveis forças blindadas de Israel.
Um número
desproporcionalmente grande de civis foi morto no conflito, sendo cerca de 814
israelenses e mais de 29.600 residentes palestinos de Gaza perecendo na crise
até o momento, em meio aos ataques aéreos punitivos e operações terrestres de
Israel, com mais de 7.000 desaparecidos e presumivelmente mortos e mais de 85%
da população de Gaza deslocada internamente.
·
'Lobos sedentos de sangue': líder supremo
do Irã critica o Ocidente pela guerra em Gaza
O líder supremo do
Irã, o aiatolá Ali Khamenei, chamou as lideranças ocidentais de "lobos
sedentos de sangue" ao criticar a atitude desses líderes em relação à
guerra de Israel na Faixa de Gaza.
Khamenei disse que a
civilização ocidental, "que não para de falar hipocritamente sobre
direitos humanos, opõe-se veementemente à execução de um criminoso [no Irã],
mas quando o regime sionista aniquila quase 30 mil pessoas em três ou quatro
meses, eles fecham os olhos como se nada tivesse acontecido".
"Alguns
ocidentais dizem abertamente, por exemplo, porque é que Israel comete
massacres. Dizem algo verbalmente, mas na prática o apoiam, dão-lhes armas e
dão-lhes os bens que necessitam", disse o líder supremo iraniano, num
encontro realizado neste sábado (24) com os organizadores do Congresso Nacional
de Comemoração dos 24 mil Mártires do Khuzistão.
Segundo Khamenei, por
trás destas aparências "preparadas" dos políticos ocidentais, o que
existem são "cães loucos" e "lobos impiedosos".
"Essa é a
democracia liberal do Ocidente. Eles não são liberais nem democratas. Eles
mentem, fazem o que querem com hipocrisia", afirmou Khamenei.
Em seu discurso, o
líder disse que jovens dos EUA e da Europa procuram no Alcorão a causa da
resistência do povo de Gaza diante de problemas terríveis.
"Esta resistência
— que deixou o inimigo desesperado na sua tentativa de eliminá-la — surge da
força do Islã. Chegou a um ponto em que nos Estados Unidos e na Europa os
jovens vão ao Alcorão, para ver o que é que está nele. O Alcorão torna as
pessoas que nele acreditam capazes de resistir", disse Khamenei, segundo a
reportagem da IRNA.
O conflito entre
Israel e Hamas começou no último dia 7 de outubro, quando militantes do grupo
palestino atacaram Israel a partir da Faixa de Gaza, causando a morte de 1,1
mil pessoas e deixando mais de 5,5 mil feridos. Em resposta, o Exército
israelense iniciou uma incursão em Gaza, onde já causou a morte de quase 30 mil
palestinos, além de 60 mil feridos e outros milhares de desabrigados.
Ø
Com Biden, o 'presidente mais
incompetente', EUA arriscam a perder 'a 3ª Guerra Mundial', diz Trump
O ex-presidente
norte-americano atacou o legado do atual mandatário, que acusou de estar
destruindo o país de várias formas.
Os EUA perderão a
Terceira Guerra Mundial antes mesmo de ela começar se "o presidente mais
incompetente" da história do país norte-americano, Joe Biden, continuar no
poder, afirmou no sábado (24) Donald Trump.
"Em breve
estaremos perdendo a Terceira Guerra Mundial. Nem mesmo começaremos a Terceira
Guerra Mundial e já estaremos perdendo a Terceira Guerra Mundial. Com armas
como ninguém jamais viu antes", disse o ex-presidente dos EUA (2017-2021)
durante um discurso na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na
sigla em inglês), em Washington, EUA.
"É isso que está
em jogo nesta eleição. Nosso país está sendo destruído, e a única coisa que
está entre vocês e essa destruição sou eu, é verdade", continuou ele.
Ele lembrou que, há
quatro anos alertou que, se Biden se tornasse presidente, "nossas
fronteiras seriam abolidas, nossa classe média seria dizimada e nossas
comunidades seriam assoladas por derramamento de sangue, caos e crimes
violentos".
"Estávamos certos
sobre tudo", disse ele, acrescentando que, no caso de mais quatro anos com
Biden à frente dos EUA, "o pior ainda está por vir".
Ø
Iraque atinge consenso interno sobre
retirada de forças dos EUA do país, diz conselheiro iraquiano
Bagdá iniciou
conversações formais com Washington em janeiro sobre uma "retirada
faseada" das forças dos EUA do Iraque em meio a repetidas violações da
soberania do país, inclusive após os ataques dos EUA a milícias antiterroristas
aliadas do governo que lutam contra o Daesh (grupo terrorista proibido na
Rússia e em diversos países).
O conselheiro de
segurança nacional do Iraque, Qasim al-Araji, anunciou que foi atingido um
consenso entre todas as principais facções políticas do Iraque sobre o fim da
presença da coligação militar liderada pelos EUA no país do Oriente Médio.
"Há um consenso
sobre a retirada das forças estrangeiras. O governo iraquiano vai assinar
acordos bilaterais de segurança com os países que fazem parte da coligação
contra o grupo terrorista Daesh", disse al-Araji à margem da Conferência
de Diálogo Internacional de Bagdá, no sábado (24).
"As nossas forças
de segurança se desenvolveram muito e ganharam grande experiência em lidar com
os desafios do terrorismo", assegurou al-Araji, dando a entender que a
missão dos EUA de "treinar, aconselhar e ajudar" no Iraque, que substituiu
a sua missão de combate no final de 2021, é não é mais necessária.
O Conselho de
Segurança Nacional do Iraque, liderado por al-Araji, é um órgão poderoso
encarregado de coordenar a segurança nacional, a inteligência e a estratégia de
política externa do país, e reporta diretamente ao primeiro-ministro Mohammed
Shia al-Sudani.
As bases dos EUA no
Iraque e os seus postos avançados ilegais na Síria foram alvo de intensos
ataques de foguetes, mísseis e drones por milícias a partir de meados de
outubro de 2023, em resposta ao apoio persistente de Washington a Israel após o
início da guerra em Gaza.
Os EUA responderam aos
ataques alvejando milícias estreitamente afiliadas às forças de segurança do
Iraque, como no dia 4 de janeiro, matando Mushtaq Talib al-Saidi, o líder da
milícia Harakat-al-Nujaba, afiliada às Forças de Mobilização Popular, levando
as autoridades iraquianas a exigem negociações sobre o fim da presença dos EUA
no país. O Ministério das Relações Exteriores do Iraque classificou a morte de
al-Saidi como um "ataque não provocado a um órgão de segurança iraquiano
que opera de acordo com os poderes que lhe foram concedidos pelo
comandante-em-chefe das Forças Armadas" e chamou a agressão de
"escalada perigosa" à qual Bagdá se reserva o direito de responder.
Washington irritou
ainda mais os seus homólogos iraquianos ao mentir aos meios de comunicação
social sobre ter avisado Bagdá antes dos seus ataques, com o porta-voz do
Departamento de Estado, John Kirby, admitindo no início de fevereiro que os EUA
só de fato "informaram os iraquianos imediatamente após a ocorrência dos
ataques".
unilateralmente dentro
do Iraque sem informar os seus "parceiros" iraquianos. Em janeiro de
2020, os EUA assassinaram o vice-comandante das Forças de Mobilização Popular
do Iraque, Abu Mahdi al-Muhandis, junto com o comandante da Força Quads do
Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica Iraniana, Qassem Soleimani, em um
ataque não provocado de drones no Aeroporto Internacional de Bagdá. Esse
incidente levou o parlamento do Iraque a emitir uma resolução exigindo que
todas as forças dos EUA fossem expulsas imediatamente do país, mas Washington
resistiu, reclassificando a sua presença no país como uma missão de
"treinar, aconselhar e ajudar".
Na vizinha Síria, que
também enfrentou ataques dos EUA contra combatentes antiterroristas, o
Ministério das Relações Exteriores disse que "não ficou nem um pouco
surpreso" ao ver as forças norte-americanas atacarem alvos no leste do
país, "onde nossas forças estão lutando contra os remanescentes da
organização terrorista Daesh, enquanto os Estados Unidos trabalham para
restabelecer a atividade terrorista do Daesh."
As forças dos EUA
mantêm o controle sobre a parte nordeste da Síria, ocupando as áreas mais ricas
em petróleo e alimentos, roubando recursos que o país devastado pela guerra
durante uma década — guerra alimentada pela CIA — necessita para completar sua
reconstrução.
Fonte: Sputnik Brasil
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