Pedro
Serrano: "Quem trai a pátria deve perder a cidadania"
Em
entrevista ao programa Boa Noite 247, o jurista e professor Pedro Serrano fez
duras críticas à atuação da família Bolsonaro e seus aliados no exterior, em
especial à interferência de Donald Trump na política brasileira. Serrano
defendeu, com ênfase, a necessidade de uma legislação que permita a perda da
cidadania para brasileiros que atentem contra a soberania nacional. “Quem trai
a pátria deve perder a cidadania”, afirmou.
Segundo
ele, a tentativa de blindar Jair Bolsonaro de responder judicialmente no
Brasil, a partir da pressão internacional exercida por Trump e aliados como
Steve Bannon, constitui “um comportamento de traição à pátria”. E foi além: “O
brasileiro não pode agir com tamanha deslealdade com o seu próprio povo e o seu
próprio país. Tem que ser perda da cidadania com retirada do território
nacional. Não tem que frequentar o país mais, não tem que estar aqui.”
Serrano
rebateu a tese de que Bolsonaro esteja sendo injustiçado: “Bolsonaro não foi
condenado a nada. O que Trump quer é que Bolsonaro, assim como qualquer
brasileiro, não responda por seus atos. Isso é destruir a Constituição. O
comportamento da família Bolsonaro é aristocrático, não querem se submeter à
lei dos comuns.” Para ele, a tentativa de sabotagem institucional promovida por
esses grupos deveria ensejar a cassação de mandatos, perda de direitos
políticos e até impedimento de residência em território nacional.
A
entrevista também abordou o impacto econômico e simbólico das ações de Eduardo
Bolsonaro nos Estados Unidos, que, segundo Serrano, geram “prejuízo
incalculável” ao país. O jurista apontou a possibilidade de que a conduta do
deputado configure associação criminosa e ameaça à jurisdição do Supremo
Tribunal Federal. “Isso pode ensejar prisão preventiva e, para os que estão no
exterior, a emissão de alerta vermelho internacional”, defendeu.
Sobre a
influência de Trump, Serrano foi taxativo: “O Trump é tóxico para o próprio
povo dele, para o país dele e para o mundo. Não há como manter relações
confiáveis com um país que elegeu alguém assim. Os Estados Unidos já não são
funcionalmente uma democracia, como disse o Paul Krugman.” Para o jurista, o
Brasil deveria aproveitar a crise para se afastar dos EUA e fortalecer relações
com a China e outros parceiros comerciais confiáveis.
A
entrevista foi encerrada com uma dura crítica à conivência de setores do
Congresso Nacional com os atos golpistas: “O Congresso deveria ter a dignidade
de aprovar medidas que impeçam essas traições. Não podemos mais abrir mão do
direito de processar quem comete crimes contra o Brasil.”
• “Os Bolsonaro cometeram o delito mais
grave, que é o de traição à pátria", diz Pedro Serrano
Em
entrevista à TV 247, o jurista Pedro Serrano fez duras críticas à atuação da
família Bolsonaro e à interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, no processo de responsabilização judicial de Jair Bolsonaro. Segundo
ele, o apoio de Trump ao ex-presidente brasileiro tem como objetivo garantir
privilégios inconstitucionais e afronta diretamente a soberania nacional.
"Acho
uma insanidade o que o Trump fez", declarou Serrano, referindo-se ao
posicionamento do mandatário norte-americano, que, reeleito em 2025, tenta
blindar Bolsonaro de investigações no Brasil. “O que ele quer é um Bolsonaro
aristocrata, que não se submeta à lei dos comuns, que somos nós”, completou o
jurista.Segundo Serrano, a postura de Bolsonaro e de seus aliados configura
"traição à pátria". Ele criticou veementemente os atos que sucederam
as eleições de 2022, incluindo a depredação da Praça dos Três Poderes, os
ataques ao prédio da Polícia Federal, os bloqueios de rodovias e o incentivo à
instabilidade institucional. “Essa gente teve um comportamento de trair os
interesses do país”, afirmou.
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Proposta de cassação de cidadania
Diante
da gravidade dos fatos, Serrano sugeriu que o Congresso Nacional e o presidente
Lula debatam a criação de uma legislação específica para lidar com crimes de
traição ao país. “Não era o caso de apenas tornar inelegível. Deveria haver uma
legislação para retirar a cidadania de gente que haja assim”, defendeu.Ele foi
além: “Não é um problema só de perder direitos políticos. Agora é muito pior
que isso. Tem que perder a cidadania, o direito de ser brasileiro. O brasileiro
não pode agir com tamanha deslealdade com o seu próprio povo”. Serrano propôs
ainda que essa perda de cidadania fosse acompanhada de retirada do território
nacional: “Não tem que frequentar o país mais, não tem que estar aqui quem faz
isso”.
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Reação à crise e distanciamento dos EUA
Para o
jurista, a crise institucional gerada por Bolsonaro e seus apoiadores deve
provocar uma reorientação na política externa brasileira. “O que o Brasil tem
que fazer como Estado é aproveitar essa crise para se distanciar dos Estados
Unidos, para criar mais vínculo com a China e outros países”, afirmou,
classificando o governo Trump como “acelerado” e uma ameaça à estabilidade
internacional.Citando o economista e Prêmio Nobel Paul Krugman, Serrano
observou que os Estados Unidos “já não são mais funcionalmente uma democracia”
e criticou o fato de Trump colocar os interesses pessoais e ideológicos acima
da legalidade: “Olha o que ele está fazendo com o Brasil, porque quer que um
cidadão brasileiro não seja processado, um cidadão amigo dele. Isso é motivo para
impeachment, inclusive nos Estados Unidos”.
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Crime contra a democracia
Pedro
Serrano encerrou sua análise com um alerta sobre a gravidade da situação: “Tem
que ficar claro: houve traição à pátria no sentido filosófico e político. Não
há delito mais grave que o cidadão possa cometer”. Ele lembrou que a
Constituição brasileira prevê até pena de morte no caso de deserção em guerra,
e que Bolsonaro age “como imperador do país, como alguém que quer estar acima
da lei”.Por fim, reiterou: “Se é para trair a pátria, que perca a cidadania e
seja expulso do território nacional. Não tenha mais convivência com o nosso
povo”.
• Dudu Bananinha ataca Moraes e diz que
Trump agirá contra o ministro e sua esposa
Em nova
ofensiva contra o Supremo Tribunal Federal, o deputado federal licenciado
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes em uma
publicação nas redes sociais. Atualmente nos Estados Unidos, ele acusou Moraes
de agir com parcialidade no inquérito das fake news e sugeriu que o
ex-presidente americano Donald Trump “virá para cima” do ministro e de sua
esposa. As declarações foram publicadas em vídeo no Instagram nesta
quinta-feira (11).
Eduardo,
que é investigado por incitar o governo dos EUA a aplicar sanções contra
autoridades brasileiras, usou o vídeo para questionar a ausência de Trump no
inquérito conduzido por Moraes:
"Por que o senhor (Alexandre de Moraes)
não faz a mesma coisa com o Trump que fez comigo? Que fez com Allan dos Santos
e Elon Musk... Por que você não coloca o Trump no inquérito das fake
news?"Na sequência, o deputado eleva o tom e parte para o ataque direto:
"Eu tô apontando isso aqui para provar
que o Alexandre de Moraes não é macho. Alexandre de Moraes é um frouxo,
Alexandre de Moraes está com medo, Alexandre de Moraes está sem dormir, porque
ele sabe que daqui a pouco vai vir a lei Magnitsky".
A
"lei Magnitsky" citada por Eduardo é uma legislação dos Estados
Unidos que permite ao governo aplicar sanções a indivíduos estrangeiros
acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. Segundo o
deputado, Moraes estaria receoso de se tornar alvo dessa legislação, o que,
segundo ele, poderia se estender à sua esposa e a membros da Polícia Federal.
"Do jeito que o Trump é, (a lei
Magnitsky) não vai vir só nele (Alexandre de Moraes), vai vir pegando,
provavelmente, a esposa dele, o Fábio Shor e outros atores da Polícia Federal.
Não sei... Agora está tudo na mão do Trump... E ele é imprevisível. Pode vir
pra cima da PGR", afirmou, em referência ao delegado da PF Fábio Shor e à
Procuradoria-Geral da República.Em maio, o procurador-geral da República, Paulo
Gonet, pediu a abertura de uma investigação para apurar se Eduardo atuou para
instigar os EUA a sancionar autoridades brasileiras. Nesta semana, Moraes
prorrogou a apuração por mais 60 dias, atendendo a pedido da Polícia Federal,
que investiga Eduardo por suspeita de coação no curso do processo e obstrução
de justiça.
• Em nova declaração, Lula reage com
firmeza a Trump: “Brasil é soberano, vai proteger seu povo e suas empresas”
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a elevar o tom contra o
ex-presidente norte-americano Donald Trump neste sábado (12), após o anúncio de
que os Estados Unidos imporão uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a
partir de 1º de agosto. Em postagem carregada de críticas, Lula classificou a
decisão como “injustificável”, defendeu a soberania nacional e afirmou que o
Brasil adotará medidas concretas para proteger seus interesses.
“A Justiça brasileira precisa ser respeitada.
Somos um país grande, soberano, de tradições diplomáticas históricas com todos
os países. O Brasil vai tomar as medidas necessárias para proteger seu povo e
suas empresas”, afirmou o presidente.
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"Trump está mal informado"
Lula
rebateu a justificativa apresentada por Trump para a taxação, desmentindo o
suposto déficit comercial dos EUA com o Brasil. “Quero dizer com todo respeito
ao presidente Trump: o senhor está mal informado, muito mal informado. Os EUA
não têm déficit comercial com o Brasil, é o Brasil que tem déficit com os EUA.
Só pra vocês terem ideia, em 15 anos, entre comércio e serviço, nós temos um
déficit de 400 bilhões de dólares com os EUA. Eu que deveria taxar ele”,
declarou.
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O
presidente também afirmou que recorrerá a fóruns internacionais para tentar
reverter a medida. “Vou brigar na OMC, vou conversar com os companheiros do
BRICS. Agora, se não tiver jeito no papo, vamos estabelecer a reciprocidade:
taxou aqui, vamos taxar lá. Não tem outra coisa a fazer.”
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Resposta dura à defesa de Bolsonaro
Lula
também reagiu com indignação ao conteúdo de uma carta divulgada por Trump, na
qual o norte-americano criticou o processo contra Jair Bolsonaro (PL),
chamando-o de “vergonha internacional” e “caça às bruxas”. Para Lula, o
posicionamento representa uma interferência inaceitável no sistema judicial
brasileiro.
“Qual a lógica dele? ‘Ah, não processe o
Bolsonaro, pare com isso imediatamente’. Que tipo de presidente interfere assim
na justiça de outro país?”, questionou Lula, antes de ironizar: “A coisa mandou
o filho dele que era deputado [Eduardo Bolsonaro] se afastar da Câmara para
ficar pedindo: ‘Trump, pelo amor de Deus, solta meu pai, não deixa meu pai ser
preso’. É preciso essa gente criar vergonha na cara”.
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Diplomacia com firmeza
Apesar
da contundência nas críticas, o presidente brasileiro reafirmou seu compromisso
com o respeito entre nações. “Eu não quero saber se ele [Trump] gosta de mim ou
não. Ele foi eleito pelo seu povo, e isso tem que ser respeitado. E essa é a
minha vida: tratar os presidentes com respeito, mas exigir o mesmo em troca”,
concluiu Lula.
Com o
anúncio das tarifas e o clima diplomático tenso, o Planalto se prepara para
adotar uma política de retaliação comercial e buscar apoio de parceiros
internacionais. “Se nos provocam, vamos responder à altura. O Brasil não é
colônia de ninguém”, reforçou um assessor próximo ao presidente.
• PT aciona STF contra Gustavo Gayer por
fake news sobre campanha patriótica Defenda o Brasil
O
Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou neste sábado (12), no Supremo
Tribunal Federal (STF), um pedido de explicações judiciais contra o deputado
federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO), por declarações falsas feitas nas
redes sociais contra a campanha Defenda o Brasil. A petição é assinada pelo
presidente nacional do partido, senador Humberto Costa (PE), e pelo secretário
de Comunicação do PT, deputado federal Jilmar Tatto (SP). A informação é do PT
Nacional.
Segundo
a legenda, Gayer utilizou seus perfis nas redes sociais para divulgar acusações
infundadas, alegando que influenciadores digitais e agências de publicidade
estariam sendo pagos com recursos públicos para impulsionar a mobilização
patriótica promovida por partidos, sindicatos e movimentos populares em
resposta à decisão unilateral do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
A
campanha Defenda o Brasil conclama os brasileiros a rechaçar a agressão
econômica promovida por Trump, que tem sido interpretada como retaliação aos
processos judiciais contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
“Com a bandeira nacional nas costas, falsos patriotas incitaram o governo dos
EUA a taxar o Brasil para tentar livrar Jair Bolsonaro da cadeia”, diz um
trecho do material da campanha.
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Fake news e tentativa de descredibilizar a mobilização
No
entendimento do PT, a extrema-direita tenta sabotar a repercussão positiva da
campanha Defenda o Brasil com a disseminação de fake news. Gayer teria
espalhado a versão de que a ação nas redes seria “não orgânica”, sustentando
que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria contratado agências
publicitárias com “milhões de reais” para promover a iniciativa — o que o
partido afirma ser absolutamente falso.
A peça
jurídica exige que Gayer explique publicamente quais são as provas das
afirmações feitas, sob pena de responder criminalmente por calúnia, difamação e
disseminação de desinformação. “Requer-se a Vossa Excelência que se digne em
determinar a notificação do senhor Gustavo Gayer Machado de Araújo no prazo
legal, para que venha a prestar as explicações necessárias e imprescindíveis
sobre suas declarações”, diz o pedido enviado ao ministro Luís Roberto Barroso,
presidente do STF.
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Patriotismo real e reação popular
Após o
anúncio do tarifaço por parte do governo Trump, setores da extrema-direita
comemoraram abertamente a medida — mesmo ela sendo prejudicial à economia
brasileira. Em contraposição, a sociedade civil respondeu de forma imediata:
usuários das redes sociais passaram a compartilhar símbolos nacionais, como a
bandeira do Brasil, em um gesto de afirmação da soberania nacional frente à
tentativa de intromissão de potências estrangeiras e seus aliados internos.
A
campanha ganhou fôlego nas redes e fortaleceu o discurso em defesa da
democracia, da soberania e da economia brasileira, atingida diretamente pela
decisão da Casa Branca. O movimento também evidenciou o isolamento político da
extrema-direita, cujos representantes, como Gayer, passaram a ser criticados
até por parte de sua própria base eleitoral por suas posições consideradas
antipatrióticas.
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Defesa da soberania
O PT
considera que a campanha Defenda o Brasil transcende interesses partidários e
reflete um momento de união nacional em torno da soberania. O ataque de Trump é
visto como uma tentativa de chantagear o Brasil, condicionando o fim das
tarifas a concessões políticas — como a anistia a Jair Bolsonaro —, o que foi
classificado por parlamentares como “intervenção indevida em assuntos internos
de um país soberano”.
A
legenda afirma que não aceitará tentativas de calar ou difamar os que estão
lutando pela defesa dos interesses nacionais. Caso Gayer não consiga comprovar
suas acusações, poderá ser alvo de ação penal formal pela propagação deliberada
de desinformação e ataques à honra de partidos, lideranças e instituições
públicas.
A ação
do PT marca mais um capítulo da ofensiva institucional contra a campanha de
desinformação promovida por setores bolsonaristas, especialmente diante de uma
conjuntura internacional sensível e de ataques externos que colocam em risco a
economia e a autonomia do país.
• Michelle pede “paz”, mas culpa Lula por
tarifa de Trump e o chama de 'vingativo'
A
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro leu uma carta aberta ao presidente Lula
durante um evento no Acre neste sábado (12). Ela pede paz e cobrou um “gesto de
lucidez” após a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor
uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, após articulação de seu enteado,
Eduardo Bolsonaro (PL), para sancionar o Brasil para pressionar o Supremo
Tribunal Federal (STF) a não julgar Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de
Estado.
Michelle
apelou para que Lula abandone o que chamou de “desejo de vingança” e se afaste
de alianças que, segundo ela, estariam empurrando o país para o isolamento.
“Você está arrastando o Brasil para o buraco ao se juntar a movimentos
terroristas e ditadores”, afirmou.
A
ex-primeira-dama comparou as sanções anunciadas por Trump às medidas aplicadas
a regimes autoritários e disse que o Brasil corre o risco de perder
credibilidade internacional por seguir, nas palavras dela, “ideologias
doentias”.
Ao
final da leitura, Michelle fez um apelo direto ao presidente: “É hora de baixar
as armas da provocação, cessar os tambores de ofensas e hastear a bandeira do
diálogo e da paz. O Brasil está assistindo e esperando por isso.”
Fonte:
Brasil 247

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