quarta-feira, 30 de julho de 2025

César Fonseca: Trump acelera relação Brasil-China

Sob pressão do presidente Donald Trump, que impõe um tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras aos Estados Unidos a partir da próxima sexta-feira, o presidente Lula endurece o discurso: "o pobre tem que estar no orçamento e o rico no imposto de renda". Lula sabe que os impactos da medida recairão sobre os mais vulneráveis — com desemprego, fome e miséria.

A ofensiva de Trump empurra o Brasil para a salvaguarda chinesa. O presidente Xi Jinping já se manifestou: a China está pronta para ajudar o Brasil e a América Latina diante da agressiva política tarifária norte-americana.

Mas quem vai consumir o excedente que não será mais exportado aos EUA se o pobre está fora do orçamento e o Estado, limitado pelo arcabouço fiscal neoliberal, não pode investir no social, pois deve garantir o superávit dos rentistas?

O tarifaço trumpista aprofunda a crise social imposta pelo modelo neoliberal — metas inflacionárias rígidas, câmbio flutuante, superávit primário — que restringe o crescimento da economia brasileira.

Trump, com sua agressividade, acaba fortalecendo a tese de Lula: gasto social não é despesa, é investimento. É preciso investir para gerar emprego, renda, consumo, produção e arrecadação. É assim que o capitalismo gira, acumulando capital de forma contínua.

Às vésperas da medida que alarma os mercados e agrava a tensão social, o governo terá que agir com rapidez para atender a uma demanda social crescente. A confusão, como diria Machado de Assis, é geral.

<><> Nova geopolítica global

A China, assim, desponta como esperança concreta no horizonte. Aproveita a oportunidade aberta pela escalada imperial de Trump para intensificar sua aproximação com o Brasil, disposto a absorver parte do excedente que não será mais exportado aos EUA.

Desenha-se uma nova estratégia geopolítica para o desenvolvimento brasileiro: menos dependência da demanda americana e mais integração com a China — hoje, a economia mais robusta do planeta.

A urgência é imposta por Trump. O Brasil não vai se submeter passivamente ao bloqueio do novo imperador americano. Ao contrário: acelera o estreitamento das relações com Pequim e redesenha sua política externa.

Se o líder do Ocidente rompe laços econômicos com o Brasil por motivações políticas e imperialistas, o país se volta naturalmente para o Oriente. Lá está o maior mercado global, segundo o poder de paridade de compra, com capacidade real de desafiar a hegemonia do dólar.

O rumo oriental se impõe. A pressão do desemprego, da fome e da retração econômica — consequências diretas do tarifário trumpista — não deixam ao governo Lula outra alternativa.

<><> Lula e Putin no mesmo barco

Diante do risco de acúmulo de excedente não exportável aos EUA, a classe produtiva brasileira pressionará o governo por soluções imediatas. Isso criará o ambiente para ações emergenciais fora do programa original, com foco na ampliação da parceria com a China e a Ásia.

Algo semelhante ocorreu com a Rússia. Após as sanções comerciais impostas pelos EUA e a OTAN na guerra da Ucrânia, Moscou redirecionou suas exportações para a China e outros países asiáticos, além de estreitar os laços diplomáticos com Pequim.

Putin, acuado pelas sanções e pelo confisco de reservas financeiras em bancos ocidentais, buscou a salvação no Oriente. E encontrou. A partir desse realinhamento, a Rússia passou a defender com vigor o fim da hegemonia do dólar e a adoção de moedas locais nas trocas comerciais dos BRICS.

Agora, Lula segue trilha semelhante. O tarifaço de Trump acelera o realinhamento brasileiro. A política externa será reconfigurada a partir dos interesses concretos da soberania e da sobrevivência econômica.

<><> Grito de guerra

O tarifaço trumpista é, na prática, um grito de guerra dos EUA contra o Brasil — justamente contra um de seus principais fornecedores de bens manufaturados.

Ao mesmo tempo, Trump revela seu interesse por minerais estratégicos do subsolo brasileiro, sem os quais seu projeto de vanguarda tecnológica não se sustenta. Grita com força, mas expõe sua fraqueza: não tem as matérias-primas que o capitalismo de alta tecnologia exige.

O excedente não exportável funciona como um bloqueio comercial. Suas consequências: mais desemprego, maior crise social, instabilidade política. Para enfrentá-las, Lula responde com geopolítica — e aproximação da China.

¨      Haddad não descarta conversa direta entre Lula e Trump

Durante entrevista a jornalistas nesta terça-feira (29), na chegada ao Ministério da Fazenda, o ministro Fernando Haddad (PT) indicou que uma conversa direta entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não está descartada, mas precisa ocorrer com o devido preparo e respeito institucional. 

A possível reunião entre os dois chefes de Estado tem como pano de fundo o aumento tarifário unilateral anunciado por Trump, que poderá afetar exportações brasileiras a partir de 1º de agosto. Haddad afirmou que há sinais de disposição por parte de autoridades norte-americanas em negociar com o Brasil e enfatizou que o país está aberto ao diálogo.

“Em relação ao Brasil, sempre vai ser [possível chegar a um acordo]. O Brasil nunca abandonou mesa de negociação. Acredito que essa semana já há algum sinal de interesse em conversar e há uma maior sensibilidade de algumas autoridades dos Estados Unidos de que talvez tenham se passado um pouquinho”, disse o ministro.

<><> “Preparação mínima” e defesa da soberania

Haddad defendeu que o diálogo entre Lula e Trump, se ocorrer, deve ser precedido de uma preparação diplomática adequada, sem açodamento ou postura subalterna por parte do governo brasileiro. Ele fez duras críticas ao comportamento da oposição e a Jair Bolsonaro (PL), a quem acusou de adotar um estilo “subserviente” em relação aos Estados Unidos.

“Quando dois chefes de Estado vão conversar, tem uma preparação antes para que não seja uma coisa que subordine um país a outro. É uma preparação protocolar mínima para que dois chefes possam conversar”, destacou. “A gente tem que entender que o Brasil é grande. Isso não é arrogância nenhuma, longe de nós. [...] Tem que haver uma preparação antes para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois povos se sintam valorizados, não haja um sentimento de vira-latismo, de subordinação".

Haddad também criticou a pressão de setores da oposição para que o governo brasileiro adote uma postura apressada na resolução da crise:

“Às vezes vejo pressão da oposição: ‘vai lá, sai correndo atrás’. O Bolsonaro tinha um estilo muito subserviente. Isso não está à altura do Brasil. Foi o presidente mais subserviente da história do Brasil. Precisa virar um pouquinho a página da subserviência".

<><> Articulação diplomática e ambiente de negociação

O ministro da Fazenda afirmou que os canais de diálogo com os Estados Unidos estão ativos. Ele mencionou reuniões com autoridades como Scott Bessent e Howard Lutnick, além do envolvimento direto do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do chanceler Mauro Vieira. O objetivo é construir um ambiente propício para a negociação direta entre os presidentes.

“É papel nosso, dos ministros, justamente azeitar os canais para que a conversa, quando ocorrer, seja a mais dignificante e edificante possível, não seja uma coisa como aconteceu né… Vocês presenciaram várias conversas que não foram respeitosas".

<><> Sem pressa: “data não é fatídica”

Embora a nova alíquota imposta pelos EUA esteja prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto, Haddad afirmou que a data não deve ser tratada como um limite intransponível. Segundo ele, o mais importante é garantir um acordo que preserve os interesses brasileiros.

“Não sei se vai dar tempo até o dia 1º, mas o que importa não é essa data. Não é uma data fatídica. [...] Pode entrar em vigor e nós nos sentarmos e rapidamente concluirmos uma negociação".

<><> Plano de contingência pronto e confiança no diálogo

Por fim, Haddad disse que o presidente Lula recebeu com tranquilidade o plano de contingência elaborado pelo governo e reafirmou a disposição do Brasil de manter-se na mesa de negociações com os EUA.

“O presidente manifestou muita tranquilidade ao plano de contingência. [...] Ele falou: ‘olha, não vou me fixar em data porque tenho uma relação história com os Estados Unidos. Me dei bem com todos os presidentes americanos com quem dialoguei. Não tem razão para ser diferente agora’".

“O Brasil vai estar preparado para cuidar das suas empresas, dos seus trabalhadores e, ao mesmo tempo, se manter permanentemente na mesa de negociação, buscando racionalidade, respeito mútuo, estreitamento das relações".

¨      Diplomacia brasileira veta telefonema 'de improviso' entre Lula e Trump

A avaliação dentro do Ministério das Relações Exteriores é de que uma eventual conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de uma tarifa extra de 50% às exportações brasileiras precisa ser cuidadosamente articulada. Segundo o g1, diplomatas afirmaram que qualquer diálogo direto entre os líderes deve ser construído por meio de tratativas entre os representantes do Palácio do Planalto e da Casa Branca, evitando improvisos que possam resultar em constrangimentos.

O alerta é motivado pelo comportamento recente de Trump em interações públicas com outros chefes de Estado. Em conversa com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Trump adotou tom agressivo e o acusou de ser "desrespeitoso" com os Estados Unidos. Em outro episódio, no Salão Oval, apresentou supostos vídeos de um "genocídio branco" na África do Sul durante encontro com o presidente Cyril Ramaphosa — imagens cuja veracidade não foi comprovada.

<><> Risco de desgaste diplomático

Uma comitiva de senadores brasileiros que está em Washington passou a defender que Lula ligue diretamente para Trump. A sugestão, porém, enfrenta resistência entre diplomatas. “Telefonema entre presidentes não se improvisa, requer uma preparação prévia. Em casos de crise como a atual, mais ainda”, afirmou um diplomata sob condição de anonimato. Segundo ele, quando não há articulação sólida por trás do contato, podem ocorrer situações constrangedoras como as registradas recentemente. Outro diplomata reforçou que “ambos os presidentes já deixaram aberta a possibilidade [de conversa] em declarações à imprensa, mas improvisação e voluntarismo aqui não cabem”.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também defendeu a necessidade de uma preparação prévia. Segundo ele, a articulação é indispensável para que “os dois povos se sintam valorizados na negociação”. Haddad afirmou ainda que “é papel nosso, dos ministros, azeitar os canais, para que a conversa, quando ocorrer, seja mais dignificante e edificante possível”, acrescentando que já houve “várias conversas que não foram respeitosas”.“Tem de haver uma preparação antes para que seja uma coisa respeitosa. Não haja um sentimento de vira-latismo, de subordinação”, ressaltou. 

<><> Brasil busca diálogo, mas cobra reciprocidade

O chanceler Mauro Vieira, que se encontra em Nova York após participar de um evento sobre a Palestina, indicou disposição de se deslocar a Washington caso algum integrante do governo Trump aceite recebê-lo. Até o momento, no entanto, não há confirmação oficial de agenda.

Nos bastidores, diplomatas informam que os canais de negociação continuam ativos. “Nossa posição quanto à negociação está clara, de que estamos prontos a negociar tarifas, e isso há dias. Enquanto houver silêncio do lado de lá temos que insistir nisso, e a viagem do ministro é mais uma reiteração dessa nossa posição”, afirmou um interlocutor do Itamaraty.

<><> Decisão entra em vigor nesta sexta-feira

Se nada for alterado, a sobretaxa de 50% anunciada por Donald Trump entra em vigor nesta sexta-feira (1º), afetando produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos.

No Palácio do Planalto, auxiliares de Lula avaliam, também em caráter reservado, que Trump se mostra um presidente “imprevisível” nas relações com outros líderes globais. Por isso, um roteiro combinado entre os dois governos é considerado essencial antes de qualquer contato direto.

Desde o anúncio do tarifaço, o governo brasileiro tem reiterado disposição para negociar. No entanto, o presidente Lula e ministros reforçam que questões relacionadas à soberania nacional não estão em pauta. A tensão aumentou após Trump enviar uma carta ao presidente brasileiro mencionando a situação jurídica de Jair Bolsonaro — réu por crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.

Segundo os ministérios das Relações Exteriores, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o próprio Planalto, o Brasil participou de cerca de dez rodadas de negociações com autoridades norte-americanas, mas sem alcançar um consenso.

“O governo brasileiro, por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem buscando negociação com base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica”, informou o MDIC. “Reiteramos que a soberania do Brasil e o estado democrático de direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais, em uma postura que já é clara também para o governo norte-americano”, completou o ministério.

¨      Rui Costa: “o Brasil quer negociar, mas nossa soberania não é moeda de troca”

Em declaração nesta terça-feira (29), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, reagiu à ameaça do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Costa classificou a medida como injustificável e alertou que a soberania nacional não será colocada em risco por pressões comerciais ou políticas. A fala do ministro ocorre em meio à escalada de tensão entre Brasília e Washington após o presidente Donald Trump condicionar a tarifa à suspensão do julgamento de Jair Bolsonaro no Brasil.

A origem da crise foi uma carta publicada em rede social pelo próprio Trump, na qual o ex-presidente norte-americano acusa o Brasil de “perseguir” Bolsonaro e ameaça retaliar economicamente o país caso o processo judicial contra o ex-mandatário siga adiante. As tarifas tem previsão de entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º).

Rui Costa considerou a forma de comunicação “sem precedentes” e reafirmou que o Brasil não aceitará ingerência estrangeira em seus assuntos internos. “O Brasil quer negociar, mas nossa soberania não é moeda de troca”, declarou o ministro. Ele acrescentou: “Nunca, na história das relações diplomáticas, uma comunicação entre nações foi feita como agora: por meio de uma carta publicada em uma rede social, tratando de temas inegociáveis – incluindo uma intromissão indevida em julgamento conduzido pela Justiça brasileira.”

O ministro também destacou que os Estados Unidos mantêm, há mais de uma década, superávit comercial expressivo com o Brasil, o que desmonta qualquer argumento econômico para a taxação: “Não há justificativa econômica para o anúncio do presidente dos Estados Unidos sobre a imposição de tarifas ao Brasil, especialmente considerando que os EUA acumularam um superávit de 400 bilhões de dólares nos últimos 15 anos, na relação comercial com o nosso país”.

Segundo Rui Costa, o governo brasileiro já está adotando medidas para proteger empresas e produtores nacionais, além de estudar ações de reciprocidade. “Estamos tranquilos e tratando de diversas medidas voltadas à proteção das empresas e dos produtores brasileiros, ao fortalecimento e à diversificação das relações comerciais internacionais, ao adensamento da nossa cadeia produtiva industrial, além de medidas de reciprocidade, caso as tarifas sejam confirmadas.”

Ele ainda advertiu que uma guerra comercial traria prejuízos não apenas ao Brasil, mas também à economia americana. “Guerra comercial não é boa para ninguém. Gera prejuízo para todos – inclusive para os EUA. Eles consomem suco de laranja do Brasil. Se houver a taxação de 50%, os americanos vão pagar mais caro pelo produto. Eles compram carne, café. Vai ter repercussão na inflação americana também. Prejudica o povo americano e a economia brasileira.”

Apesar do impasse, o Brasil não fechou a porta para o diálogo. Rui Costa informou que uma missão de senadores brasileiros, incluindo Jaques Wagner (PT-BA), está em Washington tentando abrir canais de negociação. No entanto, segundo o ministro, “a sinalização por lá é de que o assunto está restrito à Casa Branca”.

Por fim, o ministro destacou que o governo já avalia redirecionar parte das exportações brasileiras a outros mercados, caso a tarifa seja implementada. “Boa parte dos produtos brasileiros tem potencial para ser realocada em outros mercados, a exemplo do aço e das frutas. Vamos trabalhar firme, com o grupo dedicado a esse tema, para que a gente possa redirecionar as exportações brasileiras e, se necessário, adotar as medidas de reciprocidade.”

¨      Trump exige humilhação de Lula como condição para negociar com o Brasil, dizem senadores

No primeiro dia da visita oficial de uma delegação do Senado brasileiro aos Estados Unidos, uma constatação alarmante ganhou corpo entre os parlamentares: o presidente norte-americano, Donald Trump, estaria determinado a submeter o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a uma situação de humilhação para sentir-se vitorioso em qualquer tratativa bilateral.

Segundo os relatos obtidos pela comitiva, Trump repetiria com Lula a mesma estratégia adotada contra o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, exigindo concessões unilaterais e simbólicas como forma de afirmação de poder. A conclusão veio após reuniões com representantes da Câmara de Comércio Brasil-EUA, escritórios de advocacia com acesso à Casa Branca e integrantes do setor empresarial. Trump precisará sair com a sensação de vitória para entrar em acordo com o Brasil, ouviram os senadores.

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<><> Tarifas como arma política e ameaça à soberania

O cenário se agravou com o anúncio de tarifas que podem alcançar 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A medida isola o Brasil da “vala comum” de 15% a 20% oferecida a outros países e é percebida em Brasília como retaliação à aproximação crescente com a China e ao avanço dos processos contra Jair Bolsonaro (PL) no Judiciário.

A comitiva ouviu que Trump vê o processo contra Bolsonaro por tentativa de golpe como “perseguição” e, por isso, impõe barreiras comerciais ao Brasil como uma espécie de reação pessoal. Os senadores também foram alertados sobre a dificuldade de reverter essa posição, pois Trump deseja se apresentar internamente como vencedor de qualquer negociação internacional.

<><> Riscos de guerra comercial e perdas para empresas brasileiras

Mesmo com o prazo iminente para o início da nova tarifa, a pressão do setor empresarial ainda não alcançou força suficiente para influenciar a Casa Branca. Um dos setores mais atingidos é o aeroespacial.

O impacto da medida não é desprezível, embora o governo brasileiro busque minimizar os danos por meio de crédito extraordinário e programas de compensação. Contudo, o prejuízo é estrutural. Setores como o de carnes, café e laranja, importantes para o superávit comercial, enfrentam riscos imediatos. A eventual substituição do Brasil por países como México e Colômbia nos EUA representaria uma perda estratégica duradoura.

<><> Lula mantém moderação, mas descarta rendição

Apesar das tensões e das provocações vindas de Washington, Lula tem adotado um tom moderado: “Espero que o presidente dos EUA reflita a importância do Brasil e resolva fazer o que num mundo civilizado a gente faz: tem divergência? Senta numa mesa, coloca a divergência de lado e vamos resolver, e não de uma forma abrupta”.

Entretanto, a disposição do governo brasileiro em resistir a imposições arbitrárias é clara.

 

Fonte: Brasil 247

 

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