César
Fonseca: Trump acelera relação Brasil-China
Sob
pressão do presidente Donald Trump, que impõe um tarifaço de 50% sobre as
exportações brasileiras aos Estados Unidos a partir da próxima sexta-feira, o
presidente Lula endurece o discurso: "o pobre tem que estar no orçamento e
o rico no imposto de renda". Lula sabe que os impactos da medida recairão
sobre os mais vulneráveis — com desemprego, fome e miséria.
A
ofensiva de Trump empurra o Brasil para a salvaguarda chinesa. O presidente Xi
Jinping já se manifestou: a China está pronta para ajudar o Brasil e a América
Latina diante da agressiva política tarifária norte-americana.
Mas
quem vai consumir o excedente que não será mais exportado aos EUA se o pobre
está fora do orçamento e o Estado, limitado pelo arcabouço fiscal neoliberal,
não pode investir no social, pois deve garantir o superávit dos rentistas?
O
tarifaço trumpista aprofunda a crise social imposta pelo modelo neoliberal —
metas inflacionárias rígidas, câmbio flutuante, superávit primário — que
restringe o crescimento da economia brasileira.
Trump,
com sua agressividade, acaba fortalecendo a tese de Lula: gasto social não é
despesa, é investimento. É preciso investir para gerar emprego, renda, consumo,
produção e arrecadação. É assim que o capitalismo gira, acumulando capital de
forma contínua.
Às
vésperas da medida que alarma os mercados e agrava a tensão social, o governo
terá que agir com rapidez para atender a uma demanda social crescente. A
confusão, como diria Machado de Assis, é geral.
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Nova geopolítica global
A
China, assim, desponta como esperança concreta no horizonte. Aproveita a
oportunidade aberta pela escalada imperial de Trump para intensificar sua
aproximação com o Brasil, disposto a absorver parte do excedente que não será
mais exportado aos EUA.
Desenha-se
uma nova estratégia geopolítica para o desenvolvimento brasileiro: menos
dependência da demanda americana e mais integração com a China — hoje, a
economia mais robusta do planeta.
A
urgência é imposta por Trump. O Brasil não vai se submeter passivamente ao
bloqueio do novo imperador americano. Ao contrário: acelera o estreitamento das
relações com Pequim e redesenha sua política externa.
Se o
líder do Ocidente rompe laços econômicos com o Brasil por motivações políticas
e imperialistas, o país se volta naturalmente para o Oriente. Lá está o maior
mercado global, segundo o poder de paridade de compra, com capacidade real de
desafiar a hegemonia do dólar.
O rumo
oriental se impõe. A pressão do desemprego, da fome e da retração econômica —
consequências diretas do tarifário trumpista — não deixam ao governo Lula outra
alternativa.
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Lula e Putin no mesmo barco
Diante
do risco de acúmulo de excedente não exportável aos EUA, a classe produtiva
brasileira pressionará o governo por soluções imediatas. Isso criará o ambiente
para ações emergenciais fora do programa original, com foco na ampliação da
parceria com a China e a Ásia.
Algo
semelhante ocorreu com a Rússia. Após as sanções comerciais impostas pelos EUA
e a OTAN na guerra da Ucrânia, Moscou redirecionou suas exportações para a
China e outros países asiáticos, além de estreitar os laços diplomáticos com
Pequim.
Putin,
acuado pelas sanções e pelo confisco de reservas financeiras em bancos
ocidentais, buscou a salvação no Oriente. E encontrou. A partir desse
realinhamento, a Rússia passou a defender com vigor o fim da hegemonia do dólar
e a adoção de moedas locais nas trocas comerciais dos BRICS.
Agora,
Lula segue trilha semelhante. O tarifaço de Trump acelera o realinhamento
brasileiro. A política externa será reconfigurada a partir dos interesses
concretos da soberania e da sobrevivência econômica.
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Grito de guerra
O
tarifaço trumpista é, na prática, um grito de guerra dos EUA contra o Brasil —
justamente contra um de seus principais fornecedores de bens manufaturados.
Ao
mesmo tempo, Trump revela seu interesse por minerais estratégicos do subsolo
brasileiro, sem os quais seu projeto de vanguarda tecnológica não se sustenta.
Grita com força, mas expõe sua fraqueza: não tem as matérias-primas que o
capitalismo de alta tecnologia exige.
O
excedente não exportável funciona como um bloqueio comercial. Suas
consequências: mais desemprego, maior crise social, instabilidade política.
Para enfrentá-las, Lula responde com geopolítica — e aproximação da China.
¨ Haddad não descarta
conversa direta entre Lula e Trump
Durante
entrevista a jornalistas nesta terça-feira (29), na chegada ao Ministério da
Fazenda, o ministro Fernando Haddad (PT) indicou que uma conversa direta entre
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, não está descartada, mas precisa ocorrer com o devido preparo e
respeito institucional.
A
possível reunião entre os dois chefes de Estado tem como pano de fundo o
aumento tarifário unilateral anunciado por Trump, que poderá afetar exportações
brasileiras a partir de 1º de agosto. Haddad afirmou que há sinais de
disposição por parte de autoridades norte-americanas em negociar com o Brasil e
enfatizou que o país está aberto ao diálogo.
“Em
relação ao Brasil, sempre vai ser [possível chegar a um acordo]. O Brasil nunca
abandonou mesa de negociação. Acredito que essa semana já há algum sinal de
interesse em conversar e há uma maior sensibilidade de algumas autoridades dos
Estados Unidos de que talvez tenham se passado um pouquinho”, disse o ministro.
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“Preparação mínima” e defesa da soberania
Haddad
defendeu que o diálogo entre Lula e Trump, se ocorrer, deve ser precedido de
uma preparação diplomática adequada, sem açodamento ou postura subalterna por
parte do governo brasileiro. Ele fez duras críticas ao comportamento da
oposição e a Jair Bolsonaro (PL), a quem acusou de adotar um estilo
“subserviente” em relação aos Estados Unidos.
“Quando
dois chefes de Estado vão conversar, tem uma preparação antes para que não seja
uma coisa que subordine um país a outro. É uma preparação protocolar mínima
para que dois chefes possam conversar”, destacou. “A gente tem que entender que
o Brasil é grande. Isso não é arrogância nenhuma, longe de nós. [...] Tem que
haver uma preparação antes para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois
povos se sintam valorizados, não haja um sentimento de vira-latismo, de
subordinação".
Haddad
também criticou a pressão de setores da oposição para que o governo brasileiro
adote uma postura apressada na resolução da crise:
“Às
vezes vejo pressão da oposição: ‘vai lá, sai correndo atrás’. O Bolsonaro tinha
um estilo muito subserviente. Isso não está à altura do Brasil. Foi o
presidente mais subserviente da história do Brasil. Precisa virar um pouquinho
a página da subserviência".
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Articulação diplomática e ambiente de negociação
O
ministro da Fazenda afirmou que os canais de diálogo com os Estados Unidos
estão ativos. Ele mencionou reuniões com autoridades como Scott Bessent e
Howard Lutnick, além do envolvimento direto do vice-presidente Geraldo Alckmin
(PSB) e do chanceler Mauro Vieira. O objetivo é construir um ambiente propício
para a negociação direta entre os presidentes.
“É
papel nosso, dos ministros, justamente azeitar os canais para que a conversa,
quando ocorrer, seja a mais dignificante e edificante possível, não seja uma
coisa como aconteceu né… Vocês presenciaram várias conversas que não foram
respeitosas".
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Sem pressa: “data não é fatídica”
Embora
a nova alíquota imposta pelos EUA esteja prevista para entrar em vigor no dia
1º de agosto, Haddad afirmou que a data não deve ser tratada como um limite
intransponível. Segundo ele, o mais importante é garantir um acordo que
preserve os interesses brasileiros.
“Não
sei se vai dar tempo até o dia 1º, mas o que importa não é essa data. Não é uma
data fatídica. [...] Pode entrar em vigor e nós nos sentarmos e rapidamente
concluirmos uma negociação".
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Plano de contingência pronto e confiança no diálogo
Por
fim, Haddad disse que o presidente Lula recebeu com tranquilidade o plano de
contingência elaborado pelo governo e reafirmou a disposição do Brasil de
manter-se na mesa de negociações com os EUA.
“O
presidente manifestou muita tranquilidade ao plano de contingência. [...] Ele
falou: ‘olha, não vou me fixar em data porque tenho uma relação história com os
Estados Unidos. Me dei bem com todos os presidentes americanos com quem
dialoguei. Não tem razão para ser diferente agora’".
“O
Brasil vai estar preparado para cuidar das suas empresas, dos seus
trabalhadores e, ao mesmo tempo, se manter permanentemente na mesa de
negociação, buscando racionalidade, respeito mútuo, estreitamento das
relações".
¨ Diplomacia brasileira
veta telefonema 'de improviso' entre Lula e Trump
A
avaliação dentro do Ministério das Relações Exteriores é de que uma eventual
conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de uma tarifa
extra de 50% às exportações brasileiras precisa ser cuidadosamente articulada.
Segundo o g1, diplomatas
afirmaram que qualquer diálogo direto entre os líderes deve ser construído por
meio de tratativas entre os representantes do Palácio do Planalto e da Casa
Branca, evitando improvisos que possam resultar em constrangimentos.
O
alerta é motivado pelo comportamento recente de Trump em interações públicas
com outros chefes de Estado. Em conversa com o presidente da Ucrânia, Volodymyr
Zelensky, Trump adotou tom agressivo e o acusou de ser
"desrespeitoso" com os Estados Unidos. Em outro episódio, no Salão
Oval, apresentou supostos vídeos de um "genocídio branco" na África
do Sul durante encontro com o presidente Cyril Ramaphosa — imagens cuja
veracidade não foi comprovada.
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Risco de desgaste diplomático
Uma
comitiva de senadores brasileiros que está em Washington passou a defender que
Lula ligue diretamente para Trump. A sugestão, porém, enfrenta resistência
entre diplomatas. “Telefonema entre presidentes não se improvisa, requer uma
preparação prévia. Em casos de crise como a atual, mais ainda”, afirmou um
diplomata sob condição de anonimato. Segundo ele, quando não há articulação
sólida por trás do contato, podem ocorrer situações constrangedoras como as
registradas recentemente. Outro diplomata reforçou que “ambos os presidentes já
deixaram aberta a possibilidade [de conversa] em declarações à imprensa, mas
improvisação e voluntarismo aqui não cabem”.
O
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também defendeu a necessidade de uma
preparação prévia. Segundo ele, a articulação é indispensável para que “os dois
povos se sintam valorizados na negociação”. Haddad afirmou ainda que “é papel
nosso, dos ministros, azeitar os canais, para que a conversa, quando ocorrer,
seja mais dignificante e edificante possível”, acrescentando que já houve
“várias conversas que não foram respeitosas”.“Tem de haver uma preparação antes
para que seja uma coisa respeitosa. Não haja um sentimento de vira-latismo, de
subordinação”, ressaltou.
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Brasil busca diálogo, mas cobra reciprocidade
O
chanceler Mauro Vieira, que se encontra em Nova York após participar de um
evento sobre a Palestina, indicou disposição de se deslocar a Washington caso
algum integrante do governo Trump aceite recebê-lo. Até o momento, no entanto,
não há confirmação oficial de agenda.
Nos
bastidores, diplomatas informam que os canais de negociação continuam ativos.
“Nossa posição quanto à negociação está clara, de que estamos prontos a
negociar tarifas, e isso há dias. Enquanto houver silêncio do lado de lá temos
que insistir nisso, e a viagem do ministro é mais uma reiteração dessa nossa
posição”, afirmou um interlocutor do Itamaraty.
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Decisão entra em vigor nesta sexta-feira
Se nada
for alterado, a sobretaxa de 50% anunciada por Donald Trump entra em vigor
nesta sexta-feira (1º), afetando produtos brasileiros exportados aos Estados
Unidos.
No
Palácio do Planalto, auxiliares de Lula avaliam, também em caráter reservado,
que Trump se mostra um presidente “imprevisível” nas relações com outros
líderes globais. Por isso, um roteiro combinado entre os dois governos é
considerado essencial antes de qualquer contato direto.
Desde o
anúncio do tarifaço, o governo brasileiro tem reiterado disposição para
negociar. No entanto, o presidente Lula e ministros reforçam que questões
relacionadas à soberania nacional não estão em pauta. A tensão aumentou após
Trump enviar uma carta ao presidente brasileiro mencionando a situação jurídica
de Jair Bolsonaro — réu por crimes como tentativa de golpe de Estado e
organização criminosa.
Segundo
os ministérios das Relações Exteriores, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio
e Serviços (MDIC) e o próprio Planalto, o Brasil participou de cerca de dez
rodadas de negociações com autoridades norte-americanas, mas sem alcançar um
consenso.
“O
governo brasileiro, por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem
buscando negociação com base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou
ideológica”, informou o MDIC. “Reiteramos que a soberania do Brasil e o estado
democrático de direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro
continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais, em uma postura que
já é clara também para o governo norte-americano”, completou o ministério.
¨ Rui Costa: “o Brasil
quer negociar, mas nossa soberania não é moeda de troca”
Em
declaração nesta terça-feira (29), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, reagiu
à ameaça do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre
produtos brasileiros. Costa classificou a medida como injustificável e alertou
que a soberania nacional não será colocada em risco por pressões comerciais ou
políticas. A fala do ministro ocorre em meio à escalada de tensão entre
Brasília e Washington após o presidente Donald Trump condicionar a tarifa à
suspensão do julgamento de Jair Bolsonaro no Brasil.
A
origem da crise foi uma carta publicada em rede social pelo próprio Trump, na
qual o ex-presidente norte-americano acusa o Brasil de “perseguir” Bolsonaro e
ameaça retaliar economicamente o país caso o processo judicial contra o
ex-mandatário siga adiante. As tarifas tem previsão de entrar em vigor na
próxima sexta-feira (1º).
Rui
Costa considerou a forma de comunicação “sem precedentes” e reafirmou que o
Brasil não aceitará ingerência estrangeira em seus assuntos internos. “O Brasil
quer negociar, mas nossa soberania não é moeda de troca”, declarou o ministro.
Ele acrescentou: “Nunca, na história das relações diplomáticas, uma comunicação
entre nações foi feita como agora: por meio de uma carta publicada em uma rede
social, tratando de temas inegociáveis – incluindo uma intromissão indevida em
julgamento conduzido pela Justiça brasileira.”
O
ministro também destacou que os Estados Unidos mantêm, há mais de uma década,
superávit comercial expressivo com o Brasil, o que desmonta qualquer argumento
econômico para a taxação: “Não há justificativa econômica para o anúncio do
presidente dos Estados Unidos sobre a imposição de tarifas ao Brasil,
especialmente considerando que os EUA acumularam um superávit de 400 bilhões de
dólares nos últimos 15 anos, na relação comercial com o nosso país”.
Segundo
Rui Costa, o governo brasileiro já está adotando medidas para proteger empresas
e produtores nacionais, além de estudar ações de reciprocidade. “Estamos
tranquilos e tratando de diversas medidas voltadas à proteção das empresas e
dos produtores brasileiros, ao fortalecimento e à diversificação das relações
comerciais internacionais, ao adensamento da nossa cadeia produtiva industrial,
além de medidas de reciprocidade, caso as tarifas sejam confirmadas.”
Ele
ainda advertiu que uma guerra comercial traria prejuízos não apenas ao Brasil,
mas também à economia americana. “Guerra comercial não é boa para ninguém. Gera
prejuízo para todos – inclusive para os EUA. Eles consomem suco de laranja do
Brasil. Se houver a taxação de 50%, os americanos vão pagar mais caro pelo
produto. Eles compram carne, café. Vai ter repercussão na inflação americana
também. Prejudica o povo americano e a economia brasileira.”
Apesar
do impasse, o Brasil não fechou a porta para o diálogo. Rui Costa informou que
uma missão de senadores brasileiros, incluindo Jaques Wagner (PT-BA), está em
Washington tentando abrir canais de negociação. No entanto, segundo o ministro,
“a sinalização por lá é de que o assunto está restrito à Casa Branca”.
Por
fim, o ministro destacou que o governo já avalia redirecionar parte das
exportações brasileiras a outros mercados, caso a tarifa seja implementada.
“Boa parte dos produtos brasileiros tem potencial para ser realocada em outros
mercados, a exemplo do aço e das frutas. Vamos trabalhar firme, com o grupo
dedicado a esse tema, para que a gente possa redirecionar as exportações
brasileiras e, se necessário, adotar as medidas de reciprocidade.”
¨ Trump exige
humilhação de Lula como condição para negociar com o Brasil, dizem senadores
No
primeiro dia da visita oficial de uma delegação do Senado brasileiro aos
Estados Unidos, uma constatação alarmante ganhou corpo entre os parlamentares:
o presidente norte-americano, Donald Trump, estaria determinado a submeter o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a uma situação de humilhação para
sentir-se vitorioso em qualquer tratativa bilateral.
Segundo
os relatos obtidos pela comitiva, Trump repetiria com Lula a mesma estratégia
adotada contra o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, exigindo concessões
unilaterais e simbólicas como forma de afirmação de poder. A conclusão veio
após reuniões com representantes da Câmara de Comércio Brasil-EUA, escritórios
de advocacia com acesso à Casa Branca e integrantes do setor empresarial. Trump
precisará sair com a sensação de vitória para entrar em acordo com o Brasil,
ouviram os senadores.
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Tarifas como arma política e ameaça à soberania
O
cenário se agravou com o anúncio de tarifas que podem alcançar 50% sobre
produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A medida isola o Brasil da “vala
comum” de 15% a 20% oferecida a outros países e é percebida em Brasília como
retaliação à aproximação crescente com a China e ao avanço dos processos contra
Jair Bolsonaro (PL) no Judiciário.
A
comitiva ouviu que Trump vê o processo contra Bolsonaro por tentativa de golpe
como “perseguição” e, por isso, impõe barreiras comerciais ao Brasil como uma
espécie de reação pessoal. Os senadores também foram alertados sobre a
dificuldade de reverter essa posição, pois Trump deseja se apresentar
internamente como vencedor de qualquer negociação internacional.
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Riscos de guerra comercial e perdas para empresas brasileiras
Mesmo
com o prazo iminente para o início da nova tarifa, a pressão do setor
empresarial ainda não alcançou força suficiente para influenciar a Casa Branca.
Um dos setores mais atingidos é o aeroespacial.
O
impacto da medida não é desprezível, embora o governo brasileiro busque
minimizar os danos por meio de crédito extraordinário e programas de
compensação. Contudo, o prejuízo é estrutural. Setores como o de carnes, café e
laranja, importantes para o superávit comercial, enfrentam riscos imediatos. A
eventual substituição do Brasil por países como México e Colômbia nos EUA
representaria uma perda estratégica duradoura.
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Lula mantém moderação, mas descarta rendição
Apesar
das tensões e das provocações vindas de Washington, Lula tem adotado um tom
moderado: “Espero que o presidente dos EUA reflita a importância do Brasil e
resolva fazer o que num mundo civilizado a gente faz: tem divergência? Senta
numa mesa, coloca a divergência de lado e vamos resolver, e não de uma forma
abrupta”.
Entretanto,
a disposição do governo brasileiro em resistir a imposições arbitrárias é
clara.
Fonte:
Brasil 247

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