Policia
italiana prende deputada fugitiva Carla Zambelli
A
deputada Carla
Zambelli (PL-SP) foi presa na Itália nesta terça-feira (29),
afirmou o Ministério da Justiça.
Agentes
da polícia foram até o apartamento que ela estava ocupando e fizeram a prisão.
Ela tinha
fugido para a Itália depois de ter sido condenada pelo Supremo
Tribunal Federal a 10 anos de prisão no caso da invasão hacker ao sistema do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Antes, passou pelos Estados Unidos.
O deputado
italiano Angelo Bonelli contou em sua conta no X que ele deu o
endereço de Zambelli para a polícia italiana.
“Carla
Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia. Neste
momento, a polícia está identificando Zambelli”, escreveu o parlamentar.
O
Ministério da Justiça brasileiro já havia solicitado oficialmente a extradição
da deputada. Foragida, o nome dela estava na lista da Interpol.
Ainda
não há data para a vinda dela para o Brasil.
O que
acontece agora é que, em até 48h, haverá a validação e a definição da audiência
para decidir sobre a extradição.
O
processo de extradição depende do governo italiano e pode levar anos.
Após a
prisão, Zambelli disse que quer ser julgada pela Justiça italiana e que ela vai
provar que não tem envolvimento na invasão do sistema do CNJ.
Segundo
a deputada, a condenação dela foi baseada em depoimento do hacker Walter
Delgatti, a quem chamou de mentiroso.
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Relembre o caso
O
Ministério da Justiça brasileiro já havia solicitado oficialmente a extradição
da ex-deputada, que é considerada foragida após ter sido condenada a 10 anos de
prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A Corte
também determinou a perda do mandato, o que ainda será analisado pela Câmara.
A
decisão do STF foi tomada após Zambelli ser acusada de invadir sistemas do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023, em parceria com o
hacker Walter Delgatti, que também está preso.
Desde
maio, a parlamentar deixou o Brasil, passou pelos Estados Unidos e se mudou
para a Itália. A deputada tem cidadania italiana.
Octávio
Guedes: Carla Zambelli foi presa por ‘molecagem criminosa’, não por perseguição
política
Deputada
invadiu o sistema da Justiça brasileira com ajuda de um hacker para cometer
falsidade ideológica
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Presa na
Itália na tarde desta terça-feira (29), a deputada federal Carla
Zambelli foi presa por uma 'molecagem criminosa'. Ela espera a decisão da
Justiça italiana para aber qual será o seu futuro, mas não há
nada de perseguição política em sua prisão.
Desde
que saiu do Brasil, são dois os discursos usados por ela: ora diz que saiu para
tratar da sua saúde e, depois, diz que é uma perseguida política. Ou está em
tratamento e volta ao Brasil ou é perseguida.
O crime
pelo qual Zambelli foi condenada não tem nada de perseguição política, é uma
molecagem que, se não estivesse no código penal, não daria nada.
Por que
molecagem? Ela se uniu a um hacker, o hacker de Araraquara, para forjar um
mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre
de Moraes assinado pelo próprio Alexandre de Moraes.
O texto
começava da seguinte forma: "eu, o todo poderoso Alexandre de
Moraes". É molecagem. Não é perseguição política, um ato político, é
falsidade ideológica.
Outro
processo contra ela, no qual Zambelli ainda não foi julgada, também não tem
nada de crime político. Às vésperas da eleição de 2022, a deputada sacou uma
arma e saiu correndo atrás de um cidadão por ter se sentido ofendida por ele.
Não tem nada de crime político nisso.
A
argumentação dela de ser uma perseguida política não tem equivalência com os
crimes pelos quais ela já foi condenada ou pelos quais responde na Justiça.
Vale
lembrar: a Itália não agiu como o Brasil, que não
extraditou Cesare Battisti, um homicida, alegando perseguição
política na Itália. Um comportamento bem diferente do que foi adotado por aqui.
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Visitas de parentes e outros brasileiros em apartamento
ajudaram na localização de Carla Zambelli em Roma, diz PF
A
visita de parentes e de outros brasileiros no apartamento onde Carla Zambelli
foi presa em Roma, na Itália, ajudou a Polícia Federal (PF) brasileira a
localizar a deputada e a prendê-la
nesta terça-feira (29).
Zambelli
foi localizada em um prédio residencial no bairro de Aurélio, na capital
italiana, após ter passado por outros endereços desde que chegou ao país.
Policiais federais brasileiros, destacados na Europa, foram responsáveis pela
investigação que levou ao paradeiro da parlamentar e repassaram os dados e o
endereço às autoridades italianas.
Segundo
o advogado de Zambelli, Fabio Pagnozzi, ela teria se entregado às autoridades,
o que a Polícia Federal nega. Segundo ele, o objetivo
dela foi a colaboração com a polícia e que ela busca não ser extraditada.
A
deputada foi encaminhada à Divisão de Capturas do Setor de Cooperação
Internacional da polícia italiana, órgão ligado diretamente ao Ministério do
Interior e que atua em parceria com a Interpol.
No
momento da abordagem, Zambelli não ofereceu resistência. Estava tranquila, de
acordo com relatos feitos por policiais italianos aos colegas brasileiros. Ela
foi informada da ordem de prisão com base na difusão vermelha da Interpol,
expedida a partir do mandado do Supremo Tribunal Federal (STF).
Antes
de ser levada, a deputada telefonou para seu advogado. Documentos foram
apreendidos no local.
O
deputado italiano Angelo Bonelli afirmou em uma rede social que foi
responsável por informar à polícia o endereço onde estava Carla Zambelli.
"Eu
liguei para a Polícia Nacional para informar o endereço onde estava Carla
Zambelli. Duas horas e meia depois, a polícia confirmou que ela estava no
apartamento. Consequentemente foi aplicado o pedido da Interpol", afirmou.
Em 14
de maio, Zambelli foi condenada por unanimidade pela invasão aos sistemas do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica.
De
acordo com a denúncia, a deputada orientou o hacker Walter Delgatti Neto a
invadir o sistema para inserir documentos falsos, incluindo um mandado de
prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Zambelli
deixou o país pela fronteira com a Argentina e estava na Itália -- a
parlamentar tem cidadania italiana. Em junho, ela teve o nome inserido na lista
de procurados da Interpol e teve condenação mantida pela 1ª turma do Supremo
Tribunal Federal (STF).
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Investigações
Zambelli
também é investigada em dois inquéritos sigilosos no STF. Um deles, é o chamado
“inquérito das fake news”, que apura a disseminação de notícias falsas e
ataques a ministros do Supremo.
O
outro, o inquérito das milícias digitais, investiga a suposta participação da
deputada em articulações golpistas após o resultado das eleições de 2022.
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Zambelli estava lavando o cabelo quando foi presa na
Itália, diz advogado
Carla
Zambelli estava em seu apartamento em Roma, pintando e lavando o cabelo, quando
a polícia italiana chegou para efetuar
a prisão nesta terça-feira (29), segundo o advogado da deputada
federal, Fabio Pagnozzi. Em seguida, ela pegou seus remédios e foi levada para
a delegacia.
Segundo
Pagnozzi, ela teria se entregado às autoridades, o que a Polícia Federal nega.
Segundo ele, o objetivo dela foi a colaboração com a polícia e que ela busca
não ser extraditada.
Em
vídeo publicado no Instagram de Pagnozzi, Zambelli afirma que quer ser julgada
na Itália e que, caso tenha que cumprir pena, que será no país.
Zambelli
foi presa pela polícia italiana e, segundo a PF, houve intensa colaboração
entre as corporações do Brasil e da Itália para efetuar a prisão.
Segundo
a PF, Zambelli foi levada para uma delegacia italiana, e as autoridades locais
têm 48 horas para decidir sobre validação da prisão e, segundo a PF, só depois
definirá audiência para discutir extradição.
"Agora
ouvirão a Autoridade Judiciária que vai dar encaminhamento em 48 horas. Pode
ser prisão domiciliar, soltar ou encaminhar processo de extradição”, afirmou o
diretor da PF, Andrei Rodrigues, ao blog.
O
deputado italiano Angelo Bonelli afirmou em
uma rede social que foi responsável por informar à polícia o endereço onde
estava Carla Zambelli.
"Eu
liguei para a Polícia Nacional para informar o endereço onde estava Carla
Zambelli. Duas horas e meia depois, a polícia confirmou que ela estava no
apartamento. Consequentemente foi aplicado o pedido da Interpol", afirmou.
Em 14
de maio, Zambelli foi condenada por unanimidade pela invasão aos sistemas do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica.
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Deputado italiano diz que foi responsável por entregar
endereço à polícia
O
deputado italiano Angelo Bonelli afirmou em uma rede social que foi responsável
por informar à polícia o endereço onde estava Carla Zambelli. A
parlamentar brasileira foi detida
nesta terça-feira (29) em Roma, segundo o Ministério da Justiça.
À GloboNews,
Bonelli contou que recebeu a informação de que Zambelli havia sido vista no
bairro Aurelio, na capital italiana, e então decidiu acionar a Polícia
Nacional.
"Eu
liguei para a Polícia Nacional para informar o endereço onde estava Carla
Zambelli. Duas horas e meia depois, a polícia confirmou que ela estava no
apartamento. Consequentemente foi aplicado o pedido da Interpol", afirmou.
Bonelli
disse que havia se incomodado com o fato de Zambelli ter afirmado que era
"intocável" por ter cidadania italiana. Em junho, o deputado italiano
apresentou um ofício formal de interpelação ao governo solicitando que a
brasileira não recebesse
refúgio no país e fosse extraditada.
O
deputado italiano é uma das lideranças do Aliança Verde-Esquerda, uma coligação
de esquerda que faz oposição ao governo da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
A
Polícia Federal informou ao blog da
Andreia Sadi que a deputada foi encaminhada a uma delegacia da
polícia italiana. A autoridade judicial da Itália deve decidir nas próximas 48
horas sobre a prisão. Somente após esse prazo, será avaliado o início de um
possível processo extradição.
O
Ministério da Justiça brasileiro já havia solicitado oficialmente a extradição.
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Foragida
Zambelli
foi condenada em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses
de prisão por envolvimento em um esquema que inseriu mandados de prisão falsos
contra autoridades no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo
a investigação, a deputada agiu em parceria com o hacker Walter Delgatti, que
também está preso.
O STF
também determinou a perda do mandato da parlamentar. No entanto, a decisão
ainda precisa ser analisada pela Câmara.
Após a
condenação, Zambelli deixou o Brasil e viajou para os Estados Unidos. Mais
tarde, se mudou para a Itália.
Atualmente,
a deputada também é alvo de dois inquéritos sigilosos em tramitação no STF:
- Inquérito das
fake news:
investigação sobre a divulgação de notícias falsas e ataques a ministros
da Corte.
- Inquérito das
milícias digitais: apuração sobre suposta participação da
parlamentar em articulações golpistas após o resultado das eleições
presidenciais de 2022.
De
acordo com a denúncia, a deputada orientou o hacker Walter Delgatti Neto a
invadir o sistema para inserir documentos falsos, incluindo um mandado de
prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Zambelli
deixou o país pela fronteira com a Argentina e estava na Itália -- a
parlamentar tem cidadania italiana. Em junho, ela teve o nome inserido na lista
de procurados da Interpol e teve condenação mantida pela 1ª turma do Supremo
Tribunal Federal (STF).
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Quem é Angelo Bonelli, deputado italiano que diz ter dado
endereço de Carla Zambelli à polícia
O
deputado italiano Angelo Bonelli, do grupo Alleanza Verdi e Sinistra, afirmou
em publicação no X que foi ele quem
forneceu à polícia o endereço onde Carla Zambelli (PL-SP)
estava hospedada em Roma. A deputada
federal brasileira foi presa na capital italiana na tarde desta terça-feira
(29).
Segundo
a polícia, Zambelli foi levada a uma delegacia local e, a partir de agora, as
autoridades italianas têm até 48 horas para definir sobre sua soltura,
extradição ou prisão domiciliar.
Em
junho, Angelo Bonelli protocolou
uma interpelação formal aos ministros das Relações Exteriores, da
Justiça e do Interior da Itália cobrando uma posição do governo italiano sobre
o caso. No documento, Bonelli pedia que o governo italiano esclareça se
pretende colaborar com o Brasil, inclusive via Interpol, para garantir o
cumprimento da Lei nº 144/1991 — que rege o tratado de extradição entre os dois
países (relembre no vídeo acima).
Em 16
de julho de 2025, ele fez um discurso no parlamento italiano questionando a
permanência de Zambelli na Itália (veja no vídeo acima).
"O
governo continua em silêncio sobre o caso Zambelli. Por que uma pessoa
procurada e condenada no Brasil pode viver tranquilamente na Itália sem ser
presa?", escreveu o deputado em publicação compartilhada em seu Instagram.
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Quem é Angelo Bonelli
Angelo
Bonelli, 62, é um deputado italiano e uma das lideranças do Aliança
Verde-Esquerda, uma coligação de esquerda que faz oposição ao governo da
primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
Foi
eleito na XIX legislatura em 2022 pelo distrito de Imola, na Emília-Romagna, e
atua como secretário da Comissão de Meio Ambiente.
À
GloboNews, o deputado disse que chamou a polícia após receber a informação que
Zambelli havia sido vista em um bairro chamado Aurelio. Os agentes foram ao
local cerca de duas horas depois e encontraram a parlamentar em um apartamento.
Em suas
rede sociais, Angelo Bonelli faz posts em defesa da Palestina e contra os
líderes da extrema-direita italiana. Ele também faz várias postagens em defesa
da preservação da Amazônia e, em alguns destes conteúdos, fala sobre o Brasil.
Em 9
outubro de 2022, entre o 1º e 2º turno da eleição brasileira, ele postou uma
foto ao lado de Marina Silva, atual ministra do Meio Ambiente, e em apoio ao
então candidato Lula.
"Com
@marinasilva em #SãoPaulo em apoio a @lulaoficial. Marina, deputada federal, é
uma liderança ecologista de renome mundial. Amiga de Chico #Mendes, assassinado
por pistoleiros da Amazônia. Defender o meio ambiente, os direitos humanos e
sociais: trabalharemos juntos por isso", ele escreveu
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Veja o discurso de Angelo Bonelli sobre Zambelli
No dia
16 de julho, Angelo Bonelli compartilhou em seu Instagram um trecho do discurso
que fez no Parlamento italiano no qual questiona as autoridades do país sobre o
caso Zambelli.
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Veja a íntegra abaixo:
"Senhor
ministro, você foi informado por este que vos fala muito antes da chegada de
Carla Zambelli à Itália. Já era de conhecimento público sua intenção de vir
para cá pois ela mesma afirmou, com todas as letras: 'sou cidadã italiana,
portanto sou intocável'. Francamente, considero inadmissível que se use a
cidadania italiana para se declarar intocável. Inadmissível. Isso vale para
qualquer cidadão italiano, não somente para aquele que cometeu crimes graves em
seu país de origem. Mas o que considero ainda mais grave é o fato de que essa
pessoa utiliza perfis no Instagram, divulga vídeos e, mesmo com contas
bancárias bloqueadas, vive tranquilamente na Itália. O que levanta a evidente
suspeita de que alguém esteja oferecendo apoio logístico e político. Quero
chamar a atenção para um ponto relevante porque não pretendo me substituir ao
Ministério do Interior, senhor ministro. O advogado de Carla Zambelli, Fabio
Pagnozzi, declarou publicamente que está em contato com as autoridades
italianas. Portanto, há uma questão: existe algo que o governo não quer revelar
ao país sobre esses contatos em andamento? Então, caso isso não seja verdade,
que fosse desmentido porque a questão é delicada. Em todas as agências e
jornais, o advogado Pagnozzi afirmou estar em contato com autoridades
italianas. Também afirmou que está em contato com algumas forças políticas em
vista de uma eventual candidatura de Zambelli nas próximas eleições. Então, o
que está acontecendo senhor ministro? Como explicar que com toda a competência
das forças policiais italianas ninguém seja capaz de localizar essa pessoa?
Isso nos leva inevitavelmente a pensar que ela conta com uma proteção política
neste país e isso, francamente, seria um fato extremamente grave."
Fonte:
g1

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