segunda-feira, 14 de julho de 2025

Giovanna Vial: 30 anos do genocídio na Bósnia evoca paralelos com a Palestina

Amanhece em Sarajevo, capital da Bósnia e Herzegovina, nesta sexta-feira (11/07). Há exatos 30 anos, os bosníacos, bósnios pertencentes a um grupo étnico de origem muçulmana, se tornavam vítimas do genocídio de Srebrenica, cidade a cerca de 150 quilômetros de Sarajevo.

Três décadas depois, o trauma e luto coletivos e intergeracionais ainda se fazem presentes no país.

Para marcar a data, dezenas de bósnios caminharam em silêncio no centro histórico de Sarajevo, na noite de quinta-feira (10/07), 10 de julho, empunhando bandeiras da Bósnia e flores brancas de centro verde, símbolo de memória e resistência diante do genocídio de Srebrenica.

Sem quaisquer palavras de ordem ou músicas, a marcha em Sarajevo foi marcada por outro aspecto emblemático: a maioria dos manifestantes usava keffiyehs, o tradicional lenço preto e branco associado à resistência palestina, enquanto empunhavam bandeiras palestinas e carregavam cartazes que traziam paralelos entre os eventos de Srebrenica, há 30 anos, e os acontecimentos atuais em Gaza: o assassinato de crianças, a negligência da comunidade internacional e a sua insistente recusa em nomear os crimes pelo que são: genocídio.

<><> Anatomia de um genocídio

O genocídio de Srebrenica se refere ao episódio em que ao menos 8.372 pessoas foram assassinadas em julho de 1995 pelas tropas do Exército da República Srpska (VRS), unidades militares sérvias na Bósnia, sob o comando direto do Ministério do Interior da Sérvia.

Entre as vítimas, em sua maioria homens e meninos, estavam cerca de 600 mulheres e meninas. A vítima mais idosa encontrada em uma vala comum tinha 94 anos, enquanto a mais jovem era uma recém-nascida e viveu apenas por alguns momentos.

Srebrenica foi parte de uma campanha mais ampla de genocídio e perseguição sistemática contra os bosníacos que começou em 1992, após a declaração de independência da Bósnia em relação à antiga Iugoslávia.

Pouco depois da independência, a Bósnia foi atacada pela Sérvia e Montenegro (ainda chamada de Iugoslávia na época) sob a liderança do então presidente Slobodan Milošević. Esse mesmo regime já havia conduzido guerras contra a Eslovênia, a Croácia, e posteriormente também conduziria uma guerra contra a região de Kosovo.

Embora as guerras pós-Iugoslávia tenham sido majoritariamente iniciadas pela Sérvia e Montenegro, vale destacar que, em 1993, a Croácia também lançou operações militares dentro do território da Bósnia.

Durante a guerra na Bósnia, reconhecida internacionalmente como uma guerra de agressão – conflito iniciado por um Estado com o objetivo de invadir, dominar ou ocupar outro território de forma ilegítima, violando o Direito Internacional – 104 mil pessoas morreram, a maioria delas bosníacos.

Antes do genocídio, Srebrenica esteve sob cerco sérvio entre 1992 e 1995. Durante esse período, mais de 2 mil pessoas foram mortas por bombardeios, fome e tiros de franco-atiradores. Além disso, civis bosníacos em outras partes da Bósnia (incluindo mulheres, crianças e idosos) foram mantidos em uma rede sistemática de campos de concentração, onde foram torturados, submetidos à fome, estuprados e assassinados.

<><> De Srebrenica à Gaza

As manifestações pró-Palestina não são novidade na Bósnia, mas neste ano, os moradores de Sarajevo fizeram questão de vincular o 30º aniversário do genocídio de Srebrenica à marcha contra o genocídio em curso em Gaza.

Existe uma similaridade religiosa no fato de que tanto as vítimas de Srebrenica quanto as de Gaza são majoritariamente muçulmanas, além da presença do Islã como eixo da construção do inimigo, do outro, do suposto incivilizado não-humano a ser combatido, contido e, em última instância, eliminado.

Essa semelhança pode parecer o elo mais evidente entre os dois episódios. Contudo, para muitos bósnios, a necessidade de evocá-los em paralelo vai além.

“O que queremos transmitir vai muito além da semelhança de sermos muçulmanos”, relatou Ena Ibrahimovic, jovem bósnia estudante de medicina que participava da marcha em Sarajevo, à reportagem de Opera Mundi. “Nosso ponto de partida aqui é a humanidade”.

Para Edin Sarić, arquiteto bósnio de 35 anos, “há muitas semelhanças entre os dois genocídios, especialmente em relação à perseguição sistemática, à desumanização, à discriminação e aos métodos planejados de extermínio em massa”.

“O mais aterrador, para mim, é o fato de que o mundo inteiro está assistindo a esses assassinatos brutais e crimes novamente, agora com mais detalhes, em escala ainda maior e de forma muito mais acessível por conta das redes sociais e da internet, e ainda assim decide não fazer nada, optando pelo silêncio. Mas desta vez, não podendo sequer alegar que ‘não sabia o que estava acontecendo’, como talvez se pudesse dizer há 30 ou 80 anos atrás”, disse o bósnio.

Edin chamou atenção, ainda, para o perigo que existe na simplificação de acontecimentos como os de Srebrenica e Gaza a partir do ponto de vista da religião.

“Dizer que o que aconteceu na Bósnia-Herzegovina ou na Palestina foi ou é uma guerra entre religiões nada mais é que uma desculpa, uma simplificação e uma justificativa para crimes cometidos dentro e fora de casa”, explicou.

Tanto no caso da Bósnia quanto no da Palestina, simplificar os acontecimentos sob a lente de “conflitos religiosos” parece ser um mecanismo para desviar a atenção dos verdadeiros motivadores do crime de genocídio: o ultranacionalismo, o militarismo, os projetos expansionistas, a violência de Estado deliberadamente orquestrada e guerras de agressão, cuidadosamente planejadas com a intenção de eliminar um povo de seu próprio território.

<><> Luto, memória coletiva e responsabilização penal internacional

Na percepção de Ena Ibrahimovic, as três décadas que se passaram desde o genocídio de Srebrenica apenas aprofundaram o luto, tanto da geração que vivenciou os horrores de 1995 quanto das que vieram depois.

Além disso, escancaram a clivagem ainda presente na Bósnia e na região entre aqueles que buscam um processo coletivo de cura e aqueles que seguem insistindo na negação do genocídio. “Continuamos a enterrar corpos todos os anos”, disse a jovem.

Para Edin, o paralelo entre Srebrenica e Gaza deve gerar reflexão sobre a repetição de processos que podem e deveriam ser evitados pela comunidade internacional.

“Quando se trata de ambos os genocídios (na Bósnia em 1995 e agora na Palestina), os atos em si foram precedidos por inúmeros crimes que se repetiram por meses e anos, o que levou à normalização do assassinato, à simplificação excessiva e, sobretudo, à desumanização das vítimas tanto aos olhos do mundo quanto dos próprios executores. O genocídio é o estágio final de todo esse processo”, explicou.

Segundo o arquiteto, “nos casos de genocídio na Bósnia-Herzegovina e do Holocausto, posso afirmar com certeza que a responsabilização criminal não significa nada se não houver uma catarse sistêmica. Basta observar o que acontece na própria Bósnia hoje: mesmo após o genocídio e inúmeras sentenças judiciais, se o sistema, ou parte dele, nega ou se recusa a aceitar as condenações, essas decisões acabam sendo apenas letra morta”.

“Também acredito que essas sentenças deveriam ser incorporadas ao direito local e internacional como forma de ensinar às novas gerações o que aconteceu, para que jamais se repita, ao contrário do que vemos hoje, por exemplo, na Alemanha, que tem sido seletiva em relação às vítimas e, mais uma vez, se posiciona do lado errado da história”, conclui Edin.

¨      Ataque israelense mata pelo menos 10 crianças na fila para tratamento médico em Gaza

Pelo menos 15 pessoas, incluindo 10 crianças, foram mortas por um ataque israelense enquanto faziam fila do lado de fora de um posto médico no centro de Gaza, em meio à intensificação de ataques israelenses que deixaram 82 mortos em toda a Faixa de Gaza.

O aumento nos bombardeios israelenses ocorreu quando os negociadores disseram que um acordo de cessar-fogo em Gaza estava próximo, mas ainda não havia sido alcançado.

A greve na manhã de quinta-feira atingiu famílias que aguardavam suplementos nutricionais e tratamento médico em frente a um posto médico em Deir al-Balah, disseram fontes médicas. O Projeto Esperança, que administra a unidade, informou que as operações na clínica foram suspensas até novo aviso.

“Esta manhã, famílias inocentes foram atacadas impiedosamente enquanto aguardavam na fila a abertura das portas. Esta é uma violação flagrante do direito internacional humanitário”, disse Rabih Torbay, diretor executivo da ONG.

O exército israelense disse que teve como alvo um terrorista do Hamas que participou do ataque de 7 de outubro de 2023, mas "lamenta qualquer dano a indivíduos não envolvidos" e que o incidente estava sob revisão.

"Qual foi a nossa culpa? Qual foi a culpa das crianças?", perguntou Mohammed Abu Ouda, de 35 anos, que esperava por suprimentos quando o ataque aconteceu. "Vi uma mãe abraçando o filho no chão, ambos imóveis – eles morreram instantaneamente."

Ataques e tiros israelenses mataram pelo menos outras 67 pessoas na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, de acordo com o Ministério da Saúde palestino, incluindo 15 pessoas em cinco ataques separados na Cidade de Gaza.

Na quarta-feira, o Hamas concordou em libertar 10 reféns em troca de um cessar-fogo e o presidente dos EUA, Donald Trump, expressou otimismo em relação a um acordo de cessar-fogo, dizendo que havia uma "chance muito boa" de um acordo ser alcançado nesta semana ou na próxima.

O Catar, que está ajudando a mediar as negociações indiretas de cessar-fogo, alertou que um acordo pode levar tempo, pois ainda existem obstáculos importantes. Israel exige que lhe seja permitido retomar a atividade militar em Gaza após o cessar-fogo, enquanto o Hamas quer garantias de que Israel não retomará os combates.

Na tarde de quinta-feira, em Washington, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que, se os dois lados chegarem a um acordo sobre o plano de trégua de 60 dias dos EUA, Israel iniciará negociações para um cessar-fogo permanente. Ele reiterou os termos de Israel para o fim da guerra, incluindo o desarmamento do Hamas e a não mais governação de Gaza.

Um cessar-fogo anterior foi rompido em março, depois que Israel decidiu retomar os combates em vez de avançar para uma segunda fase do acordo, que poderia ter levado ao fim permanente do conflito. Israel exigiu o desarmamento completo do Hamas e sua saída de Gaza, algo que o grupo militante recusou.

Moradores relataram na quinta-feira que tanques e tratores israelenses avançavam em direção aos acampamentos que abrigavam deslocados a sudoeste de Khan Younis, com soldados israelenses abrindo fogo e lançando gás lacrimogêneo contra os acampamentos. As pessoas começaram a fugir da área em meio aos ataques, carregando colchões e quaisquer pertences que pudessem levar consigo em meio ao calor escaldante.

O hospital Nasser em Khan Younis, um dos últimos hospitais em funcionamento no sul de Gaza, relatou um grande fluxo de feridos nas últimas 24 horas. Uma foto enviada por um membro da equipe médica mostrou tanques israelenses estacionados na borda dos acampamentos de tendas que cercam o hospital.

O funcionário enviou um vídeo de um pedaço de estilhaço retorcido que voou para a janela da unidade de terapia intensiva devido a um impacto próximo, e que, segundo eles, ainda estava quente ao toque.

Na terça-feira, o Hamas matou cinco soldados israelenses, um raro incidente mortal, depois que os militantes os atacaram com dispositivos explosivos no norte de Gaza.

A guerra em Gaza começou depois que militantes liderados pelo Hamas mataram mais de 1.200 pessoas em 7 de outubro de 2023, provocando ataques aéreos israelenses em retaliação. As operações militares israelenses mataram mais de 57.000 pessoas em Gaza e criaram condições semelhantes à fome, enquanto o país restringe a ajuda humanitária no território.

Mais de 500 palestinos foram mortos a tiros por forças israelenses enquanto tentavam acessar locais de distribuição de alimentos administrados pela Fundação Humanitária de Gaza, grupo de logística apoiado pelos EUA e por Israel. Israel apoiou a Fundação Humanitária de Gaza após acusar o Hamas de roubar ajuda humanitária por meio do sistema de ajuda da ONU, algo sobre o qual os humanitários afirmam haver poucas evidências.

Grupos humanitários condenaram o GHF, alegando que ele pode ser cúmplice de crimes de guerra e viola os princípios fundamentais do humanitarismo. O GHF afirmou ter fornecido mais de 69 milhões de refeições e que outras organizações "aguentam impotentes enquanto sua ajuda é saqueada".

Pelo menos três pessoas foram mortas por tiros israelenses enquanto tentavam acessar um centro de distribuição em Rafah, disse um funcionário da defesa civil à AFP.

¨      Quase 800 mortos em centros de distribuição de alimentos e rotas de comboios de ajuda em Gaza desde o final de maio, diz ONU

Pelo menos 798 pessoas foram mortas enquanto buscavam comida em pontos de distribuição operados pela Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos EUA e Israel, e outros comboios humanitários desde o final de maio, informou o escritório de direitos humanos da ONU na sexta-feira.

O GHF, proposto por Israel como uma alternativa ao sistema de ajuda da ONU em Gaza , foi quase universalmente condenado por grupos de direitos humanos por sua violação dos princípios de imparcialidade humanitária e pelo que eles disseram que poderia ser cumplicidade em crimes de guerra.

“Até 7 de julho, registramos 798 assassinatos, incluindo 615 nas proximidades da Fundação Humanitária de Gaza e 183 presumivelmente na rota de comboios de ajuda”, disse a porta-voz da ONU, Ravina Shamdasani, a repórteres em Genebra.

Israel apoiou o GHF após alegar que o Hamas desviou ajuda do sistema de ajuda humanitária liderado pela ONU, uma alegação para a qual a ONU afirmou não haver provas. A empresa privada emprega mercenários americanos para supervisionar quatro zonas de distribuição de alimentos, em oposição às 400 zonas não militarizadas anteriores administradas pelo sistema da ONU.

O GHF afirmou que os números da ONU eram "falsos e enganosos" e negou que incidentes fatais tenham ocorrido em seus locais. "O fato é que os ataques mais mortais a locais de ajuda humanitária foram associados a comboios da ONU", disse um porta-voz do GHF.

O GHF também negou que tenham ocorrido feridos em qualquer um de seus locais, culpando as tropas israelenses pelos disparos contra palestinos que tentavam alcançar os quatro centros que estabeleceu no sul e no centro de Gaza.

Em Gaza, o GHF tornou-se infame pelos tiroteios quase diários contra pessoas em busca de comida que fazem fila para receber refeições desde que o grupo começou a operar no início de maio. Os palestinos que buscam comida precisam seguir um conjunto complexo de instruções e seguir rotas específicas, além de caminhar longas distâncias para acessar os locais de alimentação. Mesmo assim, não há garantia de que estarão seguros.

Na sexta-feira, a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (Médicos Sem Fronteiras) afirmou que suas equipes em Gaza estavam testemunhando "um aumento acentuado e sem precedentes na desnutrição aguda". O número de casos em sua clínica na Cidade de Gaza quase quadruplicou nos últimos dois meses.

Pelo menos 10 pessoas foram mortas e mais de 60 ficaram feridas na sexta-feira, quando forças israelenses abriram fogo contra uma multidão em Rafah, no sul de Gaza, de acordo com Ahmad al-Farra, chefe de pediatria do hospital Nasser em Khan Younis, que recebeu os mortos e feridos.

Pelo menos 15 palestinos foram mortos durante a noite e na sexta-feira por ataques aéreos israelenses no norte de Gaza, incluindo um ataque a uma escola que servia como abrigo para refugiados.

“A situação no hospital era como sempre acontece durante massacres: superlotação extrema, escassez de suprimentos médicos e medicamentos, e um número muito alto de feridos em comparação ao número de médicos”, disse Farra.

Unidades de tratamento foram montadas do lado de fora do hospital para lidar com o fluxo de pacientes, enquanto os corredores internos ficavam cheios de feridos.

A situação no hospital, uma das poucas instalações médicas ainda em operação no sul de Gaza, ficou mais difícil depois que os militares israelenses operaram nas áreas vizinhas durante a noite.

Médicos relataram que bombas caíram nas proximidades e muitos tiros foram disparados nos arredores do hospital, com vários pacientes chegando com ferimentos à bala.

As áreas ao redor do hospital estavam repletas de acampamentos para deslocados, e testemunhas disseram que as forças israelenses estacionaram tanques e dispararam gás lacrimogêneo contra barracas. Dois moradores relataram a presença de soldados israelenses em um cemitério próximo, enquanto um deles disse ter visto os soldados exumando corpos no local.

As forças israelenses se retiraram das áreas vizinhas pela manhã, mas Farra alertou que o hospital só teria combustível suficiente para as próximas 48 horas, a menos que novos suprimentos chegassem. O ar-condicionado do hospital teve que ser desligado para preservar a energia em meio ao calor escaldante do verão.

Nahla abu Qursheen, 35 anos, mãe de quatro filhos, que fugiu dos tanques na quinta-feira, disse que aqueles que retornaram ao acampamento encontraram suas barracas destruídas. Fotos mostraram barracas destruídas em meio a sulcos profundos no chão na sexta-feira.

“Ainda não sei o que aconteceu com a nossa barraca. Ainda estamos aqui na rua. A noite passada foi muito difícil – mísseis e bombardeios. Meus filhos dormiram uns em cima dos outros, só para caber debaixo de um único pedaço de pano”, disse Abu Qursheen, exausto de dormir na rua.

Israel intensificou seus ataques aéreos em Gaza na última semana, enquanto negociadores relatam que um acordo de cessar-fogo está próximo, mas ainda não foi alcançado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quarta-feira estar otimista com a possibilidade de um acordo nesta semana ou na próxima, durante a visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a Washington. O Hamas teria concordado em libertar 10 reféns dos 50 que restam, durante o período de cessar-fogo de dois meses.

Mediadores do Catar alertaram que um cessar-fogo levará tempo, pois ainda existem obstáculos importantes. O Hamas quer garantias de que Israel não retomará os combates como fez em meados de março, após o primeiro cessar-fogo em Gaza, enquanto Israel busca a expulsão completa do Hamas da Faixa de Gaza.

O ministro da defesa de Israel, Israel Katz, apresentou a proposta de realocar a população para uma “cidade humanitária” no sul de Gaza, o que especialistas jurídicos descreveram como um modelo para crimes contra a humanidade .

Juliette Touma, diretora de comunicações da agência da ONU para refugiados palestinos, a Unrwa, disse que tal plano pioraria a crise humanitária e deslocaria à força as pessoas em Gaza.

A guerra em Gaza começou depois que militantes liderados pelo Hamas mataram mais de 1.200 pessoas em Israel e fizeram mais de 250 reféns em 7 de outubro de 2023. Mais de 57.000 pessoas foram mortas durante os 21 meses de operações militares de Israel no local.

À medida que as negociações se arrastam, a população de Gaza diz que está perdendo as esperanças.

“Dizem que há uma trégua, dizem eles! Todos os dias dizem que terminará hoje ou amanhã, mas é tudo mentira. Acordem e parem esta guerra. Chega de morte, fome e deslocamento constante”, disse Abu Qursheen.

 

Fonte: Opera Mundi/The Guardian

 

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