Giovanna
Vial: 30 anos do genocídio na Bósnia evoca paralelos com a Palestina
Amanhece
em Sarajevo, capital da Bósnia e Herzegovina, nesta sexta-feira (11/07). Há
exatos 30 anos, os bosníacos, bósnios pertencentes a um grupo étnico de origem
muçulmana, se tornavam vítimas do genocídio de Srebrenica, cidade a cerca de
150 quilômetros de Sarajevo.
Três
décadas depois, o trauma e luto coletivos e intergeracionais ainda se fazem
presentes no país.
Para
marcar a data, dezenas de bósnios caminharam em silêncio no centro histórico de
Sarajevo, na noite de quinta-feira (10/07), 10 de julho, empunhando bandeiras
da Bósnia e flores brancas de centro verde, símbolo de memória e resistência
diante do genocídio de Srebrenica.
Sem
quaisquer palavras de ordem ou músicas, a marcha em Sarajevo foi marcada por
outro aspecto emblemático: a maioria dos manifestantes usava keffiyehs, o
tradicional lenço preto e branco associado à resistência palestina, enquanto
empunhavam bandeiras palestinas e carregavam cartazes que traziam paralelos
entre os eventos de Srebrenica, há 30 anos, e os acontecimentos atuais em Gaza:
o assassinato de crianças, a negligência da comunidade internacional e a sua
insistente recusa em nomear os crimes pelo que são: genocídio.
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Anatomia de um genocídio
O
genocídio de Srebrenica se refere ao episódio em que ao menos 8.372 pessoas
foram assassinadas em julho de 1995 pelas tropas do Exército da República
Srpska (VRS), unidades militares sérvias na Bósnia, sob o comando direto do
Ministério do Interior da Sérvia.
Entre
as vítimas, em sua maioria homens e meninos, estavam cerca de 600 mulheres e
meninas. A vítima mais idosa encontrada em uma vala comum tinha 94 anos,
enquanto a mais jovem era uma recém-nascida e viveu apenas por alguns momentos.
Srebrenica
foi parte de uma campanha mais ampla de genocídio e perseguição sistemática
contra os bosníacos que começou em 1992, após a declaração de independência da
Bósnia em relação à antiga Iugoslávia.
Pouco
depois da independência, a Bósnia foi atacada pela Sérvia e Montenegro (ainda
chamada de Iugoslávia na época) sob a liderança do então presidente Slobodan
Milošević. Esse mesmo regime já havia conduzido guerras contra a Eslovênia, a
Croácia, e posteriormente também conduziria uma guerra contra a região de
Kosovo.
Embora
as guerras pós-Iugoslávia tenham sido majoritariamente iniciadas pela Sérvia e
Montenegro, vale destacar que, em 1993, a Croácia também lançou operações
militares dentro do território da Bósnia.
Durante
a guerra na Bósnia, reconhecida internacionalmente como uma guerra de agressão
– conflito iniciado por um Estado com o objetivo de invadir, dominar ou ocupar
outro território de forma ilegítima, violando o Direito Internacional – 104 mil
pessoas morreram, a maioria delas bosníacos.
Antes
do genocídio, Srebrenica esteve sob cerco sérvio entre 1992 e 1995. Durante
esse período, mais de 2 mil pessoas foram mortas por bombardeios, fome e tiros
de franco-atiradores. Além disso, civis bosníacos em outras partes da Bósnia
(incluindo mulheres, crianças e idosos) foram mantidos em uma rede sistemática
de campos de concentração, onde foram torturados, submetidos à fome, estuprados
e assassinados.
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De Srebrenica à Gaza
As
manifestações pró-Palestina não são novidade na Bósnia, mas neste ano, os
moradores de Sarajevo fizeram questão de vincular o 30º aniversário do
genocídio de Srebrenica à marcha contra o genocídio em curso em Gaza.
Existe
uma similaridade religiosa no fato de que tanto as vítimas de Srebrenica quanto
as de Gaza são majoritariamente muçulmanas, além da presença do Islã como eixo
da construção do inimigo, do outro, do suposto incivilizado não-humano a ser
combatido, contido e, em última instância, eliminado.
Essa
semelhança pode parecer o elo mais evidente entre os dois episódios. Contudo,
para muitos bósnios, a necessidade de evocá-los em paralelo vai além.
“O que
queremos transmitir vai muito além da semelhança de sermos muçulmanos”, relatou
Ena Ibrahimovic, jovem bósnia estudante de medicina que participava da marcha
em Sarajevo, à reportagem de Opera Mundi. “Nosso ponto de partida aqui é a
humanidade”.
Para
Edin Sarić, arquiteto bósnio de 35 anos, “há muitas semelhanças entre os dois
genocídios, especialmente em relação à perseguição sistemática, à
desumanização, à discriminação e aos métodos planejados de extermínio em
massa”.
“O mais
aterrador, para mim, é o fato de que o mundo inteiro está assistindo a esses
assassinatos brutais e crimes novamente, agora com mais detalhes, em escala
ainda maior e de forma muito mais acessível por conta das redes sociais e da
internet, e ainda assim decide não fazer nada, optando pelo silêncio. Mas desta
vez, não podendo sequer alegar que ‘não sabia o que estava acontecendo’, como
talvez se pudesse dizer há 30 ou 80 anos atrás”, disse o bósnio.
Edin
chamou atenção, ainda, para o perigo que existe na simplificação de
acontecimentos como os de Srebrenica e Gaza a partir do ponto de vista da
religião.
“Dizer
que o que aconteceu na Bósnia-Herzegovina ou na Palestina foi ou é uma guerra
entre religiões nada mais é que uma desculpa, uma simplificação e uma
justificativa para crimes cometidos dentro e fora de casa”, explicou.
Tanto
no caso da Bósnia quanto no da Palestina, simplificar os acontecimentos sob a
lente de “conflitos religiosos” parece ser um mecanismo para desviar a atenção
dos verdadeiros motivadores do crime de genocídio: o ultranacionalismo, o
militarismo, os projetos expansionistas, a violência de Estado deliberadamente
orquestrada e guerras de agressão, cuidadosamente planejadas com a intenção de
eliminar um povo de seu próprio território.
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Luto, memória coletiva e responsabilização penal internacional
Na
percepção de Ena Ibrahimovic, as três décadas que se passaram desde o genocídio
de Srebrenica apenas aprofundaram o luto, tanto da geração que vivenciou os
horrores de 1995 quanto das que vieram depois.
Além
disso, escancaram a clivagem ainda presente na Bósnia e na região entre aqueles
que buscam um processo coletivo de cura e aqueles que seguem insistindo na
negação do genocídio. “Continuamos a enterrar corpos todos os anos”, disse a
jovem.
Para
Edin, o paralelo entre Srebrenica e Gaza deve gerar reflexão sobre a repetição
de processos que podem e deveriam ser evitados pela comunidade internacional.
“Quando
se trata de ambos os genocídios (na Bósnia em 1995 e agora na Palestina), os
atos em si foram precedidos por inúmeros crimes que se repetiram por meses e
anos, o que levou à normalização do assassinato, à simplificação excessiva e,
sobretudo, à desumanização das vítimas tanto aos olhos do mundo quanto dos
próprios executores. O genocídio é o estágio final de todo esse processo”,
explicou.
Segundo
o arquiteto, “nos casos de genocídio na Bósnia-Herzegovina e do Holocausto,
posso afirmar com certeza que a responsabilização criminal não significa nada
se não houver uma catarse sistêmica. Basta observar o que acontece na própria
Bósnia hoje: mesmo após o genocídio e inúmeras sentenças judiciais, se o
sistema, ou parte dele, nega ou se recusa a aceitar as condenações, essas
decisões acabam sendo apenas letra morta”.
“Também
acredito que essas sentenças deveriam ser incorporadas ao direito local e
internacional como forma de ensinar às novas gerações o que aconteceu, para que
jamais se repita, ao contrário do que vemos hoje, por exemplo, na Alemanha, que
tem sido seletiva em relação às vítimas e, mais uma vez, se posiciona do lado
errado da história”, conclui Edin.
¨
Ataque israelense mata pelo menos 10 crianças na fila
para tratamento médico em Gaza
Pelo
menos 15 pessoas, incluindo 10 crianças, foram mortas por um ataque israelense
enquanto faziam fila do lado de fora de um posto médico no centro de Gaza, em
meio à intensificação de ataques israelenses que deixaram 82 mortos em toda a
Faixa de Gaza.
O
aumento nos bombardeios israelenses ocorreu quando os negociadores disseram que
um acordo de cessar-fogo em Gaza estava próximo, mas ainda não havia
sido alcançado.
A greve
na manhã de quinta-feira atingiu famílias que aguardavam suplementos
nutricionais e tratamento médico em frente a um posto médico em Deir al-Balah,
disseram fontes médicas. O Projeto Esperança, que administra a unidade,
informou que as operações na clínica foram suspensas até novo aviso.
“Esta
manhã, famílias inocentes foram atacadas impiedosamente enquanto aguardavam na
fila a abertura das portas. Esta é uma violação flagrante do direito
internacional humanitário”, disse Rabih Torbay, diretor executivo da ONG.
O
exército israelense disse que teve como alvo um terrorista do Hamas que
participou do ataque de 7 de outubro de 2023, mas "lamenta qualquer dano a
indivíduos não envolvidos" e que o incidente estava sob revisão.
"Qual
foi a nossa culpa? Qual foi a culpa das crianças?", perguntou Mohammed Abu
Ouda, de 35 anos, que esperava por suprimentos quando o ataque aconteceu.
"Vi uma mãe abraçando o filho no chão, ambos imóveis – eles morreram
instantaneamente."
Ataques
e tiros israelenses mataram pelo menos outras 67 pessoas na Faixa de Gaza nas
últimas 24 horas, de acordo com o Ministério da Saúde palestino, incluindo 15
pessoas em cinco ataques separados na Cidade de Gaza.
Na
quarta-feira, o Hamas concordou em libertar 10 reféns em troca de um
cessar-fogo e o presidente dos EUA, Donald Trump, expressou otimismo em relação
a um acordo de cessar-fogo, dizendo que havia uma "chance muito boa"
de um acordo ser alcançado nesta semana ou na próxima.
O
Catar, que está ajudando a mediar as negociações indiretas de cessar-fogo,
alertou que um acordo pode levar tempo, pois ainda existem obstáculos
importantes. Israel exige que lhe seja permitido retomar a atividade militar em
Gaza após o cessar-fogo, enquanto o Hamas quer garantias de que Israel não
retomará os combates.
Na
tarde de quinta-feira, em Washington, o primeiro-ministro israelense, Benjamin
Netanyahu, afirmou que, se os dois lados chegarem a um acordo sobre o plano de
trégua de 60 dias dos EUA, Israel iniciará negociações para um cessar-fogo
permanente. Ele reiterou os termos de Israel para o fim da guerra, incluindo o
desarmamento do Hamas e a não mais governação de Gaza.
Um
cessar-fogo anterior foi rompido em março, depois que Israel decidiu retomar os
combates em vez de avançar para uma segunda fase do acordo, que poderia ter
levado ao fim permanente do conflito. Israel exigiu o desarmamento completo do
Hamas e sua saída de Gaza, algo que o grupo militante recusou.
Moradores
relataram na quinta-feira que tanques e tratores israelenses avançavam em
direção aos acampamentos que abrigavam deslocados a sudoeste de Khan Younis,
com soldados israelenses abrindo fogo e lançando gás lacrimogêneo contra os
acampamentos. As pessoas começaram a fugir da área em meio aos ataques,
carregando colchões e quaisquer pertences que pudessem levar consigo em meio ao
calor escaldante.
O
hospital Nasser em Khan Younis, um dos últimos hospitais em funcionamento no
sul de Gaza, relatou um grande fluxo de feridos nas últimas 24 horas. Uma foto
enviada por um membro da equipe médica mostrou tanques israelenses estacionados
na borda dos acampamentos de tendas que cercam o hospital.
O
funcionário enviou um vídeo de um pedaço de estilhaço retorcido que voou para a
janela da unidade de terapia intensiva devido a um impacto próximo, e que,
segundo eles, ainda estava quente ao toque.
Na
terça-feira, o Hamas matou cinco soldados israelenses, um raro incidente
mortal, depois que os militantes os atacaram com dispositivos explosivos no
norte de Gaza.
A
guerra em Gaza começou depois que militantes liderados pelo Hamas mataram mais
de 1.200 pessoas em 7 de outubro de 2023, provocando ataques aéreos israelenses
em retaliação. As operações militares israelenses mataram mais de 57.000
pessoas em Gaza e criaram condições semelhantes à fome, enquanto o país
restringe a ajuda humanitária no território.
Mais de
500 palestinos foram mortos a tiros por forças israelenses enquanto tentavam
acessar locais de distribuição de alimentos administrados pela Fundação
Humanitária de Gaza, grupo de logística apoiado pelos EUA e por Israel. Israel
apoiou a Fundação Humanitária de Gaza após acusar o Hamas de roubar ajuda
humanitária por meio do sistema de ajuda da ONU, algo sobre o qual os
humanitários afirmam haver poucas evidências.
Grupos
humanitários condenaram o GHF, alegando que ele pode ser cúmplice de crimes de
guerra e viola os princípios fundamentais do humanitarismo. O GHF afirmou ter
fornecido mais de 69 milhões de refeições e que outras organizações
"aguentam impotentes enquanto sua ajuda é saqueada".
Pelo
menos três pessoas foram mortas por tiros israelenses enquanto tentavam acessar
um centro de distribuição em Rafah, disse um funcionário da defesa civil à AFP.
¨ Quase 800 mortos em
centros de distribuição de alimentos e rotas de comboios de ajuda em Gaza desde
o final de maio, diz ONU
Pelo
menos 798 pessoas foram mortas enquanto buscavam comida em pontos de
distribuição operados pela Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos EUA e
Israel, e outros comboios humanitários desde o final de maio, informou o
escritório de direitos humanos da ONU na sexta-feira.
O GHF,
proposto por Israel como uma alternativa ao sistema de ajuda da ONU em Gaza , foi quase universalmente condenado por grupos de
direitos humanos por sua violação dos princípios de imparcialidade humanitária
e pelo que eles disseram que poderia ser cumplicidade em crimes de guerra.
“Até 7
de julho, registramos 798 assassinatos, incluindo 615 nas proximidades da
Fundação Humanitária de Gaza e 183 presumivelmente na rota de comboios de
ajuda”, disse a porta-voz da ONU, Ravina Shamdasani, a repórteres em Genebra.
Israel
apoiou o GHF após alegar que o Hamas desviou ajuda do sistema de ajuda
humanitária liderado pela ONU, uma alegação para a qual a ONU afirmou não haver
provas. A empresa privada emprega mercenários americanos para supervisionar
quatro zonas de distribuição de alimentos, em oposição às 400 zonas não
militarizadas anteriores administradas pelo sistema da ONU.
O GHF
afirmou que os números da ONU eram "falsos e enganosos" e negou que
incidentes fatais tenham ocorrido em seus locais. "O fato é que os ataques
mais mortais a locais de ajuda humanitária foram associados a comboios da
ONU", disse um porta-voz do GHF.
O GHF
também negou que tenham ocorrido feridos em qualquer um de seus locais,
culpando as tropas israelenses pelos disparos contra palestinos que tentavam
alcançar os quatro centros que estabeleceu no sul e no centro de Gaza.
Em
Gaza, o GHF tornou-se infame pelos tiroteios quase diários contra pessoas em
busca de comida que fazem fila para receber refeições desde que o grupo começou
a operar no início de maio. Os palestinos que buscam comida precisam seguir um
conjunto complexo de instruções e seguir rotas específicas, além de caminhar
longas distâncias para acessar os locais de alimentação. Mesmo assim, não há
garantia de que estarão seguros.
Na
sexta-feira, a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (Médicos Sem
Fronteiras) afirmou que suas equipes em Gaza estavam testemunhando "um
aumento acentuado e sem precedentes na desnutrição aguda". O número de
casos em sua clínica na Cidade de Gaza quase quadruplicou nos últimos dois
meses.
Pelo
menos 10 pessoas foram mortas e mais de 60 ficaram feridas na sexta-feira,
quando forças israelenses abriram fogo contra uma multidão em Rafah, no sul de
Gaza, de acordo com Ahmad al-Farra, chefe de pediatria do hospital Nasser em
Khan Younis, que recebeu os mortos e feridos.
Pelo
menos 15 palestinos foram mortos durante a noite e na sexta-feira por ataques
aéreos israelenses no norte de Gaza, incluindo um ataque a uma escola que
servia como abrigo para refugiados.
“A
situação no hospital era como sempre acontece durante massacres: superlotação
extrema, escassez de suprimentos médicos e medicamentos, e um número muito alto
de feridos em comparação ao número de médicos”, disse Farra.
Unidades
de tratamento foram montadas do lado de fora do hospital para lidar com o fluxo
de pacientes, enquanto os corredores internos ficavam cheios de feridos.
A situação
no hospital, uma das poucas instalações médicas ainda em operação no sul de
Gaza, ficou mais difícil depois que os militares israelenses operaram nas áreas
vizinhas durante a noite.
Médicos
relataram que bombas caíram nas proximidades e muitos tiros foram disparados
nos arredores do hospital, com vários pacientes chegando com ferimentos à bala.
As
áreas ao redor do hospital estavam repletas de acampamentos para deslocados, e
testemunhas disseram que as forças israelenses estacionaram tanques e
dispararam gás lacrimogêneo contra barracas. Dois moradores relataram a
presença de soldados israelenses em um cemitério próximo, enquanto um deles
disse ter visto os soldados exumando corpos no local.
As
forças israelenses se retiraram das áreas vizinhas pela manhã, mas Farra
alertou que o hospital só teria combustível suficiente para as próximas 48
horas, a menos que novos suprimentos chegassem. O ar-condicionado do hospital
teve que ser desligado para preservar a energia em meio ao calor escaldante do
verão.
Nahla
abu Qursheen, 35 anos, mãe de quatro filhos, que fugiu dos tanques na
quinta-feira, disse que aqueles que retornaram ao acampamento encontraram suas
barracas destruídas. Fotos mostraram barracas destruídas em meio a sulcos
profundos no chão na sexta-feira.
“Ainda
não sei o que aconteceu com a nossa barraca. Ainda estamos aqui na rua. A noite
passada foi muito difícil – mísseis e bombardeios. Meus filhos dormiram uns em
cima dos outros, só para caber debaixo de um único pedaço de pano”, disse Abu
Qursheen, exausto de dormir na rua.
Israel
intensificou seus ataques aéreos em Gaza na última semana, enquanto
negociadores relatam que um acordo de cessar-fogo está próximo, mas ainda não
foi alcançado.
O
presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quarta-feira estar otimista com a
possibilidade de um acordo nesta semana ou na próxima, durante a visita do
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a Washington. O Hamas teria
concordado em libertar 10 reféns dos 50 que restam, durante o período de
cessar-fogo de dois meses.
Mediadores
do Catar alertaram que um cessar-fogo levará tempo, pois ainda existem
obstáculos importantes. O Hamas quer garantias de que Israel não retomará os
combates como fez em meados de março, após o primeiro cessar-fogo em Gaza,
enquanto Israel busca a expulsão completa do Hamas da Faixa de Gaza.
O
ministro da defesa de Israel, Israel Katz, apresentou a proposta de realocar a
população para uma “cidade humanitária” no sul de Gaza, o que especialistas
jurídicos descreveram como um modelo para crimes contra a
humanidade .
Juliette
Touma, diretora de comunicações da agência da ONU para refugiados palestinos, a
Unrwa, disse que tal plano pioraria a crise humanitária e deslocaria à força as
pessoas em Gaza.
A
guerra em Gaza começou depois que militantes liderados pelo Hamas mataram mais
de 1.200 pessoas em Israel e fizeram mais de 250 reféns em 7 de outubro de
2023. Mais de 57.000 pessoas foram mortas durante os 21 meses de operações
militares de Israel no local.
À
medida que as negociações se arrastam, a população de Gaza diz que está
perdendo as esperanças.
“Dizem
que há uma trégua, dizem eles! Todos os dias dizem que terminará hoje ou
amanhã, mas é tudo mentira. Acordem e parem esta guerra. Chega de morte, fome e
deslocamento constante”, disse Abu Qursheen.
Fonte:
Opera Mundi/The Guardian

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