Marcelo
Zero: O capítulo mais vergonhoso da nossa história
Dante
Alighieri, em sua Divina Comédia, coloca os traidores no último e mais profundo
círculo do inferno, o que fica no rio de gelo Cócito, onde reside o próprio
Lúcifer, o mais asqueroso dos traidores. Na Esfera da Antenora, a pouca
distância de Lúcifer, são punidos os traidores de sua pátria. Suas almas ficam
submersas ao nível do pescoço, com apenas suas cabeças fora do gelo.
Pois
bem, todos aqueles que apoiam Trump e estimularam sua ação contra o Brasil
estarão lá, imersos no gelo do Cócito por toda a eternidade, tendo como
companhia o Príncipe das Trevas, aquele traidor maior, que traiu o próprio
Deus.
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Esses
traidores do Brasil, gente canalha e mafiosa, como ressalta o próprio Estadão,
merecem o castigo e, sobretudo, a companhia constante e próxima de Lúcifer, que
tanto os inspira.
Com
efeito, não há canalhice maior que a do traidor da pátria, que visa prejudicar
seu próprio país, seu povo e sua democracia.
Mas,
evidentemente, Trump, em todo esse imbróglio, tem interesses maiores que a
simples defesa de Bolsonaro, um anão político, que ele mesmo despreza, apesar
dos elogios da inacreditável carta a Lula.
Há, de
fato, interesses maiores em jogo. Interesses geopolíticos.
A
liderança regional do Brasil, embora justamente centrada na relativa autonomia
da América Latina, na recusa a alinhamentos automáticos com quaisquer potências
extrarregionais, e avessa à adesão descabida à nova “Guerra Fria” é, do nosso
ponto de vista, o obstáculo mais significativo à efetivação da nova e crua
Doutrina Monroe, que Trump sonha implementar em nossa região. Como Pete
Hegseth, o Secretário de Defesa de Trump, afirmou: “precisamos recuperar nosso
quintal”.
E Lula,
sabem eles, é uma formidável barreira a essa pretensão imperialista crua e
vergonhosa.
O
Brasil de Lula é, na América Latina, a vanguarda da aliança do Sul Global com o
BRICS e da construção de uma ordem global “anti-imperialista”, fundada na
multipolaridade e na reconstrução do multilateralismo. O Brasil, gostem ou não
os “vira-latas” de sempre, é uma peça estratégica no tabuleiro mundial do
xadrez geopolítico.
Estamos
“na mira”, por certo, como ficou evidenciado ontem, com essa absurda taxação de
50%, a maior até agora.
Não é à
toa que essa decisão de Trump vem logo após a reunião do BRICS, no Rio de
Janeiro.
Destacamos
que tal medida, brutal e absurda, não possui quaisquer justificativas técnicas,
pois o Brasil, desde 2009, apresenta, sistematicamente, déficit comercial com
os EUA, tanto em comércio de bens quanto em comércio de serviços, o que
ocasionou um prejuízo acumulado ao Brasil de cerca de US$ 88, 8 bilhões, apenas
no comércio de bens.
Salientamos,
ademais, que tal medida, violenta e unilateral, contraria frontalmente os
princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC), entre os quais destacamos
os da “não discriminação”, o da “previsibilidade”, e o da “concorrência leal”.
Tal
medida, se mantida, poderá afetar os interesses de cerca de 10 mil empresas
brasileiras que exportam para os EUA e o emprego de milhões de brasileiros,
principalmente nos setores que produzem aviões, peças de carros, suco de
laranja, carnes, aços e outros produtos estratégicos.
Trump
sabe para onde atira.
Para os
interesses de Trump e do MAGA, o ideal, é óbvio, seria substituir o governo
Lula por um governo de extrema-direita e submisso, ainda que com algum verniz
de “civilização”.
O
governo Trump está se transformando rapidamente num sistema fortemente
autoritário, que deverá comprometer a democracia dos EUA e procurará
comprometer as democracias no mundo inteiro, especialmente em suas áreas de
influência próximas e decisivas.
Trump
não quer aliados; quer vassalos. Quer sabujos. Gente que esteja disposta a
trair e vender o Brasil. Ele sabe quem são. Sabe que pode encontrá-los no rio
Cócito. Estão lá, com a cabeça de fora do gelo, usando o boné do MAGA.
Com o
apoio de Trump, vão querer transformar “o Brasil inteiro num puteiro,” como
diria o finado Cazuza. Imaginem as negociatas que poderiam vir!
Trump
declarou guerra ao Brasil, ao seu povo e à sua democracia. E os companheiros de
Lúcifer salivam, latem e abanam os rabos malcheirosos.
É,
talvez, o capítulo mais vergonhoso da nossa História.
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Após decisão de Trump, Eduardo Bolsonaro ataca Moraes e
pede anistia a Jair, réu no inquérito da trama golpista
O
deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta
quarta-feira (9) que as tarifas de 50% anunciadas pelo governo Donald Trump
(EUA) contra o Brasil são resultado da atuação do ministro do Supremo Tribunal
Federal Alexandre de Moraes. O parlamentar aproveitou para pedir anistia a Jair
Bolsonaro (PL), réu no inquérito da trama golpista. Na avaliação feita pelo
deputado licenciado, o Brasil se afastou dos “valores do mundo livre”, entre
eles o respeito à liberdade de expressão, e ao devido processo legal. O
ministro Alexandre de Moraes é um dos principais alvos dos ataques da
extrema-direita bolsonarista. O motivo são as atuações de Moraes em
investigações como trama golpista, em que Jair Bolsonaro é réu, e milícias
digitais.
“Uma
hora a conta chega”, afirmou Eduardo. “A carta do presidente Donald J. Trump ao
presidente brasileiro é clara, direta e inequívoca. E reflete aquilo que nós,
há muito tempo, temos denunciado: o Brasil está se afastando, de forma
deliberada, dos valores e compromissos que compartilha com o mundo livre”.
O
deputado do PL fez um apelo ao Congresso Nacional para implementar uma “saída
institucional”, que passaria por anistia aos envolvidos em investigações sobre
o plano golpista.
¨
Ou você está com Lula ou está com Trump, o agressor do
Brasil. Faça sua escolha. Por Leonardo Attuch
A
história costuma oferecer momentos em que não há lugar para ambiguidades. O dia
de ontem, 9 de julho de 2025, é um divisor de águas e entra para essa
galeria ao expor uma escolha inadiável: ou se está com a defesa da soberania
nacional representada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou se está com
o agressor imperialista Donald Trump, que, num gesto inédito de hostilidade,
atacou o Brasil com uma carta ameaçadora e impôs um tarifaço de 50% sobre todas
as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto para tentar evitar a prisão
de Jair Bolsonaro, que está prestes a ser condenado por tentativa de golpe de
estado.
Não há meio-termo.
O que se coloca hoje diante dos brasileiros é uma opção entre o projeto
nacional e soberano, que busca integração regional e autonomia estratégica —
como se viu recentemente na bem-sucedida cúpula do BRICS no Rio de Janeiro — e
o velho entreguismo colonial, agora reciclado pela extrema-direita que, de
forma clandestina, articula com potências estrangeiras formas de minar o
processo democrático brasileiro.
A carta
de Trump é um ato hostil que não pode ser dissociado da tentativa de tutela
externa sobre as instituições nacionais. Ao atacar diretamente o Supremo
Tribunal Federal e ameaçar o Brasil com sanções econômicas, Trump ultrapassou
qualquer limite aceitável nas relações diplomáticas. A resposta do governo
brasileiro foi firme e precisa: “não aceitaremos ser tutelados por ninguém”.
Mas não
se trata apenas de mais uma bravata ao estilo mafioso do presidente
estadunidense. Há indícios cada vez mais claros de que esse gesto foi
articulado com o clã Bolsonaro, em especial com o deputado licenciado Eduardo
Bolsonaro, que atua desde março nos Estados Unidos com o único propósito de
conspirar contra o STF, contra o presidente Lula e contra o Brasil. A ação do
Grupo Prerrogativas para investigar essa atuação é mais do que necessária.
Estamos diante de uma possível articulação golpista transnacional.
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A questão central é: o que foi prometido a Trump?
Se
Trump aceitou negociar com o bolsonarismo, como indica o gesto de agressão
explícita ao Brasil, a pergunta inevitável é: o que o clã Bolsonaro ofereceu em
troca? O mais provável é que tenha sido uma promessa de retirar o Brasil do
BRICS em caso de vitória eleitoral da extrema-direita em 2026 — uma medida que
teria enorme impacto geopolítico, ao enfraquecer o bloco que hoje representa o
maior contraponto à hegemonia estadunidense.
Mas não
se deve descartar outros “presentes” prometidos: a entrega das riquezas
nacionais — petróleo, estatais, terras raras, biodiversidade e até mesmo a
Amazônia. Trata-se de uma lógica colonial empacotada no discurso
pseudonacionalista que há muito tempo não engana mais ninguém. São políticos
vira-latas, dispostos a vender o país em troca de proteção ou apoio
internacional.
O
agravante, neste momento, é o desespero do clã Bolsonaro, especialmente de Jair
Bolsonaro, que se aproxima rapidamente da cadeia por seus crimes contra a
democracia. A carta de Trump pode ser lida como uma tentativa desesperada de
evitar esse destino, pressionando o Brasil e suas instituições. Mas,
ironicamente, o gesto serviu para isolar ainda mais os que flertam com o
autoritarismo.
Chegou
a hora de todos os brasileiros fazerem uma escolha clara: ou se está ao lado de
Lula e da soberania nacional, ou se está ao lado de Trump e da submissão
colonial. Não há terceira via. A história julgará cada cidadão e cidadã.
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O bode de Trump. Florestan Fernandes Jr
Está
clara a estratégia da extrema-direita em relação à taxação exorbitante imposta
por Donald Trump ao Brasil. O presidente dos EUA, entre tantas inverdades
escritas na carta enviada a Lula, não apresentou nenhuma prova concreta para
sustentar a afirmação de que “precisamos nos afastar da longa e muito injusta
relação comercial gerada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias
do Brasil. Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser
recíproco". Uma mentira descomunal.
Na
realidade, a balança comercial entre os dois países é favorável aos EUA. Desde
2009, o Brasil tem importado mais do que exporta. Mas o que realmente interessa
aos lesa-pátria Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, nas articulações para que
Trump atacasse a soberania brasileira, é responsabilizar o presidente Lula pela
retaliação.
Como
diz o ditado popular, colocaram o bode na sala. E quem vai tirá-lo de lá serão
os próprios senhores da extrema-direita bolsonarista, que hoje governam os
principais estados do país.
Isso
ficou evidente nas manifestações dos governadores de São Paulo, Tarcísio de
Freitas; de Minas Gerais, Romeu Zema; e de Goiás, Ronaldo Caiado, sobre a
absurda taxação imposta por Trump. Os três seguiram o mesmo roteiro:
responsabilizaram o presidente Lula pela crise comercial com os EUA. Coube a
Tarcísio descredenciar Lula como chefe de Estado. Disse o governador paulista:
“Lula colocou sua ideologia acima da economia. Tiveram tempo para prestigiar
ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto do Brasil...
A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o
problema".
Já o
governador Ronaldo Caiado tocou no ponto central da minha suspeita ao propor a
criação de uma comissão de parlamentares para negociar, sem a participação do
presidente Lula, a redução da taxação com o governo Trump. Bingo! O plano está
em andamento. A crise será alimentada até o ponto de tensão máxima. Só então
Trump deve começar a negociar, caso a caso, a redução das tarifas com os
governadores bolsonaristas.
Ou
seja, a extrema-direita colocou o bode na sala e será ela mesma que irá
retirá-lo, faturando os dividendos eleitorais.
É certo
que esses acordos não serão feitos com os governadores aliados ao governo Lula.
Você
deve estar se perguntando: e a cobrança feita por Trump para deixarem Bolsonaro
em paz? Para que a Justiça brasileira cesse imediatamente o julgamento que
Bolsonaro responde no STF?
Esse
trecho da carta serve para reforçar o discurso vitimista de Jair Bolsonaro,
fortalecendo, dentro do Congresso Nacional, uma possível aprovação de anistia
ao ex-presidente.
Acredito que o presidente Lula deveria, com urgência, se dirigir à Nação em rede de rádio e televisão. Precisa expor com clareza a farsa em curso, explicar aos brasileiros que a extrema-direita está tentando transformar uma retaliação econômica injusta em palanque político. É fundamental desmontar essa armadilha antes que ela se consolide como verdade. O que está em jogo não é apenas uma disputa comercial, mas a soberania do país, a integridade das instituições democráticas e o futuro da economia brasileira. Não se trata mais de uma divergência ideológica; é um plano coordenado de sabotagem. Se o governo não reagir à altura, os mesmos que tentaram tomar o poder pela força podem acabar vencendo pelo desgaste. E isso o Brasil não pode permitir.
Fonte:
Brasil 247

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