Brics
apoia Irã, critica políticas dos EUA, mas evita confronto direto com Trump
A
declaração final da cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, condenou os
ataques de Israel e Estados Unidos ao Irã, sem citar diretamente os agressores,
evitando tensões com o presidente americano Donald Trump.
O
documento também critica políticas do novo governo republicano, como as tarifas
comerciais adotadas no início do ano, mas sem mencionar nominalmente o país.
O bloco
defendeu ainda a regulação da inteligência artificial, na contramão do que vem
defendendo o governo norte-americano, assim como mais mecanismos de trocas
comerciais em moedas locais, como alternativa ao dólar.
Trump
já fez críticas abertas ao Brics. Logo após assumir o cargo, o presidente
chegou a dizer que os países do grupo são "aparentemente hostis" e
ameaçou taxas seus produtos em 100% caso o bloco tentasse criar uma nova moeda
para substituir do dólar.
O grupo
passou a receber acusações de ser "antiocidental", devido à entrada
de mais regimes autoritários, como Irã e Arábia Saudita, que entraram no grupo
em 2024.
Países
do bloco como o Brasil refutam essas acusações e dizem que o Brics busca
fortalecer o multilateralismo e o chamado Sul Global.
A
declaração do grupo foi divulgada neste domingo (6/7), após meses de
negociação, no primeiro dia da cúpula de líderes que ocorre no Rio de Janeiro,
sob liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em sua
fala inicial, o brasileiro criticou a corrida armamentista da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (Otan), impulsionada por Trump, e disse que o
"temor de catástrofe nuclear" voltou.
Já a
declaração final fez duras críticas à atuação de Israel no conflito com os
palestinos, manifestando preocupação com os contínuos ataques israelenses
contra Gaza e condenando o "uso da fome como método de guerra".
A
guerra da Ucrânia, por outro lado, foi mencionada brevemente, sem críticas
diretas à invasora Rússia, um dos membros do Brics.
O
grupo, que desde 2011 incluía Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi
ampliado a partir de 2024, com a entrada de seis países: Arábia Saudita, Egito,
Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
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1) Apoio de China e Rússia a Brasil e Índia no Conselho de Segurança
O
Brasil conseguiu uma vitória ao garantir que a antiga aspiração do bloco a uma
vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU fosse incluída na declaração
final.
O
texto, porém, não menciona o apoio de todo o bloco, mas apenas de China e
Rússia, membros permanentes do órgão.
As duas
potências militares manifestam na declaração seu apoio a entrada de Brasil e
Índia no Conselho, deixando de mencionar a África do Sul, devido à resistência
de outras nações africanas que entraram no bloco ano passado.
"Ressaltamos
que a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas visa a ampliar a voz
do Sul Global", diz a declaração.
"Recordando
as Declarações dos Líderes de Pequim, de 2022, e Joanesburgo II, de 2023, China
e Rússia, como membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas,
reiteram seu apoio às aspirações do Brasil e da Índia de desempenhar um papel mais
relevante nas Nações Unidas, incluindo o seu Conselho de Segurança",
continua o texto.
Em anos
anteriores, antes da expansão do bloco em 2024, a declaração trazia apoio de
China e Rússia às aspirações de Brasil, Índia e África do Sul "de
desempenhar um papel maior na ONU".
Já no
ano passado, esse trecho foi alterado para uma versão mais genérica, em que o
bloco reafirmava seu apoio "a uma reforma abrangente das Nações Unidas,
incluindo seu Conselho de Segurança, com o objetivo de torná-lo mais
democrático, representativo, eficaz e eficiente".
O texto
não citava nações específicas, mas defendia a maior representatividade de
África, Asia e América Latina, "incluindo países dos Brics".
A
alteração desse trecho ocorreu porque, com a ampliação do bloco, novos
integrantes africanos passaram a se opor a um apoio direto apenas à África do
Sul. Dessa forma, a declaração mantém apoio à maior representação do continente
africano no Conselho de Segurança, mas sem apontar uma nação em específica.
O tema
gerou divergência no bloco durante o encontro prévio à cúpula de líderes deste
ano, em abril, quando os ministros das relações exteriores do bloco se reuniram
no Rio de Janeiro. Na ocasião, não houve declaração conjunta devido a esse
impasse.
A
menção direta ao Brasil, ao lado de Índia, foi incluída após insistência e
muita negociação do Itamaraty.
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2) Condenação a tarifaços
Um dos
trechos mais contundentes da declaração foi a crítica do bloco à utilização de
tarifas no comércio internacional. Segundo o documento, esse tipo de estratégia
seria uma desculpa para o "protecionismo" comercial.
"A
proliferação de ações restritivas ao comércio, seja na forma de aumento
indiscriminado de tarifas e de medidas não-tarifárias, seja na forma de
protecionismo sob o disfarce de objetivos ambientais, ameaça reduzir ainda mais
o comércio global", diz.
A
menção ao uso de tarifas acontece na esteira da guerra tarifária iniciada pelo
presidente Donald Trump que, em abril deste ano, anunciou um amplo esquema de
barreiras tarifárias contra produtos importados de diversos países do mundo.
Países como a China tiveram seus produtos taxados em mais de 100%,
inicialmente. Os chineses reagiram e impuseram tarifas a produtos
norte-americanos.
Posteriormente,
as duas maiores economias do mundo entraram em acordo e reduziram as tarifas
mútuas. O Brasil também foi atingido por uma taxa média de 10% sobre seus
produtos exportados aos Estados Unidos. Até agora, o Brasil não retaliou.
As
declarações dos Brics defenderam o fortalecimento da Organização Mundial do
Comércio (OMC) como arena de solução de controvérsias comerciais
internacionais.
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3) Financiamento em moedas locais
Um dos
temas que voltou a fazer parte da declaração final dos Brics foi a utilização
de moedas locais nas transações entre os países do grupo.
O tema
é considerado sensível dentro do bloco uma vez que, no ano passado, o
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas aos países
dos Brics caso eles desenvolvessem mecanismos para evitar o uso do dólar
norte-americano.
Em
2024, durante a cúpula realizada em Kazan, na Rússia, a delegação russa
trabalhou para que o grupo encampasse a ideia de fortalecer mecanismos que
evitassem a utilização do dólar em transações entre os países do bloco.
Desde a
invasão da Crimeia, em 2014, a Rússia vem sendo alvo de sanções internacionais
que vêm afetando o seu acesso ao sistema financeiro internacional. As sanções
se agravaram em 2022, com a intensificação da invasão à Ucrânia.
Na
presidência brasileira dos Brics, o tema voltou a ser discutido, mas em menor
intensidade. Uma das preocupações da delegação brasileira era ampliar as
tensões com o governo norte-americano.
Em
2024, por exemplo, a declaração disse:
"Acolhemos
o uso de moedas locais em transações financeiras entre os países do BRICS e
seus parceiros comerciais".
Em
2025, esse trecho foi retirado. O texto focou na utilização de moedas locais no
contexto de financiamentos realizados pelo NDB, o Banco dos Brics.
"Saudamos
a constante expansão da capacidade do Banco de mobilizar recursos, fomentar a
inovação, expandir o financiamento em moeda local, diversificar as fontes de
financiamento e apoiar projetos impactantes", diz um trecho da declaração.
Apesar
de, nos bastidores, a delegação brasileira ter tratado o uso de moedas locais
com cautela, o presidente Lula voltou a defender o dispositivo na semana
passada, durante a reunião anual dos presidentes dos países que integram o
Banco dos Brics.
"Já
temos 31% dos projetos financiados nas moedas dos próprios países, o que reduz
a dependência do dólar e reforça nossa autonomia financeira", disse Lula.
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4) Regulação da Inteligência Artificial
A
declaração dos Brics deste ano reforçou o foco do bloco na defesa da regulação
da inteligência artificial.
"Reconhecemos
que a Inteligência Artificial (IA) representa uma oportunidade singular para
impulsionar o desenvolvimento rumo a um futuro mais próspero. Para alcançar
esse objetivo, destacamos que a governança global da IA deve mitigar potenciais
riscos e atender às necessidades de todos os países, incluindo os do Sul
Global", diz um trecho da declaração.
A
manifestação do bloco, no entanto, vai na contramão da posição do governo
norte-americano do presidente Donald Trump. Nos últimos meses, Trump vem se
posicionando contra a regulação da inteligência artificial, numa postura
apoiada pelas empresas de tecnologia norte-americanas.
O
projeto de orçamento do governo norte-americano enviado por Trump chegou a
prever uma proibição para que os Estados do país implementassem formas de
regulação da inteligência artificial. A proposta, no entanto, foi rejeitada
pelo Congresso do país.
A
declaração do Brics defende, ainda, o pagamento de direitos autorais por
informações usadas pelas empresas de tecnologia que desenvolvem ferramentas de
inteligência artificial.
"Reconhecemos
a importância de colaborar na promoção do respeito aos direitos de propriedade
intelectual utilizados no ambiente digital, inclusive para fins de treinamento
em inteligência artificial, bem como na remuneração justa aos titulares de direitos,
respeitando as necessidades e prioridades dos países em desenvolvimento",
diz o documento.
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5) Condenação a ataques ao Irã, sem citar EUA
O Brics
resistiu à pressão iraniana para endurecer sua oposição aos recentes
bombardeios sofridos pelo país e criticar diretamente Estados Unidos e Israel.
A
declaração condena os ataques, mas sem mencionar nominalmente seus autores,
evitando provocar o presidente americano, Donald Trump.
Em
junho, forças americanas bombardearam instalações nucleares do Irã, sob o
argumento de que o país estaria próximo de desenvolver uma bomba nuclear, algo
que Teerã nega.
"Condenamos
os ataques militares contra a República Islâmica do Irã desde 13 de junho de
2025, que constituem uma violação do direito internacional e da Carta das
Nações Unidas, e expressamos profunda preocupação com a subsequente escalada da
situação de segurança no Oriente Médio".
O texto
ainda manifesta "séria preocupação com os ataques deliberados contra
infraestruturas civis e instalações nucleares pacíficas sob totais salvaguardas
da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em violação ao direito
internacional e a resoluções pertinentes da AIEA".
O bloco
ainda reforçou seu apoio "às iniciativas diplomáticas destinadas a
enfrentar os desafios regionais" e exortou o Conselho de Segurança da ONU
"a se ocupar desta questão".
Em
outro trecho da declaração, o Brics também se diz preocupado com "os
crescentes riscos de perigo e conflito nuclear" e volta a defender a
"suprema importância dos esforços que visam acelerar a implementação das
resoluções sobre o Estabelecimento de uma Zona Livre de Armas Nucleares e
outras Armas de Destruição em Massa no Oriente Médio".
Não
está claro o tamanho do dano que os bombardeios conseguiram infligir ao
programa nuclear iraniano — que o país diz ter fins pacíficos. O Irã reenvidou
os ataques de Israel e Estados Unidos, mas com poder de destruição menor.
Depois disso, houve um acordo de cessar-fogo.
A
entrada do Irã no Brics em 2024 foi patrocinada por dois importantes aliados:
China e Rússia, duas potências nucleares. Isso não significa, porém, garantia
de apoio militar a Teerã, ressaltam especialistas.
"A
entrada no Brics fortalece o Irã, mas não a ponto de prover qualquer tipo de
guarida ou escudo. Na verdade, o Irã teve de lutar sozinho. Praticamente, teve
que confrontar Israel e, depois, os Estados Unidos com seus próprios
meios", afirma o professor de Política Internacional e Comparativa na
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dawisson Belém Lopes.
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6) Bloco critica 'fome como método de guerra' em Gaza
Com o
agravamento da situação na Faixa de Gaza, o bloco ampliou sua manifestação
sobre o tema e críticas a Israel, destinando quatro parágrafos do texto ao
conflito — na declaração do ano passado, era um.
Uma das
novidades foi a condenação ao uso "da fome como método de guerra",
devido aos bloqueios à chegada de ajuda humanitária ao território palestino.
"Reiteramos
nossa profunda preocupação com a situação no Território Palestino Ocupado,
diante da retomada de ataques contínuos de Israel contra Gaza e da obstrução à
entrada de ajuda humanitária no território".
A
declaração também chama a ocupação israelense de "ilegal" e diz que o
fim do conflito só pode ser alcançado por meios pacíficos. O bloco reforçou sua
defesa de uma solução de dois Estados, com a coexistência de Israel e da
Palestina.
Nesse
ponto, o texto defende "o estabelecimento de um Estado da Palestina
soberano, independente e viável dentro das fronteiras internacionalmente
reconhecidas de 1967, que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, com Jerusalém
Oriental como sua capital".
Esse
trecho da declaração sofreu resistência do Irã, que não reconhece a existência
de Israel e, por isso, se opôs a menção à solução de dois Estados. Essa, porém,
é uma posição tradicional do Brics e o Irã acabou sem força para modificá-la.
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7) Guerra na Ucrânia
A
guerra na Ucrânia voltou a ser mencionada na declaração do Brics deste ano. E
como nas declarações desde 2022, quando a invasão russa começou, não houve
nenhum tipo de condenação à ação iniciada pelo regime de Vladimir Putin.
A
declaração deste ano praticamente reproduziu os termos usados na do ano
passado.
"Recordamos
nossas posições nacionais em relação ao conflito na Ucrânia, expressas nos
fóruns apropriados, incluindo o CSNU (Conselho de Segurança das Nações Unidas)
e a AGNU (Assembleia Geral das Nações Unidas)", diz um trecho do
documento.
A
novidade da declaração deste ano veio na menção às propostas de paz elaboradas
pela Iniciativa Africana pela Paz e pelo Grupo de Amigos pela Paz, do qual o
Brasil e a China fazem parte.
O
documento também criticou o uso de sanções unilaterais sem respaldo do Conselho
de Segurança da ONU.
"Apelamos
à eliminação de tais medidas ilegais, que minam o direito internacional e os
princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas. Reafirmamos que os
estados-membros do Brics não impõem nem apoiam sanções não autorizadas pelo
Conselho de Segurança da ONU", diz o documento.
A
menção pode ser interpretada como uma crítica velada a ações tomadas pelos
governos dos Estados Unidos e da União Europeia contra países como a Rússia e o
Irã, que são membros dos Brics e que estão, há anos, sob sanções econômicas.
¨
Nos Brics, Lula critica 'corrida armamentista' da Otan
celebrada por Trump
No
discurso de abertura da Cúpula dos Brics, neste domingo
(6/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou
a Organização do Tratado do Atlântico
Norte (Otan) e
disse que o medo de uma "catástrofe nuclear voltou ao cotidiano".
"A
recente decisão da Otan alimenta a corrida armamentista. É mais fácil destinar
5% do PIB para gastos militares do que alocar os 0,7% prometidos para
Assistência Oficial ao Desenvolvimento. Isso evidencia que os recursos para
implementar a Agenda 2030 existem, mas não estão disponíveis por falta de
prioridade política", disse Lula.
"É
sempre mais fácil investir na guerra do que na paz", complementou.
A
crítica de Lula foi em resposta à decisão da Otan, no final de junho, de
aumentar os gastos em defesa dos países que fazem parte do tratado para 5% dos
seus produtos internos brutos (PIB). A Otan é uma aliança militar composta por
32 países incluindo os Estados Unidos, Canadá e nações europeias.
A
decisão aconteceu na primeira reunião da organização após a eleição do
presidente americano Donald Trump. O aumento de gastos em defesa vinha sendo
defendido por ele que, nos últimos anos, criticou os países europeus por
supostamente gastarem pouco na área e deixarem os Estados Unidos como
responsáveis por garantir a segurança da Europa contra ameaças estrangeiras.
O
presidente dos EUA descreveu a decisão como uma "grande vitória para a
Europa e... civilização ocidental".
Recentemente,
a expansão da Otan em direção a países próximos à Rússia, como a Ucrânia, foi
usada como um dos elementos por trás da invasão russa sobre o país europeu.
A
Rússia é um dos membros fundadores dos Brics.
Em seu
discurso, Lula também criticou o que classificou como a reciclagem de
"velhas manobras retóricas" e a "instrumentalização" de
agências da Organização das Nações Unidas (ONU) para justificar ataques
militares.
"Velhas
manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Assim
como ocorreu no passado com a Organização para a Proibição de Armas Químicas, a
instrumentalização dos trabalhos da Agência Internacional de Energia Atômica
coloca em jogo a reputação de um órgão fundamental para a paz. O temor de uma
catástrofe nuclear voltou ao cotidiano", disse Lula.
A
crítica acontece poucas semanas após os Estados Unidos e Israel realizarem
ataques aéreos a instalações nucleares iranianas sob o pretexto de que o país
do Oriente Médio estaria próximo de produzir armas nucleares.
A
justificativa apresentada por israelenses e norte-americanos é semelhante à
usada pelos Estados Unidos em 2003 durante a invasão do país ao Iraque. À
época, os norte-americanos alegaram que o Iraque tinha armas de destruição em
massa. As armas, no entanto, nunca foram localizadas. O regime iraniano, por
sua vez, argumenta que seu programa nuclear tem apenas fins pacíficos.
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Lula critica fome como 'arma de guerra' em Gaza
Lula
voltou a fazer críticas aos ataques de Israel à Faixa de Gaza, usando mais uma
vez a palavra genocídio.
A forte
posição do líder brasileiro já levou o país sionista a o declarar "persona
non grata", quando Lula comparou a situação palestina com o holocausto, no
ano passado.
"Absolutamente
nada justifica as ações terroristas perpetradas pelo Hamas. Mas não podemos
permanecer indiferentes ao genocídio praticado por Israel em Gaza e a matança
indiscriminada de civis inocentes e o uso da fome como arma de guerra",
disse, no Brics.
O
presidente também voltou a defender o direito à criação de um Estado palestino,
posição histórica da diplomacia brasileira.
"A
solução desse conflito só será possível com o fim da ocupação israelense e com
o estabelecimento de um Estado palestino soberano, dentro das fronteiras de
1967".
Com
linguagem mais branda, Lula criticou a invasão da Ucrânia, sem citar
diretamente a Rússia, país que integra o Brics. Ele também defendeu os esforços
brasileiros para mediar a paz na região, embora a iniciativa não esteja
conseguindo avanços.
"É
urgente que as partes envolvidas na guerra na Ucrânia aprofundem o diálogo
direto com vistas a um cessar-fogo e uma paz duradoura".
"O
Grupo de Amigos para a Paz, criado por China e Brasil e que conta com a
participação de países do Sul Global, procura identificar possíveis caminhos
para o fim das hostilidades".
Em seu
discurso, Lula também afirmou que condenou violações à soberania tanto do Irã
quanto da Ucrânia.
Os
líderes dos Brics estão reunidos no Rio de Janeiro até segunda-feira (7/7). O
grupo é atualmente formado por Brasil, Rússia, China, Índia, Irã, Arábia
Saudita, Etiópia, Indonésia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos e Egito, o
bloco representa quase a metade da população mundial e 40% da riqueza produzida
globalmente.
Fonte:
BBC News Brasil

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