segunda-feira, 14 de julho de 2025

Xico Sá: Clã Bolsonaro supera até Calabar em traição à Pátria

A forma como Eduardo Bolsonaro forjou a traição à Pátria, na sua temporada nos EUA, não tem precedentes na história do Brasil. De forma precoce, comparei o deputado — logo depois do anúncio do tarifaço de Trump — a Joaquim Silvério dos Reis, o delator da Inconfidência Mineira, responsável, em 1789, pelo enforcamento de Tiradentes.

Embora seja possível, na disciplina de canalhice comparada, associar as duas figuras, o fura-olho dos inconfidentes tem o atenuante de não ser do nosso país. Nascido em Leiria, Portugal, nunca saiu por aí pagando de patriota do naipe “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

Cai na tentação de buscar outro traidor das antigas, o senhor de engenho Domingos Fernandes Calabar, que se bandeou para a tropa holandesa na guerra contra brasileiros e portugueses, em 1632. Este sim, brasileiríssimo de Porto Calvo, Alagoas, terra na época pertencente a Pernambuco.

Mesmo com assento cativo no panteão dos grandes traidores da pátria, Calabar não teria, na comparação dos canalhas, a mesma baixeza do filho de Bolsonaro, cuja missão é tão-somente salvar a pele do pai em uma anistia de uma chantagem que envolve toda parte significativa da economia do país.

O senhor de engenho conta ainda com o benefício da dúvida e alguns álibis literários, como vemos na peça “Calabar, o elogio da traição”, de Chico Buarque e Ruy Guerra. O texto, censurado em 1973 pela Ditadura, questiona noções de heróis e renegados.

No episódio do clã Bolsonaro, é tudo muito explícito e tacanho. Brinca-se com a economia brasileira por uma birra familiar. Vale tudo para tirar o pai da forca, digo, de uma provável cadeia na condenação por detonar o início de um golpe de Estado.

Desculpa, coronel Silvério dos Reis; perdão, seu Calabar, pelas precoces comparações no calor da história. O que a extrema direita brasileira armou com Donald Trump não tem precedente no repertório brasileiro.

Repare que o deputado (eleito festivamente pelos paulistas) usa a mesma retórica de um sequestrador em um vídeo publicado sob a euforia da tarifa trumpista de 50%. Ele usa como refém a economia de um país inteiro — para exigir a “anistia” para a figura paterna.

Estou enganado, leitor de boa memória? Caso lembrem de algum traidor que supere o representante do bolsonarismo, favor avisar a este vosso súdito. Farei justiça na próxima crônica.

<><> Lesa-pátria, Eduardo Bolsonaro conclama empresas brasileiras a irem para os EUA

Após conspirar contra o Brasil com mentiras sobre o pai, Jair Bolsonaro (PL), o que resultou na determinação de Donald Trump em taxar em 50%, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) agora está conclamando empresários brasileiros a deixarem o país em um "convite tentador" para se instalarem nos EUA.

Em vídeo inacreditável, divulgado por perfil bolsonarista na rede X, Eduardo lê a carta enviada por Trump para chantagear Lula, taxando o Brasil caso não seja suspenso o processo que deve levar Bolsonaro à prisão, e diz que o presidente estadunidense está oferecendo benefícios para os empresários brasileiros se mudarem para os EUA.

"Ele (Trump) dá um tapa com luva de pelica, falando o seguinte, o Brasil é mais complicado para você investir. Ele está fazendo um convite aqui aos brasileiros, olha, eu estou aqui colocando 50% de tarifa no Brasil, por causa do seu presidente, do Lula, e por causa, principalmente, do Alexandre de Moraes. Mas se você, empresário brasileiro, quiser investir nos Estados Unidos, em semanas, não vai ter preconceito não", interpreta Eduardo.

Em seguida, Eduardo se coloca à disposição dos empresários que queiram deixar o Brasil, causando desemprego no país, em uma espécie de assessoria para se mudarem para os EUA.

"É só vir para cá que em semanas a gente coloca o seu processo adiante. E isso daí realmente faz muito sentido, porque os Estados Unidos é mais fácil do ponto de vista tributário, tem mais benefícios, você exporta para praticamente o mundo inteiro, você vai ter acordos de livre comércio com vários países do mundo, com vários blocos do mundo", diz.

O filho de Bolsonaro então ressalta, que é "realmente é um convite tentador".

•        ‘Defenda o Brasil’: PT lança campanha contra ‘falsos patriotas’ após tarifaço de Trump

Enquanto Lula atua no campo diplomático para buscar alternativas contra a taxação de 50% dos produtos brasileiros anunciados por Donal Trump, o PT articula uma campanha, chamada Defenda o Brasil, para denunciar a submissão dos "falsos patriotas", ligados a Jair Bolsonaro (PL), aos interesses dos EUA, mirando em Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), virtual candidato da chamada terceira via para as eleições presidenciais de 2026.

"No momento em que o país está tendo sua soberania atacada por uma nação estrangeira, a união do povo, das instituições e de todos os grupos sociais é fundamental para proteger a nação. Com base nesses fundamentos, a campanha Defenda o Brasil está sendo lançada, nesta sexta-feira (11), em todo o país, para incentivar o patriotismo entre os brasileiros. A taxação de 50% dos produtos brasileiros anunciada por Donald Trump revela a importância da integração nacional em prol do país", diz o PT ao anunciar a campanha.

Segundo o site do PT, diversas peças publicitárias estão sendo lançadas para conscientizar os brasileiros da necessidade de ter orgulho e defender o próprio país.

"A campanha ocorre em consórcio entre o PT, influenciadores, movimentos sociais, sindicatos e centrais sindicais, parlamentares, liderança do PT na Câmara e no Senado e a população em geral. A campanha destaca que os traidores da Pátria atuaram se fingindo de patriotas".

O primeiro vídeo da campanha fala do "silêncio covarde dos falsos patriotas", destacando nas imagens Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) "bajulando" Trump e usando "nossa bandeira como fantasia para esconder traição, mentira, submissão".

"Essa bandeira não é adereço. Não é figurino de traidor. É símbolo de um país que trabalha. Nossa bandeira é para ser defendida. Defenda o Brasil", diz o vídeo.

•        Traidor, Malafaia se curva à chantagem de Trump

O pastor Silas Malafaia, um dos principais aliados evangélicos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), avaliou de maneira estapafúrdia que a chantagem do ex-presidente norte-americano Donald Trump de aplicar uma sobretaxa de 50% ao Brasil teve forte impacto político e “mudou o jogo” no país.

Em entrevista à coluna de Mônica Bergamo, na Folha, Malafaia, na contramão do que avaliam veículos de comunicação e empresários, afirmou que a medida recoloca Bolsonaro no centro da disputa política nacional.

“Trump trouxe Bolsonaro de volta ao jogo”, declarou o líder religioso, em referência à carta divulgada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No documento, o norte-americano justificou a imposição das tarifas acusando o governo brasileiro de promover uma "caça às bruxas" contra seu aliado político no Brasil.

<><> Dado como morto

Para Malafaia, o gesto de Trump elevou o ex-presidente a um novo status internacional. “Bolsonaro já era dado como morto. Já estava sendo tratado como preso, e fora do jogo. Agora, tudo mudou”, avaliou. Segundo ele, figuras da direita que já articulavam para ocupar o espaço político deixado por Bolsonaro agora serão obrigadas a recuar. “Trump colocou o Bolsonaro em outro patamar. Escancarou. O mundo inteiro agora tem conhecimento da perseguição que ele sofre no Brasil. Bolsonaro se tornou personagem global.”

Na visão do pastor, Trump estaria mandando um recado direto ao governo brasileiro ao propor um acordo: “Trump está dizendo claramente: 'Vamos sentar e negociar. Parem com essa perseguição que tudo volta ao normal'”.

<><> Críticas ao STF

Malafaia também direcionou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que atualmente julga Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado. Para o pastor, a Corte deveria abandonar o processo: “O STF vai ter que recuar. Quem é o Brasil para peitar uma potência mundial como os EUA?”, questionou.

O religioso foi além e sugeriu que, caso os ministros insistam na ação penal contra o ex-presidente, estariam assumindo um “risco político” significativo. “Estarão dobrando uma aposta muito perigosa, que pode atingi-los e também a seus familiares”, alertou.

As declarações de Malafaia ocorrem em meio ao acirramento das tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros feito por Trump, que é pré-candidato à presidência nas eleições americanas deste ano.

•        Bolsonaro e Tarcísio festejaram taxação de Trump em churrascaria

Menos de 24 horas após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar, por meio de uma carta publicada nas redes sociais, que irá impor tarifa de 50% em todos os produtos brasileiros exportados para os EUA, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ex-presidente Jair Bolsonaro foram comemorar a medida do governo estadunidense em uma churrascaria.

Na carta publicada em seu perfil na Truth Social, Donald Trump atrela a retirada das tarifas aos produtos brasileiros à anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, apontado como o mentor intelectual da tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

Para Donald Trump, Jair Bolsonaro é vítima de uma "caça às bruxas" e o julgamento contra ele é ilegal, o que não encontra pé na realidade e se configura como clara intromissão em assuntos soberanos do Brasil.

Em resposta, Lula afirmou que o Brasil, caso os EUA levem adiante a tarifa, vai aplicar a lei da reciprocidade e também defendeu a Corte brasileira e o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

"O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais", declarou Lula.

Nas imagens, Tarcísio e Jair Bolsonaro aparecem sorridentes, com pratos cheios de comida e tirando fotos com admiradores, em claro deboche com os brasileiros que devem ser afetados pelas tarifas de Donald Trump.

•        Tabata para Tarcísio: “vai ficar do lado de Bolsonaro ou do povo de São Paulo?

A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) acusou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de omissão diante da sobretaxa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros. Em vídeo divulgado nesta quinta-feira (10), ela afirmou que o governador está "perdendo tempo" ao criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando deveria estar pressionando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a agir para reverter a decisão norte-americana.

“Se você, Tarcísio, quer realmente defender as pessoas do estado de São Paulo, faça alguma coisa. Convença o Bolsonaro a desfazer essa palhaçada”, disse a deputada.

Tabata classificou a medida como uma “chantagem” ligada diretamente à situação judicial de Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe. Ela lembrou que a decisão de Trump veio logo após uma visita de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, aos Estados Unidos, onde pediu apoio ao ex-presidente americano diante das investigações no Brasil.

“Ele [Bolsonaro] sabe que o momento de ser punido está chegando. Essa tarifa é uma chantagem que faz o Brasil de refém”, afirmou. “O senhor [Tarcísio] sabe disso. Eles são do seu grupo político. É evidente que essa estratégia vem sendo debatida, que esse momento era esperado. Esse era o objetivo: taxar o Brasil”, acrescentou.

<><> Lei da Reciprocidade

As tarifas, que entram em vigor a partir de 1º de agosto, devem impactar fortemente o estado de São Paulo, líder nacional nas exportações de laranja, carne bovina e café para os Estados Unidos. Tabata advertiu que, se o governador não tomar nenhuma atitude concreta, poderá se tornar “cúmplice” de Bolsonaro no episódio.

Na carta em que justificou a medida, Trump citou diretamente o inquérito do STF contra Bolsonaro como uma das motivações para retaliar economicamente o Brasil. O estrategista Steve Bannon, aliado próximo de Trump, afirmou publicamente que as tarifas poderiam ser suspensas se o processo contra o ex-presidente brasileiro for encerrado.

Tabata afirmou estar articulando uma resposta no Congresso Nacional e junto ao governo federal, com base na lei de reciprocidade. A deputada também criticou o que chamou de comemoração da “bomba atômica” contra o país por parte da família Bolsonaro.

“Não é hora de narrativas”, disse ela. “É hora de defender o Brasil.”

•        Tarcísio sinaliza jogada ensaiada com Trump para "paulistas" após Lula articular com empresariado

Preferido do consórcio que une Centrão, mídia liberal e Faria Lima para encabeçar a disputa presidencial contra Lula em 2026, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) sinalizou nas redes sociais uma jogada ensaiada com Donald Trump para "abrir diálogo com as empresas paulistas".

O anúncio nesta sexta-feira (11) na rede X acontece um dia após divulgar em entrevista ao Jornal Nacional que articula com o empresariado brasileiro uma resposta ao governo dos EUA.

"Primeiro eu pretendo reunir todos os empresários que têm exportação para os Estados Unidos, sobretudo aqueles que têm maior volume de exportação - suco de laranja, aço, a Embraer, que exporta muito pros Estados Unidos - para conversar para ver qual é a situação deles. Nós vamos tentar fazer todo o processo de negociação que for possível fazer. O Brasil gosta de negociar, o Brasil não gosta de contencioso. E depois que se esgotarem as negociações, o Brasil vai aplicar a Lei da Reciprocidade. E aí os empresários, eu espero, que estejam aliados ao governo brasileiro. Porque se existe algum empresário que acha que o governo brasileiro tem que ceder e fazer tudo que o presidente do outro país quer, sinceramente, esse cidadão não tem nenhum orgulho de ser brasileiro. Essa é a hora de a gente mostrar que o Brasil quer ser respeitado no mundo, que o Brasil é um país que não tem contencioso com nenhum país do mundo e que, portanto, a gente não aceita desaforamento contra o Brasil", afirmou Lula ao JN.

Nesta sexta, Tarcísio correu à rede X para dizer que se reuniu com Gabriel Escobar, Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, em Brasília.

"Acabo de me reunir com Gabriel Escobar, Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, em Brasília. Conversamos sobre as consequências da tarifa para a indústria e agro brasileiro e também o reflexo disso para as empresas americanas. Vamos abrir diálogo com as empresas paulistas, lastreado em dados e argumentos consolidados, para buscar soluções efetivas. É preciso negociar. Narrativas não resolverão o problema. A responsabilidade é de quem governa", disse o governador paulista, que culpou Lula pela Bolsotaxa, articulada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Um seguidor, no entanto, lembrou o governador sobre um artefato essencial para a bajulação de Trump. "Foi com o boné?", indagou.

<><> Desemprego em SP

Classificado como "candidato a vassalo" pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, sobre a posição servil à taxação de Donald Trump ao Brasil, Tarcísio terá que dar explicações a milhares de pessoas que podem ficar desempregadas em São Paulo a partir de 1º de agosto, quando deve ter início a nova alíquota para exportação.

Estudo do grupo de pesquisa do Nemea-Cedeplar, da Universidade Federal de Minas Gerais, divulgado por Jamil Chade no Uol, mostra que o estado governador por Tarcísio, cortejado para ser o candidato anti-Lula da terceira via em 2026, deve sofrer o maior impacto da taxa de 50% aos produtos brasileiros imposta por Trump após sucessivos apelos do clã Bolsonaro, em especial do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Segundo o levantamento, a taxação pode causar uma queda de -0,16% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil - equivalente a R$ 19,2 milhões - e desencadear o fechamento de 110 mil postos de trabalho em todo o país.

Os dados mostram que o Estado mais afetado seria São Paulo, que pode registar perdas de R$ 4,4 bilhões de dólares. Em seguida, vem outros quatro estados comandados por governadores alinhados à ultradireita neofascista de Jair Bolsonaro.

Rio Grande do Sul, de Eduardo Leite (PSD), e Paraná, de Ratinho Jr. (PSD

 vai perder R$ 1,9 bi cada um. Em seguida vem Santa Catarina, de Jorginho Mello (PL), com perdas de R$ 1,74 bi, e depois Minas Gerais, de Romeu Zema (Novo), com R$ -1,66 bilhões.

"A projeção dos impactos das medidas tarifárias no emprego setorial brasileiro aponta reduções expressivas em diversos setores da economia. O setor agropecuário apresentaria a maior perda de postos de trabalho, com uma redução de cerca de 40 mil ocupações, 31 mil no comércio e 26 mil na indústria", diz o estudo.

 

Fonte: ICL Noticias/Fórum

 

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