Xico
Sá: Clã Bolsonaro supera até Calabar em traição à Pátria
A forma
como Eduardo Bolsonaro forjou a traição à Pátria, na sua temporada nos EUA, não
tem precedentes na história do Brasil. De forma precoce, comparei o deputado —
logo depois do anúncio do tarifaço de Trump — a Joaquim Silvério dos Reis, o
delator da Inconfidência Mineira, responsável, em 1789, pelo enforcamento de
Tiradentes.
Embora
seja possível, na disciplina de canalhice comparada, associar as duas figuras,
o fura-olho dos inconfidentes tem o atenuante de não ser do nosso país. Nascido
em Leiria, Portugal, nunca saiu por aí pagando de patriota do naipe “Brasil
acima de tudo, Deus acima de todos”.
Cai na
tentação de buscar outro traidor das antigas, o senhor de engenho Domingos
Fernandes Calabar, que se bandeou para a tropa holandesa na guerra contra
brasileiros e portugueses, em 1632. Este sim, brasileiríssimo de Porto Calvo,
Alagoas, terra na época pertencente a Pernambuco.
Mesmo
com assento cativo no panteão dos grandes traidores da pátria, Calabar não
teria, na comparação dos canalhas, a mesma baixeza do filho de Bolsonaro, cuja
missão é tão-somente salvar a pele do pai em uma anistia de uma chantagem que
envolve toda parte significativa da economia do país.
O
senhor de engenho conta ainda com o benefício da dúvida e alguns álibis
literários, como vemos na peça “Calabar, o elogio da traição”, de Chico Buarque
e Ruy Guerra. O texto, censurado em 1973 pela Ditadura, questiona noções de
heróis e renegados.
No
episódio do clã Bolsonaro, é tudo muito explícito e tacanho. Brinca-se com a
economia brasileira por uma birra familiar. Vale tudo para tirar o pai da
forca, digo, de uma provável cadeia na condenação por detonar o início de um
golpe de Estado.
Desculpa,
coronel Silvério dos Reis; perdão, seu Calabar, pelas precoces comparações no
calor da história. O que a extrema direita brasileira armou com Donald Trump
não tem precedente no repertório brasileiro.
Repare
que o deputado (eleito festivamente pelos paulistas) usa a mesma retórica de um
sequestrador em um vídeo publicado sob a euforia da tarifa trumpista de 50%.
Ele usa como refém a economia de um país inteiro — para exigir a “anistia” para
a figura paterna.
Estou
enganado, leitor de boa memória? Caso lembrem de algum traidor que supere o
representante do bolsonarismo, favor avisar a este vosso súdito. Farei justiça
na próxima crônica.
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Lesa-pátria, Eduardo Bolsonaro conclama empresas brasileiras a irem para os EUA
Após
conspirar contra o Brasil com mentiras sobre o pai, Jair Bolsonaro (PL), o que
resultou na determinação de Donald Trump em taxar em 50%, Eduardo Bolsonaro
(PL-SP) agora está conclamando empresários brasileiros a deixarem o país em um
"convite tentador" para se instalarem nos EUA.
Em
vídeo inacreditável, divulgado por perfil bolsonarista na rede X, Eduardo lê a
carta enviada por Trump para chantagear Lula, taxando o Brasil caso não seja
suspenso o processo que deve levar Bolsonaro à prisão, e diz que o presidente
estadunidense está oferecendo benefícios para os empresários brasileiros se
mudarem para os EUA.
"Ele
(Trump) dá um tapa com luva de pelica, falando o seguinte, o Brasil é mais
complicado para você investir. Ele está fazendo um convite aqui aos
brasileiros, olha, eu estou aqui colocando 50% de tarifa no Brasil, por causa
do seu presidente, do Lula, e por causa, principalmente, do Alexandre de
Moraes. Mas se você, empresário brasileiro, quiser investir nos Estados Unidos,
em semanas, não vai ter preconceito não", interpreta Eduardo.
Em
seguida, Eduardo se coloca à disposição dos empresários que queiram deixar o
Brasil, causando desemprego no país, em uma espécie de assessoria para se
mudarem para os EUA.
"É
só vir para cá que em semanas a gente coloca o seu processo adiante. E isso daí
realmente faz muito sentido, porque os Estados Unidos é mais fácil do ponto de
vista tributário, tem mais benefícios, você exporta para praticamente o mundo
inteiro, você vai ter acordos de livre comércio com vários países do mundo, com
vários blocos do mundo", diz.
O filho
de Bolsonaro então ressalta, que é "realmente é um convite tentador".
• ‘Defenda o Brasil’: PT lança campanha
contra ‘falsos patriotas’ após tarifaço de Trump
Enquanto
Lula atua no campo diplomático para buscar alternativas contra a taxação de 50%
dos produtos brasileiros anunciados por Donal Trump, o PT articula uma
campanha, chamada Defenda o Brasil, para denunciar a submissão dos "falsos
patriotas", ligados a Jair Bolsonaro (PL), aos interesses dos EUA, mirando
em Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), virtual candidato da chamada
terceira via para as eleições presidenciais de 2026.
"No
momento em que o país está tendo sua soberania atacada por uma nação
estrangeira, a união do povo, das instituições e de todos os grupos sociais é
fundamental para proteger a nação. Com base nesses fundamentos, a campanha
Defenda o Brasil está sendo lançada, nesta sexta-feira (11), em todo o país,
para incentivar o patriotismo entre os brasileiros. A taxação de 50% dos
produtos brasileiros anunciada por Donald Trump revela a importância da
integração nacional em prol do país", diz o PT ao anunciar a campanha.
Segundo
o site do PT, diversas peças publicitárias estão sendo lançadas para
conscientizar os brasileiros da necessidade de ter orgulho e defender o próprio
país.
"A
campanha ocorre em consórcio entre o PT, influenciadores, movimentos sociais,
sindicatos e centrais sindicais, parlamentares, liderança do PT na Câmara e no
Senado e a população em geral. A campanha destaca que os traidores da Pátria
atuaram se fingindo de patriotas".
O
primeiro vídeo da campanha fala do "silêncio covarde dos falsos
patriotas", destacando nas imagens Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio Gomes de
Freitas (Republicanos) "bajulando" Trump e usando "nossa
bandeira como fantasia para esconder traição, mentira, submissão".
"Essa
bandeira não é adereço. Não é figurino de traidor. É símbolo de um país que
trabalha. Nossa bandeira é para ser defendida. Defenda o Brasil", diz o
vídeo.
• Traidor, Malafaia se curva à chantagem
de Trump
O
pastor Silas Malafaia, um dos principais aliados evangélicos do ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL), avaliou de maneira estapafúrdia que a chantagem do
ex-presidente norte-americano Donald Trump de aplicar uma sobretaxa de 50% ao
Brasil teve forte impacto político e “mudou o jogo” no país.
Em
entrevista à coluna de Mônica Bergamo, na Folha, Malafaia, na contramão do que
avaliam veículos de comunicação e empresários, afirmou que a medida recoloca
Bolsonaro no centro da disputa política nacional.
“Trump
trouxe Bolsonaro de volta ao jogo”, declarou o líder religioso, em referência à
carta divulgada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No
documento, o norte-americano justificou a imposição das tarifas acusando o
governo brasileiro de promover uma "caça às bruxas" contra seu aliado
político no Brasil.
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Dado como morto
Para
Malafaia, o gesto de Trump elevou o ex-presidente a um novo status
internacional. “Bolsonaro já era dado como morto. Já estava sendo tratado como
preso, e fora do jogo. Agora, tudo mudou”, avaliou. Segundo ele, figuras da
direita que já articulavam para ocupar o espaço político deixado por Bolsonaro
agora serão obrigadas a recuar. “Trump colocou o Bolsonaro em outro patamar.
Escancarou. O mundo inteiro agora tem conhecimento da perseguição que ele sofre
no Brasil. Bolsonaro se tornou personagem global.”
Na
visão do pastor, Trump estaria mandando um recado direto ao governo brasileiro
ao propor um acordo: “Trump está dizendo claramente: 'Vamos sentar e negociar.
Parem com essa perseguição que tudo volta ao normal'”.
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Críticas ao STF
Malafaia
também direcionou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que atualmente
julga Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado. Para o pastor, a
Corte deveria abandonar o processo: “O STF vai ter que recuar. Quem é o Brasil
para peitar uma potência mundial como os EUA?”, questionou.
O
religioso foi além e sugeriu que, caso os ministros insistam na ação penal
contra o ex-presidente, estariam assumindo um “risco político” significativo.
“Estarão dobrando uma aposta muito perigosa, que pode atingi-los e também a
seus familiares”, alertou.
As
declarações de Malafaia ocorrem em meio ao acirramento das tensões diplomáticas
entre Brasil e Estados Unidos, após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos
brasileiros feito por Trump, que é pré-candidato à presidência nas eleições
americanas deste ano.
• Bolsonaro e Tarcísio festejaram taxação
de Trump em churrascaria
Menos
de 24 horas após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar, por meio de uma
carta publicada nas redes sociais, que irá impor tarifa de 50% em todos os
produtos brasileiros exportados para os EUA, o governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas, e o ex-presidente Jair Bolsonaro foram comemorar a medida
do governo estadunidense em uma churrascaria.
Na
carta publicada em seu perfil na Truth Social, Donald Trump atrela a retirada
das tarifas aos produtos brasileiros à anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro,
apontado como o mentor intelectual da tentativa de golpe de Estado em 8 de
janeiro de 2023.
Para
Donald Trump, Jair Bolsonaro é vítima de uma "caça às bruxas" e o
julgamento contra ele é ilegal, o que não encontra pé na realidade e se
configura como clara intromissão em assuntos soberanos do Brasil.
Em
resposta, Lula afirmou que o Brasil, caso os EUA levem adiante a tarifa, vai
aplicar a lei da reciprocidade e também defendeu a Corte brasileira e o
processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
"O
processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de
competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum
tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições
nacionais", declarou Lula.
Nas
imagens, Tarcísio e Jair Bolsonaro aparecem sorridentes, com pratos cheios de
comida e tirando fotos com admiradores, em claro deboche com os brasileiros que
devem ser afetados pelas tarifas de Donald Trump.
• Tabata para Tarcísio: “vai ficar do lado
de Bolsonaro ou do povo de São Paulo?
A
deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) acusou o governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republicanos), de omissão diante da sobretaxa de 50%
anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros. Em vídeo divulgado nesta
quinta-feira (10), ela afirmou que o governador está "perdendo tempo"
ao criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando deveria estar
pressionando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a agir para reverter a decisão
norte-americana.
“Se
você, Tarcísio, quer realmente defender as pessoas do estado de São Paulo, faça
alguma coisa. Convença o Bolsonaro a desfazer essa palhaçada”, disse a
deputada.
Tabata
classificou a medida como uma “chantagem” ligada diretamente à situação
judicial de Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por
tentativa de golpe. Ela lembrou que a decisão de Trump veio logo após uma
visita de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, aos Estados
Unidos, onde pediu apoio ao ex-presidente americano diante das investigações no
Brasil.
“Ele
[Bolsonaro] sabe que o momento de ser punido está chegando. Essa tarifa é uma
chantagem que faz o Brasil de refém”, afirmou. “O senhor [Tarcísio] sabe disso.
Eles são do seu grupo político. É evidente que essa estratégia vem sendo
debatida, que esse momento era esperado. Esse era o objetivo: taxar o Brasil”,
acrescentou.
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Lei da Reciprocidade
As
tarifas, que entram em vigor a partir de 1º de agosto, devem impactar
fortemente o estado de São Paulo, líder nacional nas exportações de laranja,
carne bovina e café para os Estados Unidos. Tabata advertiu que, se o
governador não tomar nenhuma atitude concreta, poderá se tornar “cúmplice” de
Bolsonaro no episódio.
Na
carta em que justificou a medida, Trump citou diretamente o inquérito do STF
contra Bolsonaro como uma das motivações para retaliar economicamente o Brasil.
O estrategista Steve Bannon, aliado próximo de Trump, afirmou publicamente que
as tarifas poderiam ser suspensas se o processo contra o ex-presidente
brasileiro for encerrado.
Tabata
afirmou estar articulando uma resposta no Congresso Nacional e junto ao governo
federal, com base na lei de reciprocidade. A deputada também criticou o que
chamou de comemoração da “bomba atômica” contra o país por parte da família
Bolsonaro.
“Não é
hora de narrativas”, disse ela. “É hora de defender o Brasil.”
• Tarcísio sinaliza jogada ensaiada com
Trump para "paulistas" após Lula articular com empresariado
Preferido
do consórcio que une Centrão, mídia liberal e Faria Lima para encabeçar a
disputa presidencial contra Lula em 2026, Tarcísio Gomes de Freitas
(Republicanos) sinalizou nas redes sociais uma jogada ensaiada com Donald Trump
para "abrir diálogo com as empresas paulistas".
O
anúncio nesta sexta-feira (11) na rede X acontece um dia após divulgar em
entrevista ao Jornal Nacional que articula com o empresariado brasileiro uma
resposta ao governo dos EUA.
"Primeiro
eu pretendo reunir todos os empresários que têm exportação para os Estados
Unidos, sobretudo aqueles que têm maior volume de exportação - suco de laranja,
aço, a Embraer, que exporta muito pros Estados Unidos - para conversar para ver
qual é a situação deles. Nós vamos tentar fazer todo o processo de negociação
que for possível fazer. O Brasil gosta de negociar, o Brasil não gosta de
contencioso. E depois que se esgotarem as negociações, o Brasil vai aplicar a
Lei da Reciprocidade. E aí os empresários, eu espero, que estejam aliados ao
governo brasileiro. Porque se existe algum empresário que acha que o governo
brasileiro tem que ceder e fazer tudo que o presidente do outro país quer,
sinceramente, esse cidadão não tem nenhum orgulho de ser brasileiro. Essa é a
hora de a gente mostrar que o Brasil quer ser respeitado no mundo, que o Brasil
é um país que não tem contencioso com nenhum país do mundo e que, portanto, a
gente não aceita desaforamento contra o Brasil", afirmou Lula ao JN.
Nesta
sexta, Tarcísio correu à rede X para dizer que se reuniu com Gabriel Escobar,
Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, em Brasília.
"Acabo
de me reunir com Gabriel Escobar, Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA
no Brasil, em Brasília. Conversamos sobre as consequências da tarifa para a
indústria e agro brasileiro e também o reflexo disso para as empresas
americanas. Vamos abrir diálogo com as empresas paulistas, lastreado em dados e
argumentos consolidados, para buscar soluções efetivas. É preciso negociar.
Narrativas não resolverão o problema. A responsabilidade é de quem
governa", disse o governador paulista, que culpou Lula pela Bolsotaxa,
articulada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Um
seguidor, no entanto, lembrou o governador sobre um artefato essencial para a
bajulação de Trump. "Foi com o boné?", indagou.
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Desemprego em SP
Classificado
como "candidato a vassalo" pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda,
sobre a posição servil à taxação de Donald Trump ao Brasil, Tarcísio terá que
dar explicações a milhares de pessoas que podem ficar desempregadas em São
Paulo a partir de 1º de agosto, quando deve ter início a nova alíquota para
exportação.
Estudo
do grupo de pesquisa do Nemea-Cedeplar, da Universidade Federal de Minas
Gerais, divulgado por Jamil Chade no Uol, mostra que o estado governador por
Tarcísio, cortejado para ser o candidato anti-Lula da terceira via em 2026,
deve sofrer o maior impacto da taxa de 50% aos produtos brasileiros imposta por
Trump após sucessivos apelos do clã Bolsonaro, em especial do deputado
licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Segundo
o levantamento, a taxação pode causar uma queda de -0,16% no Produto Interno
Bruto (PIB) do Brasil - equivalente a R$ 19,2 milhões - e desencadear o
fechamento de 110 mil postos de trabalho em todo o país.
Os
dados mostram que o Estado mais afetado seria São Paulo, que pode registar
perdas de R$ 4,4 bilhões de dólares. Em seguida, vem outros quatro estados
comandados por governadores alinhados à ultradireita neofascista de Jair
Bolsonaro.
Rio
Grande do Sul, de Eduardo Leite (PSD), e Paraná, de Ratinho Jr. (PSD
vai perder R$ 1,9 bi cada um. Em seguida vem
Santa Catarina, de Jorginho Mello (PL), com perdas de R$ 1,74 bi, e depois
Minas Gerais, de Romeu Zema (Novo), com R$ -1,66 bilhões.
"A
projeção dos impactos das medidas tarifárias no emprego setorial brasileiro
aponta reduções expressivas em diversos setores da economia. O setor
agropecuário apresentaria a maior perda de postos de trabalho, com uma redução
de cerca de 40 mil ocupações, 31 mil no comércio e 26 mil na indústria",
diz o estudo.
Fonte:
ICL Noticias/Fórum

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