Tarcísio
poderá ser investigado por tentar facilitar a fuga de Bolsonaro
O
Partido dos Trabalhadores protocolou nesta sexta-feira (11) uma petição junto
ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que o ministro Alexandre de
Moraes apure a conduta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por
suspeita de crimes como obstrução de Justiça, abuso de autoridade e colaboração
com organização criminosa transnacional.
Segundo
a ação, Tarcísio teria telefonado a ministros do STF com o objetivo de
interceder a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu por
tentativa de golpe de Estado. O pedido seria para que Bolsonaro obtivesse
autorização judicial para viajar aos Estados Unidos, onde se encontraria com o
presidente Donald Trump, que exerce seu segundo mandato desde 2025. O objetivo
do encontro, segundo o PT, seria negociar a reversão do tarifaço imposto por
Trump ao Brasil, em troca da absolvição de Bolsonaro.
“O gesto é grave: um chefe de Executivo
estadual tentando liberar a saída de um réu investigado por tentativa de golpe,
para que este se encontre com o líder da pressão internacional contra o
Brasil”, afirma o partido na petição.
O PT
argumenta que o governador de São Paulo teria atuado como elo institucional de
uma chantagem entre Trump e Bolsonaro. Mesmo sem formalizar um pedido oficial à
Corte, o simples contato com ministros já demonstraria, segundo o partido, uma
tentativa de interferência no andamento do processo penal.
“Na prática, Tarcísio não apenas expressou a
chantagem — ele teria atuado para materializá-la. Ainda que não tenha
formalizado o pedido, o simples contato institucional revela disposição de
violar a legalidade, pressionar a Corte Suprema e fragilizar o processo penal
em curso”, sustenta o documento.
Tarcísio
negou que tenha feito qualquer contato com ministros do STF nesse sentido. No
entanto, o PT afirma que mesmo uma atuação informal deve ser compreendida como
tentativa de obstrução da Justiça.
“Tal ato, ainda que informal, configura
ingerência indevida no exercício da jurisdição penal desta Corte e deve ser
compreendido como tentativa de obstrução da Justiça, pois visa, na prática,
subtrair o réu da aplicação de medida cautelar já imposta de retenção de
passaporte.”
O
partido pede ainda que o Ministério Público seja formalmente informado sobre os
indícios de condutas criminosas atribuídas a Tarcísio de Freitas. Além disso,
solicita que a competência para eventual desdobramento investigativo permaneça
no STF, mesmo que o governador tenha foro privilegiado no Superior Tribunal de
Justiça (STJ), em razão da conexão direta com os fatos investigados na Ação
Penal 2668.
• Quem Tarcísio pressiona no STF, com
carteiraços em nome de Bolsonaro? Por Moisés Mendes
O
governador do Estado mais poderoso do Brasil levanta o telefone e liga para
ministros do Supremo com uma proposta indecorosa. Devolvam o passaporte do meu
líder, que vocês pretendem prender como chefe de um golpe, porque ele pode nos
salvar da enrascada com Trump.
Foi o
que aconteceu. Usaram de novo todos os adjetivos disponíveis para definir a
afronta de Tarcísio de Freitas ao STF. A ministra Gleisi Hoffmann definiu a
atitude do extremista moderado como algo ‘surreal’.
Surreal
teria sido se ele tivesse desfilado de sunga e boné do Trump agora, em junho,
com três graus negativos, em Gramado, na Serra gaúcha. É mais do que um gesto
surreal, atrevido ou desrespeitoso.
É uma
demonstração de força que o sujeito pretendia ter ou ainda acha que tem. Não
precisa de adjetivo. Vamos para as informações substantivas.
Tarcísio
telefonou para ministros do Supremo por achar que poderia assustá-los com a sua
ideia. E a pergunta passa a ser essa: por que achou que tinha tanto poder?
A
jornalista Monica Bergamo deu o furo dos telefonemas, mas não disse para quem
ele ligou. Monica informa apenas que Tarcísio “telefonou para ministros do
Supremo com uma proposta considerada surpreendente e esdrúxula”.
E
acrescenta que “magistrados consideraram a ideia totalmente fora de propósito”.
Que magistrados? Claro que a jornalista não precisa dizer quem são.
Mas
fica a dúvida que é muito mais do que uma mera curiosidade. Para quem Tarcísio
ligou com uma proposta que, com outros personagens sem tanto poder, poderia
levar o proponente para a cadeia?
Com
quanto ministros Tarcísio se sentiu à vontade para cometer a petulância de
propor a liberação do passaporte e a possível transformação de Bolsonaro em
herói nacional? Com dois, com três dos 11 magistrados? Falou só com integrantes
da primeira turma, que julga os golpistas e tem cinco ministros?
Por que
Tarcísio teve a petulância de dar os telefonemas? Que intimidade leva um
governador a se dirigir a ministros da mais alta Corte com uma ideia que há até
bem pouco os brasileiros atribuiriam, como clichê, a republiquetas bananeiras?
Que
juízes ofereceram a Tarcísio a chance de ser mensageiro de uma proposta
criminosa? Nunca saberemos. O que importa é que o sujeito ligou e que a
informação sobre a ligação foi vazada para a imprensa e virou manchete.
A Corte
máxima do país recebe telefonemas do mandalete de Bolsonaro e do mafioso Donald
Trump, como se fosse normal ou apenas esdrúxulo, a partir do ponto de vista de
que ele tem a pré-autoridade de quem pretende um dia governar o país.
Esse é
o seu carteiraço: me tratem bem hoje, porque amanhã posso tratá-los mal, se
tivermos o controle total do governo e do Congresso e eu for o novo preferido
de Trump. Esse é Tarcísio de Freitas, o governador terrivelmente capacho, que
sabe ou sabia para quem ligar no Supremo.
• Jurista admite hipótese de impeachment
de Tarcísio de Freitas
O
desembargador Alfredo Attié, presidente da Academia Paulista de Direito (APD),
declarou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos),
pode ter cometido crime de responsabilidade ao tentar atuar diplomaticamente em
nome do país. A avaliação foi publicada neste sábado (12) pela Folha de S.Paulo
e reacende o debate sobre os limites legais das ações de governadores em
política externa.
A
crítica de Attié surgiu após Tarcísio participar de articulações internacionais
junto a Jair Bolsonaro. Segundo o jurista, tais movimentações violam o artigo
84, inciso VII, da Constituição Federal, que atribui exclusivamente à União —
por meio do presidente da República — a competência para manter relações com
governos estrangeiros.“Querer negociar com governo estrangeiro, em nome do
país, é uma iniciativa que usurpa função constitucional que cabe à União e pode
configurar crime de responsabilidade”, afirmou Attié.
Ele
também questiona o papel exercido por Tarcísio nas articulações que envolvem
Bolsonaro, réu em ações no Supremo Tribunal Federal. “Tarcísio de Freitas,
governador de São Paulo, teria o direito de ser mero estafeta de quem está
sendo processado perante o Supremo Tribunal Federal? Evidentemente que não”,
criticou.
Para o
presidente da APD, a tentativa de representar o Brasil diante de outros países
não apenas fere a Constituição, mas simboliza um episódio grave de desvio
institucional. “Essas duas iniciativas mostram claramente que se deseja entrar
num jogo que, se não mera e comprovadamente insano e irresponsável,
simplesmente se configura como atentado contra a ordem constitucional.”
Attié
descarta que as ações de Tarcísio possam ser enquadradas como obstrução de
Justiça ou facilitação de fuga, mas reforça que o mais grave é o ataque à ordem
jurídica brasileira: “O que é mais sério está em ferir a Constituição Federal e
configurar crime de responsabilidade, podendo, sim, levar a processo de
impeachment.”
O
jurista também fez duras críticas à elite política e empresarial que elegeu
Tarcísio. Segundo ele, trata-se de mais um reflexo das escolhas feitas por
parcelas da sociedade que colocam em cargos públicos figuras que demonstram
“destituição da capacidade de exercer na forma constitucional as funções
altamente importantes de seus cargos”.
• Tarcísio abraçou e beijou golpistas na
boca. Por Oliveiros Marques
“Esdrúxula”
foi o adjetivo utilizado por membros do Supremo Tribunal Federal ao comentar a
iniciativa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de entrar em
contato com ministros da Corte solicitando autorização para que o inelegível -
réu por tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito - pudesse
viajar aos Estados Unidos para uma suposta charla com o bilionário presidente
norte-americano.
Eu
diria que os movimentos patrocinados por Tarcísio são risíveis. Juvenis.
Medíocres, até. Importante destacar: ele só começou a se preocupar com o
desastre que representa a BolsoTaxa - criada por Trump com estímulo de aliados
brasileiros, tendo Eduardo Bolsonaro como porta-voz em solo norte-americano -
depois de ser enquadrado pela elite paulista, que, com razão, está preocupada
com as perdas bilionárias que a medida causará às exportações de São Paulo:
café, suco de laranja, aviões, entre outras.
Tarcísio
sempre tentou se equilibrar, de um lado segurando a mão dos extremistas, de
outro se apoiando nos ombros dos centristas. Agora, me parece, se abraçou de
vez com os golpistas - e não apenas abraços: trocou beijos calientes. Não
bastasse a bizarra ligação para ministros do STF, comportou-se como o mais
caramelo dos vira-latas ao “pagar pau” para integrantes do segundo escalão da
embaixada norte-americana em Brasília - que têm tanta influência no processo
diplomático quanto o roupeiro tem na escalação do time.
Para
piorar o constrangimento, seu esforço para correr atrás do prejuízo político -
após posar de fã de Trump e ostentar o boné do MAGA – tomou um toco do
Bolsonaro-pai, que se recusou a acompanhá-lo ao passeio na embaixada, e ainda
rendeu uma puxada de orelha pública vinda dos EUA por parte do filho 03. Em
suas redes, Eduardo deixou claro que o verdadeiro objetivo por trás da
BolsoTaxa é garantir um salvo-conduto para o papai escapar da Justiça pela
tentativa golpistas e por outros crimes pelos quais possa a vir ser condenado.
O
resumo desses dois últimos dias na imagem do governador de São Paulo? Se havia
alguma dúvida sobre a proximidade de Tarcísio com os golpistas, ela se desfez.
Suas atitudes deixaram suas digitais de forma muito clara em toda a articulação
– presente, e quem sabe pretérita. Também escancarou sua fraqueza como
governador de São Paulo, sua pequenez institucional. Diante do ataque à
economia paulista, não reagiu de imediato. Preferiu se esconder, aplaudir Trump
e assistir passivamente à construção da BolsoTaxa. Só saiu da toca, insisto,
após ser pressionado pelos setores empresariais e perceber que o dano político
e eleitoral seria grande.
Mas
calculou mal. Planejou mal. Passou vexame e, no meio da troca de beijos com os
golpistas, deixou cair a máscara.
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Boulos aciona PGR contra Tarcísio e o vê como office-boy de Bolsonaro
O
deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) protocolou nesta sexta-feira (11)
uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o
governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por suposta
tentativa de ajudar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a fugir para os Estados
Unidos. A informação foi divulgada pela jornalista Mônica Bergamo, em sua
coluna na Folha de S.Paulo.
De
acordo com a reportagem, Tarcísio teria telefonado para ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF) sugerindo que autorizassem uma viagem internacional de
Bolsonaro, atualmente impedido de deixar o país por decisão judicial e com o
passaporte apreendido. O objetivo seria permitir que o ex-presidente se
reunisse com o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma
articulação política que teria como finalidade, segundo Tarcísio, negociar uma
redução da sobretaxa de 50% imposta pelos EUA ao Brasil. A proposta, porém, foi
considerada “esdrúxula” por ministros da Corte.
Na
representação encaminhada à PGR, Boulos acusa o governador paulista de cometer
crime de favorecimento pessoal, tráfico de influência, corrupção passiva e
improbidade administrativa. Ele afirma que o gesto de Tarcísio configura uma
tentativa clara de beneficiar pessoalmente Bolsonaro, burlando medidas
judiciais em vigor.
"É
inacreditável a cara de pau do governador Tarcísio. Ele quer ajudar Bolsonaro a
fugir e, para isso, se presta ao papel de office-boy do ex-presidente",
afirmou Boulos. O parlamentar também ironizou a justificativa usada por
Tarcísio, segundo a qual Bolsonaro poderia negociar com Trump para conter os
impactos da sobretaxa: "Isso para não falar do absurdo que é tentar
colocar Bolsonaro, o responsável pelo tarifaço que irá prejudicar milhões de
brasileiros, como alguém capaz de impedir a medida; é o bandido se fazendo de
mocinho", declarou.
Bolsonaro
está sob investigação por uma série de crimes e tem sido alvo de medidas
cautelares que o impedem de deixar o país, em razão do risco de fuga e da
possibilidade de que solicite asilo político no exterior. A interlocução com
Donald Trump, que reassumiu a presidência dos Estados Unidos em 2025, reforça
as suspeitas, segundo ministros do STF, de que há um plano em curso para evitar
que Bolsonaro seja responsabilizado judicialmente no Brasil.
• Tarcisio se queima no STF ao tentar
salvar Bolsonaro
Os
movimentos recentes do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, causaram
forte desconforto entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF),
principalmente após sua reação ao tarifaço imposto ao Brasil pelo presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi revelada pela colunista Bela
Megale, do jornal O Globo.
O
primeiro gesto mal recebido foi o compartilhamento, por Tarcísio, de uma
publicação em que Trump denuncia uma suposta “caça às bruxas” contra Jair
Bolsonaro no Brasil. Ao replicar a postagem, o governador escreveu que o
ex-presidente “deve ser julgado somente pelo povo brasileiro, durante as
eleições”. Para ao menos três ministros ouvidos pela coluna, a manifestação de
Tarcísio foi vista como uma adesão ao discurso de Trump, que critica
frontalmente o STF.
O
mal-estar aumentou quando Tarcísio sugeriu a ministros do Supremo a liberação
de uma viagem de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, com o objetivo de negociar
diretamente com Trump. Segundo revelou a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de
S.Paulo, o plano envolveria a presença dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e
do Senado, Davi Alcolumbre, para discutir uma proposta de anistia ao
ex-presidente. A ideia foi classificada como “esdrúxula” por integrantes da
Corte.
Os
ministros avaliam que Tarcísio tem intensificado seus gestos em direção à base
bolsonarista, num movimento calculado para se consolidar como herdeiro político
de Bolsonaro com vistas às eleições presidenciais de 2026. Em março deste ano,
ele já havia sido criticado por seu discurso em um ato pró-Bolsonaro no Rio de
Janeiro, no qual afirmou que os réus do 8 de Janeiro eram “inocentes que
receberam penas desarrazoadas” e que a anistia seria um caminho para pacificar
o país.
Entre
os que se opõem a essa escalada estão ministros influentes como Alexandre de
Moraes, que interpretam as atitudes do governador como tentativas perigosas de
deslegitimar o Judiciário e tensionar ainda mais o ambiente político. A
crescente aproximação de Tarcísio com as narrativas bolsonaristas, mesmo diante
de condenações firmadas pelo STF, elevou o tom das críticas dentro da Corte,
aprofundando o desgaste institucional entre o governador e o Supremo.
• Tarcísio recua no discurso, baixa o tom
e desconversa sobre as tarifas de Trump
Após
provocar graves incidentes políticos ao acionar o STF para solicitar que Jair
Bolsonaro pudesse viajar aos EUA e também entrando em contato com autoridades
dos EUA no Brasil para discutir a questão envolvendo as tarifas impostas por
Trump, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas sentiu os efeitos
negativos e baixou o tom. Durante agenda
neste sábado (12) no município de Cerquilho (SP), ele classificou as medidas
dos EUA como “algo complicado” para o Brasil e evitou confrontar diretamente a
pressão de aliados de Jair Bolsonaro (PL) por uma anistia ampla em troca do fim
das tarifas. As declarações foram feitas em entrevista a jornalistas e
publicadas pela Folha de S.Paulo.
Segundo
a reportagem, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) consideraram
“esdrúxula” a revelação de que Tarcísio teria telefonado para integrantes da
Corte pedindo autorização para que Bolsonaro deixasse o país e viajasse aos
Estados Unidos com o objetivo de interceder junto a Trump.
A tentativa de se afastar das movimentações
mais explícitas de aliados bolsonaristas não impediu o governador de
contemporizar discursos que vinculam o tarifaço à situação jurídica de
Bolsonaro. Questionado sobre o apelo por anistia geral, feito por Eduardo
Bolsonaro (PL-SP) e endossado por figuras da oposição, Tarcísio desconversou:
“Isso é questão de ponto de vista, nesse momento eu tenho que olhar o estado de
São Paulo. Eu sou governador do estado, existem interesses que precisam ser
preservados, interesses das nossas empresas, dos nossos produtores. E é isso
que a gente tem que botar em primeiro lugar. Estou falando de empregos, estou
falando de paz de família, então nesse momento é a defesa que eu tô fazendo”.
Na
mesma entrevista, ele reconheceu a gravidade do impacto das tarifas sobre
setores como o agronegócio e a indústria paulista — citando especificamente a
Embraer — e afirmou que a resposta institucional à crise cabe ao governo
federal. “Acho que o momento demanda união de esforços, demanda sinergia,
porque é algo complicado para o Brasil, é algo complicado para alguns segmentos
da nossa indústria, do nosso agronegócio”, declarou.
Fonte:
Brasil 247

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