sábado, 12 de julho de 2025

Oliveiros Marques: Eduardo Bananão deslumbrado e aloprado que entende zero de estratégia

O atual senador e ex-vice-presidente general Mourão errou ao cunhar o apelido “Bananinha” para Eduardo Bolsonaro. A movimentação dele nos Estados Unidos, junto a parlamentares ligados a Trump - que ajudaram a construir a BolsoTaxa - mostrou que, na verdade, ele é um Bananão. Um deslumbrado que entende zero de estratégia. E quem diz isso não sou eu - são seus amigos do agro.

O aloprado Bananão, no desespero para tentar evitar que o pai seja preso e que ele próprio seja condenado nos diversos processos que enfrentam - especialmente o que investiga a intentona golpista de 8 de janeiro de 2023 - tropeçou nas fake news em que acredita e conseguiu unir setores que até então parecia impossível ver caminhando lado a lado.

Segmentos mais esclarecidos - que possuem mais do que meio neurônio do lado esquerdo do cérebro - e que ainda demonstravam apoio ao bolsonarismo, finalmente perceberam: o projeto defendido por Jair, Carlos, Flávio, Michelle e Eduardo não é político, é familiar. Nada os move além dos próprios laços sanguíneos. Dos milhões arrecadados via PIX pelos incautos aos milhões do fundo partidário do PL, tudo, inclusive a BolsoTaxa, é pensado sempre em função do sobrenome, nunca de um projeto político que poderia incluir esses apoiadores.

Eles apertaram o botão do “foda-se” para todos os aliados no Brasil. E esses aliados perceberam. Segundo estudos divulgados hoje pelo grupo de pesquisa Nemea-Cedeplar, da Universidade Federal de Minas Gerais, a BolsoTaxa causaria um impacto negativo de 0,16% no PIB brasileiro - o equivalente a R$ 19,2 bilhões. Imagina o sentimento de traição pairando na contabilidade desses aliados.

E o mais irônico da genialidade estratégica do Bananão: os Estados que mais sofrerão os impactos econômicos são justamente governados por seus aliados - ao que tudo indica, por pouco tempo. São Paulo, do governador que adora o boné do MAGA, perderia R$ 4,4 bilhões. Paraná, R$ 1,9 bilhão. Santa Catarina, R$ 1,74 bilhão. Minas Gerais, R$ 1,66 bilhão.

O Bananão acabou presenteando Lula e sua base social com o combustível ideal para manter a ofensiva que se iniciou com o debate sobre a cobrança de impostos de bilionários, bancos e casas de apostas. A imbecilidade de sua estratégia garante semanas de vantagem no debate público - com potencial real de furar a bolha.

No fim das contas, acho que o Bananão vai ter que ficar mais um tempo na Disney. Porque por aqui, as coisas pioraram para ele - e muito. Deve ser porque Deus é brasileiro.

¨      Eduardo Bolsonaro condiciona fim do tarifaço de Trump a anistia ampla e ataca STF

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a adotar tom beligerante nesta sexta-feira (11), ao condicionar qualquer avanço nas negociações sobre o aumento de tarifas comerciais imposto pelos Estados Unidos ao Brasil a uma “anistia ampla, geral e irrestrita”. A declaração foi feita na rede social X (antigo Twitter), após o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reunir com o encarregado de negócios da embaixada americana em Brasília, Gabriel Escobar.

A informação foi publicada pela Folha de S.Paulo, que revelou os bastidores da crescente crise entre Brasil e EUA, envolvendo interesses comerciais, alinhamentos políticos e a possível candidatura de Tarcísio à Presidência da República em 2026. O governador é considerado o principal nome do campo bolsonarista após a inelegibilidade de Jair Bolsonaro até 2030.

Eduardo vive atualmente nos Estados Unidos, onde atua politicamente para pressionar por sanções contra o ministro Alexandre de Moraes (STF) e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em sua postagem, Eduardo usou linguagem agressiva para criticar o regime democrático brasileiro e reforçar a retórica golpista do bolsonarismo.

 “Qualquer tentativa de acordo sem um primeiro passo do regime em direção a uma democracia será interpretado como mais um acordo caracu, pois isso já foi exaustivamente tentado no passado —e os americanos também já conhecem essas histórias”, escreveu o deputado.

A ofensiva de Eduardo veio logo após o ex-presidente americano Donald Trump declarar que, por ora, não pretende discutir as sobretaxas com Lula, mas que isso poderia mudar no futuro. Trump impôs tarifas mais pesadas a produtos brasileiros, num gesto que, segundo analistas, tem forte conotação política.

Enquanto isso, Tarcísio tenta se apresentar como uma figura moderada, disposta ao diálogo com o governo norte-americano e com o setor produtivo. “Vamos abrir diálogo com as empresas paulistas, lastreado em dados e argumentos consolidados, para buscar soluções efetivas. É preciso negociar. Narrativas não resolverão o problema. A responsabilidade é de quem governa”, declarou o governador.

A movimentação de Tarcísio, porém, gerou desconforto entre os aliados mais próximos de Bolsonaro. Há temor de que sua imagem se desgaste perante a base bolsonarista caso ele se distancie do discurso de enfrentamento ao STF. Por outro lado, uma adesão explícita às tarifas de Trump poderia gerar desgaste com o agronegócio, o mercado financeiro e o eleitorado mais moderado.

<><> A briga dos Bolsonaro sobre a anistia. Por Rachel Vargas

Nos bastidores, lideranças do PL tentam conter uma divergência que toma o clã Bolsonaro. Trata-se da anistia e dos termos do suposto projeto que pode vir a ser votado. Isso porque Jair Bolsonaro estaria disposto a aceitar o texto negociado pela cúpula do Congresso que, em tese, perdoaria somente as pessoas comuns envolvidas no 8 de janeiro, deixando de fora os mentores, inclusive o próprio Jair. Já o filho Eduardo Bolsonaro, que atua nos Estados Unidos por sanções ao ministro Alexandre de Moraes, discorda do pai e tenta convencê-lo a insistir por um projeto mais amplo e que anistie a todos os acusados. O gesto seria uma forma, também, de motivar o presidente norte-americano a impor limites a Moraes, como a suspensão do visto do magistrado.

¨      Coordenador do grupo Prerrogativas diz que Eduardo Bolsonaro cometeu crime de lesa-pátria

O coordenador do Grupo Prerrogativas - composto por advogados e juristas empenhados na defesa da democracia -, Marco Aurélio de Carvalho, sugere que se instaure um procedimento administrativo disciplinar, para apurar a atuação do filho de Jair Bolsonaro, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Seu posicionamento está em linha com a denúncia feita pelo Partido dos Trabalhadores (PT), protocolada nesta quinta-feira (10), no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e que pede a cassação do seu mandato.

Carvalho justifica a instauração do procedimento, com base no “que ele próprio disse. Ele publicou uma carta/confissão, ele interagiu com autoridades americanas na busca dessas sanções. Portanto, é um crime de lesa-pátria. Ele desonrou o mandato popular recebido após ser democraticamente eleito e atentou contra os interesses soberanos do país”, reforça. 

Para o advogado, esse “é um dos crimes mais graves, sobretudo para um parlamentar. Então ele tem que ter o mandato cassado e tem que ter decretada a inelegibilidade por muitos anos”, considera. 

Tanto o PT quanto Marco Aurélio Carvalho estão de acordo com a punição para o comportamento do parlamentar. O grande desafio, porém, é trazê-lo de volta ao país, agora que ele está declaradamente sob as asas de Donald Trump.

O presidente dos Estados Unidos, na interpretação do que disse o economista e prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, à GloboNews, nesta tarde, perpetrou uma ingerência inédita, que foi trazer para a economia uma chantagem política sem precedentes. Na opinião de Krugman, se a democracia estivesse em pleno funcionamento nos EUA, Trump mereceria o impeachment. O economista classificou de um gesto extremamente violento. 

Numa interpretação livre, do que disse Krugman, poderíamos avaliar que foi inaugurado um novo tipo de lawfaire, o econômico. Ao chantagear o Brasil a partir de sanções em seus produtos, desorganizando uma relação de 200 anos entre os dois países, e exigindo em troca o fim de um processo no Judiciário, foi o que fez o presidente dos EUA, uma espécie de lawfaire econômico. 

Eduardo Bolsonaro pediu licença da Câmara por seis meses do mandato de deputado federal e decidiu se mudar para os Estados Unidos. O filho 03 de Jair, deixou claro em uma carta assinada nesta quarta-feira (09/07), juntamente com Paulo Figueiredo - o neto do último ditador do Brasil, João Figueiredo -, que foi o autor das articulações que desembocaram na atitude do presidente estadunidense, Donald Trump, de estabelecer tarifas da ordem de 50% sobre os produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto. 

Para sustá-las, Trump impôs que o Brasil suspenda “IMEDIATAMENTE” (assim mesmo, aos berros na linguagem da Internet, e em tom de ordem), os processos que intitulou de “caça às bruxas”, contra o ex-presidente, a quem classificou de vítima de “perseguições”.

Na carta divulgada ontem à noite, no Brasil, o deputado Eduardo Bolsonaro, licenciado da Câmara desde março, escreveu pedido para autoridades brasileiras "evitarem escalar" o conflito com os Estados Unidos para evitar "o pior". Um flagrante ameaça ao seu próprio país.

<><> Na Paulista, contra mais um desmando Trump-Bolsonaro

Enquanto milhares de pessoas se mobilizavam na Avenida Paulista na noite de ontem, em protesto contra o bolsonarismo e seus desmandos, mesmo nas fileiras da oposição ao governo Lula não era possível disfarçar o mal-estar com a conjuntura política.

“Foi um tiro no pé”, chegou a reclamar um dirigente bolsonarista, referindo-se à decisão do padrinho-aliado Donald Trump, ao anunciar a cobrança de uma tarifa pornográfica de 50% sobre as exportações brasileiras destinadas ao mercado dos Estados Unidos — medida que terá consequências nefastas diante dos esforços de brasileiros e brasileiras para defender o emprego e preservar a economia do país.

Ao deixar claro que uma medida de natureza colonial, obviamente prejudicial aos interesses nacionais, não passava de uma retaliação rasteira contra os legítimos esforços das autoridades jurídicas do país para conduzir Bolsonaro a um julgamento necessário, Trump apenas demonstrou a conhecida natureza imperial de seu governo.

Sua mensagem a Lula tenta justificar uma tarifa de 50% sobre produtos feitos no país em nome de “insidiosos ataques do Brasil”. Misturando temas de natureza diversa, numa arrogância imprópria para documentos oficiais — mas que já faz parte de um modo de governo —, a Casa Branca registrou o palpite de que o julgamento que Jair Bolsonaro enfrenta, a partir de provas e testemunhos, não passa de uma “caça às bruxas”.

Mas este aspecto não é o mais importante. Quem esteve na Paulista ontem acompanhou, sob frio intenso e sob a permanente ameaça de uma chuva que não veio, uma mobilização de cidadãos sempre atentos para denunciar mais uma operação do império contra os interesses do país. Para quem já compreendeu os enigmas e incertezas da conjuntura que se avizinha, é sempre uma boa notícia.

Alguma dúvida?

¨      Bolsonaro se curva a Trump com postura de traição nacional diante do tarifaço

Em um dos episódios mais simbólicos de submissão de um ex-presidente brasileiro a interesses estrangeiros, Jair Bolsonaro voltou a demonstrar fidelidade incondicional ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mesmo diante de um grave ataque à economia brasileira. Após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos nacionais anunciada pelo atual governo norte-americano, Bolsonaro declarou publicamente que mantém “respeito e admiração” pelos EUA e justificou o tarifaço como consequência das escolhas diplomáticas do governo Lula, aponta o jornal O Estado de S.Paulo.

Em vez de se posicionar ao lado do Brasil e criticar a retaliação injusta promovida por Trump, Bolsonaro preferiu usar o episódio para atacar o Governo Lula, afirmando que o Brasil "se afastou do mundo livre" e abandonou “compromissos históricos com a liberdade e o Estado de Direito”. Trata-se de uma declaração gravíssima, que revela a total incapacidade do ex-presidente de separar suas afinidades ideológicas pessoais dos interesses concretos da nação. 

A postura de Bolsonaro contrasta fortemente com a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que repudiou imediatamente a ação unilateral do governo dos Estados Unidos, classificando-a como “inaceitável”. Lula anunciou a aplicação da Lei da Reciprocidade contra os EUA e afirmou que o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC), buscando apoio de outros países que também foram afetados por tarifas semelhantes. Mais do que isso, Lula reforçou a necessidade de fortalecer alianças com outras economias do Sul Global e defendeu uma ordem internacional baseada na cooperação e no respeito mútuo. 

Enquanto Lula atua como estadista e protege a soberania nacional, Bolsonaro reafirma sua vocação para a vassalagem. O episódio é uma demonstração explícita de traição aos interesses brasileiros. Em nome de uma aliança ideológica com Trump e da disputa política interna, Bolsonaro prefere a rendição à defesa do Brasil.

Neste momento, em que a soberania nacional é desafiada, fica claro quem se posiciona com altivez e quem se ajoelha diante dos poderosos. O povo brasileiro saberá reconhecer quem luta pelo país — e quem o entrega.

¨      Aliados defendem que Bolsonaro procure Trump para reverter crise

Lideranças de direita que atuam junto ao entorno de Jair Bolsonaro defendem uma reação do ex-presidente a fim de tentar reverter – se é que é possível – os impactos políticos do tarifaço de Donald Trump que recaem sob a reputação do clã Bolsonaro. A ideia discutida com alguns dos principais aliados de Jair é para que ele escreva uma carta pública a Donald Trump pedindo a retirada das tarifas sobre produtos brasileiros. 

O documento, segundo defende uma importante liderança, deveria conter uma espécie de agradecimento pelo apoio do norte-americano em relação ao julgamento a que Bolsonaro é submetido. Também sugerem criticar o que consideram a fragilidade do sistema democrático de direito do Brasil e, por fim, pedir a revisão da tarifa de 50%. Para quem defende esse gesto, Bolsonaro conseguiria ter uma saída honrosa de uma crise provocada por ele e pelo filho Eduardo Bolsonaro e que atinge setores da indústria, do agro e outros vários segmentos que apoiam Bolsonaro. Mesmo que o conselho chegue a Bolsonaro, ninguém acredita num gesto de grandeza do ex-presidente.

¨      Gonet finaliza parecer para condenar Bolsonaro por tentativa de golpe

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve entregar nos próximos dias o parecer que pede a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por participação na trama golpista que tentou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin.

O parecer está sendo finalizado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e será encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa é de que o documento seja protocolado até segunda-feira (14), prazo final para a apresentação das alegações finais no processo.

Considerado um dos casos mais relevantes da história recente do STF, o julgamento pode resultar na condenação e até na prisão de Bolsonaro. A análise do processo será feita pela Primeira Turma da Corte, composta por cinco ministros, e poderá começar a partir do fim de agosto.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, acelerou a tramitação da ação penal. Um dos fatores que contribuíram para essa decisão foi a prisão do general Walter Braga Netto — ex-ministro e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022 — que também figura como réu no inquérito.

A finalização do parecer ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor tarifas de 50% sobre o Brasil como retaliação às investigações sobre Bolsonaro. No entanto, Gonet teria sinalizado que as tensões diplomáticas não vão impactar seus trabalhos sobre o caso que investiga a trama golpista.

As defesas dos réus esperam um parecer “duríssimo” de Gonet e avaliam que o ex-presidente deve pegar uma pena de pelo menos 20 anos de prisão – no entorno bolsonarista, a previsão é até mais pessimista, de 30 anos.

 

Fonte: Brasil 247

 

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