terça-feira, 22 de julho de 2025

Diretor da PF vê tentativa de intimidação em live de Eduardo Bolsonaro

Após declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em uma live transmitida neste domingo (20), nas quais menciona integrantes da Polícia Federal, o diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, afirmou ao blog que recebeu “com indignação mais essa covarde tentativa de intimidação aos servidores policiais”. Ele disse ainda que a PF adotará as providências legais cabíveis.

O parlamentar mencionou o delegado Fábio Alvarez Shor, responsável por investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro:

"Cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você... ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente…", disse Eduardo.

A fala foi feita após Eduardo afirmar que pretende trabalhar para retirar o ministro Alexandre de Moraes do Judiciário, reforçando o tom de confronto com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Fábio Shor atuou em inquéritos que investigam Jair Bolsonaro no STF, incluindo os casos da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e a fraude em cartões de vacina.

Eduardo Bolsonaro, que é escrivão licenciado da Polícia Federal, já foi alvo de um procedimento administrativo disciplinar (PAD) aberto pela própria corporação no início do ano. A apuração foi motivada por declarações anteriores do deputado contra o delegado Fábio Alvarez Shor.

"Nenhum investigado intimidará a Polícia Federal", disse Rodrigues.

A corporação reforçou que ameaças a agentes públicos no exercício de suas funções são graves e podem ser alvo de novas apurações criminais.

Fim da licença e possível perda de mandato

Também na live feita neste domingo, Eduardo Bolsonaro afirmou que não pretende renunciar ao cargo na Câmara dos Deputados. A licença que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pediu à Câmara termina neste domingo (20) e o parlamentar passará a ter faltas contabilizadas caso não justifique suas ausências.

<><> Investigação e acusações

O deputado está nos Estados Unidos desde fevereiro. Em março, ele anunciou que pediria licença do mandato. Eduardo Bolsonaro é alvo de uma investigação aberta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que apura suposta obstrução de Justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A investigação considera que o deputado pode ter atuado nos EUA para influenciar processos que envolvem o pai e outras autoridades brasileiras, inclusive com declarações públicas atacando o STF.

<><> Reação as ameaças de Eduardo Bolsonaro

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, repudiou neste domingo (20) declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), feitas durante uma live transmitida em suas redes sociais.

Segundo Rodrigues, trata-se de “mais essa covarde tentativa de intimidação aos servidores policiais”, e a corporação já prepara as medidas legais cabíveis. As informações foram publicadas inicialmente pelo blog da jornalista Andréia Sadi, do portal g1.

Durante a transmissão, Eduardo Bolsonaro — atualmente licenciado do mandato e nos Estados Unidos desde fevereiro — voltou a atacar o delegado Fábio Alvarez Shor, responsável por inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em tom de ameaça, o deputado afirmou:

 “Cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você... ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente…”

A fala foi feita no mesmo momento em que o parlamentar reafirmava sua intenção de trabalhar pela saída do ministro Alexandre de Moraes do STF, alimentando sua retórica de confronto contra a Corte Suprema.

<><> PF reforça que ameaças não ficarão impunes

Ao comentar o episódio, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, declarou com veemência:

 “Nenhum investigado intimidará a Polícia Federal.”

A corporação enfatizou ainda que qualquer ameaça a agentes públicos no exercício de suas funções é considerada grave e pode resultar na abertura de novas investigações criminais.

Fábio Shor é o delegado responsável por conduzir investigações sensíveis no âmbito do STF que envolvem Jair Bolsonaro, incluindo a apuração sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e o caso de fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19.

<><> Acusações e retorno à Câmara

Eduardo Bolsonaro é alvo de inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) que apura crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, coação no curso do processo e obstrução de Justiça. O deputado teria atuado, mesmo fora do país, para influenciar investigações contra o pai e outras figuras do entorno bolsonarista, por meio de declarações e articulações públicas nos EUA.

Apesar das investigações e do afastamento prolongado do Brasil, o deputado declarou, também durante a live, que não pretende renunciar ao cargo. A licença que havia solicitado à Câmara se encerrou neste domingo (20), e ele poderá ter faltas contabilizadas caso não apresente justificativa oficial pelas ausências.

Não é a primeira vez que Eduardo Bolsonaro ataca o delegado Fábio Shor. No início do ano, a própria Polícia Federal abriu um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o deputado, que é escrivão licenciado da corporação, por declarações ofensivas ao mesmo agente.

•        Petistas veem uma “única saída” para Eduardo Bolsonaro no tarifaço

Enrolado até os últimos fios de cabelo com o tarifaço de Donald Trump, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teria uma “única saída” para continuar como um nome viável da direita para 2026, avaliam petistas.

Para lideranças do PT ouvidas pela coluna, o filho 03 de Jair Bolsonaro só se viabilizará se conseguir mostrar à sociedade ter sido o responsável por reverter a tarifa de 50% sobre importações brasileiras prometida por Trump.

Caso consiga reverter o tarifaço, independentemente de obter ou não a anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro, Eduardo mostraria ter realmente influência dentro da Casa Branca e, assim, poderia crescer na direita para 2026.

A aposta de petistas, entretanto, é que a solução para o tarifaço virá pelas vias diplomáticas tradicionais, capitaneadas pelo Itamaraty e pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB).

Eduardo está nos Estados Unidos desde março deste ano, quando pediu licença de seu mandato como deputado federal para, segundo ele, articular sanções do governo Trump contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.

<><> Culpa de quem?

Após as sanções, Eduardo tem afirmado que ele e o jornalista Paulo Figueiredo seriam os responsáveis pelas conversas com a Casa Branca que geraram as tarifas às importações brasileiras.

A dupla promete barrar qualquer investida que não seja por meio deles para negociar com Trump. Para eles, a única saída para reverter o tarifaço seria uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, além do impeachment de Moraes.

•        Eduardo Bolsonaro ameaça Moraes e diz que vai tirá-lo do STF

Em live divulgada neste domingo (20/7), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ameaçou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao dizer que um de seus objetivos é tirar o magistrado do seu cargo de ministro da Corte.

O parlamentar licenciado também ameaçou os “cachorrinhos” da Polícia Federal (PF) que lhe estão investigando.

No vídeo, Eduardo está comentando sobre carta que publicou após o seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ser alvo de operação da PF e medidas cautelares impostas pelo STF.

“O tempo todo a gente tem que expor o nível de várzea que é o Moraes com a caneta do STF. O ideal seria ele fora do STF. Trabalharei para isso também, tá, Moraes? Então, quando a gente fala que o visto foi só o começo, é porque o nosso objetivo será te tirar da Corte. Você não é digno de estar no topo do Poder Judiciário. E eu tô disposto a me sacrificar para levar essa ação adiante”, disse Eduardo.

Eduardo também ironiza agentes da PF ao questionar se o delegado Fabio Shor, responsável pelas investigações da trama golpista no âmbito policial, não o conhece. “O couro é duro, a guerra não acabou, vai vir mais sacrifício aí pela frente. Eu sei disso, mas eu tô disposto a ir até as últimas consequências. Será que o Barroso tá?”, assinalou.

<><> Eduardo Bolsonaro comete erro estratégico no embate com Moraes

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) cometeu um erro estratégico no enfrentamento ao ministro Alexandre de Moraes (STF), avaliam aliados do parlamentar.

Na visão de pessoas próximas a Eduardo, o parlamentar acertou ao buscar sanções a Moraes nos Estados Unidos, mas cometeu um equívoco ao se colocar publicamente como o articulador dessas punições.

A avaliação é que, depois que o governo Trump começou a discutir as sanções, Eduardo deveria ter adotado um perfil mais “low profile”, em vez de dar publicidade a cada uma de suas ações na Casa Branca.

Agora, essa exposição nas redes foi usada pelo ministro Alexandre de Moraes como prova de que o deputado e Jair Bolsonaro estariam cometendo crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação que envolva organização criminosa.

Um outro aspecto visto como negativo do ponto de vista eleitoral foi o anúncio do tarifaço contra o Brasil, uma vez que os setores atingidos, como o da agropecuária, têm afinidade com o campo conservador.

Para aliados de Eduardo, as sanções deveriam se concentrar apenas em autoridades públicas, como Moraes, sem impactar a economia brasileira.

•        Com a filha, Eduardo diz que “prefere morrer no exílio” a ser preso

Em live divulgada neste domingo (20/7), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a dizer que vai “enfrentar o sistema” e que “não recuará” de sua atuação junto ao governo dos Estados Unidos. Disse ainda que não renunciará ao seu mandato como parlamentar no Brasil e voltou a se referir a seu período nos EUA como “exílio”.

A licença de Eduardo Bolsonaro do mandato de deputado federal se encerra neste domingo (20/7), depois de quatro meses fora. Ele o pai, Jair Bolsonaro (PL) já deram declarações de que o parlamentar seguirá nos Estados Unidos.

Um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) investiga ações de Eduardo nos Estados Unidos e ainda teve, por meio de petição, a imposição de medidas cautelares ao pai dele, como o uso de tornozeleira. Entre as alegações para a decisão, o ministro Alexandre de Moraes considerou o risco de fuga do ex-presidente em ação sobre trama golpista além de coação, obstrução e atentado à soberania do Brasil.

Durante a live, a filha de Eduardo Bolsonaro, de 4 anos, interage com o pai. Ela brinca com as bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos.

Em meio às falas de Eduardo, ele chama a filha e pergunta: “O papai é quê?”. E ela responde: “Animal”. Ele ri e pergunta de novo: “O papai é o quê?”. A menina responde: “Herói”.

Depois, eles cantam uma música: “O papai é o herói. É o melhor Papai. É o melhor de todos que eu já vi”, diz a filha de Eduardo.

Depois disso, Eduardo diz: “Vocês acham mesmo que eu vou forçar minha família a entrar numa cadeia? Prefiro morrer aqui no exílio”, disse.

•        Líder do PT pede bloqueio de salário de Eduardo Bolsonaro na Câmara

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), solicitou nesta segunda-feira (21/7) o bloqueio do pagamento do salário do também deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se encontra nos Estados Unidos. Inicialmente, o filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro estava licenciado do mandato parlamentar, mas o afastamento se encerrou.

Em petição endereçada ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), Lindbergh argumenta que Eduardo, mesmo licenciado, “seguiu utilizando o título e o prestígio político do cargo para atuar no exterior como parlamentar brasileiro em campanhas contrárias ao Brasil, valendo-se da imunidade simbólica e do uso informal do mandato para legitimar ações de ataque ao STF e ao governo brasileiro”.

O líder petista aponta que, ao continuar faltando a dezenas de sessões antes de configurar perda de mandato por faltas, “o deputado [Eduardo Bolsonaro] pode continuar custando centenas de milhares de reais ao erário — em salário, verba de gabinete, cota parlamentar e benefícios indiretos — sem prestar qualquer serviço à população brasileira”.

Além do bloqueio do salário, incluindo cota parlamentar e verbas indenizatórias, Lindbergh solicita na petição também a suspensão cautelar do mandato; a tramitação prioritária das representações apresentadas contra Eduardo no Conselho de Ética e o encaminhamento do caso à Corregedoria Parlamentar e ao Ministério Público Federal.

Como apurou o Metrópoles, a presidência da Câmara não pretende dar encaminhamento, até o momento, nas representações apresentadas no Conselho de Ética contra Eduardo para cassar seu mandato. Dessa forma, ele permaneceria como deputado ativo até atingir o limite de faltas.

 

Fonte: g1/Brasil 247/Metrópoles

 

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