IDEB
serve para isso: castigar e justificar políticas que favorecem a privatização
da educação
A
lógica de Secretaria Municipal de Educação de São Paulo ao promover a ação que
expôs vilmente 25 escolas e suas comunidades, carentes pela ausência de
políticas públicas, personalizando a responsabilidade do fracasso escolar em
seus diretores que se encontram afastados de suas escolas, atende diretamente à
razão de existir dos testes em larga escala, a razão mercantil e o amadorismo
pedagógico dos proponentes de tais medidas, esconder a falta de conhecimento
sobre o real papel social da educação, uma vez que devem inclusive desconhecer o
que é educação.
O que é
educação? Busquemos nas ciências que fundamentam a sua razão.
A
educação, ao contrário do que é sustentado pelas políticas públicas adotadas
pela Secretaria de Educação, não é a transferência de conhecimentos de um
indivíduo (no caso da escola) para outro (educando) que não os detém, como um
saco vazio que não tem sustentação. Essa visão, além de absurda, reflete todo o
preconceito que temos em relação ao próximo, neste caso, nossos alunos,
privando-os da condição essencial para que possam ser educados, a sua condição
histórica, a condição de sujeito, um ser com vontade.
Quando
olhamos para o livro “Educação como exercício do poder: crítica ao senso comum
em educação”, Vitor Henrique Paro, Professor Emérito da Universidade de São
Paulo–USP, define educação.
“… em
seu sentido mais amplo, a educação consiste na apropriação da cultura, esta,
entendida também de forma ampla, envolve conhecimentos, informações, valores,
crenças, ciência, arte, tecnologia, filosofia, direito, costumes, tudo enfim
que o homem produz em transcendência da natureza.” (PARO, 2010.p.23)
[…]
A
educação como apropriação da cultura apresenta-se, pois, como atualização
histórico-cultural. Atualização aqui significa a progressiva diminuição da
defasagem que existe em termos culturais entre seu estado no momento em que
nasce e o desenvolvimento histórico no meio social em que se dá seu nascimento
e seu crescimento.
Significa
que ele vai se tornando mais humano (histórico) à medida que desenvolve suas
potencialidades, que à sua natureza vai acrescentando cultura, pela apropriação
de conhecimentos, informações, valores, crenças, habilidades artísticas etc.
etc. É pela apropriação dos elementos culturais, que passam a constituir sua
personalidade viva, que o homem se faz humano-histórico. (PARO, 2010.p. 25)
Desconhecedores
ou movidos por outros interesses que não os previstos na constituição federal e
nas leis que regulamentam a educação no Brasil, promovem um desmonte no que foi
construído por Luiza Erundina enquanto prefeita (1989–1992) e Paulo Freire que
foi seu secretário de Educação nos anos de 1989 à 1991, quando revolucionaram o
Sistema Municipal de Educação da cidade de São Paulo, tornando-a referência
nacional em educação.
Com a
aprovação da Lei 18.221 de 27 de dezembro de 2024 — mudanças na legislação de
pessoal da Prefeitura de São Paulo, que modificou, entre outras leis, a Lei
14.660/2007 que reestruturou o Quadro dos Profissionais da Educação, o artigo
44 A, introduzido pela nova legislação, fornece supostamente a base para esses
afastamentos. Digo teoricamente, pois este artigo, assim como a lei inteira,
são alvos de processos judiciais que questionam sua constitucionalidade.
“Art.
44-A. A Secretaria Municipal de Educação deverá estabelecer Plano de
Desenvolvimento Individual para o Diretor de Escola que não atinja grau
satisfatório na Avaliação Institucional previsto nos arts. 40 e 41 [2] desta
Lei.
§ 1º O
Plano de Desenvolvimento Individual deverá ser regulamentado por portaria do
Secretário Municipal de Educação e poderá prever:
I –
formações a serem realizadas pelo Diretor;
II – a
designação de um profissional responsável pelo acompanhamento e orientação ao
Diretor de Escola;
III –
alteração do local de exercício do Diretor, como estratégia para o
desenvolvimento individual do Diretor de Escola.
§ 2º
Caberá ao Diretor de Escola cumprir as ações previstas em seu Plano de
Desenvolvimento Individual.” (NR)
Aproveitando
essa mudança na lei, a SME começa silenciosamente, a partir de 21 de maio de
2025, os processos de afastamento dos diretores. Sem realizar os trâmites
legais e burocráticos, os diretores são convocados para uma reunião emergencial
na manhã do dia 22 de maio de 2025, sem especificar o motivo ou a agenda da
reunião.
O
procedimento seguiu protocolos distintos em cada uma das 10 DREs (cabe lembrar
que 3 DREs não tiveram escolas incluídas neste processo de afastamento, as DREs
de Campo Limpo, Itaquera e Jaçanã, sem que qualquer esclarecimento ou
justificativa fosse dada, levantando a suspeita de questões de influências
politicas destas regiões), no nosso caso, escolas vinculadas à DRE Guaianases,
seguiu o seguinte protocolo:
• 8:30: Reunião do Gabinete com os
Supervisores das 4 escolas chamadas.
• 9:00: Reunião com os diretores das
EMEFs, deputado Caio Sérgio Pompeu de Toledo, Saturnino Pereira, Olinda de
Meneses e João de Lima Paiva.
Nossa
reunião começou com a solicitação de um supervisor, que também é Conselheiro
Regional de Guaianases do Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino
Público Municipal de São Paulo — SINESP — de participar junto com os diretores
ali presentes, o que foi autorizado.
Na
continuidade, o Professor Fernando, Diretor Regional de Guaianases, dá início à
reunião, manifestando considerável constrangimento em relação ao assunto a ser
abordado, relembrando as declarações do Senhor Prefeito sobre a educação
municipal e os rumos que esta deveria assumir, caracterizados de maneira
explícita como privatistas.
Ele
informa que existe uma relação de 66 instituições de ensino que figuram em uma
lista de supostas escolas com baixos índices no IDEB 2023, as quais possuem
diretores que permanecem por mais de quatro anos nas Unidades Escolares sem
afastamentos; contudo, 31 desses diretores estarão afastados a partir da
próxima segunda-feira, dia 26 de maio, para a realização de um curso.
Este
curso, que deve ter a carga horária de 1.770 horas, implica a presença de um
dia por semana na Secretaria Municipal de Educação (SME) e os demais dias nas
respectivas Diretorias Regionais de Educação (DREs), embora não tenha sido
fornecida informação adicional a respeito, pois tal informação não lhe foi
disponibilizada.
Durante
a reunião, o Diretor Regional recebeu uma mensagem no celular. A mensagem dizia
que a EMEF João de Lima Paiva não estava incluída nesta primeira lista de
afastamentos. Ele também informou que, mesmo que não permaneçamos nas escolas
até o final do ano, nossa presença e trabalho continuariam nelas para garantir
que não haveria nenhuma diminuição nos nossos salários.
Além
disso, as DREs indicariam um terceiro Assistente de Diretor, mesmo sem existir
nenhuma base legal que estabeleça essa função, grifo meu, para complementar o
quadro e assegurar suporte a administrações escolares cujos diretores estariam
afastados para um suposto curso de ementa desconhecida ou oculta.
De
imediato quase como um coro único os diretores e o supervisor presente,
denunciamos que este 3º Assistente de Diretor, não atenderia a legislação
vigente, primeiro por não encontrar respaldo para a criação de tal função,
segundo que a indicação de Assistentes de Diretor é prerrogativa dos diretores
de escola, o que caracterizaria de forma sólida e clara a intervenção em nossas
escolas.
Imediatamente,
a informação sobre as intervenções nas escolas e o afastamento dos diretores se
espalhou por toda a rede municipal de ensino. Agora, estamos à espera do
Comunicado que concretizaria essa situação arbitrária e humilhante que essas
comunidades escolares e seus diretores de escola enfrentariam.
O
comunicado foi publicado na noite do dia 22 de maio, por volta das 23:44, com o
cronograma que nos colocava fora das escolas a partir de 26 de maio, quando
deveríamos nos apresentar em SME.
Na área
da DRE Guaianases, os gestores rapidamente se organizaram para lutar contra a
violência administrativa a que esses 25 diretores estavam sendo submetidos.
Eles solicitaram uma reunião de emergência com o Gabinete da DRE, agendada para
a manhã de sexta-feira, 23 de maio.
A
reunião teve início às 9h, sem a presença do Sr. Diretor Regional, que foi
convocado de forma emergencial para comparecer em SME, mas contou com a
participação da equipe de Supervisão Escolar da DRE — 30 dos 41 supervisores se
uniram à luta contra o nosso afastamento — e dos Coordenadores Pedagógicos que
estavam em formação em outro setor da DRE, que solicitaram licença para
participar da reunião.
A
reunião decorreu sob tensão, com a denúncia dos interesses comerciais e
privatistas que, devido à ineficácia da SME em fornecer esclarecimentos, se
baseiam em declarações anteriores do Sr. Prefeito. Além disso, o dever
estabelecido da educação, estabelecido nos artigos 205 e 206 da Constituição
Federal, foi fortemente questionado.
Art.
205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Art.
206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I –
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II –
liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber;
III –
pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV –
gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VI –
gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII –
garantia de padrão de qualidade.
E da
Lei 14.660/2007 em seu artigo 51 inciso III
Art.
51. Além dos deveres e proibições previstos nas normas estatutárias para os
demais servidores municipais, constituem deveres de todos os Profissionais da
Educação:
[…]
III –
empenhar-se em prol do desenvolvimento do aluno, utilizando processos que
acompanhem o progresso científico da educação;
[…]
No final
desta reunião, cujo objetivo era entender ou resolver a situação ruim criada
pela SME, o Sr. Diretor Regional chegou. Ele estava mais uma vez constrangido e
não trouxe nenhuma novidade sobre a situação, mesmo depois da reunião de
emergência que teve na SME. Isso demonstra que a SME deliberadamente não
elucida corretamente o que está ocorrendo.
Ao
voltar para a Unidade Escolar onde estou lotado e que supostamente continuaria
em exercício, para me despedir dos meus, uma vez que a partir da segunda-feira,
26 de maio, estaria afastado em SME, fui surpreendido com manifestações de
apoio, solidariedade e inclusive de revolta de nossa comunidade escolar com
diversas mães que estavam presentes por conta do horário de entrada do turno da
tarde me procurando para buscarem entender o que estava acontecendo e o que
poderiam fazer para nos ajudar frente a tamanha crueldade que eu e mais 24
diretores estávamos sofrendo.
Já
estava com meus pertences alocados em meu veículo e pronto para ir embora da
nossa escola, sem saber se voltaria um dia, quando 3 alunos no 9º ano (Gabriel,
Gustavo e Samuel) correram em minha direção pedindo que voltasse, pois os
alunos do turno da tarde queriam se despedir de mim.
Em
virtude de que meu projeto de direção escolar se fundamenta na democracia e no
protagonismo dos alunos, não apenas assegurando a efetiva participação nos
colegiados aos quais têm direito, permitindo-lhes exercer sua voz, mas também
promovendo a real participação na gestão escolar, retomei este diálogo com meus
estimados estudantes, os quais, juntamente com suas famílias, contribuíram para
minha formação como diretor.
Essa
vivência transcende as teorias e ciências que estudo por obrigação
profissional, conferindo-me legitimação como diretor da EMEF Deputado Caio
Sérgio Pompeu de Toledo, tanto de fato quanto de direito, uma vez que são esses
alunos que me concederam um sentido de pertencimento em relação à Cidade
Tiradentes, localidade onde nossa escola está situada.
Ao
retornar ao pátio escolar, encontro todos os alunos na galeria superior
bradando meu nome e me aplaudindo. Além disso, todos me olham com expressões
como “Carlos Fica” ou algo similar, já que a emoção vivida torna impossível
lembrar exatamente.
Eu
fiquei muito emocionado com a homenagem. Nunca pensei que eu fosse merecedor
disso. No entanto, ao me deparar com a surpresa e o carinho dos alunos, pensei
que iria desmaiar ou até mesmo enfrentar uma emergência médica. Minha visão
escureceu e todo meu corpo sentia as batidas do meu coração. Com lágrimas nos
olhos, eu declarei meu amor por cada um deles. Também senti muito orgulho de
fazer parte daquela comunidade e de ser “Caio Sérgio”. Eu não imaginava que
isso ia ter tanta repercussão.
Qual
não foi minha surpresa com as postagens que viralizaram pelas redes sociais, e
que veriam ocupar diversas páginas jornalísticas desde a página no Facebook da
Cidade Tiradentes ao sítio eletrônico da mídia hegemônica do g1.globo.com, fato
que colaborou com o engajamento de diversas comunidades escolares em defesa de
suas escolas e diretores.
No
final da tarde, recebi uma nova mensagem pelo WhatsApp do Senhor Diretor
Regional de Guaianases, informando-me que deveria continuar na escola na
segunda-feira. No entanto, ele não conseguiu elucidar como seria a nossa
situação a partir de terça.
Durante
este vácuo de informações, permanecemos em nossas escolas até sexta-feira, 30
de maio. No início da noite, nos avisaram de novo que iríamos “ser convidados”
para ir à SME na segunda-feira, às 9:00, para ter conversas com a secretaria.
O
início da reunião foi feito pelo Sr. Secretário Municipal de Educação, Sr.
Fernando Padula, que abriu o encontro. Sua abertura consistiu em uma leitura
totalmente descontextualizada de um trecho do livro mais famoso de Paulo
Freire, “Pedagogia do Oprimido”, provavelmente escolhida por algum assessor na
tentativa de validar suas palavras, mas que apenas confirmou o que todos já
sabem, sua falta de entendimento sobre Educação. Para piorar, o Sr. Secretário
sai repentinamente do auditório da SME, impossibilitando qualquer tipo de
diálogo.
Após a
saída imprevista do Secretário, o conjunto de Diretores discutiu a forma
agressiva como ele deixou a reunião, tornando a reunião desnecessária e, sem a
sua presença, não haveria razão para continuar ali.
Como a
Senhora Secretária Executiva Pedagógica, encarregada de coordenar a reunião,
demonstrou desinteresse pelas nossas necessidades e se mostrou indiferente às
nossas solicitações, decidimos em conjunto por sair e realizar um ato de
repúdio à situação humilhante que estamos passando, causada pelo desrespeito da
SME para conosco.
A SME
envia convites individuais para comparecermos à Secretaria para o tal diálogo,
um convite que a maioria esmagadora recusou. Isso levou a SME a publicar um
comunicado no Diário Oficial nos convidando para o dia 09 de junho, em horários
graduais a partir das 10:00.
O
alegado curso teria início na manhã seguinte, dia 10 de junho, quando
deveríamos nos apresentar às nossas respectivas Diretorias Regionais de
Educação. No entanto, para nossa surpresa, não havia uma organização clara para
nos acolher e darmos início ao referido curso que nos foi imposto.
Fomos
colocados em lugares muito diferentes. Um deles foi uma garagem embaixo de uma
casa onde funciona o DIPED da DRE Guaianases. Nesse lugar, havia duas mesas
colocadas uma de frente para a outra, mas com 2 metros de distância. Na
primeira mesa estavam a diretora do DIPED e uma funcionária que cuidava da
nossa formação. Isso nos fez lembrar de momentos ruins da época da ditadura
militar, quando presos políticos passavam por interrogatórios e torturas.
Apesar disso, o espaço tinha uma coleção de livros.
Na
quarta e quinta-feira, dias 11 e 12 de junho, seguimos cada um para suas
respectivas DREs, cumprindo nossos horários de trabalho aprovados. Isso tornou
ainda mais evidente a situação de castigo, já que muitos de nós passamos parte
deste período sem alguém para nos acompanhar ou uma tarefa específica, chegando
ao extremo de uma colega nossa, diretora da EMEF Saturnino Pereira, permanecer
sozinha na sede da DRE Guaianases até as 23:00, acompanhada apenas pelo
vigilante terceirizado da DRE que vigia a noite e a madrugada.
Deveríamos
realizar atividades na SME nesta semana, compreendendo de 16 a 18 de julho,
incluindo palestras. Contudo, na sexta-feira, 13 de junho, ao final da tarde,
fomos surpreendidos com a informação de que deveríamos cumprir a carga horária
habitual de segunda-feira em nossas respectivas escolas e nos apresentar na SME
nos dias 17 e 18 de junho, em dois horários previamente estabelecidos: pela
manhã, das 9h00 às 13h00, ou à tarde, das 15h00 às 19h00, conforme os horários
homologados.
Na
terça-feira, nós encontramos a equipe da SME. Eles eram a Senhora Secretaria
Executiva Pedagógica, a Senhora Coordenadora de COPED e duas pessoas da sua
equipe.
No
começo, a Sra. Secretaria Executiva Pedagógica apresentou a programação das
palestras que iríamos ver. Mas quando perguntamos sobre o motivo de sermos
obrigados a estar lá e sobre o que seria ensinado, percebemos que havia
problemas na forma como o curso foi feito.
Ela
afirmou que se tratava de uma pesquisa-ação; todavia, essa categoria de
pesquisa requer a interação e a investigação de modo que todos colaborem
conjuntamente. O objetivo não é só entender um problema, como o baixo
desempenho dos alunos da rede municipal, mas também encontrar uma solução. Essa
maneira de trabalhar vai contra o fato de estarmos longe das escolas.
De
maneira evasiva, a Senhora Secretária e a Senhora Coordenadora apenas
manifestavam respostas limitadas, ou melhor, restringiam-se a afirmar que todas
as questões seriam consideradas, e que a discussão sobre os efeitos e suas
causas ocorreria com a equipe da SME, o que gerava um elevado grau de
indignação entre os diretores afastados. Isso se devia ao fato de que não se
recebiam esclarecimentos adequados, especialmente no que tange ao verdadeiro
fator que motivou a seleção dessas escolas, resultando no afastamento de seus
diretores.
Conforme
exposto anteriormente, verifica-se que a única justificativa viável para a
Secretaria Municipal de Educação afastar-se e intervir nas 25 instituições
mencionadas seria a extinção da rede. Isso ocorreria devido a uma perseguição
política dirigida a um grupo particular de diretores.
Diretores
engajados em suas comunidades, cujas escolas recebem reconhecimento público de
suas comunidades, incluindo premiações da Câmara Municipal, como a Salva de
Prata ou o Prêmio Paulo Freire, ou reconhecidas pela UNESCO, como é o caso da
EMEF Espaço de Bitita, situada no Canindé. Esta escola recebe migrantes de
várias nacionalidades, resultando em uma população estudantil de 40% dos alunos
inscritos que não possuem domínio do idioma português.
Continuamos
a batalha contra o desmantelamento da Rede Municipal de Educação, seja através
do enfrentamento teórico e científico que a Educação demanda, seja através de
ações judiciais que buscam provar a inconstitucionalidade da Lei 18.221/2024,
ou ainda nas que buscam assegurar o retorno desses 25 diretores às suas escolas
e o término deste curso de formação totalmente incoerente.
Se a
SME deseja elevar o padrão dos seus profissionais de educação, comecem a
debater com a rede as condições precárias de trabalho que nos são oferecidas,
tais como a relação professor x aluno que resulta em salas cheias, impedindo
que a relação necessária entre o sujeito professor e o sujeito aluno possa se
estabelecer dialeticamente, criando assim um ambiente educativo propício para o
aprendizado. Ou a redução dos recursos destinados à manutenção das instituições
de ensino, ou o aumento salarial inadequado que permanece abaixo da inflação do
intervalo considerado, e garantam condições efetivas para o aprimoramento da
formação acadêmica de seus integrantes.
No
entanto, o que orienta a Secretaria Municipal de Educação é o foco no lucro e nos
negócios, ao invés de considerar a educação e o empenho daqueles que atuam no
setor.
Fonte:
ICN Notícias

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