sábado, 28 de junho de 2025


 

O que é a pneumonia silenciosa? Veja sintomas e tratamento

Com a chegada do inverno, os casos de doenças respiratórias se multiplicam em todo o mundo, enchendo salas de emergência com pacientes que apresentam sintomas variados, de tosse persistente a dificuldade para respirar.

Em meio a esse cenário já conhecido, um vilão menos evidente começa a preocupar médicos e especialistas: a pneumonia silenciosa.

<><> O que é e como ocorre a pneumonia silenciosa?

A pneumonia silenciosa, também conhecida como “walking pneumonia”, é uma infecção pulmonar causada, na maioria dos casos, pela bactéria Mycoplasma pneumoniae.

Ela recebe esse nome porque costuma apresentar sintomas mais leves do que a pneumonia comum, permitindo que o paciente continue suas atividades do dia a dia mesmo estando infectado.

Por isso, muitas vezes a doença passa despercebida ou é confundida com uma gripe forte ou um resfriado persistente.

O agente infeccioso Mycoplasma pneumoniae pertence a um grupo de bactérias que não possuem parede celular, o que dificulta a detecção em exames comuns e torna o tratamento com alguns antibióticos menos eficaz.

A transmissão ocorre principalmente por meio de gotículas de saliva expelidas durante a fala, tosse ou espirro. Ambientes fechados, como escolas, escritórios e transportes coletivos, favorecem a propagação do microrganismo.

Diferente da pneumonia bacteriana clássica, que pode ter início abrupto com febre alta, calafrios e dores intensas no peito, a pneumonia silenciosa se instala de forma gradual.

Os sintomas incluem tosse seca persistente, cansaço, dor de cabeça, febre baixa, rouquidão e falta de ar leve. Em alguns casos, a pessoa nem percebe que está com uma infecção pulmonar, o que aumenta o risco de complicações, especialmente em populações vulneráveis.

A infecção não costuma ocorrer sem contato com pessoas contaminadas, embora seja possível que o portador seja assintomático e ainda assim transmita a doença.

Por isso, surtos em ambientes comunitários são comuns, principalmente entre crianças, adolescentes e jovens adultos. O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica e pode ser complementado com exames laboratoriais e de imagem, como radiografia de tórax, que pode revelar áreas de inflamação nos pulmões mesmo na ausência de sintomas intensos.

O tratamento geralmente envolve antibióticos do grupo dos macrolídeos ou tetraciclinas, além de repouso, hidratação e controle da febre.

A pneumonia silenciosa tem cura, mas pode levar semanas para desaparecer completamente.

Quando não tratada de forma adequada, pode evoluir para quadros mais graves, como pneumonia bilateral, infecções secundárias, ou mesmo falência respiratória, especialmente em idosos, imunossuprimidos e pessoas com doenças crônicas. Em casos raros, pode levar à morte.

A principal diferença entre a pneumonia tradicional e a silenciosa está no grau de intensidade dos sintomas. A pneumonia comum costuma ser mais agressiva e exige hospitalização em muitos casos.

Já a silenciosa, apesar de menos incapacitante, demanda atenção, pois pode passar despercebida e permitir a progressão da infecção.

        Qual a diferença entre pneumonia viral e bacteriana?

Quem já teve pneumonia com certeza se questionou na hora do diagnóstico: “você está com pneumonia viral”, ou ainda, “não é viral, é bacteriana”. Mas, afinal, qual a diferença entre os dois tipos da doença?

A pneumonia é uma doença respiratória provocada pela infiltração de agentes infecciosos (bactérias, vírus, fungos e reações alérgicas), provocando inflamação dos pulmões. Maior causa infecciosa de mortes de adultos e crianças, a doença pode ser adquirida pelo ar, saliva, secreções e transfusão de sangue.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2019, 2,5 milhões de pessoas, sendo 672 mil crianças, morreram vítimas de pneumonia. Em 2021, mais de 400 mil pacientes foram hospitalizados devido à infecção, que possui tipos diferentes. Confira abaixo as mais comuns e suas diferenças!

>>> Pneumonia viral

— causadas pelos mesmos vírus de gripes e resfriados comuns, como Influenza A, B ou C, H1N1, H5N1 e agora o vírus da Covid-19. A transmissão acontece por meio de gotículas de saliva ou secreção respiratória espalhadas no ar, pela pessoa infectada. o tipo viral é considerado o mais grave, em alguns casos, devido suas complicações.

>>> Pneumonia bacteriana

— é causada por vários tipos de bactérias, mas principalmente pelo Streptococcus pneumoniae, também conhecido como pneumococo. Ser fumante, ingerir bebidas alcoólicas e permanecer em ambientes fechados com ar-condicionado estão entre os principais fatores de risco. O tipo bacteriana é o mais comum.

No geral, os tipos de pneumonia variam de acordo com o agente causador, assim, há ainda outros tipos menos comuns, como pneumonia química, causada por inalação de substâncias agressivas, e a pneumonia fúngica, originária da presença de fungos no pulmão; embora rara, ela pode ser bastante agressiva e costuma aparecer em pessoas imunossuprimidas.

De acordo com levantamento realizado pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Zona Leste, pertencente à Prefeitura de Santos (SP) e gerenciada pela Pró-Saúde, entre janeiro e outubro deste ano a UPA ZL registrou 6.909 atendimentos de pacientes com pneumonia, sendo que deste total, 242 pessoas precisaram de internação.

No último sábado (12), foi o Dia Mundial da Pneumonia, e com a data especialistas alertam para a importância da conscientização sobre a doença, além do compartilhamento de informações sobre como evitar o contágio.

“Neste período, a maioria dos casos que atendemos foram de pneumonia bacteriana, sendo 80% dos pacientes com idade acima de 60 anos e mais da metade eram mulheres. Com necessidade de internação, ou não, nos casos bacterianos, todos os pacientes precisaram fazer uso de antibióticos, sob prescrição médica”, contou o médico Carlos Alberto de Oliveira, diretor Clínico da UPA Zona Leste.

<><> Como se proteger contra a pneumonia?

Entre os principais sintomas da pneumonia estão: febre alta, tosse, dor no tórax, alterações da pressão arterial, confusão mental, mal-estar generalizado, falta de ar, fraqueza, secreção de muco de cor amarelada ou esverdeada.

“É possível prevenir essa doença com atitudes simples, como lavar as mãos, não fumar, não ingerir bebidas alcoólicas, evitar estar em aglomerações de pessoas e se vacinar”, destacou Carlos Alberto, aproveitando para chamar atenção para outro problema: o uso de antibióticos por conta própria.

“Quando usado sem necessidade ou sem acompanhamento de um profissional, há um risco alto de resistência bacteriana, o que faz com que a medicação deixe de ser eficaz, dificultando tratamento. Por isso, é essencial identificar qual o tipo de pneumonia para iniciar o tratamento adequado.”

Além da vacina da gripe, há disponível também a vacina pneumocócica, indicada para prevenir as pneumonias causadas pela bactéria ‘pneumococo’. “Caso você seja contaminado com a bactéria, ter se vacinado diminui a intensidade dos sintomas e evita a forma mais grave da doença”, reforçou o médico.

 

Fonte: Olhar Digital


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