quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Como fazer resoluções de mudanças na vida e realmente cumpri-las

Há alguma mudança que você gostaria de fazer na sua vida? Quem sabe finalmente escrever aquele romance em que vem pensando há anos. Ou talvez você ache que está na hora de começar a economizar dinheiro para viajar nas férias ou para dar entrada na compra de uma casa ou apartamento. Ou você simplesmente gostaria de melhorar seu condicionamento físico.

Isso é maravilhoso. Mas todos nós sabemos que pode ser difícil se ater a esse tipo de mudança. Os números de matriculados nas academias de ginástica sugerem que metade dos alunos novos desiste em seis meses, e muitos de nós temos evidências de hobbies outrora amados espalhadas por nossas casas.

Para escrever aquele livro, por exemplo, você vai precisar encontrar tempo para isso, e persistir quando a situação apertar, e o entusiasmo inicial tiver passado.

Primeiro, você deve se perguntar por que está fazendo isso.

Minha pesquisa analisa a psicologia de fazer mudanças por meio das lentes do que é conhecido como teoria da autodeterminação, que propõe que há diferentes formas de motivação. Elas vão desde, por exemplo, estar motivado a fazer algo porque alguém está obrigando você a fazer, até estar motivado porque você acha que é divertido.

Olhando desta forma, as grandes mudanças, como se capacitar para uma nova carreira, e as menores, como participar de uma aula de ginástica semanal, são todas iguais. O que importa é o motivo que você tem para fazer isso.

Encontre o motivo certo

Você pode ter mais de um motivo para fazer uma mudança. Talvez você queira começar algo porque é uma tendência do TikTok, e todo mundo parece estar fazendo isso, ou talvez a sugestão esteja vindo de alguém que faz parte da sua vida. Estes são motivos externos para fazer algo, e este tipo de motivação tem menos chance de ser bem-sucedida.

Concentre-se naquelas que estão "internalizadas", que vêm de dentro de você. Se você conseguir encontrar uma razão pela qual a mudança é importante para você, e tiver sua própria motivação para colocá-la em prática, é muito mais provável que você se atenha a ela. Precisa ser algo que esteja alinhado com seus valores, algo em que você acredite.

Assim, o que você está fazendo nem precisa ser algo de que você goste, desde que seja algo que você sinta que é importante para você.

Pense na decisão de economizar dinheiro, por exemplo. Esta não é uma atividade inerentemente divertida para a maioria das pessoas, mas o ato de economizar pode ser importante devido ao que representa ou ao que isso leva — a viagem de férias ou a casa que você poderia comprar com o dinheiro que guardou. Quando começar a vacilar na sua meta, pensar neste motivo pessoal vai ajudar você a seguir adiante.

Há dois outros conceitos importantes da teoria da autodeterminação misturados à ideia de uma ação alinhada aos valores pessoais. Quando você faz algo que vem dos seus valores, você deve estar agindo com autonomia — fazendo algo que quer fazer, não algo que outras pessoas obrigaram você a fazer.

Esse é um conceito-chave na teoria, mas pode ser difícil alinhar com coisas como trabalho ou estudo. Talvez sua meta seja se dedicar ao trabalho ou tirar uma boa nota nos estudos. Mas a maioria das pessoas tem um chefe, ou orientador, e a função deles é instruir você sobre o que fazer.

Se você é professor, precisa trabalhar de acordo com o horário da escola, quer goste ou não. Mas nos trabalhos em que estiver mais motivado, você poderá fazer algumas escolhas por si mesmo. O magistério é um exemplo interessante de quando isso não funciona, porque na Inglaterra esse trabalho bastante estruturado se tornou ainda mais estruturado nos últimos anos, coincidindo com um problema de recrutamento e retenção na profissão.

A autonomia do professor é amplamente estudada e considerada importante, mesmo fora da teoria da autodeterminação, e a percepção da falta de autonomia é provavelmente um dos motivos pelos quais as pessoas podem querer deixar o emprego.

·        De olho na meta

O outro aspecto realmente importante é seu objetivo ao fazer a mudança. O melhor tipo de meta é uma meta autônoma, relacionada a algo que seja intrinsecamente importante para você. Pode ser competir em alto nível no seu esporte, porque isso vai te proporcionar alegria e satisfação por ser o melhor possível. Isso significa que você vai suportar as dificuldades e os desafios, e vai seguir adiante mesmo depois de um dia ruim.

Por outro lado, se a sua meta for externa, você pode achar mais difícil. Isso inclui se você estiver fazendo algo para obter uma recompensa, em vez de porque algo é pessoalmente importante para você. Então, se você quiser escrever um best-seller para se tornar rico ou famoso, poderá descobrir que, conforme as coisas ficam difíceis, sua motivação diminui, e o trabalho estagna.

Se você estiver fazendo algo porque outras pessoas querem que você faça, até mesmo pessoas que se importam com você, você vai ter dificuldade. Isso pode significar que algumas mudanças simplesmente não estão destinadas a acontecer — ou pode significar mudar sua mentalidade e como você encara as metas que almeja.

Tente obter o apoio de pessoas que se importam com você, e com quem você se importa, sejam familiares e amigos ou uma nova comunidade no seu clube esportivo, por exemplo. E, finalmente, fique de olho nas suas metas. Qualquer mudança que você esteja fazendo por si mesmo, porque a valoriza e consegue enxergar os benefícios, provavelmente vai ser duradoura.

 

Fonte: Por Abigail Parrish, para The Conversation

 

Nenhum comentário: