Acordo
UE-Mercosul seria uma saída para contornar Trump?
Seja na política migratória
ou na balança comercial: quando o presidente americano, Donald
Trump, decide impor seus interesses – que ele define
como sendo dos EUA –, ele recorre a tarifas.
Para importações dos países vizinhos Canadá e México, por
exemplo, ele fala em tarifas de 25% – e ameaça
aplicar medidas semelhantes contra a Europa.
Na Europa e na América
Latina, por outro lado, parece haver agora uma conscientização crescente da
necessidade de responder aos desafios geopolíticos por meio de maior
cooperação. Em vista das medidas protecionistas de Trump, o ministro do
Exterior do Uruguai, Omar Paganini, pediu há alguns dias, em Bruxelas, a
ratificação do acordo de livre comércio entre
a União Europeia (UE) e
o Mercosul para
enviar "um forte sinal ao mundo".
No final de dezembro, após
mais de duas décadas de negociações, a União Europeia e o Mercosul declararam o
acordo de livre comércio como concluído. Se ratificado, ele irá criar uma área
comercial composta pelos 27 Estados-membros da UE e pelos quatro países
fundadores do bloco sul-americano: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Juntos, eles possuem mais de
700 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 22
trilhões de dólares (cerca de 125,2 trilhões de reais). O acordo de livre
comércio ainda não se aplicaria à Bolívia, que só aderiu ao Mercosul no ano
passado.
<><> Estado de
grande incerteza
A política tarifária de
Trump também tem causado agitação na América Latina, disse Vladimir Rouvinski, do Centro de Pesquisa da Universidade de
Icesi, em Cali (Colômbia). "As ameaças tarifárias que Trump tenta impor
são uma espécie de terapia de choque. Ele não dá muito espaço de manobra aos
governos latino-americanos, que se sentem pressionados." Nesse contexto, a
Europa oferece uma oportunidade única para a América Latina, avalia.
O economista e empresário
teuto-brasileiro Ingo Plöger vê grandes vantagens para ambos os lados no acordo
entre Mercosul e UE. "O acordo oferece uma grande oportunidade. Trata-se
de expandir o que foi acordado – no interesse estratégico tanto da União Europeia
quanto do Mercosul", diz. Ele ressalta que, por exemplo, inúmeras empresas
alemãs e europeias já atuam no Brasil e teriam um bom ponto de partida para
expandir seus negócios no âmbito do pacto.
<><> Morosidade
europeia
O economista Gilvan Bueno,
no entanto, faz um alerta sobre expectativas muito altas de uma rápida
cooperação entre Europa e América do Sul. Ele aponta, afinal, que a UE e o
Mercosul levaram 20 anos para negociar o acordo. "Isso mostra que a
parceria comercial entre Europa e América do Sul não vai acontecer tão rápido.
Vimos que há muitos obstáculos."
Por um lado, o processo de
ratificação ainda não foi concluído e, por outro, há resistência de
agricultores da França e de países do sul da Europa, que precisam se preparar
para competir com a altamente eficiente indústria agrícola brasileira.
Isso, por sua vez, revela
por que a Europa perdeu poder econômico, os Estados Unidos se tornaram uma
potência e a China conseguiu crescer tão rapidamente. "A China consegue fechar acordos mais rapidamente, e os Estados Unidos têm
uma moeda dominante."
Apesar de todas as
oportunidades que o acordo de livre comércio oferece no médio prazo, ele chega
tarde demais para compensar as atuais disputas alfandegárias entre os EUA e o
resto do mundo, pois o pacto não deve entrar em vigor antes de 2026.
¨ Qual o real
impacto do acordo Mercosul-UE para a Europa?
Poucos dias após a União Europeia e o Mercosul oficializarem a assinatura do
acordo de livre comércio entre os blocos, agricultores franceses voltaram
às ruas do país em protesto. Dessa vez, tratores interromperam o trânsito de
veículos perto do túnel que conecta a França à Inglaterra.
A ministra do Comércio da
França, Sophie Primas, disse que o acordo com o bloco do Mercosul — que reúne Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai — "só
compromete a Comissão, e não os Estados-membros", indicando que o país vai
seguir se opondo à ratificação do tratado, que levou 25 anos para sair do papel.
A principal reclamação dos
agricultores é que o acordo pode aumentar a importação de carne bovina sul-americana, bem como de aves e açúcar. Mas especialistas acreditam que as margens
dessas importações são modestas e não representam uma ameaça existencial para o
agronegócio europeu.
Como os produtos agrícolas
produzidos na União Europeia (UE) também
poderão avançar para os mercados do Mercosul, os especialistas acreditam que os
benefícios gerais do acordo superam os ajustes que o mercado interno terá que
fazer para se adaptar. Além disso, o bloco europeu já estipulou salvaguardas
para evitar o impacto inicial da nova regra.
<><> Aumento
modesto nas importações
Segundo o novo acordo, a UE
poderá importar até 99 mil toneladas de carne bovina com tarifas inferiores a
7,5%. Isso representa apenas 1,6% da produção total de carne dos países do bloco e é menos da metade das importações atuais do Mercosul, de 196 mil
toneladas.
A mesma regra vale para aves
e açúcar, cujo teto de importação representa 1,4% e 1,2%, da produção europeia,
respectivamente. Para o arroz, o percentual é ainda menor.
O economista brasileiro e
pesquisador do Instituto Universitário Europeu, Bruno Capuzzi, calcula que o
possível aumento nas importações de carne bovina sul-americana representa
apenas um hambúrguer e meio para cada consumidor na União Europeia.
Outros especialistas também
dizem que as 99 mil toneladas não necessariamente levarão a uma demanda
adicional do mercado, porque substituem uma parte das importações do Mercosul
que já existem. Atualmente, os exportadores de carne bovina da Argentina,
Brasil, Paraguai e Uruguai pagam uma média de 40% em tarifas para entrar
no mercado europeu.
"A expectativa é que,
em vez de criar um aumento nas importações, um dos efeitos da nova cota seja
substituir algumas das importações que já existem", disse Christopher
Hegadorn, professor adjunto de política alimentar global na Sciences Po, em
Paris.
<><> Europa
costurou medidas para amenizar impacto do acordo
Em um relatório de
fevereiro, a Comissão admitiu que o tratado pode levar ao aumento de importação
de produtos agropecuários. Especialistas disseram à DW, porém, que a UE
conseguiu instalar várias salvaguardas nos termos do acordo para amenizar o
impacto e garantir ajustes setoriais.
Primeiro, a cota de 99 mil
toneladas de carne bovina não virá com isenção total de impostos e este total
será dividido entre os quatro países do Mercosul, entregando a cada um uma
fatia relativamente pequena do mercado.
Em segundo lugar, os altos
padrões sanitários impostos pelo texto devem proteger os produtores europeus
contra o excesso de oferta. Ao assinar o acordo, a presidente da Comissão
Europeia, Ursula Von der Leyen, disse
que os padrões de saúde e alimentação na União Europeia "permanecem
intocáveis".
A qualidade da carne brasileira motivou uma crise após oCEO global do Carrefour,
Alexandre Bompard, vetar a compra da carne produzida no Brasil.
"Apenas 20% dos
frigoríficos no Brasil estão autorizados a exportar para a UE, pois é
necessária uma certificação individual", disse Capuzzi à DW.
A Comissão também atuou para
costurar o acordo às novas leis ambientais da UE, em vigor a partir de 2026, e inseriu um período de transição de cinco
anos para que os produtores europeus possam se adaptar à concorrência sul-americana.
Em terceiro lugar, espera-se
que o acordo seja implementado gradualmente ao longo de cinco anos para dar
tempo aos produtores europeus se adaptarem.
"Presume-se que haverá
recursos financeiros para ajudar os agricultores afetados a se adaptarem às
mudanças", disse Hegadorn à DW. "Mas isso provavelmente será
discutido na Comissão quando o acordo for ratificado."
<><> Acordo
impulsionaria exportações da UE, segundo estudo
Outro ponto inserido pelos
eurodeputados foi a proteção de mais de 350 produtos com uma "indicação
geográfica", registrados como propriedade comercial dos agricultores
europeus. Isso garante que não haverá imitação de presuntos, queijos e vinhos
produzidos em regiões europeias e vistos como iguarias em várias nações do Mercosul.
Um estudo recente da UE
sobre o impacto de dez acordos de livre comércio costurados pelo bloco,
incluindo o tratado com o Mercosul, concluiu que o setor agroalimentar da
Europa, "especialmente os de laticínios, carne suína, alimentos
processados e bebidas", terão benefícios.
Se os acordos comerciais
forem concluídos, segundo o estudo, o valor das exportações agropecuárias da UE
aumentaria entre 3,1 bilhões de euros (R$ 19,7 bilhões) e 4,4 bilhões de euros
(R$ 27,9 bilhões) até 2032.
O texto pontua que as exportações
de carne bovina da UE também aumentariam, chegando a uma diferença líquida
(exportação menos importação) de 350 mil toneladas, embora reconheça que
existam vulnerabilidades no setor. "A União Europeia continuará
sendo o maior exportador de produtos agrícolas do mundo, mesmo depois que o
acordo comercial do Mercosul for ratificado", disse Capuzzi. "E ainda
será um exportador líquido de carne bovina."
<><> As
vantagens superam os custos?
A Comissão Europeia defende
que o desenvolvimento de novos mercados por meio de relações comerciais
consolida a posição do bloco como o maior exportador mundial de produtos
agroalimentares.
Com o retorno de Donald
Trump à Casa Branca e sua ameaça de sobretaxar produtos europeus, especialistas acreditam que os acordos comerciais multilaterais são
necessários para expandir a base de consumidores do bloco. O impacto sobre a
carne bovina, as aves e o açúcar, segundo eles, seria marginal e pode ser
atenuado pelo apoio do Estado.
"O acordo geral
UE-Mercosul vai muito além da carne bovina e da agricultura, estendendo-se a
todos os setores industriais e serviços – de A a Z, de carnes a
medicamentos, de veículos a produtos químicos", disse Hegadorn, da
Sciences Po.
"Aqueles que estão
analisando o interesse do bloco da UE como um todo estão otimistas quanto aos
impactos esperados, tanto em termos de benefícios econômicos domésticos e
expansão das opções para o consumidor, quanto por motivos geopolíticos,
incluindo a oferta de um contrapeso para a China e os EUA."
¨ UE mantém
pressão sobre Rússia e aplica novas sanções
Os países da União Europeia
concordaram nesta quarta-feira (19/02) em aplicar uma nova rodada de sanções contra
a Rússia. O pacote será formalmente adotado na próxima segunda-feira, data do
terceiro aniversário da invasão russa na
Ucrânia.
A 16ª rodada de sanções da
UE ocorre no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, escanteou os países europeus ao iniciar diálogos
bilaterais com seu homólogo russo, Vladimir Putin, para acabar
com a guerra. Na terça-feira, por exemplo, representantes dos dois países se reuniram na Arábia
Saudita e concordaram em normalizar relações.
O bloco europeu tenta manter
pressão sobre Moscou e garantir um lugar na mesa nas negociações. A nova rodada de sanções se choca diretamente com a estratégia de
Trump, cujos representantes indicaram interesse em aliviar as medidas punitivas
à Rússia e iniciar uma cooperação econômica.
"A UE está reprimindo
com ainda mais força a evasão, visando mais embarcações da frota fantasma de
Putin e impondo novas proibições de importação e exportação", escreveu a
presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no X. "Estamos
empenhados em manter a pressão sobre o Kremlin", disse.
Além de visar o lucrativo
setor de alumínio da Rússia, proibindo qualquer importação do metal, as novas
medidas têm como alvo as embarcações da chamada "frota fantasma".
Os navios-tanque são comumente usados para contornar as
restrições às exportações de petróleo russo – e têm
disparado alertas na Otan por supostamente serem usados para sabotar cabos de
energia e telecomunicação no Mar Báltico. A UE sancionou 73 embarcações deste
tipo, que se somam a outras 79 já listadas nesta categoria.
A ofensiva europeia também
adiciona 48 indivíduos e 35 entidades à lista de sanções, que preveem o
congelamento de ativos e proibição de viagem. As vendas de consoles de
videogame, joysticks e simuladores de voo também serão restringidas, pois
poderiam ser usadas pelo exército russo para controlar drones, disse um dos
diplomatas da União Europeia.
Outras proibições incluem as
exportações de precursores químicos, cromo e outros produtos usados em eletrônicos, além de um veto à prestação de serviços para
refinarias de petróleo e gás. O bloco também vai desconectar outros 13 bancos
russos do sistema global de pagamentos SWIFT e proibirá outros oito meios de
comunicação do país de transmitir na Europa.
A Alta Representante da UE
para Exterior e Segurança, Kaja Kallas, declarou nas redes sociais que, ao
impor "medidas mais rigorosas contra evasão, novas proibições de
importação e exportação e sanções à frota nas sombras de Putin, estamos
fechando as portas dos fundos para a máquina de guerra da Rússia operar".
"O Kremlin não quebrará
nossa determinação", assegurou Kallas, que propôs uma nova iniciativa para
aumentar a ajuda militar da UE à Ucrânia, embora o nível de ambição tenha que
ser definido pelos Estados-membros, segundo disseram fontes do bloco europeu.
¨
Trump chama Zelensky de 'ditador' e azeda de vez a
relação com a Ucrânia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em um post na rede social Truth Social, nesta quarta-feira (19).
Após Zelensky dizer que não
"pode vender a Ucrânia" e rejeitar
o acordo proposto pelos Estados Unidos para trocar terras raras e ricas em
minerais do país por apoio, Trump chamou o ucraniano de "comediante
modestamente bem-sucedido", "ditador" e fez ameaças:
"Um ditador sem eleições. É melhor que
Zelenskyy aja rapidamente ou não lhe restará um país. Enquanto isso, estamos
negociando com sucesso o fim da Guerra com a Rússia, algo que todos admitem que somente Trump e sua administração podem
fazer".
O presidente norte-americano também aproveitou para
fazer críticas à gestão anterior, do democrata Joe Biden. Ele disse que os EUA
gastaram US$ 350 bilhões com ajuda à Ucrânia e não receberam nenhuma contrapartida.
"Volodymyr Zelensky convenceu os Estados
Unidos da América a gastar US$ 350 bilhões de dólares para entrar em uma guerra
que não poderia ser vencida, que nunca teve que começar. Uma guerra que ele,
sem os EUA e Trump, nunca será capaz de resolver. Os Estados Unidos gastaram
US$ 200 bilhões a mais do que a Europa e o dinheiro da Europa está garantido,
enquanto os Estados Unidos não receberão nada de volta, porque Joe Biden
sonolento não exigiu a equalização", afirmou.
Trump começou a
pressionar pelo fim da guerra no começo
do mês. Em um telefonema com o presidente russo, Vladimir Putin, ele iniciou negociações e excluiu o governo
ucraniano das conversas sobre o possível acordo de paz.
Logo após a movimentação de Trump, Zelensky e vários líderes europeus
criticaram o republicano e disseram que a
Ucrânia deveria participar das discussões.
Na semana passada, ainda com uma postura mais
moderada de Trump, o presidente ucraniano
disse que aguardava um acordo entre os EUA e a Rússia para se encontrar com
Putin, e que o norte-americano havia lhe dado seu
telefone pessoal para procurá-lo quando precisasse.
No entanto, nesta quarta, parece que o clima
diplomático entre os dois acabou de vez.
"Eu amo a Ucrânia, mas Zelensky fez um
trabalho terrível. Seu país está destruído, e milhões morreram
desnecessariamente", acusou Trump ao fim de seu post.
<><>
Zelensky disse mais cedo que não 'pode vender a Ucrânia'
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky,
rebateu nesta quarta-feira (19) críticas recentes feitas a ele pelo presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump. Zelesnky disse que não vai vender seu país,
em referência à proposta do presidente norte-americano de explorar minerais em
regiões ucranianas e que Trump vive em uma bolha de desinformação gerada pela
Rússia. Ele também desafiou Trump a tentar lhe retirar de seu cargo, depois que
ele sugeriu que Ucrânia deveria realizar novas eleições porque a popularidade
de Zelensky é muito baixa.
No começo do mês, antes de começar
negociações com o presidente russo, Vladimir
Putin, para tentar dar fim à guerra, Donald Trump condicionou sua
ajuda ao governo ucraniano a uma troca: o direito a terras raras e ricas em minerais no país. Dias depois, em entrevista, Zelensky disse que estava
aberto a negociar uma parceria com os EUA para
"deter Putin", mas agora, depois que a Ucrânia foi excluída das
conversas sobre um possível acordo de paz, ele afirmou:
"Não posso vender a Ucrânia". Zelenskiy rejeitou as exigências dos EUA por US$ 500 bilhões em
riqueza mineral da Ucrânia para reembolsar Washington pela
ajuda durante a guerra, dizendo que os Estados Unidos não forneceram nem perto
dessa quantia até agora e não ofereceram garantias de segurança específicas no
acordo.
O ucraniano afirma que o governo dos EUA forneceu
ao seu país US$ 67 bilhões em armas e US$ 31,5 bilhões em apoio orçamentário
direto durante a guerra de quase três anos com a Rússia, e agora quer 50% de
toda a riqueza mineral do país. "Você não pode chamar isso de 500 bilhões
e nos pedir para devolver 500 bilhões em minerais ou outra coisa. Esta não é
uma conversa séria. Eu defendo a Ucrânia, não posso vender nosso país. Eu disse
OK, nos dê algum tipo de positivo. Você escreve algum tipo de garantia, e nós
escreveremos um memorando... algum tipo de porcentagem. Disseram-me: apenas 50
(por cento). Eu disse: ok, não. Deixe os advogados trabalharem um pouco mais,
eles não fizeram todo o trabalho necessário. Eu sou apenas o tomador de
decisões, não trabalho nos detalhes deste documento. Deixe-os trabalhar
nele", contou.
<><> Declarações de Trump sobre a Ucrânia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
minimizou as queixas de Volodymyr Zelensky de que a Ucrânia está sendo excluída
das negociações para o fim da guerra com a Rússia, nesta terça-feira (18). Ele
também afirmou que pode se encontrar com presidente russo, Vladimir Putin,
ainda neste mês. Autoridades dos EUA e da Rússia se
reuniram nesta terça-feira na Arábia Saudita para
discutir o conflito. A Ucrânia não participou das conversas. Zelensky defende
que só iniciará uma negociação após ter um plano claro traçado com aliados. Antes
da reunião na Arábia Saudita, o presidente ucraniano também afirmou que não
aceitaria nenhuma proposta de paz que partisse do encontro entre Rússia e
Estados Unidos.
No fim da tarde desta terça-feira, em uma coletiva
na Flórida, Trump sugeriu que a Ucrânia tem culpa pelo início da guerra.
"Vocês deveriam ter feito um acordo", disse ele ao se referir às
autoridades ucranianas. O presidente americano também declarou que a Ucrânia
deveria ter iniciado uma negociação para resolver o conflito há muito tempo.
Trump disse que teria acabado com a guerra em um acordo que cederia alguns
territórios ucranianos para a Rússia. "Eu poderia ter feito um acordo para
a Ucrânia que teria garantido a eles quase todo o território. Quase todo o
território", disse. Ele ainda questionou o poder de Zelensky e afirmou que
o país está há muito tempo sem eleições. "Não é uma questão vinda da
Rússia. É algo questionado por mim, questionado por outros países. A Ucrânia
está sendo exterminada", disse.
Atualmente, a Ucrânia vive sob Lei Marcial por
causa da guerra. Com isso, as eleições presidenciais, que estavam marcadas para
março de 2024, foram canceladas. Ainda na coletiva, Trump questionou para onde
foram os recursos enviados pelos Estados Unidos à Ucrânia, cobrou mais
investimentos da Europa e culpou o ex-presidente Joe Biden pela situação atual
do conflito. A imprensa norte-americana afirmou que Trump usou informações falsas
como argumentos. Segundo o jornal "The New York Times", ele exagerou
nos dados sobre recursos enviados para a Ucrânia e também citou informações
imprecisas sobre a aprovação de Zelensky no país.
Fonte: DW Brasil/g1
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