segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

O pastor tem razão quando profetiza que Deus vai destruir o universo inteiro e só vão sobrar os fiéis dizimistas?

Os pastores e pastoras são pessoas tentando ganhar a vida de uma maneira bem questionável. Se deuses existissem, enquanto do outro lado dessa imagética possibilidade, temos seres humanos tentando ganhar a vida, conquanto, desse contraste, surge um autêntico questionamento;

Seria mesmo possível que alguns desses seres humanos desenvolvessem algum conhecimento sobre a tomada de decisão de um desses deuses?

Honestamente, as chances disso acontecer são bastante improváveis. Mas, se quiséssemos realmente acreditar nessa bravata, deveríamos colocar nessa mesma situação a saudosa “mãe Dináh” ou um adivinho que trabalha trazendo “a pessoa amada em três dias”, com as mesmas probabilidades de acertarem.

·        Se não existe no novo testamento qualquer registro sobre a obrigatoriedade do cristão dizimar, por que os pastores ameaçam quem não dá dizimo?

O dízimo mesmo no novo testamento é apenas para os judeus. A lei deixa claro que a comida deveria ser levada ao templo em Jerusalém. Os romanos destruíram o templo em Jerusalém em 70 DC. e desde então os judeus não deram o dízimo. Por outras palavras, os cristãos nunca estiveram sob a lei de Moisés e não têm de dizimar, especialmente agora que o templo em Jerusalém já não existe. Portanto, eles estão sendo enganados, enganados e manipulados por um grupo de criminosos que distorcem as escrituras a seu favor para enriquecer, para lucrar com a fé e para manter muitas pessoas ignorantes no medo.

 

       Pastores têm enriquecidos com cobrança de dízimos, outros cobram trizimo,  que singelamente chamam de propósito e sacrifício?

 

Sim, mas não são a maioria.

A maioria é formada por pastores assalariados - embora não se possa dizer que é salário por causa do Imposto de Renda. Essa remuneração é estabelecida pela direção superior a qual o pastor é subordinado, e seu valor é fixo, mas varia de acordo com a dimensão da igreja e o tipo de trabalho que é realizado.

Dízimos e ofertas não devem ser recolhidos pelos pastores - existe o tesoureiro para isso - mas … muitas vezes as mãos se confundem.

Obviamente, há pequenas igrejas em que o próprio pastor recolhe os dízimos, e aí é inevitável que as contas se misturem, mesmo que sejam valores relativamente baixos.

Em geral, a arrecadação é somada visando o pagamento de todas as despesas. Não é algo que vai direto para o bolso do pastor. A remuneração deste não aumenta conforme as ofertas recebidas, embora alguns que tenham um ministério itinerante peçam ofertas à parte. "Trízimo" foi apenas um delírio do apóstolo Santiago, da IMPD, e não conheço nenhuma outra que tenha feito isso.

É preciso entender que não existe, na maioria das igrejas, uma separação entre o pastor (quase sempre há diversos, e não apenas um) e a congregação.

Os trabalhos são conjuntos, incluindo a preparação dos cultos (inclusive os das células comunitárias), os ensaios da equipe de louvor, a visitação às casas, o discipulado, o sustento dos missionários, a organização da junta diaconal e até a própria limpeza do local de culto. Por trás de cada púlpito, há dezenas de pessoas envolvidas e, se contarmos todos os que atuam, veremos que metade de cada congregação está envolvida.

Além do pastor presidente de cada congregação, há sempre mais alguns que foram consagrados ao ministério, que exercem atividades auxiliares que não são remuneradas.

Se incluirmos também esses, então teremos que considerar que o maioria dos pastores não recebe nenhum tipo de renda através da igreja.

Mas também existem os problemas.

O mais visível são aquelas igrejas empresariais, em que há campanhas amparadas por um trabalho midiático, etc. O foco dessas igrejas não é o dízimo, mas as ofertas que podem ultrapassar essa faixa, quase sempre com eventos e campanhas de propósito.

Os pastores dessas igrejas são assalariados, mas recebem um bônus se atingirem as metas estipuladas. Se não atingem, são substituidos.

Outro problema são os ministérios independentes, que agem de forma autônoma e realizam trabalhos que começam dentro da igreja, com toda a boa vontade, e depois se expandem sem qualquer tipo de controle.

Nesse caso, o maior problema não é a oferta que é obtida, e sim comportamentos duvidosos e doutrinas de heresia.

·        O que acham de fechar as igrejas evangélicas que tiram dinheiro dos trouxas?

Acho que não rola.

É muito complicado um governo atuar contra uma religião num ambiente democrático e de respeito a religiosidade das pessoas.

Ora, se uma igreja cobra 10% da renda de seus fiéis, o que o governo tem a ver com isso? É uma relação entre um cidadão e a fé que ele segue. O governo não pode se meter nisso. O dinheiro é do cidadão e ele faz o que ele quiser com tal dinheiro. Dentro da lei. No caso, doar de livre e espontânea vontade a uma organização religiosa é um direito que todo cidadão tem.

Dito isso, crimes cometidos por líderes religiosos devem ser investigados pelas autoridades como acontece com qualquer cidadão, dentro dos limites da lei.

E aí a coisa complica.

Como processar um pastor que prometeu a vida eterna para uma pessoa em troca de seu dízimo?

Abusos certamente são cometidos todos os dias contra fiéis evangélicos. Mas se para coibir esses casos a liberdade religiosa de alguns será prejudicada é preciso tomar muito cuidado e evitar.

Portanto, a melhor solução para esse caso dos abusos cometidos por organizações religiosas ainda é educar a população para que ela não seja enganada.

De resto, é observar a lei que já existe.

 

Fonte: Quora

 

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