O
alerta vermelho para Jerônimo Rodrigues e a crescente rejeição ao PT
Uma
pesquisa quentinha, recém-saída do forno, provocou pânico no governo de
Jerônimo Rodrigues (PT) e tem tirado o sono de caciques da base petista. Os
resultados, tanto no levantamento quantitativo quanto, principalmente, no
qualitativo, assustaram o grupo e expuseram uma insatisfação muito acima do
normal com o governo. A gestão de Jerônimo foi considerada "péssima,
medíocre e caótica", conforme apontam os dados da quali aos quais a coluna
teve acesso, enquanto o governador foi apontado como "despreparado,
irresponsável e sem conhecimento", confirmando, inclusive, o que já vem
sendo mostrado em outras pesquisas. A crise de imagem e a rejeição de Jerônimo
parecem se aprofundar.
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Alavanca parada
A
situação se agrava ainda mais pela condição do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), principal alavanca eleitoral dos governos petistas na Bahia nos
últimos anos, em especial na eleição de Jerônimo, em 2022. A gestão do
cacique-mor petista tem visto sua rejeição aumentar nos últimos dias, segundo
diversos institutos de pesquisa. Inclusive, em sondagens internas na Bahia, a
própria cúpula petista já percebeu que o presidente não deve ter o mesmo poder
de influência devido à queda brusca registrada em sua popularidade no interior
baiano, até mesmo em cidades menores.
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Queda brusca
Um
prefeito aliado de Jerônimo resolveu fazer uma pesquisa para avaliar sua gestão
e, também, a atuação do governo do estado na cidade, que tem em torno de 20 mil
habitantes. O resultado, para ele, foi muito positivo, mas para Jerônimo foi
tenebroso. O governador viu sua intenção de voto cair quase 30 pontos
percentuais, comparando o levantamento de agora com a eleição de 2022, quando o
petista venceu na cidade com facilidade. O prefeito, que já desconfiava da má
avaliação de Jerônimo, já avisou a parlamentares da base.
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Constrangimento
Aliados
de Jerônimo Rodrigues continuam se queixando do tratamento hostil e da falta de
atenção do governador. Nesta semana, em Itamari, no Médio Rio de Contas, o
petista causou um enorme constrangimento com o prefeito Dr. Tom (Avante), que
integra a sua base. No palanque, Jerônimo fez um afago ao ex-prefeito Kçulo
Menezes, ferrenho adversário de Dr. Tom, e mandou um recado para o atual
gestor: "Senta na cadeira, Tom. Vá governar o povo, olhe pra frente",
disse, em resposta às trocas de farpas entre os dois grupos na cidade. A fala
não foi bem digerida pelo grupo do prefeito, que se queixou do governador.
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Guerra Fria
O clima
é de guerra fria entre deputados estaduais e secretários do governo Jerônimo
que pretendem disputar as eleições em 2026. Isso porque, na disputa antecipada
por territórios e apoios eleitorais, os secretários atropelam articulações de
deputados e vão direto às bases, oferecendo recursos sem precisar mediação do
parlamentar em exercício ou ainda travam a liberação de obras que teriam suas
digitais. Assim, a convivência dentro da base vai virando uma verdadeira torre
de Babel, onde ninguém se entende e todo mundo se ataca. Dizem que, se o
governador não tomar pulso para controlar a situação, a articulação, que já
anda cambaleante, pode definitivamente sair dos trilhos, uma vez que muitos
deputados se sentem sabotados pela articulação do próprio Executivo.
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Conselhão
Por
falar em liberação de recursos, inquietou os bastidores esta semana os rumores
de que o governo Jerônimo deve criar uma espécie de ‘conselhão’ para deliberar
pagamentos. Por ora, a informação que circula aponta para um colegiado formado
pelos principais secretários do governador, a quem caberá fazer um filtro do
que deve ou não ser liberado a depender do rumo das articulações políticas de
olho em 2026 - premiando aliados mais fiéis e estrangulando os que saírem da
linha. O ‘conselhão’ deve começar a operar a partir do segundo semestre, após
os festejos juninos, quando o governo vai aumentar ainda mais as ofensivas
eleitorais.
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Meu passado me condena
Os
convênios e contratos eleitoreiros firmados pelo governo do estado em 2022,
ainda na gestão de Rui Costa (PT), prometem trazer ainda muita dor de cabeça à
cúpula petista. Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE)
identificou uma série de irregularidades em contratos de obras públicas
firmados pela Conder. O levantamento analisou uma amostra de quase R$ 180
milhões em contratos, entre 2022 e 2023, e apontou problemas técnicos nos
projetos, falhas em licitações, sobrepreço, superfaturamento e deficiências na
fiscalização. Do que foi apurado até agora, o sobrepreço e o superfaturamento
superam a casa dos R$11,5 milhões. Os auditores, inclusive, sugerem que o caso
seja encaminhado ao Ministério Público.
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Subserviente, Jerônimo defende Rui para sucessão de Lula
O
governador Jerônimo Rodrigues (PT) em conversa com a imprensa, comentou a
declaração do ex-ministro José Dirceu, que apontou o ministro da Casa Civil,
Rui Costa (PT), como possível nome para disputar a presidência da República em
2030. Durante a entrega do Selo Lilás, em Salvador, a 116 organizações
públicas, privadas e entidades da sociedade civil, Jerônimo citou a trajetória
de Rui e o classificou como um dos líderes capazes de dar continuidade ao
projeto político do PT no país.
“Temos
uma safra de muito bons ministros, senadores, deputados e governadores que têm
condições, tranquilamente, de construir um ambiente favorável à sucessão. Rui
Costa é um deles. Ele tem perfil de gestor e de político experiente: foi
vereador, deputado, secretário, governador e agora ministro”, afirmou o
governador.
Para
Jerônimo, a discussão sobre sucessão presidencial vai além do processo
eleitoral e envolve a continuidade de uma gestão eficiente. “O nome de Rui é um
nome que deverá ser guardado para um possível uso na hora que o Brasil precisar
de um bom gestor nacional”, acrescentou.
Ainda
durante o evento, Jerônimo também comentou especulações sobre uma possível
desistência do senador Jaques Wagner (PT) de disputar a reeleição ao Senado em
2026, para assumir uma eventual coordenação de campanha do presidente Lula
(PT). “Quem tem que falar do desejo de coordenar uma campanha ou de ser senador
é o próprio Jaques Wagner", iniciou.
"Nós
temos que respeitar a cada um, a Angelo Coronel, a Otto [Alencar], a Wagner.
Até hoje, o que eu ouvi, é que Wagner continua candidato, e nos anima, porque o
senador tem uma boa contribuição, tanto no respeito que ele tem do povo e dos
políticos baianos quanto na orientação nossa, na experiência que ele tem.
Portanto, o que está na minha mesa e o que está na minha mente é que o senador
Jaques Wagner é candidato. O que acontecer em 2026 será em 2026. Agora, o
senador Jaques Wagner é candidato”, emendou Jerônimo.
A fala
ocorre após rumores sobre a possibilidade de Wagner abrir mão da disputa para
facilitar a composição da chapa majoritária da base aliada, o que poderia
beneficiar o senador Angelo Coronel (PSD) em um eventual cenário de chapa
“puro-sangue”.
Durante
o mesmo evento, o governador reforçou o compromisso da sua gestão com o
respeito e a valorização das mulheres no mercado de trabalho. Jerônimo pontuou
que o Selo Lilás tem o objetivo de incentivar práticas transformadoras dentro
das instituições. A certificação é promovida pelo governo do Estado e visa
reconhecer organizações que desenvolvem políticas de valorização das mulheres e
promoção da igualdade de gênero no mundo do trabalho.
“O
esforço nosso é para garantir que, durante a execução do seu trabalho, elas
possam ser respeitadas, possam ter respeito no pagamento da remuneração
salarial e possam ser destacadas por aquilo que faz, e sempre as mulheres são
reconhecidas por aquilo que criam no seu ambiente: o selo é também para isso”,
completou.
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Jerônimo volta a citar desejo por José Ronaldo em 2026
O
governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), afirmou que gostaria de contar
com o apoio do prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (União Brasil), em
sua tentativa de reeleição em 2026. A declaração foi dada durante entrevista à
imprensa, em meio a uma série de agendas que têm aproximado o governo estadual
da gestão municipal.
“Desejo
enquanto governador eu tenho. E tenho o desejo de que todos estivessem na base.
Eu sei que a unanimidade não existe, é muito difícil na política ter isso.
Existem alguns prefeitos e prefeitas que eu também sei da dificuldade da
aproximação por conta do histórico”, disse.
A fala
ocorre após diversos atos conjuntos entre o governo do Estado e a Prefeitura de
Feira de Santana. Depois de um embate político nas eleições de 2024, quando os
dois grupos estiveram em lados opostos, Jerônimo passou a adotar um tom mais
conciliador.
Vale
lembrar que, eventos como a Micareta de Feira, o programa Bahia pela Paz e,
mais recentemente, a assinatura da autorização para licitação de obras de
infraestrutura têm sido palco dessa reaproximação. O último encontro entre o
governador e Zé Ronaldo foi no início desta semana.
Apesar
do movimento, Jerônimo garantiu que ainda não tratou diretamente do processo
eleitoral com o prefeito. “Então, nesse momento, o fato de me aproximar de
diversos prefeitos e prefeitas é no interesse de querer construir um ambiente
favorável das políticas públicas. Agora, é claro, desejo sim, desejo",
afirmou.
"Tenho
conversado com o Zé Ronaldo de políticas públicas. Você pode perguntá-lo que a
gente não tem dito sobre como é que vai ser 2026. Ele em momento algum ouviu da
minha boca uma indagação sobre 2026, mas a expectativa nossa é que a gente
possa fazer junto”, emendou.
O
governador também citou ações em outras cidades administradas por prefeitos do
União Brasil, a exemplo de Itaji, onde esteve no último domingo (15) para a
inauguração de uma escola. “Eu tenho trabalhado primeiro para poder fazer
chegar as políticas em cada canto”, lembrou Jerônimo.
“Ele
entregou uma escola linda e se comprometeu que quer ser uma referência na
educação infantil e fundamental. Como é que não ajuda uma pessoa dessa? Se ele
fizer isso com [a educação] infantil e fundamental, ele vai oferecer para minha
rede estadual melhores estudantes. Então ganha o estudante e ganha a gente que
vai melhorar o perfil da educação baiana", acrescentou Jerônimo sobre o
evento em Itaji.
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Coronel: ‘Não sou eu que vou escalar o time do PT’
O
senador Angelo Coronel (PSD) comentou a possibilidade, ventilada recentemente
nos bastidores de Brasília, de que o senador Jaques Wagner (PT) possa desistir
de disputar a reeleição ao Senado em 2026 para coordenar a campanha do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição.
Questionado
se esse cenário hipotético poderia resolver seus próprios entraves eleitorais,
já que, nos bastidores do PT, a chapa ideal ao Senado seria formada por Wagner
e pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), Coronel respondeu de forma
direta, com um tom de reconhecimento ao colega petista: “Se isso acontecer, o
PT e o Senado vão perder um grande senador”.
Apesar
de parecer uma declaração de apreço a um aliado, o posicionamento de Coronel
também sinaliza sua disposição de disputar novamente o Senado, cargo que ocupa
desde 2019. Ele, no entanto, deixou clara a preferência por repetir a chapa
vitoriosa de 2018, formada com Jaques Wagner, quando ambos foram eleitos com
votações semelhantes: Wagner com 3.618.917 votos e Coronel com 3.331.625 votos.
“Não
sou eu que vou escalar o time do PT, como também não admitimos que ninguém de
fora venha escalar o time do PSD. Então, sobre a questão de Wagner ser
candidato ou não, eu não tenho nenhum comentário a fazer. Só sei que o Senado
perderá um grande quadro porque ele vem fazendo um grande trabalho no Senado”,
afirmou Coronel, durante entrevista divulgada ontem (19) pelo Política Livre.
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Caminhos
Indagado
sobre a possibilidade de deixar a base do governo Jerônimo Rodrigues (PT) e
migrar para o grupo oposicionista liderado pelo ex-prefeito ACM Neto (União
Brasil), caso não haja espaço em uma chapa governista, o senador respondeu: “A
política é muito dinâmica e que nada está descartado”.
“No
momento, estamos no PSD. O PSD está na base, eu sou o soldado do meu partido. O
meu partido é que vai dizer, tanto a nível nacional como a estadual, como é que
nós vamos nos portar, como nós vamos seguir. Mas nada está descartado na
política da Bahia”, acrescentou o senador baiano.
Já na
seara nacional, ao comentar uma eventual sucessão presidencial, Coronel também
endossou o nome do ministro Rui Costa, assim como havia feito o ex-ministro
José Dirceu (PT), ao vê-lo como um possível herdeiro político de Lula. Além de
Rui, Dirceu, considerado um petista histórico, também colocou Jaques Wagner
como opção. A fala de Dirceu foi feita em entrevista ao Globo News.
“Rui
tem feito lá, se desenvolveu muito em Brasília, é o ministro mais importante da
República e tem todas as prerrogativas para querer, aliás, não é nem querer
porque muitas vezes a gente quer e não consegue, mas pelo seu conhecimento,
pela sua experiência seria também um bom quadro para substituir o presidente
Lula”, completou Coronel.
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Bahia com Fome I
Uma
auditoria do Tribunal de Contas do Estado revelou falhas graves na operação da
Política de Segurança Alimentar e Nutricional e na execução do programa Bahia
Sem Fome, principal bandeira do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Em 2024, 90
cidades baianas não receberam por parte do governo estadual nenhuma medida de
combate à fome, enquanto outros 289 municípios receberam apenas uma ou duas
ações, o que, segundo os auditores, evidencia a falta de articulação e o
alcance limitado do programa. Por outro lado, o Bahia sem Fome também
negligenciou municípios com maior índice de vulnerabilidade social (como São
José da Vitória, Gongogi e Pau Brasil), enquanto concentrou ações com melhores
indicadores sociais, como Salvador e Lauro de Freitas.
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Bahia com Fome II
Outra
revelação que o TCE trouxe foi de que o governo Jerônimo não tem sequer um
restaurante popular no interior do estado, apesar de haver um programa do
governo federal para a implantação de restaurantes populares em cidades com
mais de 100 mil habitantes - o que deixa pelo menos 17 cidades baianas
habilitadas. Hoje, na gestão de Jerônimo, apenas dois restaurantes funcionam em
Salvador e ainda assim mediante pagamento de tarifa mínima. Em outra ponta, a
prefeitura já vai com dez unidades, fornecendo diariamente alimentação de
graça.
Fonte:
Correio/Tribuna da Bahia

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