sábado, 21 de junho de 2025

Mais um entre tantos escândalos: Parlamentares receberam mais de R$ 100 milhões em reembolsos médicos

Deputados e senadores receberam R$ 100,5 milhões em reembolsos nos últimos seis anos, é o que mostra um levantamento do portal Uol. Na Câmara dos Deputados, o desembolso atingiu R$ 39,7 milhões entre fevereiro de 2019 e abril de 2025, beneficiando 584 deputados de diferentes legislaturas.

O plano de saúde da Câmara cobre hospitais de excelência em todo o país, como Sírio-Libanês, Albert Einstein, Rede D'Or e DF Star.

Deputados têm descontos variáveis em folha para bancar o convênio (o máximo fica em torno de R$ 800), e também pagam coparticipação de 25% a 30%, a depender do plano a que têm direito.

O plano de saúde do Senado oferece cobertura vitalícia não apenas aos 81 senadores, mas também a 190 ex-parlamentares e 126 cônjuges —inclusive viúvas, que podem solicitar readmissão.

Gastos com reembolso no Senado somaram R$ 60,8 milhões entre 2019 e 2024, segundo informações disponíveis no Portal da Transparência.

O Senado afirmou que todos os pedidos de ressarcimento passam por análise técnica. Os valores do reembolso são limitados a 20 vezes o valor que consta na tabela de serviços, mas também não existe limite de solicitações.

A transparência sobre esses gastos também é um ponto crítico. A Câmara omite detalhes sobre os procedimentos realizados e os locais de tratamento, sob a justificativa de proteger dados pessoais e garantir sigilo médico. Já o Senado não informa quais parlamentares obtiveram o benefício, apenas o total pago

<><> O que dizem Câmara e Senado

A Câmara afirmou que apenas despesas do próprio parlamentar são reembolsáveis e que os pedidos devem ser aprovados pela Mesa Diretora, dentro da dotação orçamentária.

Não são cobertas despesas com acompanhantes, tratamentos estéticos ou experimentais, embora o Conselho Diretor do Pró-Saúde possa autorizar "ressarcimento de despesas médico-hospitalares realizadas no exterior para os beneficiários do plano, quando inexistentes ou esgotados os recursos no país, mediante indicação médica, prévia avaliação da unidade administrativa de assistência à saúde e parecer favorável da auditoria médica oficial".

Já o Senado afirmou que todos os pedidos "passam por análise técnica da perícia" interna e que os reembolsos não cobrem procedimentos ilícitos, experimentais ou estéticos. Também prevê tratamento no exterior e remoção via UTI aérea, se necessário.

Não há teto para a quantidade de pedidos de ressarcimento para senadores, mas os valores de reembolso por procedimento são limitados e seguem cálculos previstos pelo Senado.

•        Valdemar Costa Neto banca Michelle Bolsonaro e PL Mulher com R$ 860 mil/mês do Fundo Eleitoral

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se tornou uma das figuras mais estratégicas do Partido Liberal (PL) desde que assumiu, em março de 2023, a presidência do PL Mulher. Indicada diretamente pelo presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, ela recebeu um orçamento robusto de R$ 860 mil por mês, valor que tem gerado desconforto e críticas dentro da própria legenda.

Segundo reportagem da Folha publicada nesta sexta-feira (20), o investimento pesado na ex-primeira-dama contrasta com o tratamento dado a outros nomes do partido, incluindo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, segundo relatos internos, não contou com o mesmo nível de apoio financeiro da direção nacional.

<><> Crescimento e projeto de poder

Com essa estrutura, o PL Mulher apresentou crescimento expressivo. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que o número de filiadas aumentou 14% entre 2023 e 2024, chegando a 995 mandatárias — mulheres que ocupam cargos eletivos.

Nos bastidores, a avaliação é que Valdemar Costa Neto viu em Michelle uma figura carismática, de apelo popular, mas considerada politicamente inexperiente e, portanto, mais facilmente controlável. A estratégia seria fortalecer seu nome como um dos principais ativos eleitorais do PL, especialmente no cenário em que Jair Bolsonaro está inelegível.

<><> Potencial eleitoral e resistência interna

Pesquisas recentes do Datafolha colocam Michelle como a principal adversária de Luiz Inácio Lula da Silva em uma eventual disputa presidencial. Ela aparece com 26% das intenções de voto, enquanto Lula lidera com 37%. No cenário de segundo turno, ela perderia por uma margem apertada — 46% a 42%.

Apesar desse desempenho, Michelle enfrenta resistência dentro do próprio bolsonarismo. Uma troca de mensagens divulgada em maio pelo UOL revelou críticas do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e do assessor Fabio Wajngarten. Cid chegou a ironizar que preferiria votar em Lula, enquanto Wajngarten declarou não apoiar Michelle, reforçando que nem os filhos de Bolsonaro estariam alinhados ao seu projeto.

<><> Perfil discreto, mas com influência crescente

Durante o período como primeira-dama, Michelle se destacou por ações voltadas às pessoas com deficiência, lançando programas como Projeto Sinais e LibrasGov, além de fazer pronunciamentos em língua de sinais. Evangélica e com forte ligação com lideranças religiosas, ela sempre evitou exposição à imprensa, mantendo um perfil discreto.

<><> Inexperiência e dificuldades internas

Apesar do crescimento na popularidade, aliados descrevem Michelle como alguém de temperamento difícil e pouco disposta a ser contrariada, o que, segundo integrantes do PL, é incompatível com a dinâmica da vida pública e com as negociações políticas. Para parte da base, o alto investimento financeiro no PL Mulher e na construção de sua imagem política está diretamente relacionado ao desejo de Valdemar de moldar uma candidatura que lhe garanta influência e controle dentro do partido.

Até o momento, Michelle não comentou publicamente as críticas nem os planos eleitorais para 2026.

•        Defesa de Carla Zambelli nega autoria de "dossiê técnico"

O advogado da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), informou ao Correio que o "Dossiê Técnico de Defesa" divulgado na imprensa, "não foi produzido pela defesa". Questionado se o documento teria sido produzido e divulgado pela própria parlamentar, Fábio Pagnozzi disse que Zambelli está incomunicável. "Não acredito que tenha sido ela", afirmou.

O documento, que é assinado pela "Equipe de Defesa Técnica de Carla Zambelli", mas não cita nomes, reafirma a inocência da parlamentar e apela às instâncias jurídicas internacionais que julgue as circunstâncias do pedido de extradição. Isso porque no documento há a alegação de que Zambelli estaria sendo perseguida politicamente pelo Supremo Tribunal Federal e que durante o julgamento houve violação ao devido processo legal.

Na Corte, a deputada foi condenada no âmbito da ação penal que a 10 anos de reclusão em regime fechado por invasão nos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que incluiu a inserção de um mandado de prisão falso contra Moraes.

Após a decisão transitar em julgado, o ministro formalizou um pedido de extradição da parlamentar e emitiu um mandado de prisão preventiva, além de ter solicitado à Interpol a inclusão do nome de Zambelli na lista vermelha. Atualmente a parlamentar está foragida na Itália, local para onde foi por ter cidadania italiana. A deputada anunciou publicamente que na Itália ela é "intocável" devido à condição de cidadã no país europeu.

•        Presidente do Senado toma decisão que prejudica Bolsonaro

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), indica que não vai aceitar a inclusão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na nova versão do projeto de lei que anistia os condenados pelo 8 de janeiro.

Segundo relatos feitos à CNN, para fazer avançar a proposta, que deve ser apresentada ainda em junho, a cúpula nacional do PL aceitou não incluir o ex-presidente.

Em conversas reservadas, Alcolumbre deixou claro que não pautaria uma proposta que incluísse os autores intelectuais dos atos criminosos de 2023. O novo PL da Anistia, que propõe a redução de pena dos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), incluirá foragidos no exterior.

A formulação final da iniciativa inclui os brasileiros que fugiram, por exemplo, para a Argentina e para o Uruguai. Ao todo, cerca de 200 pessoas que invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, saíram do país. Do total, a Justiça da Argentina ordenou a prisão de 61.

A proposta tem sido discutida entre os presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado. Segundo apurou a emissora, Bolsonaro também participa das negociações.

<><> Entenda projeto

Apresentado pelo ex-deputado federal Vitor Hugo (PL-GO), o Projeto de Lei 2858/2022 trata sobre a anistia para os envolvidos no 8 de janeiro de 2023. Além do texto original, outras propostas relacionadas ao assunto foram apensadas ao PL.

"Ficam anistiados manifestantes, caminhoneiros, empresários e todos os que tenham participado de manifestações nas rodovias nacionais, em frente a unidades militares ou em qualquer lugar do território nacional do dia 30 de outubro de 2022 ao dia de entrada em vigor desta Lei", diz trecho do projeto.

•        Construtora é acusada de falsificar documentos para conseguir licença

Ilegalidades apontadas em um processo de licenciamento ambiental do “Loteamento Residencial Enseada das Dunas” provocaram o Ministério Público do Estado da Bahia a denunciar a 'Construtora Terra Santa Ltda', à Justiça.

De acordo com as apurações do MP-BA, o empreendimento foi instalado de forma irregular em uma região chamada de “Dunas do Velho Chico”, às margens do Lago de Sobradinho, zona rural de Casa Nova.

Foram denunciados ainda, Carlos Leal Pires Britto Júnior, representante legal da empresa, bem como o ex-superintendente da Agência Municipal do Meio Ambiente de Casa Nova, Isael Amaral Assis Batista.

<><> Crime ambiental

O MPBA apurou ainda, que a Construtora e o representante legal teriam praticado crimes ambientais, elaborando e obtendo estudos e relatórios ambientais falsos para que conseguissem as licenças. Os documentos tinham a assinatura da engenheira Daiane Sampaio Almeida, que negou ao Ministério Público ter sido a autora.

A Terra Santa LTDA' teria ainda, feito o parcelamento irregular do solo, bem como afirmado de forma falsa, que o empreendimento estaria localizado fora da Área de Proteção Ambiental (APA), registrando os promotores de Justiça autores da denúncia Patrícia Camilo Silva, Heline Alves, Luciana Khoury, Adriano Nunes, Alan Cedraz, Gabriela Ferreira, Samory Pereira e Thomas Bryann Nascimento.

O MP-BA destacou ainda, que o empreendimento é localizado sobre depósitos eólicos, que são o substrato das dunas, sendo que a Constituição Estadual da Bahia caracteriza área de duna como Área de Preservação Ambiental Permanente (APP).

Já a conduta ilegal do ex-superintendente da Amma, Isael Batista, estaria relacionada à concessão de licença ambiental unificada ao empreendimento, caracterizando-o como de micro porte, em desconsideração à sua dimensão real.

O ex-superintendente negou a incidência de decreto estadual que exige aos empreendimentos de médio porte, licença trifásica – e não unificada –, precedida de estudo de impacto. Ao conceder a licença, Isael Batista infringiu ainda outros dispositivos legais.

<><> Vendas proibidas

Em julho de 2022, o Ministério Público da Bahia chegou a acionar a Prefeitura de Casa Nova e a construtora Terra Santa Ltda por irregularidades identificadas no processo de licenciamento ambiental e execução de obras do Loteamento Enseada das Dunas I.

A promotoras de Justiça, Heline Esteves Alves e Patrícia Camilo Silva, indicaram que o empreendimento estava sendo construído no interior da Área de Proteção Ambiental (APA) do lago, próximo à área de preservação com robusta supressão de vegetação, embora o pedido falso de licenciamento apontasse que o empreendimento não estaria localizado em área de APA.

Á época, as promotoras apontaram que o Centro Integrado de Geoinformação (CIGEO) do MP teria identificado em torno de 10,55 hectares de vegetação suprimida com realização de benfeitorias a aproximadamente 126 metros de distância do lago de Sobradinho e nas proximidades de um curso d’água mapeado como “rio de regime temporário”.

No mesmo período, foi solicitado à Justiça que fosse proibido a divulgação de propagandas para vendas dos lotes, bem como a retirada das campanhas já existentes. Seria bloqueada também, a comercialização, a título oneroso ou gratuito, de qualquer lote ou títulos imobiliários decorrente do loteamento ilícito, bem como não seria possível realizar ainda novas obras de infraestrutura.

A usina de Sobradinho foi inaugurada nos anos 80, com capacidade instalada de 1,05 MW, o que fez ser o maior lago artificial do país, com 320 km de extensão e um espelho d’água de 4,1 mil km2, o qual submergiu parte dos municípios de Remanso, Sento Sé, Casa Nova, Sobradinho e Pilão Arcado.

<><> Pronunciamento da Terra Santa Ltda

A Construtora obteve atos de licenciamento junto ao Município, Estado e União, baseada em leis, diversos estudos e obteve ordem judicial transitada em julgado do Tribunal de Justiça, neste sentido, que atesta a regularidade da obra, confiando na atuação destas autoridades dos três poderes e desconfiando da autora da ação, que hoje é responsável pela paralisação de uma obra privada e uma pública no Município de Casa Nova, em razão de seus arroubos e perseguições, notadamente porque:

1. A promotora do caso tem histórico de perseguição a este único cliente e de descumprimento de ordem judicial que atesta a regularidade da obra;

2. O loteamento em debate é o único regular na região e o único estranhamente perseguidos, enquanto nenhum outro irregular e diversos crimes nas dunas e do ex-prefeitos jamais foram sequer investigados ou são arquivados sumariamente;

3. Esta ação é motivada por vingança e visa apenas causar mais danos morais, psicológicos e financeiros a empreendedores sérios, justamente momento de retomada das obras, ilegalmente parada por ato abusivo e fora do padrão ético de servidora pública, que não sendo ceifafo na Bahia, será em Brasília;

4. A construtora nunca falsificou documento e seguiu totalmente o estudo elaborado pela técnica cuja mera declaração é a única prova desta malfadada, caluniosa e temerária ação;

5. O que ocorreu foi erro material em um protocolo e assinatura por procuração verbal, logo após substituídos e convalidados, sem alterar o mérito a higidez do licenciamento;

6. Estranhamente a promotora não aciona e tolera ato do ex-prefeito que atestou toda a regularidade do empreendimento.

 

Fonte: A Tarde/Fórum

 

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