segunda-feira, 2 de junho de 2025

Fogo no parquinho: Eduardo Bolsonaro disputa espólio do pai com Tarcísio e Michelle

A pouco mais de um ano das eleições de 2026, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) surpreendeu aliados e lideranças da extrema direita ao sinalizar, de forma direta, sua intenção de disputar a Presidência da República. Segundo a coluna de Bela Megale, no Globo, o movimento, classificado como estratégico por interlocutores próximos, teve um recado claro: Eduardo não aceitará que Michelle Bolsonaro ou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, herdem o capital político do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Com o pai inelegível e sem perspectiva de reversão dessa condição, Michelle e Tarcísio despontam como nomes favoritos para liderar a candidatura da direita contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. Ambos vinham sendo priorizados por Jair Bolsonaro em pesquisas e articulações internas conduzidas pelo PL. Eduardo, no entanto, decidiu se antecipar para marcar território.

deputado a pessoas próximas, segundo relatos. A declaração reforça um sentimento já antigo nos bastidores bolsonaristas: Eduardo resiste à ideia de ver outros nomes — mesmo que próximos à família — liderando a sucessão do ex-presidente.

<><> Clima tenso com Tarcísio e desconfiança em relação a Michelle

O gesto também escancara um mal-estar crescente entre Eduardo e Tarcísio de Freitas. Segundo aliados, o deputado se ressente da falta de reconhecimento por parte do governador paulista, que, desde o início de sua gestão, não o contemplou com cargos ou espaços de influência. A tensão teria se acentuado recentemente, após Tarcísio não procurá-lo durante uma visita aos Estados Unidos — diferentemente de outras lideranças do Centrão, que buscaram encontros com o parlamentar.

Já em relação a Michelle Bolsonaro, Eduardo também demonstra resistência. Apesar do engajamento crescente da ex-primeira-dama em eventos políticos e religiosos, o deputado enxerga sua candidatura com desconfiança. Ele considera que Michelle atua fortemente para se viabilizar como presidenciável, mas não a vê como uma sucessora legítima do projeto bolsonarista.

Fontes próximas ao deputado relatam ainda que Eduardo acredita que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, prefere Michelle por considerá-la mais “controlável” em razão de sua inexperiência política. Esse suposto favoritismo tem motivado Eduardo a cogitar a migração para o Progressistas (PP), partido que poderia oferecer mais espaço e apoio à sua eventual candidatura.

<><> Disputa silenciosa pelo espólio político de Bolsonaro

O movimento de Eduardo Bolsonaro inaugura, oficialmente, a disputa silenciosa (e agora cada vez mais ruidosa) pela liderança do campo bolsonarista no cenário pós-Jair. A antecipação de sua pré-candidatura revela um cálculo político: evitar que a direita se una em torno de um nome que não seja diretamente da família.

A sinalização de Eduardo deve ampliar a pressão sobre o PL e o próprio Bolsonaro, que ainda tenta manter a coesão do grupo mesmo em meio às limitações jurídicas. Com as peças se movendo no tabuleiro, 2026 promete ser uma eleição marcada não apenas pelo confronto com Lula, mas também por uma batalha interna na direita sobre quem realmente representa o “legado Bolsonaro”.

•        Eduardo Guimarães: O futuro da familícia

É bizarro ver a seita bolsonazista fazendo planos eleitorais para o filho 03, que será condenado a uma década de xilindró e usará o green card, que obterá em breve, para fazer carreira política nos EUA – que se lasquem os ianques.

O Poderoso Chefão da famíglia será enjaulado entre  outubro e novembro e ficará no regime fechado por 5 a 7 anos. Terminará a vida fazendo bravatas de pijamas no Clube Militar do Rio junto a outras múmias fascistas.

Dois dos três filhos zero restantes (os mais velhos) ficarão inelegíveis em 2026 , mas não devem ser engaiolados.

Filho 04 sairá do armário e será feliz pra sempre

Micheque se socorrerá de novo coronel reaça enquanto lhe restar algo de juventude – depois, ostracismo, frustração e barris de botox.

Lula se reelegerá com relativa facilidade, economia estará voando em 26 e o eleitorado não trocará o certo por outra aventura destra. Nem com todos os evangélicos do mundo.

Se a esquerda não deixar a ultradireita falando sozinha na Guerra Fria e entrar no século  21, deixará a disputa de Poder para a centro-direita e os sociais-democratas.

Depois de Lula, só os deuses sabem.

•        Tão cedo Bolsonaro nomeará o herdeiro dos seus votos

Muito me engano ou nunca mais ouvi os bolsonaristas clamarem por uma anistia para os coitadinhos que foram passear em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023 e acabaram presos e condenados por tentativa de golpe e abolição violenta da democracia.

Tadinhos deles, como a Débora do Batom (“Perdeu, mané”). Essa, pelo menos, foi posta em prisão domiciliar. A anistia tinha um sujeito oculto que dela se beneficiaria, embora negue: Jair Messias Bolsonaro (“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”).

Como o Supremo Tribunal Federal reagiu com altivez a qualquer tipo de anistia, e como, de lá para cá, a situação de Bolsonaro só fez se agravar, senadores e deputados federais acharam por bem esfriar o assunto. O próprio Bolsonaro não insistiu mais nele.

Bolsonaro tem mais o que fazer. Por exemplo: retardar o desfecho do seu julgamento para ganhar mais alguns meses de liberdade. Por exemplo: cuidar de Eduardo, o Zero Três, agora às voltas com uma investigação sobre seu comportamento nos Estados Unidos.

Em 2018, Bolsonaro candidatou-se a presidente sem acreditar que poderia ser eleito. Como um bom pai, apesar de ser um déspota, seu objetivo era ajudar os filhos em sua carreira política. Uma vez terminada a eleição, iria gozar a vida com Michelle.

Mas Deus quis que ele vencesse – Deus, não, que ele não se mete nas escolhas das suas criaturas. Dotou-as de livre arbítrio. As criaturas deste pedaço de mundo tropical decidiram apostar suas fichas em Bolsonaro – e deu no que vimos. Era um falso messias.

Salvo o imponderável, o julgamento de Bolsonaro deverá ser concluído muito antes do que ele gostaria. Falta-lhe tempo necessário para que arrume a casa antes de ser preso. Bolsonaro corre enquanto a parte de cima da ampulheta se esvazia.

Não renuncia à prerrogativa de ditar o futuro dos seus filhos. A Eduardo está reservado o destino de candidatar-se a presidente em 2026 ou a senador por São Paulo; a Carlos, que detesta política, a candidatar-se ao Senado, mas não pelo Rio, por outro estado.

Caberá a Flávio reeleger-se senador pelo Rio, e a Michelle eleger-se senadora pelo Distrito Federal. Jair Renan poderá se candidatar a deputado federal por Santa Catarina. Bolsonaro insistirá no discurso de que será ele mesmo o candidato à vaga de Lula.

Faz sentido. Ninguém baterá mais à porta de Bolsonaro se ele se apressar em abençoar outro nome para presidente. Apressado come cru ou fica com fome. É Bolsonaro o maior líder da direita no Brasil. É ele que tem votos. É ele que escolherá seu herdeiro.

•        Noblat: Quer saber de uma coisa, Tarcísio? Eu acho é pouco para você

De duas, uma. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, sente-se devedor de Bolsonaro e por isso o corteja, ajuda e defende sempre que provocado. Ou de fato Tarcísio compartilha boa parte das ideias de Bolsonaro e pouco os separa. Estilo, talvez.

De quem o segue, Bolsonaro espera irrestrita obediência às suas ordens. É verdade que ele nunca foi muito obediente quando vestia farda. Desonrou-a ao planejar atentados terroristas a quartéis. Foi garimpeiro às escondidas dos seus superiores.

Bolsonaro jamais poderá dizer que Tarcísio o traiu alguma vez. Nem quando foi ministro do seu governo, nem quando disputou a primeira eleição de sua vida, nem no exercício do cargo de governador do mais desenvolvido estado brasileiro. Não obstante…

Por mais que Tarcísio faça para salvar Bolsonaro da degola, Bolsonaro acha pouco. Não confia inteiramente nele. Não confia inteiramente em ninguém, a não ser em sua família de sangue. É coisa de mafioso italiano. Bolsonaro descende de italianos.

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Tarcísio depôs ontem (30) no Supremo Tribunal Federal como testemunha de defesa de Bolsonaro, acusado por tentativa de golpe de estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada e danos ao patrimônio público.

Disse ter se reunido cinco vezes com Bolsonaro depois de sua derrota para Lula e sua partida para os Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022. Bolsonaro estava amargurado e com erisipela. Mas em nenhum momento falou em golpe:

“O único comentário [de Bolsonaro] era que lamentava. Foi um período de situações difíceis, crises graves, Brumadinho, Covid, crise hídrica, guerra da Ucrânia e todas elas da melhor forma possível, terminamos com superávit. A preocupação era que a coisa desandasse, uma preocupação com o futuro do país”.

Bolsonaro esperava mais de Tarcísio. Esperava que ele adotasse uma postura mais incisiva em linha com os ataques que Bolsonaro e os seus capachos costumam dirigir ao tribunal e, especialmente, ao ministro Alexandre de Moraes, o relator do processo.

Mas não foi assim. Pareceu haver um acordo tácito entre Tarcísio e Moraes: Eu não o criticarei nem aos seus colegas. Em compensação, você não me fará perguntas embaraçosas. Moraes nada perguntou a Tarcísio. O depoimento foi curto e indolor.

Paulo Gonet, Procurador-Geral da República, comportou-se da mesma maneira de Moraes: nada perguntou a Tarcísio. Só quem perguntou foi o advogado de defesa de Bolsonaro que adiantou a Tarcísio as perguntas que faria. Tudo conforme o script.

É natural que Tarcísio não queira confusão com a mais alta Corte de justiça do país. É natural que uma Corte formada por uma maioria de juízes conservadores admire Tarcísio, tão conservador quanto eles, e que um dia poderá se eleger presidente.

Tudo indica, porém, que não será no próximo ano. Porque Tarcísio não será candidato sem o apoio de Bolsonaro. E Bolsonaro encena a farsa de que o candidato será ele ou então um dos seus familiares. Palermo, berço da máfia, aprova.

•        As chances de Eduardo Leite disputar a Presidência em seu novo partido

Recém-chegado ao PSD, o governador gaúcho, Eduardo Leite, não deve conseguir se viabilizar como candidato ao Palácio do Planalto pelo partido em 2026, avaliam interlocutores do presidente da sigla, Gilberto Kassab.

Na visão dessas lideranças do PSD, a chance de Leite concorrer à Presidência pela legenda ficou para trás. O gaúcho foi convidado a se filiar ao partido em 2022 para disputar a Presidência, mas preferiu ficar no PSDB.

Agora, caso o PSD tenha um candidato para a sucessão de Lula (PT), a preferência seria pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior. Para o grupo de Kassab, o paranaense teria maior entrada na Região Nordeste.

O governador é filho do apresentador de TV e empresário Carlos Massa, o Ratinho, bastante conhecido em todo o Brasil. Isso daria uma vantagem a Ratinho Júnior, caso decida disputar a Presidência da República.

Aliados de Kassab ponderam, contudo, que, caso Tarcísio de Freitas (Republicanos) concorra ao Planalto, o dirigente defenderá o apoio do PSD ao governador de São Paulo e pleiteará a vice para Ratinho Júnior.

Nesse cenário, sobraria para Eduardo Leite a disputa por uma vaga no Senado pelo Rio Grande do Sul em 2026. O governador, por ter se reelegido em 2022, não pode concorrer novamente ao governo estadual.

 

Fonte: Fórum/Brasil 247/Metrópoles

 

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