Estudantes
terão que desbloquear redes sociais para conseguir visto nos EUA
O
Departamento de Estado norte-americano anunciou nesta quarta na quarta-feira
(18/06) que irá retomar o processo para concessão de vistos para estrangeiros
que desejam estudar nos Estados Unidos, suspenso desde maio, mas com uma nova
exigência: todos os candidatos terão agora que desbloquear seus perfis nas
redes sociais para análise pelo governo.
Em
comunicado, o órgão informou ainda que os funcionários consulares estarão
atentos a postagens e mensagens que possam ser consideradas hostis aos EUA, seu
governo, cultura, instituições ou princípios fundadores. Candidatos que se
recusarem a tornar suas contas de mídia social “públicas” poderão ter seus
pedidos rejeitados devido ao entendimento de que estão tentando burlar a
exigência ou ocultar suas atividades online.
• Visto para os EUA somente após varredura
online
Por
meio de um telegrama ao qual a agência Reuters teve acesso, o Secretário de
Estado norte-americano, Marco Rubio, orientou os funcionários de todas as
missões diplomáticas dos EUA a procurarem “candidatos que demonstrem histórico
de ativismo político”.
O novo
processo de seleção deve incluir uma análise de toda a presença online do
candidato e não apenas da atividade nas redes sociais, diz o telegrama,
instando os agentes a usarem quaisquer “mecanismos de busca apropriados ou
outros recursos online”.
Rubio,
o principal diplomata e conselheiro de Segurança Nacional do presidente Donald
Trump, afirmou ter revogado os vistos de centenas, talvez milhares de pessoas,
incluindo estudantes, por se envolverem em atividades que, segundo ele,
contrariam as prioridades da política externa dos EUA. Tais atividades incluem
apoio aos palestinos e críticas à conduta de Israel na guerra em Gaza.
“Por
exemplo, durante uma busca de presença online, pode-se descobrir nas redes
sociais que um candidato apoiou o Hamas ou suas atividades”, diz o telegrama,
acrescentando que isso pode ser um motivo para a inelegibilidade. As diretrizes
atualizadas devem ser divulgadas assim que a revisão for concluída.
• Concessão de vistos suspensa desde maio
No mês
passado, o governo Trump suspendeu temporariamente o agendamento de novas
entrevistas de visto para estudantes estrangeiros que desejam estudar nos EUA.
Desde então, estudantes de diversos países aguardam ansiosamente que os
consulados norte-americanos reabram os agendamentos, enquanto veem se estreitar
cada vez mais o prazo para reserva de viagens e acomodações antes do início do
ano letivo.
Ao
decidir pela reabertura do processo de visto, o Departamento de Estado também
instruiu os consulados a priorizarem estudantes que desejam se matricular em
universidades onde os estrangeiros representam menos de 15% do corpo discente,
disse uma autoridade norte-americana familiarizada com o assunto que falou sob
condição de anonimato.
Estudantes
estrangeiros representam mais de 15% do corpo discente total em quase 200
universidades norte-americanas, de acordo com uma análise da Associated Press
de dados federais de educação de 2023. Embora a maioria sejam universidades
privadas, o critério também inclui 26 universidades públicas, incluindo a
Universidade de Illinois e a Universidade Estadual da Pensilvânia.
Em
abril, o governo norte-americano ameaçou retirar da prestigiada Universidade de
Harvard o que classificou de “privilégio de matricular estudantes
estrangeiros”, caso a instituição não fornecesse integralmente os requisitos de
informação sobre seus alunos de outros países, conforme a exigência feita pelo
Departamento de Segurança Interna (DHS) dos EUA.
No mês
seguinte, um ato do governo Trump que retirava da Universidade de Harvard a
capacidade de matricular estudantes estrangeiros foi suspenso por um juiz
federal.
Fonte:
DW Brasil

Nenhum comentário:
Postar um comentário