sábado, 21 de junho de 2025

Combinação de remédios pode ajudar a combater alcoolismo, diz estudo

A combinação de dois medicamentos, um para parar de fumar e outro para depressão, pode funcionar para o tratamento do alcoolismo. É o que aponta um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e publicado neste mês no The Lancet Regional Health - Europe.

As descobertas do trabalho apresentam uma possível nova estratégia de tratamento para o transtorno por uso de álcool, baseada no aumento dos níveis de dopamina no cérebro. No estudo, os pesquisadores combinaram vareniclina, um medicamento usado para o tratamento do tabagismo que estimula a liberação de dopamina pelos receptores de nicotina, e bupropiona, usado no tratamento da depressão, que ajuda o cérebro a manter os níveis de dopamina após a liberação.

Um total de 384 pessoas com transtorno por uso de álcool moderado a grave participou do estudo e foram acompanhadas ao longo de 13 semanas. Eles foram designados de forma aleatória para quatro grupos: um que recebeu o tratamento baseado na combinação de vareniclina e bupropiona; outros dois que receberam um dos medicamentos de forma isolada, e um último que recebeu placebo. Nem os participantes, nem os pesquisadores sabiam quem recebeu o quê durante o estudo.

Os resultados do trabalho mostraram a maior redução no consumo de álcool entre os que receberam a terapia combinada. A vareniclina isoladamente também produziu um efeito mensurável. Os resultados foram obtidos por meio de biomarcadores sanguíneos (o B-PEth, que indica se uma pessoa consumiu álcool regularmente nas últimas semanas) e pelo relato dos participantes.

"Observamos aproximadamente o dobro do efeito em comparação com os medicamentos disponíveis atualmente, o que é altamente promissor. No entanto, estudos adicionais são necessários antes que o tratamento combinado possa ser aprovado para transtornos por uso de álcool", afirma Bo Söderpalm, professor de psiquiatria da Academia Sahlgrenska, da Universidade de Gotemburgo, e um dos autores do estudo, em comunicado.

O estudo também descobriu que o tratamento combinado causou menos náusea, um efeito colateral comum em quem faz uso de vareniclina.

A náusea é um efeito colateral bem conhecido e incômodo do tratamento com vareniclina. Foi surpreendente, mas muito encorajador, ver que a náusea diminuiu com a adição de bupropiona. O fato de o tratamento combinado ser mais tolerável para os pacientes aumenta as chances de eles concluírem o tratamento completo”, afirma Andrea de Bejczy, pesquisadora afiliada à Academia Sahlgrenska.

•        Entenda os riscos da contaminação de refrigerantes por álcool

O governo federal investiga uma possível contaminação por etanol alimentício no líquido de resfriamento utilizado em uma linha de produção da Coca-Cola, em Fortaleza (CE). O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) suspendeu, preventivamente, as atividades de produção na unidade.

A suspeita foi registrada na fábrica da Solar Bebidas, responsável pela produção da marca na região. Durante inspeção, técnicos do Mapa constataram que houve contato entre o líquido de resfriamento, que contém álcool de grau alimentício, e os produtos em processo de fabricação. A suspensão será mantida até que a empresa finalize os ajustes necessários e comprove que não houve contaminação.

De acordo com Paulo Barros, gastroenterologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a contaminação de refrigerantes por etanol alimentício representa "um risco sério à saúde", principalmente em crianças.

"O principal risco está no consumo não intencional de uma substância psicoativa, que pode comprometer funções motoras, neurológicas e, em casos extremos, levar ao coma alcoólico e até à morte", afirma.

Os sintomas iniciais da intoxicação por etanol incluem euforia e agitação psicomotora. "Com o aumento da quantidade ingerida, esses sinais podem evoluir para comprometimento da coordenação motora, confusão mental e perda de consciência", afirma Barros.

"Em níveis mais altos de intoxicação, podem ocorrer disfunções graves, como depressão respiratória e coma alcoólico, situações que representam risco real de morte. Por isso, qualquer suspeita de ingestão de etanol, especialmente por crianças, exige atenção médica imediata", alerta.

Apesar dos riscos, os produtos com suspeita de contaminação por etanol alimentício não chegaram ao mercado. "Acreditamos que não houve contaminação", diz o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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