sábado, 29 de junho de 2024

'Hoje o Ocidente rouba dinheiro da Rússia, amanhã do Brasil': analista russo explica desdolarização

Vitaly Naumkin, um acadêmico no Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia, mencionou as razões para os países realizarem a desdolarização.

O mundo está se apercebendo de que o dólar não só é tóxico, mas também perigoso, pois as reservas em dólar dos EUA implicam riscos excessivos, disse o chefe científico do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia à Sputnik.

Vitaly Naumkin refere que muitos países da Maioria Global estão aderindo à desdolarização após o início da operação militar especial russa.

"Não é isso que mostram as tentativas do Ocidente de usar em seus interesses os ativos congelados da Rússia em ouro e moeda? Em termos jurídicos, isso é roubo flagrante", notou ele.

Naumkin referiu que uma das razões para a desdolarização é também a vontade de conduzir uma política interna e externa independente.

"Hoje o Ocidente roubou dinheiro da Rússia, e amanhã roubará da China, Turquia, Brasil e de qualquer um. Não é surpreendente que as reservas mundiais em dólares estejam se reduzindo", resumiu.

Ele defende a realização de transações em moedas nacionais, e não em "tóxicas". Como um dos resultados, o acadêmico mencionou que quase 90% das transações russo-chinesas ocorrem em yuans.

¨      Xi Jinping pede ao Sul Global que desempenhe 'maior papel no mundo' e critica EUA

Durante discurso nesta sexta-feira (28) em comemoração aos 70º aniversário dos Cinco Princípios de Coexistência Pacífica da política externa da China, o líder chinês apelou ao Sul Global que tenha mais voz nos assuntos internacionais, intensificando esforços para desafiar a influência dos Estados Unidos no mundo.

As nações em desenvolvimento devem "estar na vanguarda da promoção da construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade", disse Xi hoje (28) em Pequim.

Os países "precisam trabalhar juntos para serem uma força estabilizadora para a paz e contribuírem para resolver conflitos ao redor do mundo", afirmou o presidente.

Em um ataque velado aos EUA, Xi declarou que o mundo "nunca deveria ter permissão para ouvir quem tem um braço forte".

Os comentários ressaltam a campanha do líder, ao longo de seus quase 12 anos de governo, para reformular o sistema de governança global e libertá-lo do que seus diplomatas frequentemente chamam de "hegemonia dos EUA".

Um aspecto fundamental dessa iniciativa tem sido o reforço da amizade com a Rússia e a expansão do BRICS, analisou a Bloomberg.

Xi também sinalizou que entendia que trabalhar com os EUA era necessário, dizendo que os esforços norte-americanos "para procurar a dissociação vão contra a tendência da história e só prejudicarão os interesses comuns da comunidade internacional".

Em suas observações, o presidente afirmou que seu país estava disposto a discutir acordos de livre comércio com as nações do Sul Global. Ele também se comprometeu a abrir um Centro de Pesquisa do Sul Global e a oferecer mais oportunidades educacionais às pessoas dos países em desenvolvimento.

Por fim, Xi pediu que todas as nações se alinhem com a China na oposição à interferência nos assuntos internos dos outros e que "se oponham a forçar outros países a escolherem lados".

"Na era da globalização econômica, o que precisamos não é criar abismos de divisão, mas construir pontes de comunicação, e não levantar a cortina de ferro da confrontação, mas abrir o caminho para a cooperação", afirmou.

Os Cinco Princípios de Coexistência Pacífica da China apareceram pela primeira vez em um pacto de 1954 celebrado com a Índia ao longo da sua fronteira com o Himalaia.

¨      Kremlin diz que perspectivas para Rússia e UE 'são ruins' após nomeações de von der Leyen e Kallas

Perspectivas para as relações UE-Rússia não são boas após lideranças como Ursula von der Leyen e Kaja Kallas serem escolhidas para continuar ou ocupar importantes cargos na hierarquia da administração do bloco europeu.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres nesta sexta-feira (28), que a decisão do bloco europeu de nomear von der Leyen para um segundo mandato na presidência da Comissão Europeia "não mudaria nada".

"A senhora von der Leyen não é a favor da normalização das relações entre a UE e a Rússia. É assim que a conhecemos, é assim que nos lembramos dela. Nada muda a esse respeito", disse Peskov.

Comentando a escolha da primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, para ser chefe da política externa da UE, o porta-voz disse que Kallas era conhecida pela "sua retórica antirrussa".

"A senhora Kallas também não demonstrou quaisquer inclinações diplomáticas até agora e é bem conhecida no nosso país pelas suas declarações absolutamente intransigentes e por vezes até abertamente antirrussas."

Por fim, Peskov afirmou que, na visão de Moscou, "não achamos que a diplomacia europeia contribuirá de alguma forma para a normalização das relações. As perspectivas, em termos de relações entre Moscou e Bruxelas, são ruins", concluiu.

Ainda no âmbito europeu, Peskov afirmou que a Rússia acompanha com interesse a campanha para as eleições legislativas na França.

"Estamos acompanhando a sua evolução, vemos a dinâmica, a perda de popularidade de algumas forças políticas e a ascensão de outras", disse o porta-voz do Kremlin, acrescentando que "esse é um assunto interno da França", mas pelo país ser "uma das maiores nações da Europa, o resultado dessa campanha eleitoral desperta certamente o nosso interesse".

¨      Movimento de última hora de Macron e Scholz enfurece líderes da UE em cúpula, diz mídia americana

França e Alemanha estão acostumadas a fazer o que querem no âmbito da União Europeia. Mas na cúpula do bloco na quinta-feira (27), quando os dois países pediram alterações de última hora devido aos seus problemas domésticos, foi mais difícil para Paris e Berlim imporem seu peso, escreve a Bloomberg.

De acordo com fontes ouvidas pela mídia, que estavam presentes no momento em que o presidente da França, Emmanuel Macron, e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, tentaram forçar uma reescrita de última hora das suas prioridades políticas a longo prazo, outros Estados-membros reagiram furiosamente e quase todas as alterações foram rejeitadas.

O comportamento errático das duas maiores potências do bloco é um sinal preocupante para os líderes da União Europeia, à medida que tentam lidar com uma lista crescente de desafios, desde o conflito na Ucrânia, às tensões comerciais com os Estados Unidos e a China e o fraco crescimento econômico da Europa, sublinha a Bloomberg.

Um diplomata europeu, ouvido pela mídia, destacou ser "raro que uma proposta dos dois maiores Estados-membros provoque uma reação tão forte".

No entanto, os dois líderes chegaram à cúpula enfraquecidos pelas derrotas esmagadoras nas eleições deste mês, escreve a agência. Uma autoridade de Berlim disse que a dupla estava "apenas tentando esclarecer um processo difícil".

Os ministros franceses pareciam exaustos durante as reuniões em Bruxelas esta semana, segundo o diplomata.

Outro diplomata acrescentou que eles estavam preocupados com o efeito que derrotas sucessivas de Macron teriam em futuras cúpulas, quando o presidente quase certamente estaria mais enfraquecido. Uma pessoa próxima à equipe do líder francês disse que o clima entre as autoridades francesas "era sombrio".

"É claro que todo mundo está falando sobre isso", disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, sobre a próxima votação francesa, ao chegar à cúpula de quinta (27).

Na segunda-feira (24), Scholz admitiu que a popularidade da coalizão governista na Alemanha está caindo, entre alguns dos motivos, está o apoio à Ucrânia e as sanções contra a Rússia.

"É verdade que há muitos cidadãos que não concordam com o fato de apoiarmos a Ucrânia, que também não concordam com o fato de termos imposto sanções contra a Rússia. Mas, na minha opinião, não há opção alternativa que consista em não fazer isso", disse o chanceler, conforme noticiado.

Já Macron, em um sinal de seus esforços cada vez mais desesperados para garantir posicionamento antes da votação francesa, afirmou em uma reunião de seu grupo parlamentar europeu na quinta-feira (27) que planeja renomear seu compatriota Thierry Breton para um dos cargos mais importantes da UE, disseram pessoas familiarizadas com o assunto, confirmando uma reportagem anterior do jornal Le Monde sobre a possível manobra.

Se o partido Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen, obtiver a maioria absoluta nas eleições parlamentares, cujo primeiro turno será no domingo (30), o partido poderá escolher um primeiro-ministro e opinar nas principais nomeações europeias, incutindo outra derrota para Macron.

¨      Governo Scholz 'está levando a Alemanha para um desastre econômico', afirma analista

O presidente do Instituto Geopolítico Internacional de Viena, Herbert Martin, afirmou nesta sexta-feira (28) que a direção da coalizão governante da Alemanha em relação à Ucrânia e à Rússia "acabará resultando em desastre para a economia" do país.

Em entrevista à Sputnik, ele, que também é cientista político, destacou que a população alemã está começando a perceber isso, o que resultou na queda da aprovação ao governo do primeiro-ministro, Olaf Scholz. Martin também opinou que a coalizão governante está perdendo popularidade devido ao apoio à Ucrânia e às sanções contra a Rússia.

Segundo Martin, essa foi a principal razão para a queda na aprovação da coalizão governante e para a migração de alguns de seus eleitores para o partido AfD (Alternativa para a Alemanha).

Ele enfatizou que muitos na Alemanha discordam do apoio à Ucrânia e das sanções contra a Rússia, o que se refletiu nos resultados das eleições para o Parlamento europeu. No entanto, Scholz declarou que não há alternativa ao apoio à Ucrânia, apesar de opções alternativas serem possíveis, na opinião do cientista político.

Ele afirma ainda que as armas americanas fornecidas à Ucrânia são pagas com os impostos dos europeus, e uma grande parte da responsabilidade recai sobre os alemães.

"Esse é o grande problema para Scholz. Ele tem plena consciência de que os eleitores não o apoiam. Não há dinheiro para a Alemanha, mas há para a Ucrânia. E os alemães estão começando a perceber isso agora".

Após a recusa de Berlim ao gás russo através dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, os preços da eletricidade no país da Europa Ocidental estão disparando, comenta o especialista. Ao mesmo tempo, as empresas estão deixando o país, algo que estão anunciando abertamente nos meios de comunicação, acrescenta.

"Scholz talvez ainda não entenda completamente a situação crítica em que se encontra a economia alemã", considera Martin em relação às discussões sobre a conveniência de declarar estado de emergência no país.

"O que isso significa senão o início do desaparecimento da economia alemã? Essa é a tragédia de Scholz. Ele vê que está perdendo, mas não pode mudar nada. Não tem força. E também não tem coragem", conclui.

¨      Comissão Europeia: UE precisa investir € 500 bilhões em defesa nos próximos 10 anos

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a União Europeia (UE) precisa investir € 500 bilhões (R$ 2.95 trilhões) em defesa nos próximos dez anos.

"A Europa como um todo precisa intensificar a defesa [...] Estimamos que investimentos adicionais em defesa de cerca de 500 bilhões de euros sejam necessários na próxima década", disse Von der Leyen em entrevista coletiva em Bruxelas na quinta-feira (27).

Ela acrescentou que a UE está muito atrás da China e da Rússia no aumento dos gastos com defesa nos últimos anos.

A presidente da Comissão Europeia disse que os fundos podem vir tanto de contribuições nacionais adicionais dos países da UE quanto dos fundos próprios do bloco.

Os líderes da União Europeia em uma reunião de cúpula em Bruxelas apelaram para um aumento nas entregas de apoio militar à Ucrânia, incluindo mísseis, munições e sistemas de defesa aérea, segundo o documento das conclusões da cúpula.

"O Conselho Europeu apela ao esforço do apoio militar à Ucrânia. Em particular, sistemas de defesa aérea, munição e mísseis são urgentemente necessários", lê-se no documento.

Por sua vez, Moscou afirmou repetidamente que a assistência militar ocidental não augura nada de bom para a Ucrânia e apenas prolonga o conflito, e que qualquer carregamento de armas se torna um alvo legítimo para o Exército russo.

¨      Diplomata dos EUA: indústria de defesa da Rússia é mais forte do que antes do conflito da Ucrânia

O embaixador dos EUA na China, Nicholas Burns, disse na quinta-feira (27), que o complexo militar-industrial da Rússia é mais forte agora do que antes do início do conflito na Ucrânia.

"Essa base industrial de defesa [russa] é muito mais forte agora do que era no início da guerra", disse Burns à Bloomberg.

Nesta semana, o Instituto Real de Serviços Unidos informou em novo relatório que, apesar dos extensos esforços do Ocidente para conter a capacidade militar-industrial da Rússia, eles não tiveram nenhum "impacto material" até agora.

Vale ressaltar que, no início deste mês, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, reconheceu que a Rússia fortaleceu sua indústria de defesa mais rápido do que o esperado e reclamou que os países da OTAN, pelo contrário, perderam muito tempo para produzir as armas necessárias.

Os EUA e seus aliados europeus da OTAN têm enviado bilhões de dólares em armas e equipamentos militares para a Ucrânia após a escalada do conflito ucraniano em fevereiro de 2022.

Por sua vez, Moscou afirmou repetidamente que a assistência militar ocidental não augura nada de bom para a Ucrânia e apenas prolonga o conflito, e que qualquer carregamento de armas se torna um alvo legítimo para o Exército russo.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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