'Hoje o
Ocidente rouba dinheiro da Rússia, amanhã do Brasil': analista russo explica
desdolarização
Vitaly
Naumkin, um acadêmico no Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências
da Rússia, mencionou as razões para os países realizarem a desdolarização.
O
mundo está se apercebendo de que o dólar não só é tóxico, mas também perigoso,
pois as reservas em dólar dos EUA implicam riscos excessivos, disse o chefe
científico do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia
à Sputnik.
Vitaly
Naumkin refere que muitos países da Maioria Global estão aderindo à
desdolarização após o início da operação militar especial russa.
"Não
é isso que mostram as tentativas do Ocidente de usar em seus interesses os
ativos congelados da Rússia em ouro e moeda? Em termos jurídicos, isso é roubo
flagrante", notou ele.
Naumkin
referiu que uma das razões para a desdolarização é também a vontade de conduzir
uma política interna e externa independente.
"Hoje
o Ocidente roubou dinheiro da Rússia, e amanhã roubará da China, Turquia,
Brasil e de qualquer um. Não é surpreendente que as reservas mundiais em
dólares estejam se reduzindo", resumiu.
Ele
defende a realização de transações em moedas nacionais, e não em
"tóxicas". Como um dos resultados, o acadêmico mencionou que quase
90% das transações russo-chinesas ocorrem em yuans.
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Xi Jinping pede ao Sul
Global que desempenhe 'maior papel no mundo' e critica EUA
Durante
discurso nesta sexta-feira (28) em comemoração aos 70º aniversário dos Cinco
Princípios de Coexistência Pacífica da política externa da China, o líder
chinês apelou ao Sul Global que tenha mais voz nos assuntos internacionais,
intensificando esforços para desafiar a influência dos Estados Unidos no mundo.
As
nações em desenvolvimento devem "estar na vanguarda da promoção da
construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a
humanidade", disse Xi hoje (28) em Pequim.
Os
países "precisam trabalhar juntos para serem uma força estabilizadora para
a paz e contribuírem para resolver conflitos ao redor do mundo", afirmou o
presidente.
Em
um ataque velado aos EUA, Xi declarou que o mundo "nunca deveria ter
permissão para ouvir quem tem um braço forte".
Os
comentários ressaltam a campanha do líder, ao longo de seus quase 12 anos de
governo, para reformular o sistema de governança global e libertá-lo do que
seus diplomatas frequentemente chamam de "hegemonia dos EUA".
Um
aspecto fundamental dessa iniciativa tem sido o reforço da amizade com a Rússia
e a expansão do BRICS, analisou a Bloomberg.
Xi
também sinalizou que entendia que trabalhar com os EUA era necessário, dizendo
que os esforços norte-americanos "para procurar a dissociação vão contra a
tendência da história e só prejudicarão os interesses comuns da comunidade
internacional".
Em
suas observações, o presidente afirmou que seu país estava disposto a discutir
acordos de livre comércio com as nações do Sul Global. Ele também se
comprometeu a abrir um Centro de Pesquisa do Sul Global e a oferecer mais
oportunidades educacionais às pessoas dos países em desenvolvimento.
Por
fim, Xi pediu que todas as nações se alinhem com a China na oposição à
interferência nos assuntos internos dos outros e que "se oponham a forçar
outros países a escolherem lados".
"Na
era da globalização econômica, o que precisamos não é criar abismos de divisão,
mas construir pontes de comunicação, e não levantar a cortina de ferro da
confrontação, mas abrir o caminho para a cooperação", afirmou.
Os
Cinco Princípios de Coexistência Pacífica da China apareceram pela primeira vez
em um pacto de 1954 celebrado com a Índia ao longo da sua fronteira com o
Himalaia.
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Kremlin diz que
perspectivas para Rússia e UE 'são ruins' após nomeações de von der Leyen e
Kallas
Perspectivas
para as relações UE-Rússia não são boas após lideranças como Ursula von der
Leyen e Kaja Kallas serem escolhidas para continuar ou ocupar importantes
cargos na hierarquia da administração do bloco europeu.
O
porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres nesta sexta-feira (28),
que a decisão do bloco europeu de nomear von der Leyen para um segundo mandato
na presidência da Comissão Europeia "não mudaria nada".
"A
senhora von der Leyen não é a favor da normalização das relações entre a UE e a
Rússia. É assim que a conhecemos, é assim que nos lembramos dela. Nada muda a
esse respeito", disse Peskov.
Comentando
a escolha da primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, para ser chefe da
política externa da UE, o porta-voz disse que Kallas era conhecida pela
"sua retórica antirrussa".
"A
senhora Kallas também não demonstrou quaisquer inclinações diplomáticas até
agora e é bem conhecida no nosso país pelas suas declarações absolutamente
intransigentes e por vezes até abertamente antirrussas."
Por
fim, Peskov afirmou que, na visão de Moscou, "não achamos que a diplomacia
europeia contribuirá de alguma forma para a normalização das relações. As
perspectivas, em termos de relações entre Moscou e Bruxelas, são ruins",
concluiu.
Ainda
no âmbito europeu, Peskov afirmou que a Rússia acompanha com interesse a
campanha para as eleições legislativas na França.
"Estamos
acompanhando a sua evolução, vemos a dinâmica, a perda de popularidade de
algumas forças políticas e a ascensão de outras", disse o porta-voz do
Kremlin, acrescentando que "esse é um assunto interno da França", mas
pelo país ser "uma das maiores nações da Europa, o resultado dessa
campanha eleitoral desperta certamente o nosso interesse".
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Movimento de última
hora de Macron e Scholz enfurece líderes da UE em cúpula, diz mídia americana
França
e Alemanha estão acostumadas a fazer o que querem no âmbito da União Europeia.
Mas na cúpula do bloco na quinta-feira (27), quando os dois países pediram
alterações de última hora devido aos seus problemas domésticos, foi mais
difícil para Paris e Berlim imporem seu peso, escreve a Bloomberg.
De
acordo com fontes ouvidas pela mídia, que estavam presentes no momento em que o
presidente da França, Emmanuel Macron, e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz,
tentaram forçar uma reescrita de última hora das suas prioridades políticas a
longo prazo, outros Estados-membros reagiram furiosamente e quase todas as
alterações foram rejeitadas.
O
comportamento errático das duas maiores potências do bloco é um sinal
preocupante para os líderes da União Europeia, à medida que tentam lidar com
uma lista crescente de desafios, desde o conflito na Ucrânia, às tensões
comerciais com os Estados Unidos e a China e o fraco crescimento econômico da
Europa, sublinha a Bloomberg.
Um
diplomata europeu, ouvido pela mídia, destacou ser "raro que uma proposta
dos dois maiores Estados-membros provoque uma reação tão forte".
No
entanto, os dois líderes chegaram à cúpula enfraquecidos pelas derrotas
esmagadoras nas eleições deste mês, escreve a agência. Uma autoridade de Berlim
disse que a dupla estava "apenas tentando esclarecer um processo
difícil".
Os
ministros franceses pareciam exaustos durante as reuniões em Bruxelas esta
semana, segundo o diplomata.
Outro
diplomata acrescentou que eles estavam preocupados com o efeito que derrotas
sucessivas de Macron teriam em futuras cúpulas, quando o presidente quase
certamente estaria mais enfraquecido. Uma pessoa próxima à equipe do líder
francês disse que o clima entre as autoridades francesas "era
sombrio".
"É
claro que todo mundo está falando sobre isso", disse o primeiro-ministro
húngaro, Viktor Orbán, sobre a próxima votação francesa, ao chegar à cúpula de quinta
(27).
Na
segunda-feira (24), Scholz admitiu que a popularidade da coalizão governista na
Alemanha está caindo, entre alguns dos motivos, está o apoio à Ucrânia e as
sanções contra a Rússia.
"É
verdade que há muitos cidadãos que não concordam com o fato de apoiarmos a
Ucrânia, que também não concordam com o fato de termos imposto sanções contra a
Rússia. Mas, na minha opinião, não há opção alternativa que consista em não
fazer isso", disse o chanceler, conforme noticiado.
Já
Macron, em um sinal de seus esforços cada vez mais desesperados para garantir
posicionamento antes da votação francesa, afirmou em uma reunião de seu grupo
parlamentar europeu na quinta-feira (27) que planeja renomear seu compatriota
Thierry Breton para um dos cargos mais importantes da UE, disseram pessoas
familiarizadas com o assunto, confirmando uma reportagem anterior do jornal Le
Monde sobre a possível manobra.
Se
o partido Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen, obtiver a maioria
absoluta nas eleições parlamentares, cujo primeiro turno será no domingo (30),
o partido poderá escolher um primeiro-ministro e opinar nas principais
nomeações europeias, incutindo outra derrota para Macron.
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Governo Scholz 'está
levando a Alemanha para um desastre econômico', afirma analista
O
presidente do Instituto Geopolítico Internacional de Viena, Herbert Martin,
afirmou nesta sexta-feira (28) que a direção da coalizão governante da Alemanha
em relação à Ucrânia e à Rússia "acabará resultando em desastre para a
economia" do país.
Em
entrevista à Sputnik, ele, que também é cientista político, destacou que a
população alemã está começando a perceber isso, o que resultou na queda da
aprovação ao governo do primeiro-ministro, Olaf Scholz. Martin também opinou
que a coalizão governante está perdendo popularidade devido ao apoio à Ucrânia
e às sanções contra a Rússia.
Segundo
Martin, essa foi a principal razão para a queda na aprovação da coalizão
governante e para a migração de alguns de seus eleitores para o partido AfD
(Alternativa para a Alemanha).
Ele
enfatizou que muitos na Alemanha discordam do apoio à Ucrânia e das sanções
contra a Rússia, o que se refletiu nos resultados das eleições para o
Parlamento europeu. No entanto, Scholz declarou que não há alternativa ao apoio
à Ucrânia, apesar de opções alternativas serem possíveis, na opinião do
cientista político.
Ele
afirma ainda que as armas americanas fornecidas à Ucrânia são pagas com os
impostos dos europeus, e uma grande parte da responsabilidade recai sobre os
alemães.
"Esse
é o grande problema para Scholz. Ele tem plena consciência de que os eleitores
não o apoiam. Não há dinheiro para a Alemanha, mas há para a Ucrânia. E os
alemães estão começando a perceber isso agora".
Após
a recusa de Berlim ao gás russo através dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, os
preços da eletricidade no país da Europa Ocidental estão disparando, comenta o
especialista. Ao mesmo tempo, as empresas estão deixando o país, algo que estão
anunciando abertamente nos meios de comunicação, acrescenta.
"Scholz
talvez ainda não entenda completamente a situação crítica em que se encontra a
economia alemã", considera Martin em relação às discussões sobre a
conveniência de declarar estado de emergência no país.
"O
que isso significa senão o início do desaparecimento da economia alemã? Essa é
a tragédia de Scholz. Ele vê que está perdendo, mas não pode mudar nada. Não
tem força. E também não tem coragem", conclui.
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Comissão Europeia: UE
precisa investir € 500 bilhões em defesa nos próximos 10 anos
A
presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a União
Europeia (UE) precisa investir € 500 bilhões (R$ 2.95 trilhões) em defesa nos
próximos dez anos.
"A
Europa como um todo precisa intensificar a defesa [...] Estimamos que
investimentos adicionais em defesa de cerca de 500 bilhões de euros sejam
necessários na próxima década", disse Von der Leyen em entrevista coletiva
em Bruxelas na quinta-feira (27).
Ela
acrescentou que a UE está muito atrás da China e da Rússia no aumento dos
gastos com defesa nos últimos anos.
A
presidente da Comissão Europeia disse que os fundos podem vir tanto de
contribuições nacionais adicionais dos países da UE quanto dos fundos próprios
do bloco.
Os
líderes da União Europeia em uma reunião de cúpula em Bruxelas apelaram para um
aumento nas entregas de apoio militar à Ucrânia, incluindo mísseis, munições e
sistemas de defesa aérea, segundo o documento das conclusões da cúpula.
"O
Conselho Europeu apela ao esforço do apoio militar à Ucrânia. Em particular,
sistemas de defesa aérea, munição e mísseis são urgentemente necessários",
lê-se no documento.
Por
sua vez, Moscou afirmou repetidamente que a assistência militar ocidental não
augura nada de bom para a Ucrânia e apenas prolonga o conflito, e que qualquer
carregamento de armas se torna um alvo legítimo para o Exército russo.
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Diplomata dos EUA:
indústria de defesa da Rússia é mais forte do que antes do conflito da Ucrânia
O
embaixador dos EUA na China, Nicholas Burns, disse na quinta-feira (27), que o
complexo militar-industrial da Rússia é mais forte agora do que antes do início
do conflito na Ucrânia.
"Essa
base industrial de defesa [russa] é muito mais forte agora do que era no início
da guerra", disse Burns à Bloomberg.
Nesta
semana, o Instituto Real de Serviços Unidos informou em novo relatório que,
apesar dos extensos esforços do Ocidente para conter a capacidade
militar-industrial da Rússia, eles não tiveram nenhum "impacto
material" até agora.
Vale
ressaltar que, no início deste mês, o secretário-geral da OTAN, Jens
Stoltenberg, reconheceu que a Rússia fortaleceu sua indústria de defesa mais
rápido do que o esperado e reclamou que os países da OTAN, pelo contrário,
perderam muito tempo para produzir as armas necessárias.
Os
EUA e seus aliados europeus da OTAN têm enviado bilhões de dólares em armas e
equipamentos militares para a Ucrânia após a escalada do conflito ucraniano em
fevereiro de 2022.
Por
sua vez, Moscou afirmou repetidamente que a assistência militar ocidental não
augura nada de bom para a Ucrânia e apenas prolonga o conflito, e que qualquer
carregamento de armas se torna um alvo legítimo para o Exército russo.
Fonte:
Sputnik Brasil
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