sexta-feira, 28 de junho de 2024

Dirigente denuncia assédio sexual em sindicato de Feira de Santana

Casos de assédio, inclusive sexual, bem como ameaça de morte por parte de um dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Feira de Santana, foram alvos de denúncia, nesta quarta feira, 26, na Câmara Municipal.

Um grupo de trabalhadoras e trabalhadores compareceu à sessão legislativa, sendo representado na Tribuna Livre por Zuleide Soares de Santana. Integrante da diretoria do órgão sindical, ela fez um apelo por providências, das autoridades responsáveis. Zuleide relatou que, em razão do problema, há várias mulheres “com crise de ansiedade e medo de sair sozinhas nas ruas”.

O nome do acusado das práticas criminosas, bem como de um outro dirigente, de hierarquia superior, conivente com os fatos, já são de conhecimento da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher nesta cidade.

Funcionária de uma empresa fabricante de eletrodomésticos, Zuleide esteve acompanhada, na Tribuna da Casa da Cidadania, por uma das vítimas do sindicalista. “Ele se masturbou na frente dela. E por achar ser um ato normal, o abusador confirmou o que fez diante de outas mulheres e também do seu superior”.

Zuleide lamentou que tais acontecimentos estejam sendo registrados dentro do movimento sindical, onde os dirigentes deveriam lutar para garantir os direitos das mulheres trabalhadoras.

Para Zuleide, as mulheres estão vivendo o “tempo de empoderamento feminino, só de boca, porque, infelizmente, os nossos direitos ainda precisam sair do papel”.

Disse ainda que, dentro do Sindicato dos Metalúrgicos de Feira e Região, tem casos que vão além do assédio, como a proibição da entrada, na sede da entidade, de mulheres vítimas de assédio, e interferência junto a empresas para impedir que recebam seus salários. “Até a polícia na porta do sindicato colocaram. E as meninas estão sem receber salário, porque o sujeito que as assedia solicitou paras as empresas bloquearem o pagamento delas. A gente não aguenta mais”, desabafou.

Após contato com alguns órgãos, sem conseguir serem ouvidas, as metalúrgicas resolveram tornar pública a situação, por meio do Poder Legislativo: “O que estamos solicitando é que a Câmara se atente para esta questão, pois a cada 10 minutos mais de 100 mulheres são assediadas. E em uma hora, passa de uma centena o número de meninas vítimas de estupro no Brasil”. Segundo a sindicalista, este cenário pode piorar, se houver aprovação do Projeto de Lei 1904, em nível federal, “proposta irá penalizar mais, a mulher estuprada que fizer o aborto, do que o abusador que cometer o crime”.

 

•           Servidores terceirizados da Saúde de Feira estão com até três meses de atraso fazem vaquinha para comprar alimentos

Os servidores que atuam em regime de terceirização de mão de obra na Saúde de Feira de Santana, centro-norte da Bahia, estão fazendo vaquinha para comprar alimentos, uma vez que os salários estão atrasados há dois e até três meses em alguns casos.

A denúncia é da vereadora Lu de Ronny (PV), que criticou a contratação de organizações para terceirizar funcionários, como o InSaúde (Instituto Nacional de Pesquisa e Gestão em Saúde).

“O prefeito Colbert Martins (MDB) disse que a categoria não tem que questionar sobre salários atrasados com ele, mas foi ele quem contratou a empresa”, disse a vereadora, em discurso na Câmara Municipal nesta quarta-feira, 26.

De acordo com o vereador Emerson Minho (PP), funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Queimadinha, procuraram a Casa Legislativa tentando arrecadar recursos com o objetivo de terem acesso à cesta básica.

Além de atrasar os salários, a empresa responsável por gerir a unidade, de acordo com o parlamentar, não adquire a quantidade necessária dos materiais e insumos para o atendimento dos pacientes.

“Tomei conhecimento que pacientes só podem utilizar uma bolsa de soro, e, se a pessoa precisar de mais hidratação, recomendam ir beber água em casa”, afirmou.

Preocupado, o vereador Luis da Feira (PP), disse que o problema com a falta de insumos não se restringe à UPA da queimadinha, e que já foi procurado por funcionários de outras UPAs e Policlínicas, que se queixaram da falta de materiais.

"O atual estado da Saúde de Feira de Santana é caótico e o Hospital Municipal projetado pela gestão do prefeito Colbert Martins, com menos de 10 leitos é pequeno. São pelo menos 50 pessoas a serem reguladas por dia. Este Hospital vai dar pra quê?” finaliza com o questionamento.

 

•           Colegiado pede instauração de processo contra deputados

A Comissão dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa (ALBA) encaminhou à Presidência um requerimento em que pede, no âmbito do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, a instauração de um processo disciplinar para apurar possível quebra de decoro pelos deputados Dr. Diego Castro (PL) e Leandro de Jesus (PL).

No documento, as integrantes do colegiado apontaram que, durante a sessão realizada no último dia 18 de junho, os parlamentares supracitados proferiram gritos e xingamentos dirigidos à deputada Olívia Santana (PC do B) sem o uso das palavras em conformidade com o previsto no Regimento Interno.

“Os atos cometidos pelos deputados configuram violação dos artigos 4º e 5º do Código de Ética Parlamentar, que especificam como incompatíveis com o decoro parlamentar comportamentos como abusar das prerrogativas constitucionais, perturbar a ordem das sessões, infringir regras de boa conduta e praticar ofensas físicas ou morais a outros parlamentares”, justifica o requerimento.

A comissão dos Direitos da Mulher também protocolou uma moção em que apoia e se solidariza com a deputada Olívia Santana e reafirmando o compromisso com a equidade de gênero e a liberdade de expressão no exercício das atividades parlamentares. “Este lamentável incidente vai contra os princípios fundamentais de respeito e igualdade que devem reger a convivência e o trabalho legislativo”, enfatizou o colegiado.

•           Olivia Santana cobra providências da AL-BA contra bolsonarista

A deputada estadual Olivia Santana (PCdoB) revelou ter entregado um requerimento à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) cobrando um posicionamento da Casa contra os deputados bolsonaristas Diego Castro e Leandro de Jesus, ambos do PL. O episódio ocorre após um acalorado bate-boca no último dia 18, motivado por discursos contra o PL do Aborto, em tramitação no Congresso.

A confusão teve início durante os pronunciamentos da bancada de Jerônimo Rodrigues (PT) contra o PL do Aborto. Em um dos momentos de tensão, o deputado Diego Castro foi empurrado pelo colega Marcelino Galo (PT), intensificando o conflito.

Em conversa com a imprensa, Olivia Santana explicou que tanto ela quanto a Comissão de Mulheres enviaram requerimentos à Mesa Diretora da AL-BA, exigindo um posicionamento firme da Assembleia. "Providências foram tomadas de imediato. Nós encaminhamos um requerimento requisitando da presidência da Assembleia providências, porque nós não podemos conviver com violência política em Plenário", declarou Olivia.

Ela destacou ainda a atuação da Comissão de Mulheres: "A Comissão de Mulheres se reuniu também, de uma maneira muito assertiva e imediata, e fez um requerimento à Mesa Diretora. Portanto, não é só a expressão da pessoa que foi vítima da situação, mas de todas as mulheres que ficaram inquinadas e que querem segurança em Plenário. Nós queremos exercer nossos mandatos da melhor forma possível. O debate de ideias é salutar. O confronto de posições, sim, mas isso não pode resvalar para violência política, para ameaças e tentativa de violência física", acrescentou a deputada.

O deputado estadual Leandro de Jesus, por sua vez, afirmou que pretende acionar o Conselho de Ética da AL-BA contra Olivia e Galo. "Eu falei sobre a violência na Bahia. Obviamente temos que atrelar esses dados ao governo que está governando a Bahia. Parece que falar a verdade incomoda a oposição. Olivia Santana realmente saiu de um debate sadio e tentou associar bolsonaristas a estupradores, como se nós estivéssemos ao lado de tal conduta. Nós da direita, que somos conservadores, defendemos uma punição maior para os estupradores e para delitos que atingem crianças e mulheres", afirmou Leandro de Jesus após a confusão.

 

Fonte: A Tarde/Tribuna da Bahia

 

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