A curiosa
derrota francesa
A
dissolução da Assembleia Nacional francesa, no dia 9 de junho de 2024, impôs à
França uma curiosa derrota. Curiosa bem mais que estranha. Curiosa porque todos
sabiam, mas ninguém queria ouvir nem ver a ascensão estrutural, histórica e
irresistível do Reagrupamento Nacional (RN) de Marine Le Pen. O presidente
Emmanuel Macron, com a sua decisão, deu um basta ao jogo de cena. Chegou ao
limite a inconsequência da variabilidade de pesos e medidas na abordagem do
problema.
Tem
perto de cinquenta anos que a opinião pública francesa condena essa tendência
política abstrato, mas a endossa na prática. Nesse período todo, Jean-Marie Le
Pen e seu partido – a Frente Nacional (FN) – e depois Marine Le Pen – à frente
do RN – são tidos, pela imprensa e pelas corporações políticas, como a
encarnação de satanás e de todas as suas abominações terrenas. Mas, ao mesmo
tempo, essa mesma imprensa e essas mesmas corporações políticas dão audiência,
assento e guarida a essa frente.
A
decisão pela dissolução do legislativo francês serviu para escancarar essa
dissonância moral, intelectual e política. O presidente pediu, desse modo, aos
franceses uma “clarificação”. Tipo confirmação. A integralidade da sociedade
sucumbiu, assim, à desesperação. Primeiro na decisão e depois na repercussão. E
agora só resta aguardar,
Na
noite do 9 de junho, tão logo saíram os resultados consolidados das eleições
para o Parlamento Europeu e o escore do RN foi, sinceramente, massacrante ao
encontro dos votos recolhidos pelo partido macronista – Renascimento,
anterior En Marche –, o presidente francês decidiu dissolver o
legislativo na França.
A
decisão, em si, possui longo, histórico e profundo amparo legal que remonta aos
tempos da Revolução Francesa, quando esse dispositivo foi instituído nas
constituições franceses. Entretanto, a maneira nitidamente intempestiva, causou
imenso espanto.
Anotando
em perspectiva, desde o século XIX que a hipótese de dissolução vai aventada e
praticada entre os franceses. Mas foi a partir da Constituição de 1958 – em
vigência até o presente – que esse dispositivo ganhou a clara qualidade de
estabilizador do regime.
Diante
da imensa instabilidade da Quarta República, instituída após a liberação da
França do vulgo nazista da Segunda Guerra Mundial, ao inaugurar a Quinta
República em 1958, o general De Gaulle preencheu de sentidos e significados o
ato da dissolução. Que deixou de ser simplesmente um ato político para se
transformar na escolha da última chance da sobrevivência do próprio regime.
Num
primeiro alcance, o sentido da dissolução passou, assim, a ser nitidamente a
tentativa de reabilitação das margens presidenciais vis-à-vis do
legislativo. Ao passo que o seu significado decisivo foi dotar o presidente da
República de plenos e exclusivos poderes para decidir pela dissolução em horas
de aguda precisão.
Foi
assim em outubro de 1962 e em maio de 1968 quando o general De Gaulle lançou
mão do dispositivo para ampliar os seus meios de ação. Foi também assim em 1981
e 1988, quando o presidente François Mitterrand ganhou as eleições
presidenciais e assumiu o poder com uma Assembleia francamente contrário. A
quinta dissolução ocorreu em 1997, sob a presidência Jacques Chirac, mas não
teve o mesmo êxito. O bloco majoritário no apoio presidencial acabou perdendo a
sua maioria na Assembleia e se obrigou a convocar o líder da oposição – no caso
o Partido Socialista (PS) sob a presidência de Lionel Jospin – para conduzir o
governo do país.
Agora,
em 2024, está-se, portanto, diante da sexta dissolução. Seguramente a mais
inesperada, confusa e dramática de todas.
O
presidente decidiu-se por ela por razões muito concretas. O seu vetor adveio do
escrutínio europeu que evidenciou que 31,37% dos eleitores franceses deram
preferência ao RN ante 14,6% ao encontro do partido Renascimento do presidente
Macron, 13,8% ao PS do antigo presidente François Hollande, 9,8% ao A França
Insubmissa (LFI) de Jean-Luc Mélenchon, 7,2% ao Os Republicados (LR) do antigo
presidente Nicolas Sarkozy, 5,5% aos Ecologistas de Sandrine Rousseau e 5,4% ao
Reconquista de Éric Zemmour.
Sob
qualquer ponto de vista, foi uma vitória avassaladora do RN sobre os demais.
Uma vitória projetada desde a véspera. Tanto que Marine Le Pen e Jordan
Bardella – presidente do partido e candidato vencedor nas europeias – vinham
reivindicando a necessidade de dissolução do legislativo em caso de confirmação
de seu galardão. E, mais, consequentemente também, a mudança do
primeiro-ministro – leia-se: do governo da França.
Ninguém,
no entanto, imaginava que 1. as expectativas do RN seriam
contempladas e 2. que o presidente Macron seguiria o desígnio
da dissolução. Mas foi tudo assim. Sendo o mais curioso a decisão do presidente
francês.
Foi
curioso porque, diferente das outras ocasiões – 1962, 1968, 1981, 1988 e 1997
–, não houve preparação da opinião pública nem dos eleitores em geral. Foram,
desse modo, todos apanhados em contrapasso, contradança e contrapé. Levando,
inclusive as principais lideranças da classe política francesa à perplexidade.
O
presidente François Hollande e o presidente Nicolas Sarkozy consideraram a
decisão, no mínimo, arriscada. O primeiro-ministro Lionel Jospin – quem exerceu
a função, em coabitação com a presidência Jacques Chirac, após a dissolução de
1997 – vem chamando a decisão de inteiro disparate. Dominique de Villepin –
antigo secretário-geral do Élysée e principal fiador da
dissolução de 1997 –, como bom diplomata, diz sem dizer e afirma sem afirmar
que essa dissolução expressa uma verdadeira irresponsabilidade com capacidade
de por em risco a integralidade do regime político amparado pela Constituição
de 1958.
A
complexidade de tudo isso levou o sistema partidário francês ao colapso. Nenhum
partido saiu incólume ao anúncio da dissolução. Salvo, claro, o RN.
O
Renascimento, núcleo do macronismo, passou a isolar o presidente da República e
expoente do partido, Emmanuel Macron. O LR – de cunha gaulliste e chiraquiana –
simplesmente explodiu quando o seu presidente, Éric Ciotti, propôs uma aliança
com o RN de Marine Le Pen. O PS, em profunda entropia desde o início do reinado
do presidente François Mitterrand em 1981, perdeu ainda mais a sua força e
amplificou a sua guerra interna de chefes. A LFI de Jean-Luc Mélenchon partiu
para uma batalha campal pela liderança de uma frente de esquerda contra o RN e
contra o macronismo, mas só tem encontrado penhascos de amargura e desolação.
Nem o Reconquista de Éric Zémmour passou sem arranhões. A divergência interna
chegou a níveis tamanhos que o comitê central decidiu pela expulsão dos
divergentes.
Sim:
terra arrasada.
Todos
aparentemente perderam. Mas, na visão do presidente, o povo ganhou: “J’ai
décidé de vous redonner le choix de votre avenir parlamentaire” [eu decidi
voltar a lhes dar a escolha pelo seu destino parlamentar], justificou ele.
Pode
até ser. Mas tudo é muito mais complexo que isso. E todos sabem.
Goste-se
ou não, o presidente Macron é o presidente da França. E, nessa condição,
trata-se claramente do cidadão mais bem informado da realidade do país e talvez
da Europa. Além disso, ele está longe, muito longe de ser um restrito burocrata
ou tecnocrata de gestos vulgares e levianos. Trata-se, em contrário, de um
sujeito com visão e capacidade agudas de abstração, antecipação e prospecção.
Somado a isso, ele possui os melhores e mais abrangentes dados na mão. Os dados
que dizem coisas que talvez ninguém queira ver nem ouvir.
E
ninguém quer ver nem ouvir que já passou da hora de se fazer um mea
culpa geral sobre o lugar do RN na paisagem política francesa,
europeia e mundial. E, por razões, antes de tudo, morais. Mas também no plano
histórico, político e intelectual.
Nesse
sentido, dito e feito sem remorsos, o presidente Macron, com sua decisão pela
dissolução do legislativo francês, lega aos franceses o peso moral e
intelectual do inevitável acerto de contas do país consigo mesmo.
Algo
muito mal ambienta toda a realidade política do país tem quarenta ou cinquenta
anos e ninguém quer ouvir nem ver. Mas, agora, diante desse verdadeiro caos
social na França após a dissolução do legislativo, não vai ter jeito. Ter-se-á
que ver.
E,
ao ver, vai ter que superar o dilema de Dâmocles que sugere de duas, uma: ou o
RN é legítimo ou não é. Ou é, de fato, fascista, nazista, nazifascista,
negacionista e eivado de cretinos, ou não é. Ou merece respeito da sociedade ou
não merece. Ou tem legitimidade para governar o país ou não tem.
Veja-se
bem, nada disso é simples. Nunca foi. Bem ou mal, a França segue sendo uma das
maiores democracias do Ocidente. E, portanto, continua paradigma existencial
incontornável para muitos regimes. Inclusive, pasme-se, para o brasileiro.
Nesse sentido, os franceses precisam superar urgentemente o seu mal-estar. Um
mal-estar que tem, hoje, dois nomes: FN/RN e família Le Pen.
Talvez
tenha sido o presidente François Mitterrand o primeiro a chamar a atenção para
necessidade de se tratar bem todas as tendências políticas acreditadas no país.
Inclusive e sobretudo as mais indigestas e mais diferentes. Mesmo sendo
indigestas e diferentes demais.
Vasculhando-se,
assim, as ações do presidente Mitterrand, vai-se possível localizar os seus
acenos permanentes ao então Front National (FN) de Jean-Marie Le Pen sob o
argumento de se tratar de um partido legítimo, condizente com os ditames da
Quinta República Francesa e completamente amparado nos dispositivos da
Constituição francesa de 1958.
Veja-se
bem, o então presidente francês agia assim com o FN de Jean-Marie Le Pen e não
o tresloucado, oportunista e, quem sabe, ideologicamente invertebrado, RN
Jordan Bardella e Marine Le Pen.
Sem
evocar uma digressão demasiado exaustiva, vale rememorar que o FN raiz – esse
que o presidente Mitterrand dava passagem – advinha de uma linhagem tipicamente
extremista à direita que, por convenção, passou-se a considerar
“extrema-direita”. Primeiro por sua vinculação histórica aos movimentos
antirrevolucionários dos séculos XVIII e XIX que se deblateravam contra os
efeitos do soterramento das antigas tradições, privilégios e conveniências
promovido pela Revolução Francesa. Em seguida, por sua aliança mental aos
ultranacionalistas e ultraconservadores do após a humilhação francesa na guerra
franco-prussiana de 1870-1871. Adiante, por sua participação total ou parcial
nos movimentos extremistas dos anos de 1920 e 1930; e, dito sem contrição, em
sua, portanto, interiorização e acomodação do fascismo, do nazismo e do
nazifascismo na França. Até que a questão da Argélia teve lugar e deu condição
à afirmação do partido, o FN, com Jean-Marie Le Pen à frente, e da sua leitura
genuinamente controversa da realidade social, histórica e espiritual do país.
Uma leitura, em muitos aspectos, tipicamente, sim, de ares fascistas, nazistas,
nazifascistas e afins. Que foi ganhando legitimidade no interior da preferência
popular francesa. De modo ao presidente Mitterrand entendê-lo como legítimo,
frequentável e viável. Leia-se: digno de audiência. Entenda-se: digno de ser
votado. Reconheça-se: passível de governar e presidir o país.
Em
consonância, o próprio presidente Mitterrand ofereceu materialmente essa
audiência, essa dignidade e esse reconhecimento ao FN e ao seu líder Jean-Marie
Le Pen. Considerando que os fins justificam os meios e que na política era
necessário conversar e negociar com todos, inclusive com el diablo.
De maneira que a aceitação tácita do FN e de Jean-Marie Le Pen no jogo
político, partidário e decisional foi, com tudo isso, ampliada e acelerada.
O
presidente Mitterrand morreu em 1996 e não pôde ver a complexa coabitação entre
o presidente direitista Jacques Chirac e o primeiro-ministro socialista Lionel
Jospin a partir da desastrada dissolução do legislativo francês em 1997. Da
mesma sorte, ele não vivenciou a chegada do FN e de Jean-Marie Le Pen ao
segundo turno das presidenciais franceses em 2002 contra Jacques Chirac. Um
momento chocante, desconcertante e revelador da realidade política francesa.
Vendo-se
em retrospectiva, aquele segundo turno era historicamente inevitável – como
foi, também, historicamente, inevitável a chegada da candidata do RN, Marine Le
Pen, ao segundo turno das presidenciais francesas em 2017 e 2022 – e ninguém
quis ouvir nem ver.
As
razões dessa indiferença foram – e seguem sendo – muitas. Mas os fundamentos da
previsibilidade do transtorno possuíam – e seguem possuindo –, ao menos, três
razões bem concretas e palpáveis.
Uma
de natureza conceitual. Outra de natureza política. E uma última oriunda de
percepção histórica.
No
plano conceitual, desde os anos Mitterrand (1981-1995) que estava bem claro que
o FN não era bem um partido “extrema-direita”, malgrado estivesse aliançado a
toda uma tradição extremo-direitista.
O
FN não era assim concebido porque se assim o fosse teria sido interditado no
plano das leis e conveniências políticas impostas pela Constituição francesa em
vigência no país.
Sendo-se
direto, desde a sua inscrição que o FN era reconhecido como legítimo e
desvinculado do partido fascista de Mussolini e do partido nazista de Hitler,
mesmo que suas práticas e intenções pudessem evocar ou dar ideia de evocar,
direta ou indiretamente, a sua inquestionável alma mater imediata
de inspiração, que nunca se negou ser, o partido fascista de Mussolini e o
partido nazista de Hitler. Como decorrência, deu-se na França um inquestionável
esvaziamento conceitual do termo “extrema-direita”.
No
plano da Constituição de 1958 e das instituições francesas da Quinta República
francesa, “extrema-direita” era essencialmente coisa do passado. Démodé.
Soterrada em 1945 com Mussolini e Hitler. E, portanto, sem nenhuma valência
depois da liberação de Paris em 1944.
De
modo que logo se entendeu que um partido – no caso explícito do RN – com
inspiração nazista ou fascista tinha apenas a inspiração, mas não era, de fato,
nem uma coisa nem outra. Bem do contrário.
Tratava-se
– desde que concernente aos ditames da Quinta República – de um partido
legítimo, frequentável e politicamente viável como quaisquer outros.
Daí
a aceitação pari passu do FN na paisagem política francesa. E,
com o impulso do presidente Mitterrand, a sua abrangente naturalização.
Veja-se,
não dá pra dizer que não foi porque foi, o presidente Mitterrand endossou el
diablo – Jean-Marie Le Pen e o FN, como politicamente frequentável.
Basta
que se retome todo o seu apoio a toda a evolução do FN a partir de 1982, 1984
e, essencialmente, a partir das legislativas de 1986 e das presidenciais de
1988.
O
namoro do presidente socialista com essa tendência política foi nítido. E, como
decorrência, a aceitação e naturalização do RN no espaço político foi ampla e –
quase – total. Transformando o clã Le Pen numa realidade histórica sem
apelações no interior da realidade democrática francesa.
Isso
porque, diante do evidente esvaziamento do conceito de “extrema-direita”
seguido desse endosso, o FN – e, depois, o RN – foi galgando espaço no
imaginário popular e modificando estruturalmente a cartografia política e a
demografia eleitoral do país.
Percebendo-se
e analisando-se apenas o resultado de eleições europeias, nota-se rápido que o
FN/RN só fez, na média, evoluir. Indo de 11% dos votos e, portanto, da
preferência popular, em 1984, para 11,7% em 1989, 10,5% em 1994, 5,7% em 1999,
9,8% em 2004, 6,5% em 2009, 24,9% em 2014, 23,3% em 2019 e, agora, quase 32%
agora em 2024.
Não
dá para menosprezar a contundência desse movimento. Um movimento sinceramente
tectônico no interior da realidade política, social, cultural, intelectual e
moral da sociedade francesa.
Mas
foi exatamente isso – o menosprezo – que se fez nos últimos quarenta ou
cinquenta anos na França. Menosprezou-se o FN e o RN. E, menosprezou-se,
talvez, pela ilusão da existência de um monde en rose e sem
contradições. Um mundo que não exige exame de consciência tampouco plebiscito
diário cara a cara consigo mesmo.
No
contrário, veja-se.
Se
o FN/RN fosse um partido de “extrema-direita” – como toda a imprensa francesa e
planetária informa desde 1984 – esse partido, diga-se novamente, deveria ser
interditado e as suas lideranças, presas e degredadas.
Como
não foi isso que aconteceu – ou seja, como o FN/RN não foi interditado nem as
suas lideranças acoimadas – abrem-se, agora, outras ponderações nada agradáveis
que induzem ao dilema a seguir.
- Ou bem os aplicadores da Constituição francesa estão
equivocados desde sempre – o que não parece razoável como percepção.
- Ou bem toda a opinião pública francesa está franca e fortemente
equivocada e alimentando ilusões – o que parece ser o mais consequente a
se reconhecer.
Vendo-se
tudo isso cruamente assim e voltando-se com frieza à inesperada decisão do
presidente Macron em promover a sexta dissolução do legislativo francês sob a
Quinta República, percebe-se a gravidade da situação. Que, ao fundo, como se
nota, não diz simplesmente respeito ao escore do RN nas europeias. Mas a um
empilhamento de dilemas, realidades e ilusões.
O
decano do PS, Lionel Jospin, tão logo apreendeu a natureza dessa recente
dissolução do legislativo, veio a público explicitar que ele nunca considerara
o FN nem o RN – e, portanto, também, Jean-Marie Le Pen nem Marine Le Pen – como
segmento de “extrema direita” nem nocivo à democracia francesa. Do contrário.
Sempre o reconheceu como legítimo e viável.
Desse
modo, caso o RN ganhe maioria no legislativo francês no pleito do fim deste mês
de junho e inícios do mês que vem, à integralidade da classe política francesa
vai restar reconhecer a legitimidade de um primeiro-ministro do RN. No caso,
seguramente, Jordan Bardella. E, por conseguinte, de um governo inteiramente
forjado por Marine Le Pen e por seus apaniguados.
É
evidente que, no caso de vitória do RN, o presidente Macron ainda vai dispor de
duas alternativas. Nenhuma delas satisfatória. A primeira seria de ignorar o
resultado legislativo e tentar construir um governo absorto da Assembleia. O
que seria democraticamente suicida. E a segunda – ainda mais complexa e
dramática – seria renunciar e entregar a presidência da República à escolha
popular novamente. Os dias dirão.
Por
agora, simplesmente, reconheça-se: triste França. Imersa em dilemas. Sobreposta
em derrota. Curiosa derrota.
Fonte:
Por Daniel Afonso da Silva, em A Terra é Redonda
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