sexta-feira, 28 de junho de 2024

Investidor alerta: apesar do investimento global, declínio econômico é esperado após eleição nos EUA

A economia global vai enfrentar tempos difíceis durante as eleições presidenciais dos EUA ou logo depois, disse à Sputnik o renomado investidor norte-americano Jim Rogers.

Rogers observou que a maioria dos mercados apresenta atualmente um bom desempenho e atinge novos máximos devido às enormes quantidades de dinheiro impressas por quase todos os bancos centrais em todo o mundo nos últimos meses e anos.

"Há muito dinheiro de graça por aí. Ele tem que ir para algum lugar e está indo para o mundo dos investimentos, então todos se estão divertindo [...]", disse Rogers. "Quando todo mundo está atingindo um novo máximo, isso é um risco. Sempre que isso aconteceu no passado, geralmente levou a um declínio, a um mercado ruim e a uma economia ruim [...]. Em breve isso será um problema."

Rogers explicou que, como os EUA são a maior economia do mundo, tudo o que acontece lá afeta o resto do mundo.

De acordo com Rogers, a recessão começará por volta da época das eleições nos EUA ou pouco depois.

As eleições presidenciais dos EUA serão realizadas em 5 de novembro. Os principais rivais na disputa são o atual presidente Joe Biden, um democrata, e seu antecessor republicano, Donald Trump.

Independentemente do vencedor nas próximas eleições presidenciais dos EUA, os mercados reagirão positivamente, mas esse período de "felicidade" será breve, disse o investidor norte-americano Jim Rogers à Sputnik.

"As pessoas esperam que Trump ganhe. Acham que Trump será bom para o mercado. Portanto, se ele vencer, os mercados permanecerão fortes, não por muito mais tempo, porque os mercados já estão fortes há muito tempo", disse Rogers. "Da mesma forma, se Biden vencer, muitas pessoas pensarão 'teremos as mesmas coisas boas de sempre'. Portanto, seja qual for o vencedor, o mercado ficará feliz por um curto período de tempo."

Rogers acrescentou que a força dos mercados não durará muito, pois já são fortes há muito tempo, por isso, independentemente de quem ganhe, os problemas vão começar logo depois das eleições.

¨      Qualquer falha de Biden em debate com Trump pode ser o 'fim de sua campanha'

Nesta quinta-feira (27) aconteceu o primeiro de dois debates acordados entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos. A Sputnik conversou com especialistas para saber como chega cada uma das campanhas e quais devem ser as estratégias para a vitória.

Joe Biden e Donald Trump subirão ao palco para realizar um debate com muitas particularidades e de grande importância política antes das eleições presidenciais norte-americanas em novembro. De acordo com a CNN, o encontro está previsto para 21h (horário de Brasília) na cidade de Atlanta.

A primeira peculiaridade é que esta é a primeira vez na história dos EUA que um presidente em exercício e um antigo chefe de Estado se enfrentam. Corroborando a singularidade do evento, é também o primeiro debate presidencial que será realizado antes das convenções partidárias, onde tradicionalmente são formalizadas candidaturas e lançadas oficialmente as campanhas.

Isso se deve ao fato de que, nesse ciclo eleitoral, já se saber há meses que Biden e Trump carregarão as bandeiras de seus respectivos partidos (Democrata e Republicano) nas eleições de 2024.

Vale lembrar que durante sua campanha anterior, Biden havia dito que seria apenas um "presidente de transição", sugerindo que passaria o manto para um líder mais jovem nas eleições seguintes. Logo após iniciar seu governo, contudo, o democrata começou a se retratar desses comentários, tornando claro que ele buscaria um segundo mandato.

A situação com Trump foi diferente, mas também é representativa da atração que exerce perante o establishment político e o eleitorado. Embora o Partido Republicano tenha levado a cabo uma corrida interna, Trump decidiu não participar nos debates entre os pré-candidatos, com a segurança de quem sabe que seu favoritismo era irreversível.

Os números provaram que ele tinha razão. Apesar da longa e variada lista de opositores republicanos, o magnata derrotou facilmente todos os seus correligionários em cada uma das votações primárias, tornando-se o candidato presidencial republicano pela terceira vez consecutiva.

·        Mesmos protagonistas, novas regras

Ainda que este debate seja uma repetição do confronto que ocorreu na campanha de 2020 — embora agora com os papéis alterados, com Biden como chefe de Estado e Trump como desafiante —, a rede CNN anunciou que o evento, com duração de 90 minutos, terá formato diferente das eleições anteriores.

Entre as novas regras anunciadas que a rede anunciou terem sido aceitas pelas campanhas de ambos os candidatos, está a de que o confronto será realizado em um estúdio sem plateia e que apenas o microfone de quem for a vez de falar estará aberto, evitando qualquer interrupção.

Além disso, os participantes não poderão ter notas escritas nem sair dos púlpitos ou fazer discursos de abertura. Os moderadores, os âncoras da CNN Jake Tapper e Dana Bash, vão direto às perguntas.

A mídia norte-americana anunciou ainda que, do grupo de cinco candidatos presidenciais, apenas participariam Joe Biden e Donald Trump, argumentando que foram os únicos que se qualificaram segundo as regras estabelecidas: ter um mínimo de 15% de intenção de voto a nível nacional e participarem nas primárias de estados suficientes para atingir 270 votos eleitorais — o número mágico para conquistar a presidência, segundo as regras do sistema do Colégio Eleitoral.

Dessa forma, os demais candidatos presidenciais, Jill Stein e Cornel West, da esquerda, assim como o advogado e ativista ambiental Robert F. Kennedy Junior, não estarão no jogo.

·        Como chega cada candidato?

Para Demian Bio, internacionalista formado pela Universidade de Buenos Aires, o debate presidencial — visto por dezenas de milhões de cidadãos ao vivo e depois por outras dezenas em clipes que circulam nas redes sociais — é sempre um acontecimento crucial na campanhas presidenciais. Dentre os dois participantes, desta vez é Biden quem sofre maior pressão para ter um bom desempenho, devido à fragilidade de sua candidatura.

"Atualmente, dado o seu índice de aprovação muito baixo, de cerca de 38%, e que as sondagens o mostram atrás de Trump, é o presidente quem deve mudar a trajetória da corrida e está mais do que obrigado a não falhar, porque pode ser o fim de sua campanha."

As declarações de Bio fazem alusão a recentes reportagens de que a liderança democrata estaria analisando a substituição de Biden como candidatos presidenciais se o seu desempenho no debate for fraco ou se exibir a mesma falta de preparo físico ou mental que vem demonstrando nos últimos meses.

"Esse é o outro grande desafio para Biden, cujos próprios eleitores democratas acreditam que ele é muito velho [81 anos] para concorrer a um segundo mandato e que nos últimos tempos cometeu todo tipo de gafes que mostram deterioração da capacidade física e mental."

"Agora, o presidente deve demonstrar que está em melhores condições do que parece ou do que as pessoas acreditam, o que não será fácil, porque ele é um homem objetivamente muito velho, que terá que ficar 90 minutos em pé, sem ajuda, sob os olhos do mundo inteiro", diz Bio.

Segundo o especialista, essas baixas expectativas para Biden "também podem funcionar a seu favor, porque se ele não cometer grandes erros, se não ficar muito tempo calado ou parecer perdido no palco, como tem acontecido com mais e mais frequência ultimamente, pode parecer que não está tão mal".

"No entanto, se perante uma audiência tão grande Biden parecesse tão deteriorado e confuso como tem estado, mesmo os eleitores democratas poderiam repensar o seu voto, e a campanha terminaria", acredita o internacionalista.

De qualquer forma, alerta Bio, o presidente democrata deve ter cuidado para não exagerar diante das câmeras.

"Se querendo parecer duro para dissipar todas as dúvidas sobre o seu estado físico e mental, Biden decidir levar a cabo uma estratégia muito agressiva, isso poderá funcionar contra ele […]. Esse foi um erro que Trump cometeu no seu primeiro debate com Biden em 2020, em que o então presidente esteve constantemente no ataque, e que não caiu bem entre os indecisos e independentes, que são o bloco-chave que deve ser seduzido em todas as eleições nos Estados Unidos".

Sobre Trump, Bio salienta que embora as duas últimas grandes sondagens, publicadas nesta semana pelo The New York Times e pelo The Washington Post, o mostrem à frente em quase todo os estados disputados — os chamados "swing states", que definem as eleições —, o republicano não pode confiar que já ganhou a corrida e deve ser mais moderado do que o habitual.

"Trump tem sido muito inteligente durante todos esses meses, concentrando a sua campanha em questões como o crescimento da imigração ilegal na fronteira, o aumento dos preços e como isso afeta as comunidades hispânicas e afro-americanas."

"E também ao apontar várias questões espinhosas para Biden, como alegados escândalos de corrupção, o aumento das despesas públicas, incluindo o financiamento de Kiev e a possibilidade de levar os EUA a uma guerra com a Rússia e a China. Ou seja, ele tem se concentrado nas questões, e não na pessoa, e isso o ajudou a crescer nas pesquisas", afirma o especialista.

Já Biden e sua equipe optaram por centrar sua campanha em questões diferentes, como o acesso ao aborto e a suposta defesa da democracia, procurando associar Trump à revogação desse direito constitucional pelo Supremo Tribunal em 2022 e com o cerco ao Capitólio por seus seguidores em 2021, sublinha Bio.

Embora sejam questões que mobilizam muitos eleitores e ativistas democratas, diz o especialista, elas não aparecem no topo da lista de prioridades do eleitorado geral, como acontece com a imigração ilegal ou o aumento do preço dos alimentos, da habitação ou da energia, segundo as sondagens.

"Portanto, se somarmos a percepção de falta de capacidade devido à idade avançada, aos maus resultados econômicos, à baixa popularidade e à falta de ligação da sua campanha com o eleitorado, Biden parece caminhar para uma derrota quase certa."

"A noite do primeiro debate é uma oportunidade para ver se ele fará algo a respeito ou se continuará no mesmo caminho", conclui.

¨      Trump lidera intenção de votos contra Biden antes do debate presidencial dos EUA, aponta pesquisa

Os norte-americanos favorecem Donald Trump em vez de Joe Biden como seu próximo presidente em várias medidas, de acordo com uma pesquisa Gallup divulgada nesta quinta-feira (27), antes do debate presidencial entre os candidatos.

Trump recebeu uma avaliação geral favorável de 46% na pesquisa, realizada de 3 a 23 de junho, depois de ter sido condenado por um tribunal de Nova York por 34 acusações criminais. Foi também a classificação mais alta para ele desde abril de 2020.

Em comparação, Biden recebeu uma avaliação favorável de 37%. Mais republicanos favoreceram Trump como candidato do seu partido (91%) do que democratas que apoiam Biden (81%).

Trump liderou a pesquisa em termos de ter as "qualidades de personalidade e liderança" necessárias de um presidente por oito pontos. Mais norte-americanos (49%) também disseram concordar com Trump em questões importantes em comparação com Biden (37%).

Embora ambos os candidatos tenham apenas alguns anos de diferença de idade, muito mais norte-americanos disseram estar "muito preocupados" com a idade avançada de Biden, de 81 anos (59%), do que com os 78 anos de Trump (18%). Além disso, mais de metade dos eleitores norte-americanos (56%) viam Biden como "demasiado liberal", enquanto 44% viam Trump como "demasiado conservador".

As eleições presidenciais dos EUA estão marcadas para novembro de 2024. Os principais candidatos esperados nas urnas são Biden e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que obtiveram votos de delegados suficientes para serem os presumíveis candidatos dos respectivos partidos Democrata e Republicano.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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