MP-BA quer
investigação sobre vazamento de processo sigiloso envolvendo Porto Seguro
Com
o vazamento das informações de processo sigiloso que envolve a investigação de
um suposto esquema de corrupção na comarca de Porto Seguro, o Ministério
Público da Bahia (MP-BA) pode requerer uma investigação do caso. Na sessão do
Órgão Especial do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) desta quarta-feira (26),
a procuradora-geral Adjunta, Wanda Valbiraci Caldas Figueiredo, cobrou a
apuração dos fatos.
“Que
tem que ser investigado tem, principalmente porque não é o primeiro caso”,
destacou Figueiredo. Segundo a procuradora, a Coordenadoria de Segurança
Institucional e Inteligência (CSI) deve ser acionada.
O
processo em questão foi julgado em sessão sigilosa do Tribunal Pleno no dia 19
de junho e neste dia, os desembargadores decidiram pelo afastamento cautelar
dos juízes André Marcelo Strogenski, 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais;
Fernando Machado Paropat Souza, da 1ª Vara dos Feitos Relativos às Relações de
Consumo, Cíveis, Comerciais, Consumidor e Registro Público; e Rogério Barbosa
de Sousa e Silva, da Vara da Infância e Juventude e Execução de Medidas
Sócio-Educativas.
Segundo
Figueiredo, o que surpreendeu é que no dia seguinte ao fato a imprensa já havia
noticiado e identificado os magistrados afastados, e poucos dias depois
informações na íntegra do voto da Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ).
“O
processo se encontrava e se encontra em segredo de justiça”, reforçou o
corregedor-geral de Justiça, desembargador Roberto Maynard Frank. “É um fato:
houve vazamento [de informações]. Que vazou, vazou. Não dá para tapar o sol com
a peneira. Da Corregedoria não saiu nenhuma informação”, destacou.
O
desembargador Mário Albiani Jr. corroborou com a suposição do vazamento e
afirmou “que não partiu dos desembargadores”. O desembargador Nilson Soares
Castelo Branco pediu a fala para dizer que o vazamento de informações de
processos sigilosos é crime previsto pelo Código Penal. “A imprensa não tem
culpa. O problema é quem envia e viola esse segredo”, frisou.
A
presidente do TJ-BA, desembargadora Cynthia Maria Pina Resende, destacou que o
voto da CGJ só foi disponibilizado na própria Corregedoria e nos gabinetes dos
desembargadores, podendo ter havido “algum acesso indevido de algum servidor,
algum assessor”. “O relatório foi exposto na íntegra”, disse.
• OAB de Porto Seguro esclarece carta
de agradecimento a juiz afastado: “Nada tem a ver com este caso”
Uma
carta atribuída à Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia
(OAB-BA) em Porto Seguro, em agradecimento ao serviços prestados pelo juiz
Fernando Machado Paropat Souza, titular da 1ª Vara dos Feitos Relativos às
Relações de Consumo, Cíveis, Comerciais e Registros Públicos, na comarca, tem
circulado em grupos e redes sociais. O magistrado foi afastado cautelarmente do
cargo no último dia 19, sob a suspeita de praticar crimes de corrupção, fraude
processual, lavagem de dinheiro, grilagem e agiotagem.
No
documento, assinado pela presidente da OAB de Porto Seguro, Fernanda Salvatore,
a Subseção agradece ao juiz pelo “tempo dedicado à advocacia” da região e
agradece ao magistrado pela “disponibilidade em ouvir, interagir, compartilhar
conhecimento e experiências, em um diálogo generoso, mesmo ante tantos
afazares”.
No
entanto, em nota enviada ao Bahia Notícias, Salvatore esclarece que a carta foi
emitida e entregue a Paropat no ano passado - como consta no documento -, antes
mesmo da abertura da investigação pela Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ) do
Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
“A
declaração de bom relacionamento institucional nada tem a ver com este caso.
Foi emitida em 24 de maio deste ano, antes do afastamento do juiz, que ocorreu
somente no dia 20 de junho, quando a OAB Subseção Porto ainda desconhecia a
existência do processo de sindicância, que tramita em segredo de Justiça. Tal
declaração atesta apenas que, do ponto de vista da defesa das prerrogativas
profissionais da advocacia, o juiz mantinha bom diálogo institucional com a
Subseção”, diz a entidade.
“A
carta de agradecimento da OAB Subseção Porto Seguro, por sua vez, foi emitida
no dia 15 de junho do ano passado e também nada tem a ver com o caso em
questão. Trata-se tão somente de um agradecimento pela participação em um
evento realizado no fórum de Porto Seguro entre os dias 14 e 19 de junho de
2023, com a presença do juiz de mais duas magistradas, sendo que, ao final,
todos receberam a carta”, reforça o comunicado.
Além
de Fernando Machado Paropat Souza, o TJ-BA também afastou dos cargos os juízes
Rogério Barbosa de Sousa e Silva, titular da Vara da Infância e Juventude e
Execução de Medidas Sócio Educativa; e André Marcelo Strogenski, titular da 1ª
Vara Criminal, Júri e Execuções Penais. Investigações da CGJ indicam que o
suposto esquema de corrupção na Costa do Descobrimento baiano, envolve juízes,
advogados, promotor, empresários e membros do Poder Executivo municipal.
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Leia a nota na íntegra:
A
OAB Subseção Porto Seguro é favorável ao afastamento dos juízes e quer uma
apuração profunda e rápida de todos os indícios de irregularidades. Essa é a
nossa posição oficial, divulgada na última sexta-feira, dia 21 de junho, no
site da OAB da Bahia, um dia após a decisão do Tribunal de Justiça que afastou
os magistrados.
A
declaração de bom relacionamento institucional nada tem a ver com este caso.
Foi emitida em 24 de maio deste ano, antes do afastamento do juiz, que ocorreu
somente no dia 20 de junho, quando a OAB Subseção Porto ainda desconhecia a
existência do processo de sindicância, que tramita em segredo de Justiça. Tal
declaração atesta apenas que, do ponto de vista da defesa das prerrogativas
profissionais da advocacia, o juiz mantinha bom diálogo institucional com a
Subseção.
A
carta de agradecimento da OAB Subseção Porto Seguro, por sua vez, foi emitida
no dia 15 de junho do ano passado e também nada tem a ver com o caso em
questão. Trata-se tão somente de um agradecimento pela participação em um
evento realizado no fórum de Porto Seguro entre os dias 14 e 19 de junho de
2023, com a presença do juiz de mais duas magistradas, sendo que, ao final,
todos receberam a carta.
Sobre
o afastamento dos juízes, cabe destacar que, além da nota pública que emitimos
no último dia 21 de junho, a OAB Subseção Porto Seguro colaborou com a
Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ-TJBA) na apuração e acompanhará atentamente
todos os desdobramentos da investigação.
Do
mesmo modo, quando a correição foi realizada pela Corregedoria-Geral na Comarca
de Porto Seguro, todos os pontos encaminhados oficialmente pela advocacia foram
levados ao conhecimento do corregedor-geral.
A
Subseção de Porto Seguro reafirma seu compromisso com a classe e seguirá
lutando sempre pelos interesses da advocacia, indispensável à administração da
justiça.
Fonte:
BN
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