Barreira hematoencefálica: o que é e suas
funções
A barreira
hematoencefálica (BHE) é formada por células endoteliais alinhadas com os
capilares, que criam uma barreira entre o sangue circulante e o tecido nervoso.
Esta membrana é uma estrutura que impede ou dificulta que certas substâncias
prejudiciais atinjam o sistema nervoso central (SNC) e o LCR. Além disso,
permitindo a entrada de moléculas essenciais.
A barreira serve como
uma peneira ou filtro através do qual apenas moléculas de um determinado
tamanho ou menor podem penetrar. A capacidade da barreira hematoencefálica de
restringir severamente a entrada de determinados compostos evita o acesso
direto ao cérebro e ao sistema nervoso.
Em inglês, a barreira
é conhecida como “The Blood-brain Barrier” (BBB).
• Como a barreira hematoencefálica
funciona?
A principal função da
barreira hematoencefálica é regular o ambiente químico em que as células operam
no nível neuronal. Que é onde ocorrem todas as atividades especiais do cérebro.
Para isso, esta
membrana seletivamente permeável controla a passagem de uma infinidade de
moléculas, grandes e pequenas, para o microambiente dos neurônios. Isso com a
ajuda de vários canais de transporte celular espalhados ao longo da membrana.
Esses canais incluem:
• transportadores de aminoácidos;
• condutor de glicose 1 (GLUT1);
• transportadores de nucleosídeos e
nucleotídeos;
• condutores de monocarboxilato (MCT1 e
MCT2);
• transportadores de íons (bombas Na + / K
+ -ATPase), que facilitam o transporte de moléculas essenciais para o cérebro.
Além de facilitar a
absorção de aminoácidos, os transportadores de aminoácidos podem transportar
metais pesados indesejáveis para o ambiente imediato do cérebro.
Consequentemente, em concentrações altas o suficiente, isso resultará em
neurotoxicidade. GLUT1 e os transportadores MCT carregam glicose, lactato e
cetonas, respectivamente.
• Estrutura da barreira hematoencefálica
A barreira
hematoencefálica foi descoberta no final do século 19. Quando o médico alemão
Paul Ehrlich injetou um corante na corrente sanguínea de um camundongo. Para
sua surpresa, a tinta infiltrou todos os tecidos, exceto o cérebro e a medula
espinhal.
O método comprovou a
existência de uma barreira entre o cérebro e o sangue. Porém, só na década de
1960 os pesquisadores puderam usar microscópios poderosos o suficiente para
determinar a camada física da barreira sangue-cérebro.
A estrutura principal
da hematoencefálica é a “junção endotelial estreita”. As células endoteliais
revestem o interior de todos os vasos sanguíneos. Nos capilares que formam a
barreira hematoencefálica, as células endoteliais ficam extremamente próximas umas
das outras, formando as chamadas junções compactas.
A lacuna estreita
permite que apenas pequenas moléculas, moléculas solúveis em gordura e alguns
gases passem livremente através da parede capilar. E, depois disso, entrem no
tecido cerebral. Algumas moléculas maiores, como a glicose, podem entrar por
meio de proteínas transportadoras. Essas agem como portas especiais que se
abrem apenas para moléculas específicas.
Ao redor das células
endoteliais dos vasos do fluxo sanguíneo estão outros componentes da barreira
hematoencefálica. Esses componentes não estão estritamente envolvidos em
impedir que as coisas cheguem do sangue ao cérebro. Porém, se comunicam com as
células que formam a barreira.
O objetivo da barreira
é proteger contra toxinas circulantes ou patógenos que podem causar infecções
cerebrais. Enquanto, ao mesmo tempo, permite que nutrientes vitais cheguem ao
cérebro. Sua outra função é ajudar a manter níveis relativamente constantes de
hormônios, nutrientes e água no cérebro.
• O que acontece se a barreira
hematoencefálica for danificada?
Muitas doenças,
infecções e lesões podem prejudicar de alguma forma a estrutura da barreira
hematoencefálica. Uma delas é a infecção bacteriana provocada, por exemplo,
pela doença meningocócica. As bactérias meningocócicas podem se ligar à parede
endotelial, fazendo com que as junções fechadas se abram ligeiramente.
Como resultado, a
barreira se torna mais porosa, permitindo que bactérias e outras toxinas
infectem o tecido cerebral. Isso pode resultar na inflamação e, em casos
graves, em morte.
Quando a estrutura da
barreira hematoencefálica é danificada, toxinas, microrganismos patogênicos ou
células do sistema imunológico podem entrar no cérebro e causar inflamação do
sistema nervoso central. Com isso, as células libertam citocinas, substâncias
segregadas em processos inflamatórios e outras atividades do sistema
imunológico. Assim, danificando os neurônios e levando ao surgimento de doenças
neurológicas.
Uma dessas doenças é a
doença autoimune esclerose múltipla, que leva o sistema imunológico a atacar o
sistema nervoso. Os cientistas acreditam que problemas na barreira
hematoencefálica desempenham um papel importante no desenvolvimento da
esclerose múltipla.
Certas respostas
inflamatórias na fase inicial da doença contribuem para aumentar a
permeabilidade da barreira, permitindo a entrada de células imunitárias no
cérebro. Com isso, a resposta inflamatória no sistema nervoso central aumenta.
O que, consequentemente, torna a barreira mais disfuncional e danifica ainda
mais as células nervosas.
• Curando o cérebro com óleos essenciais
A barreira
hematoencefálica geralmente é muito eficaz para evitar que substâncias
indesejadas acessem o cérebro, mas isso também tem um lado negativo. A maioria
dos tratamentos com drogas não cruza prontamente a barreira. O que representa
um grande impedimento para o tratamento de distúrbios mentais e neurológicos.
Dieta e suplementos,
embora críticos na cura do corpo, têm se mostrado limitados no acesso ao
cérebro. Com a notável exceção dos ácidos graxos essenciais e remédios baseados
em lipossomas que, como o cérebro, são baseados em gordura.
No entanto, os óleos
essenciais são exclusivamente adequados para cruzar a barreira hematoencefálica
a fim de acessar e curar o cérebro. Isso ocorre porque o cérebro é composto
principalmente de gordura. Sabemos que semelhante atrai semelhante, que é uma
das razões pelas quais funciona a terapia com óleos essenciais.
• Compostos incrivelmente pequenos
Esses óleos são
solúveis em gordura e o cérebro é composto principalmente de gordura. Mas um
dos principais motivos pelos quais os óleos essenciais são tão eficazes em sua
capacidade de acessar e curar o cérebro é o fato de que os compostos voláteis
dos óleos essenciais são incrivelmente pequenos, tornando-os especialmente
adequados para cruzar a barreira hematoencefálica. Uma vez cruzados, os óleos
essenciais podem absorver rapidamente e interagir com os receptores no sistema
nervoso central para apoiar a cura.
A combinação única da
natureza pequena e lipossolúvel dos óleos essenciais parece desempenhar um
papel fundamental na sua eficácia única. Visto que a solubilidade lipídica
parece ser um fator importante que ajuda a facilitar a passagem através da
barreira hematoencefálica. Por exemplo, as moléculas solúveis em água
geralmente não penetram no tecido cerebral, mesmo que sejam muito pequenas.
Esta é uma das razões
pelas quais os ácidos graxos essenciais, como os suplementos de ômega-3,
funcionam tão bem para apoiar a saúde do cérebro. Da mesma forma, a natureza
lipossolúvel dos óleos essenciais permite que eles permeiem as membranas da
pele antes de serem capturados e drenados para o sistema circulatório.
Fonte: eCycle
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