Dormir junto com pets pode ser negativo,
conforme novo estudo
Dormir junto com pets
pode ser negativo, afirma um novo estudo publicado por um trio de pesquisadores
no periódico Scientific Reports em março desse ano. Dormir com o seu cãozinho,
então, pode não ser tão benéfico assim.
“Os animais de
estimação são um reconhecido determinante social da saúde que demonstrou
reduzir o risco de doenças e promover a saúde e o bem-estar, em parte, devido à
sua influência nas rotinas comportamentais diárias dos seres humanos, incluindo
padrões de sono-vigília”, explicam os pesquisadores no artigo. “No entanto,
apesar da prevalência da coabitação humano-animal na sociedade moderna, a
influência dos animais de estimação no sono humano permanece pouco estudada em
relação ao impacto do co-leito com outros seres humanos, como o cônjuge ou os
filhos”.
No estudo, os
pesquisadores utilizaram uma amostra de mais de 1500 adultos dos Estados
Unidos. A amostra foi feita de maneira a ter uma representatividade nacional, a
fim de evitar vícios regionais.
Aos voluntários, foi
requisitado que preenchessem um questionário, que continha questionamentos
sobre o sono deles. Metade dos entrevistados relatou dormir junto com animais
de estimação. O estudo considerou dormir junto como dividir o quarto por pelo
menos uma parte da noite.
• Dormir junto com pets pode ser negativo
Analisando os dados,
os pesquisadores verificaram que quem dormia com cães tinha uma pior qualidade
do sono e mais sintomas de insônia do que quem não dormia com seus pets.
Entretanto, com gatos não foram encontradas evidências desse efeito negativo.
Os participantes que
relataram co-leito com animais de estimação tiveram pior percepção de qualidade
do sono e maior gravidade da insônia do que aqueles que não o fizeram; no
entanto, o co-leito com animais de estimação não foi associado à percepção da eficiência
do sono ou à saúde do sono multidimensional, segundo relatado no estudo.
Os pesquisadores
explicam ainda que “não encontramos evidências de efeitos tamponantes do
estresse do co-leito com animais de estimação sobre as características do
sono”.
Ao imaginar que
poderia haver um vício demográfico, os pesquisadores realizaram a
contabilização das diferenças demográficas, mas o efeito negativo permaneceu em
relação aos cães e a neutralidade dos gatos também se manteve.
Dormir junto com pets
pode ser negativo, mas os pesquisadores relatam que apesar desses efeitos
negativos, 93% das pessoas acreditam que os pets possuíam um efeito positivo em
seu sono.
“O co-leito com
animais de estimação foi associado a piores características de sono –
especificamente, pior qualidade do sono percebida e maior gravidade da insônia.
Essa observação é consistente com os achados de uma investigação anterior
realizada por Smith et al. que descobriu que os adultos que co-dormiam com
animais de estimação demoravam mais para adormecer, eram mais propensos a se
sentir cansados ao acordar e eram mais propensos a relatar distúrbios devido a
ruídos relacionados a animais à noite do que aqueles que não co-dormiam com
animais de estimação”, explica a equipe.
Apesar dos resultados
do estudo, outros estudos obtiveram resultados variados, que vão desde
resultados que indicam benefícios para o sono, malefícios, resultados neutros
ou um misto do dois resultados. Assim, novos estudos se fazem necessários para
que os cientistas possam entender quais resultados se aplicam em quais
maneiras.
“Assim, permanece a
necessidade de evidências adicionais sobre o efeito do co-leito com animais de
estimação na qualidade do sono e outras características do sono, incluindo
avaliações da gravidade dos sintomas de insônia e saúde do sono
multidimensional”, diz a equipe.
Por exemplo, o estudo
não considera se as pessoas estavam dormindo com outras pessoas na cama, como
um cônjuge ou filhos. Assim, são necessários estudos mais detalhados que
analisem as diferenças na rotina.
Sabe-se que há
diversos pontos positivos na convivência com animais de estimação para a saúde
mental e até mesmo a saúde do corpo. Então, estudos futuros devem balancear e
levar tudo em consideração para entender os efeitos no geral da convivência de
animais de estimação.
Custo dos brasileiros com pets passa dos
R$200 por mês
As pessoas que têm
animais de estimação sabem o amor que esses animais dão aos seus tutores. O
amor é tanto que os pets acabam sendo considerados membros da família. Por
conta disso, é natural que os tutores queiram dar o melhor para seus
companheiros de quatro patas, priorizando cuidados com a saúde e bem-estar.
Mas claro que esses
cuidados e mordomias não saem barato. Para se ter uma ideia, a média gasta
pelos brasileiros por mês com seus pets é de mais de R$ 200, o que impulsionou
o crescimento do mercado pet no país. O crescimento desse setor foi tanto que o
Brasil é o terceiro país no ranking que mais consome esse segmento, perdendo
somente para os EUA e a China.
De acordo com dados da
Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação
(Abinpet), no Brasil existem 167,6 milhões de pets, tendo os cachorros e gatos
liderando os números com 67,8 milhões e 33,6 milhões, respectivamente.
Esse número é tão alto
porque a maior parte das pessoas tem o pensamento que os animais diminuem o
estresse e trazem felicidade. Por conta disso, além de priorizar os cuidados,
os tutores também preferem comprar produtos de empresas que apoiam a causa animal.
Esse amor pelos
animais impulsiona pessoas a entrarem no ramo, como foi o caso de Flávio
Calmon, que abriu um salão para os pets. Ele é a prova de que os tutores sempre
buscam uma sofisticação maior para o atendimento dos seus animais, por isso até
criou um modelo de negócio que tem uma abordagem que minimiza o medo e o
estresse.
“O modelo nasceu da
necessidade de oferecer um serviço de alto padrão para cães de raças
específicas. Nosso foco está no bem-estar, diversão e beleza do animal, com o
uso de produtos e equipamentos tecnológicos avançados”, contou.
• Custos com pets
De acordo com os dados
da Koin, uma fintech, mais da metade dos brasileiros, 56,4%, gastam mais de R$
200 mensalmente com seus pets. Enquanto isso, 29,2% desembolsam entre R$ 100 a
R$ 200; 9% entre R$ 50 e R$ 10; e somente 5,4% gastam menos de R$ 50 por mês.
Um fator que entra
nessa conta é a saúde dos animais. Com 44,6% dos tutores levando seu pet ao
veterinário uma vez no ano; 26,7% levando semestralmente; e 15,8% indo a cada
três meses.
Contudo, o que mais
pesa nos gastos é a alimentação. Dentre os custos principais, eles são
divididos em: ração (70%), medicamentos (6,9%) e produtos de higiene como xampu
e escova (5,9%).
E o que pode
surpreender muitas pessoas é que várias casas estão dispostas a investir mais
nos pets independente da classe social. “O que difere é que as classes A e B,
em geral, possuem maior renda disponível e estão mais dispostas a investir em
serviços de qualidade para seus pets, incluindo banho e tosa”, explicou Calmon.
• O que é o mercado pet?
Esse mercado engloba
todos os produtos e serviços voltados para os cuidados e lazer dos animais de
estimação. De acordo com Juana Angelim, diretora de operações da Koin, isso vai
desde as coisas básicas, como ração e higiene, até coisas mais mirabolantes
como planos de saúde, creches, adestramento, avanderias especializadas, dog
walker, entre outras opções.
Como esse é um mercado
que tem crescido bastante, até mesmo marcas de luxo começaram a criar produtos
para o ramo, como por exemplo, Moschino, Vivara e Zara.
Para se ter uma ideia
do rendimento desse setor, de acordo com uma estimativa feita pelo Instituto
Pet Brasil (IPB), o segmento faturou R$ 68,4 bilhões em 2023. Com relação à
2022, que teve um faturamento de R$ 60,2 bilhões, houve um aumento de 13,6%.
Com relação aos
serviços de banho e tosa, em 2023 o aumento foi de 12,4% arrecadando um total
de R$ 10,2 bilhões. Isso representa 14,9% do mercado do Brasil.
“Os pets sempre foram
importantes para as pessoas, e ganharam uma relevância maior durante a
pandemia. Quando os laços se estreitaram, abriu oportunidades para novos
produtos, serviços e negócios”, pontuou Angelim.
O estimado é que esse
mercado cresça nos próximos anos. “Isso porque é menos afetado por crises
econômicas, já que as pessoas não tendem a renunciar aos cuidados com seus
bichinhos”, disse Angelim.
Fonte: Só
Cientifica/UOL
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