segunda-feira, 29 de abril de 2024

Dormir junto com pets pode ser negativo, conforme novo estudo

Dormir junto com pets pode ser negativo, afirma um novo estudo publicado por um trio de pesquisadores no periódico Scientific Reports em março desse ano. Dormir com o seu cãozinho, então, pode não ser tão benéfico assim.

“Os animais de estimação são um reconhecido determinante social da saúde que demonstrou reduzir o risco de doenças e promover a saúde e o bem-estar, em parte, devido à sua influência nas rotinas comportamentais diárias dos seres humanos, incluindo padrões de sono-vigília”, explicam os pesquisadores no artigo. “No entanto, apesar da prevalência da coabitação humano-animal na sociedade moderna, a influência dos animais de estimação no sono humano permanece pouco estudada em relação ao impacto do co-leito com outros seres humanos, como o cônjuge ou os filhos”.

No estudo, os pesquisadores utilizaram uma amostra de mais de 1500 adultos dos Estados Unidos. A amostra foi feita de maneira a ter uma representatividade nacional, a fim de evitar vícios regionais.

Aos voluntários, foi requisitado que preenchessem um questionário, que continha questionamentos sobre o sono deles. Metade dos entrevistados relatou dormir junto com animais de estimação. O estudo considerou dormir junto como dividir o quarto por pelo menos uma parte da noite.

        Dormir junto com pets pode ser negativo

Analisando os dados, os pesquisadores verificaram que quem dormia com cães tinha uma pior qualidade do sono e mais sintomas de insônia do que quem não dormia com seus pets. Entretanto, com gatos não foram encontradas evidências desse efeito negativo.

Os participantes que relataram co-leito com animais de estimação tiveram pior percepção de qualidade do sono e maior gravidade da insônia do que aqueles que não o fizeram; no entanto, o co-leito com animais de estimação não foi associado à percepção da eficiência do sono ou à saúde do sono multidimensional, segundo relatado no estudo.

Os pesquisadores explicam ainda que “não encontramos evidências de efeitos tamponantes do estresse do co-leito com animais de estimação sobre as características do sono”.

Ao imaginar que poderia haver um vício demográfico, os pesquisadores realizaram a contabilização das diferenças demográficas, mas o efeito negativo permaneceu em relação aos cães e a neutralidade dos gatos também se manteve.

Dormir junto com pets pode ser negativo, mas os pesquisadores relatam que apesar desses efeitos negativos, 93% das pessoas acreditam que os pets possuíam um efeito positivo em seu sono.

“O co-leito com animais de estimação foi associado a piores características de sono – especificamente, pior qualidade do sono percebida e maior gravidade da insônia. Essa observação é consistente com os achados de uma investigação anterior realizada por Smith et al. que descobriu que os adultos que co-dormiam com animais de estimação demoravam mais para adormecer, eram mais propensos a se sentir cansados ao acordar e eram mais propensos a relatar distúrbios devido a ruídos relacionados a animais à noite do que aqueles que não co-dormiam com animais de estimação”, explica a equipe.

Apesar dos resultados do estudo, outros estudos obtiveram resultados variados, que vão desde resultados que indicam benefícios para o sono, malefícios, resultados neutros ou um misto do dois resultados. Assim, novos estudos se fazem necessários para que os cientistas possam entender quais resultados se aplicam em quais maneiras.

“Assim, permanece a necessidade de evidências adicionais sobre o efeito do co-leito com animais de estimação na qualidade do sono e outras características do sono, incluindo avaliações da gravidade dos sintomas de insônia e saúde do sono multidimensional”, diz a equipe.

Por exemplo, o estudo não considera se as pessoas estavam dormindo com outras pessoas na cama, como um cônjuge ou filhos. Assim, são necessários estudos mais detalhados que analisem as diferenças na rotina.

Sabe-se que há diversos pontos positivos na convivência com animais de estimação para a saúde mental e até mesmo a saúde do corpo. Então, estudos futuros devem balancear e levar tudo em consideração para entender os efeitos no geral da convivência de animais de estimação.

 

       Custo dos brasileiros com pets passa dos R$200 por mês

 

As pessoas que têm animais de estimação sabem o amor que esses animais dão aos seus tutores. O amor é tanto que os pets acabam sendo considerados membros da família. Por conta disso, é natural que os tutores queiram dar o melhor para seus companheiros de quatro patas, priorizando cuidados com a saúde e bem-estar.

Mas claro que esses cuidados e mordomias não saem barato. Para se ter uma ideia, a média gasta pelos brasileiros por mês com seus pets é de mais de R$ 200, o que impulsionou o crescimento do mercado pet no país. O crescimento desse setor foi tanto que o Brasil é o terceiro país no ranking que mais consome esse segmento, perdendo somente para os EUA e a China.

De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), no Brasil existem 167,6 milhões de pets, tendo os cachorros e gatos liderando os números com 67,8 milhões e 33,6 milhões, respectivamente.

Esse número é tão alto porque a maior parte das pessoas tem o pensamento que os animais diminuem o estresse e trazem felicidade. Por conta disso, além de priorizar os cuidados, os tutores também preferem comprar produtos de empresas que apoiam a causa animal.

Esse amor pelos animais impulsiona pessoas a entrarem no ramo, como foi o caso de Flávio Calmon, que abriu um salão para os pets. Ele é a prova de que os tutores sempre buscam uma sofisticação maior para o atendimento dos seus animais, por isso até criou um modelo de negócio que tem uma abordagem que minimiza o medo e o estresse.

“O modelo nasceu da necessidade de oferecer um serviço de alto padrão para cães de raças específicas. Nosso foco está no bem-estar, diversão e beleza do animal, com o uso de produtos e equipamentos tecnológicos avançados”, contou.

        Custos com pets

De acordo com os dados da Koin, uma fintech, mais da metade dos brasileiros, 56,4%, gastam mais de R$ 200 mensalmente com seus pets. Enquanto isso, 29,2% desembolsam entre R$ 100 a R$ 200; 9% entre R$ 50 e R$ 10; e somente 5,4% gastam menos de R$ 50 por mês.

Um fator que entra nessa conta é a saúde dos animais. Com 44,6% dos tutores levando seu pet ao veterinário uma vez no ano; 26,7% levando semestralmente; e 15,8% indo a cada três meses.

Contudo, o que mais pesa nos gastos é a alimentação. Dentre os custos principais, eles são divididos em: ração (70%), medicamentos (6,9%) e produtos de higiene como xampu e escova (5,9%).

E o que pode surpreender muitas pessoas é que várias casas estão dispostas a investir mais nos pets independente da classe social. “O que difere é que as classes A e B, em geral, possuem maior renda disponível e estão mais dispostas a investir em serviços de qualidade para seus pets, incluindo banho e tosa”, explicou Calmon.

        O que é o mercado pet?

Esse mercado engloba todos os produtos e serviços voltados para os cuidados e lazer dos animais de estimação. De acordo com Juana Angelim, diretora de operações da Koin, isso vai desde as coisas básicas, como ração e higiene, até coisas mais mirabolantes como planos de saúde, creches, adestramento, avanderias especializadas, dog walker, entre outras opções.

Como esse é um mercado que tem crescido bastante, até mesmo marcas de luxo começaram a criar produtos para o ramo, como por exemplo, Moschino, Vivara e Zara.

Para se ter uma ideia do rendimento desse setor, de acordo com uma estimativa feita pelo Instituto Pet Brasil (IPB), o segmento faturou R$ 68,4 bilhões em 2023. Com relação à 2022, que teve um faturamento de R$ 60,2 bilhões, houve um aumento de 13,6%.

Com relação aos serviços de banho e tosa, em 2023 o aumento foi de 12,4% arrecadando um total de R$ 10,2 bilhões. Isso representa 14,9% do mercado do Brasil.

“Os pets sempre foram importantes para as pessoas, e ganharam uma relevância maior durante a pandemia. Quando os laços se estreitaram, abriu oportunidades para novos produtos, serviços e negócios”, pontuou Angelim.

O estimado é que esse mercado cresça nos próximos anos. “Isso porque é menos afetado por crises econômicas, já que as pessoas não tendem a renunciar aos cuidados com seus bichinhos”, disse Angelim.

 

Fonte: Só Cientifica/UOL

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