Febre reumática: o que é a doença, sintomas
e tratamento
O nome é familiar, mas
a enfermidade - com seus sintomas, causas e consequências - talvez não seja
tanto assim. A febre reumática é uma doença autoimune inflamatória, que se
desenvolve como decorrência de uma infecção de garganta pela bactéria
Streptococcus pyogenes não tratada corretamente. Ou seja, ela aparece apenas
posteriormente ao quadro infeccioso, e depende de uma predisposição genética. É
mais frequente a partir dos 3 anos de idade até a adolescência.
"Depois de duas
ou três semanas, ocorrem algumas manifestações clínicas, como febre e dores
articulares", explica o médico reumatologista Marco Antônio Araújo da
Rocha Loures, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Essas
dores, principal sintoma da febre reumática, são diferentes daquelas da artrite
reumatoide, pois não surgem simultaneamente em diferentes partes do corpo.
"Por exemplo, primeiro a dor aparece no tornozelo, depois vai para o
joelho e, então, sobe para os membros superiores", diz o especialista.
Pode haver ainda inchaço e calor nas regiões articulares.
Outra manifestação
importante - e mais grave - é a cardite, que é a inflamação das camadas do
coração, podendo levar a comprometimentos graves. "Pelo exame clínico, nós
identificamos o sopro cardíaco. Podemos pedir ainda um ecodopplercardiograma
[exame ultrassonográfico do órgão] para avaliar o tamanho da lesão", diz o
reumatologista. Em alguns casos, ele aponta que pode ser necessária a cirurgia
para troca de válvula cardíaca.
Mais um sintoma
possível, e que está ligado à cardite, são as lesões de pele, "os chamados
rashes cutâneos de coloração vermelha, que podem surgir e sumir rapidamente,
principalmente no tronco", diz Loures. Nódulos também aparecem na
literatura médica, mas são mais raros.
Em casos mais graves,
lembra o especialista, pode acontecer a Coreia de Sydenham - nome dado a uma
manifestação caracterizada por fraqueza nos membros, movimentos involuntários e
maior irritabilidade da criança. "Mas não tem sido observada mais, pois o
diagnóstico e o tratamento costumam acontecer precocemente hoje em dia",
tranquiliza.
• Como é feito o diagnóstico?
Pelo exame clínico e
laboratorial. Ao relato das dores nas articulações e da dor de garganta prévia,
soma-se o sopro cardíaco (se identificado). Alterações no exame de sangue
também podem indicar a presença de uma inflamação, mas não são, necessariamente,
determinantes - é todo o conjunto avaliado pelo médico que vai direcionar o
diagnóstico.
Entre as dosagens no
sangue, destaca-se a da antiestreptolisina (ASLO), anticorpo que o nosso
organismo produz durante ou depois de uma infecção de garganta. Um resultado
alto, porém, não é indicativo sozinho de que a criança tem febre reumática.
• Tratamento da febre reumática
A doença é tratada com
penicilina benzatina, popularmente conhecida no Brasil como Benzetacil,
aplicada por injeção a cada 21 dias. A duração do tratamento depende da
gravidade das lesões, como detalha Loures: "Para uma febre reumática sem
cardite, o tratamento é até os 21 anos de idade ou por cinco anos desde o
último surto. Quando há cardite prévia, com insuficiência mitral leve, vai até
os 25 anos de idade ou 10 anos depois do último surto. Com lesões
moderadas/graves, vai até os 40 anos ou por toda vida, dependendo dos sintomas.
Quando há cirurgia, trata-se por toda a vida."
Esse tratamento
chamado de profilático é essencial para evitar os surtos da doença, que podem
tornar os comprometimentos cada vez mais graves, piorando as lesões do coração
e levando a uma insuficiência cardíaca. Para pessoas com alergia à penicilina,
outros antibióticos podem ser recomendados.
Já a artrite e a
cardite têm um tratamento temporário com anti-inflamatórios e corticoides,
respectivamente.
Por fim, vale
ressaltar que não existe vacina contra a doença e que, por enquanto, não é
possível saber quem tem predisposição a seu desenvolvimento.
• FEBRE MACULOSA. Por Maria Helena Varella
Bruna
Febre maculosa
brasileira é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim da espécie
Amblyomma cajennense infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Esse
carrapato hematófago pode ser encontrado em animais de grande porte (bois
cavalos etc.), cães, aves domésticas, roedores e, especialmente, na capivara, o
maior de todos os reservatórios naturais.
* Transmissão da febre
maculosa
Para haver transmissão
da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado
na pele das pessoas. Os mais jovens e de menor tamanho são vetores mais
perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos.
Não existe transmissão
da doença de uma pessoa para outra.
• Sintomas da febre maculosa
Quando a bactéria cai
na circulação causa vasculite, isto é, lesa a camada interna dos vasos
(endotélio). Os primeiros sintomas aparecem de dois a 14 dias depois da picada.
Na imensa maioria dos casos, sete dias depois.
A doença começa
abruptamente com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções:
• Febre alta;
• Dor no corpo;
• Dor de cabeça;
• Inapetência;
• Desânimo.
Depois, aparecem
pequenas manchas avermelhadas, as máculas, que crescem e tornam-se salientes,
constituindo as maculopápulas.
Essas lesões podem
apresentar o componente petequial (petéquia é uma pintinha hemorrágica parecida
com uma picada de pulga) e, às vezes, ocorrem pequenos sangramentos abaixo da
pele no local das maculopápulas petequiais.
A erupção cutânea é
generalizada e manifesta-se também na palma das mãos e na planta dos pés, o que
em geral não acontece nas outras doenças exantemáticas (sarampo, rubéola,
dengue hemorrágica, por exemplo).
• Distribuição da febre maculosa no Brasil
No Brasil, há casos
nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia,
Pernambuco, mas não é impossível que ocorram em outros lugares.
• Vacina contra febre maculosa
Existe vacina contra a
febre maculosa brasileira, mas ela não é indicada como rotina porque sua
proteção é parcial, além de a doença ser muito pouco frequente e ter tratamento
rápido, fácil e barato.
• Diagnóstico de febre maculosa
A reação de
imunofluorescência indireta (RIFI) é um exame específico para o diagnóstico da
febre maculosa brasileira. Até por volta do décimo dia da doença, podem não ser
encontrados anticorpos pelos exames sorológicos. Dessa forma, é importante que
uma segunda amostra seja coletada mais tarde (por indicação do Ministério da
Saúde, entre 14 e 21 dias após a primeira coleta).
Entretatnto, não se
deve esperar todo esse tempo pelos resultados, porque a taxa de letalidade da
doença é elevada. É fundamental considerar os achados clínicos e os dados
epidemiológicos da doença, que tem a peculiaridade de causar micro-surtos, e
dar início ao tratamento rapidamente.
Os casos da doença são
de notificação compulsória ao serviço de vigilância epidemiológica.
• Tratamento da febre maculosa
A febre maculosa
brasileira tem cura desde que o tratamento com antibióticos (tetraciclina e
clorafenicol) seja introduzido nos primeiros dois ou três dias. Em geral, a
partir de sete dias sem tratamento, as lesões causadas pela doença são
irreversíveis e dificilmente se consegue evitar o óbito.
O ideal é manter a
medicação por dez a 14 dias, mas logo nas primeiras doses o quadro começa a
regredir e evolui para a cura total.
Atraso no diagnóstico
e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves,
como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins e pulmões, das
lesões vasculares e levar ao óbito.
• Recomendações
Evite o contato com
carrapatos. Se, por acaso, estiver numa área em que eles possam existir, tome
as seguintes precauções:
• Examine seu corpo cuidadosamente a cada
três horas pelo menos, porque o carrapato-estrela transmite a bactéria
responsável pela doença só depois de pelo menos quatro horas grudado na pele;
• Use roupas claras porque facilitam
enxergar melhor os carrapatos;
• Coloque a barra das calças dentro das
meias e calce botas de cano mais alto nas áreas que possam estar infestadas por
carrapatos;
• Tenha cuidado ao retirar o carrapato que
estiver grudado em sua pele;
• Não se esqueça de que os sintomas
iniciais da febre maculosa são semelhantes aos de outras infecções e requerem
assistência médica imediata. Esteja atento ao aparecimento dos sintomas comuns
a vários tipos de infecção e procure um médico para diagnóstico diferencial.
• Febre tifoide: o que é, sintomas,
transmissão e tratamento
A febre tifoide é uma
doença infecciosa causada pela bactéria Salmonella typhi, resultando em
sintomas como febre alta, falta de apetite, tosse seca, calafrios, aumento do
baço e pintinhas vermelhas na pele, que podem demorar até 3 semanas para
desaparecer.
A bactéria causadora
da febre tifoide pode ser transmitida por meio do consumo de água e alimentos
contaminados, de forma que essa doença está relacionada com baixos níveis
socioeconômicos, principalmente com más condições de saneamento e de higiene
pessoal.
É importante que o
tratamento para febre tifoide seja feito pelo clínico geral ou infectologista
assim que forem identificados os primeiros sintomas da doença, sendo indicado
repouso, aumentar a ingestão de líquidos ou usar antibióticos, de forma a prevenir
complicações da doença.
>>> Sintomas
da febre tifoide
Os principais sintomas
indicativos de febre tifoide são:
• Febre alta e calafrios;
• Dor de cabeça;
• Perda do apetite;
• Náuseas ou vômitos;
• Tosse seca;
• Prisão de ventre ou diarreia;
• Mal-estar geral;
• Aumento do baço e do fígado;
• Diminuição dos batimentos cardíacos;
• Pintinhas avermelhadas na pele,
principalmente no peito e na região do abdômen.
Os sintomas iniciais
da febre tifoide são leves, já que a bactéria pode demorar entre 1 a 3 semanas
para se multiplicar e levar ao desenvolvimento de sintomas mais perceptíveis e
mais graves.
É importante que a
febre tifoide seja identificada e tratada logo em seguida, pois assim é
possível prevenir o desenvolvimento de complicações que podem colocar a vida da
pessoa em risco, como hemorragia abdominal, perfuração do intestino e infecção
generalizada.
• Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da febre
tifoide é feito pelo clínico geral ou infectologista a partir da avaliação dos
sintomas apresentados pela pessoa, além de ser também ser considerado os
hábitos de vida e de higiene da pessoa, e viagens recentes.
Além disso, são
realizados exames de sangue, fezes e urina para identificar alterações nos
exames sugestivas de infecção pela bactéria.
Outros exames que
podem ser solicitados pelo médico são exames microbiológicos, como a
coprocultura e a hemocultura, com o objetivo de identificar a presença da
Salmonella typhi e, assim, ser possível confirmar o diagnóstico e iniciar o
tratamento mais adequado.
• Como acontece a transmissão
A transmissão da
bactéria responsável pela febre tifoide acontece principalmente através do
consumo de água e alimentos contaminados pela urina ou fezes contendo a
bactéria.
Os principais
alimentos relacionados com a transmissão da febre tifoide são leite não
pasteurizado, frutos do mar, hortaliças, legumes, verduras e frutas não
lavadas.
Além disso, é possível
haver transmissão da doença ao entrar em contato com as mãos ou secreções de
uma pessoa portadora da doença.
• Como é feito o tratamento
O tratamento da febre
tifoide deve ser orientado pelo clínico geral ou infectologista e tem como
objetivo promover a eliminação da bactéria, aliviar os sintomas e prevenir
complicações.
Os principais
tratamentos que podem ser indicado pelo médico são:
• Antibióticos, como ciprofloxacino,
amoxicilina, sulfametoxazol+trimetoprima, ceftriaxona, azitromicina, ou
cloranfenicol;
• Analgésicos e antitérmicos, como
paracetamol e dipirona;
• Repouso;
• Alimentação leve e pobre em calorias e
gordura;
• Aumentar a ingestão de líquidos, como
água filtrada ou chá.
Além disso, não é
recomendado o uso de laxantes para soltar o intestino e nem alimentos que
prendem o intestino, em caso de diarreia.
De forma geral, os
sintomas da febre tifoide melhoram após o 5º dia de tratamento com
antibióticos, porém é importante que o tratamento seja continuado conforme a
orientação do médico, uma vez que a bactéria pode permanecer no organismo por
cerca de 4 meses sem causar sintoma.
Nos casos mais graves
de febre tifoide, pode ser necessário que a pessoa fique no hospital para ser
monitorado e receber soro e antibiótico diretamente na veia.
Além disso, nos casos
de complicações, como pedra na vesícula, peritonite ou perfuração do intestino,
pode ser indicado o tratamento cirúrgico.
<<< Prevenção
da febre tifoide
Algumas medidas para
prevenir a febre tifoide são:
• Lavar as mãos antes e depois de usar o
banheiro, antes das refeições e de preparar alimentos;
• Ferver ou filtrar a água antes de
bebê-la;
• Não consumir alimentos mal cozidos ou
crus;
• Preferir alimentos cozidos;
• Evitar fazer refeições fora de casa;
• Evitar frequentar locais com más
condições sanitárias e de higiene;
• Não deixar a criança aceitar comida de
estranhos nem beber água dos bebedouros da escola;
• Avisar e não deixar a criança colocar
objetos na boca porque podem estar contaminados;
• Separar uma garrafa com água mineral ou
água fervida ou filtrada só para a criança.
Além disso, para
prevenir o desenvolvimento da febre tifoide, pode ser também recomendada a
vacina para febre tifoide, que é indicada principalmente para pessoas que moram
ou que irão viajar para locais com alta prevalência dessa doença.
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Possíveis complicações
As principais
complicações da febre tifoide são:
• Sangramento ou perfuração intestinal;
• Problemas cardíacos, como miocardite ou
endocardite;
• Aneurisma;
• Pneumonia;
• Pedra na vesícula ou nos rins;
• Pancreatite;
• Meningite;
• Peritonite.
Por isso, é importante
iniciar o tratamento recomendado pelo médico assim que surgem sintomas da febre
tifoide, de forma a evitar complicações que podem colocar a vida em risco.
Fonte: Bebê
OnLine/UOL/Tua Saúde
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