sábado, 27 de abril de 2024

China alerta Blinken sobre política externa dos EUA, diz mídia

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, foi alertado por Pequim sobre que postura Washington pretende assumir diante das negociações com a China.

De acordo com o Financial Times (FT), Pequim afirmou que os EUA devem escolher entre "confronto ou cooperação", quando o secretário de Estado Antony Blinken iniciou sua visita oficial ao gigante asiático durante a qual se espera que entregue um ultimato sobre a alegada ajuda chinesa à Rússia ante o conflito ucraniano.

Blinken esteve em Xangai nesta quinta-feira (25), onde se encontrou com o secretário do Partido Comunista, Chen Jining, antes das negociações com a liderança central da China, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, em Pequim, nos próximos dois dias.

"Temos uma obrigação[...] para gerir a relação entre os nossos dois países de forma responsável", disse Blinken após a reunião a portas fechadas com o líder do partido.

As tensões entre os EUA e a China têm estado altas há algum tempo e Washington acusa Pequim de apoiar a máquina industrial militar da Rússia na Ucrânia, fornecendo materiais a Moscou que incluem semicondutores, máquinas, ferramentas sofisticadas e motores de mísseis de cruzeiro.

A expectativa é que Blinken avise que os EUA pretendem tomar medidas punitivas contra Pequim, a menos que a China pare de enviar tecnologia relacionada para a Rússia, reforçando a mensagem da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, em visita à China neste mês.

O ministério das Relações Exteriores da China respondeu às acusações dos EUA sobre a Ucrânia, dizendo que "a China não é a criadora nem a parte na crise da Ucrânia", ao mesmo tempo em que acusou os EUA de interferirem na região da Ásia-Pacífico, particularmente no contestado mar do Sul da China, que Pequim afirma estar em sua zona de influência quase em sua totalidade.

Não está claro ainda se Blinken estará com Xi, com quem o secretário de Estado dos EUA se encontrou pela última vez em Pequim, em junho do ano passado.

Ainda segundo aa mídia, analistas disseram que o aumento do diálogo EUA-China nos últimos meses refletiu um interesse de ambos os lados em estabilizar as relações antes que a campanha eleitoral presidencial dos EUA entre em pleno andamento neste ano.

¨      Relação China-EUA: 'Fatores negativos crescem e se acumulam', diz chanceler chinês a Blinken

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, reuniu-se nesta sexta-feira (26) com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em Pequim, capital chinesa, informou a rede de Televisão Central da China.

Durante o encontro, o chanceler chinês comentou que as relações entre a China e os Estados Unidos, de maneira geral, se estabilizaram, mas declarou que alguns fatores negativos se mantêm.

"Sob a liderança dos líderes dos dois países, as relações China-EUA em gral se estabilizaram-se, e os dois lados aumentaram o diálogo, a cooperação e os aspectos positivos em vários domínios, o que é bem recebido pelos povos dos dois países e pela comunidade internacional", disse Wang Yi.

No entanto, enfatizou ele, "fatores negativos nas relações sino-americanas continuam a crescer e a acumular-se".

"Os direitos legítimos da China ao desenvolvimento estão a ser injustificadamente reprimidos e os interesses fundamentais da China são constantemente desafiados", disse Wang.

O chanceler chinês declarou também que os EUA não devem interferir nos assuntos internos da China ou impedir o seu desenvolvimento, "cruzando o sinal vermelho".

"As demandas da China são consistentes, sempre defendemos o respeito mútuo pelos interesses principais dos países. Os Estados Unidos não devem interferir nos assuntos internos da China, não devem reprimir o desenvolvimento da China e não devem ultrapassar o sinal vermelho em relação à soberania, segurança e aos interesses de desenvolvimento da China", disse Wang.

Mais cedo, Blinken foi alertado por Pequim sobre que postura Washington pretende assumir nas negociações com a China, de acordo com o Financial Times.

Pequim afirmou que os EUA devem escolher entre "o confronto ou a cooperação", no primeiro dia da visita oficial de Blinken ao gigante asiático, durante a qual se espera que o secretário de Estado entregue um ultimato sobre a alegada ajuda chinesa à Rússia no conflito ucraniano.

Blinken está em visita à China de 24 a 26 de abril. Nesta quinta-feira (25), visitou Xangai, onde se encontrou com o secretário do Comitê do Partido Comunista da China de Xangai, Chen Jining, representantes empresariais e estudantes.

¨      China rejeita declarações de Blinken sobre parceria Pequim-Moscou: 'Hipócrita e irresponsável'

O Ministério das Relações Exteriores da China descreveu como "hipócrita" a posição dos Estados Unidos que fornecem apoio militar à Ucrânia ao mesmo tempo que condenou a cooperação de Pequim com Moscou.

O porta-voz da chancelaria chinesa, Wang Wenbin, fez os comentários depois de o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que se encontra em visita à capital chinesa, ter manifestado preocupação sobre a parceria entre China e Rússia.

"Por um lado, os EUA apresentam uma lei de ajuda maciça à Ucrânia e, por outro, criticam injustificadamente as relações normais da China e da Rússia na esfera comercial e econômica: é uma atitude hipócrita e irresponsável", afirmou Wang.

O porta-voz acrescentou que "a crise ucraniana tem a sua origem nas contradições que se acumulam há muito tempo em questões de segurança regional na Europa".

"A única solução correta para este problema é ter em conta as preocupações razoáveis ​​de todas as partes no domínio da segurança e criar uma estrutura equilibrada, eficaz e sustentável de segurança europeia através do diálogo e da negociação", complementou.

Ainda sobre a visita de Antony Blinken à China, o secretário se encontrou hoje (26) com o presidente Xi Jinping. Na reunião, Xi alertou o principal diplomata dos EUA que Washington não deveria ter a China como alvo ou se opor a ela.

"A China e os Estados Unidos deveriam ser parceiros e não rivais", disse Xi, acrescentando que os dois lados deveriam "procurar um terreno comum e reservar diferenças, em vez de se envolverem em uma competição feroz", afirmou o presidente, citado pela Bloomberg.

O presidente Joe Biden assinou uma lei que poderia expulsar o TikTok – de propriedade da ByteDance Ltd., com sede na China – dos EUA enquanto Blinken se dirigia à China, dias depois de prometer novas tarifas ao país asiático.

Biden também impôs uma série de restrições comerciais para bloquear o acesso de Pequim a chips avançados, citando preocupações com segurança nacional.

 

¨      'Se ativos forem confiscados, Rússia pretende reduzir relações diplomáticas com EUA', diz MRE russo

 

Moscou está considerando reduzir o nível das relações diplomáticas com os Estados Unidos se Washington prosseguir com a proposta para confiscar ativos russos, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, à Sputnik nesta quinta-feira (25).

No sábado (20), a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou uma legislação para fornecer ajuda à Ucrânia, Israel, Taiwan, bem como para transferir ativos soberanos russos congelados para Kiev.

"Reduzir o nível das relações diplomáticas é uma das opções, claro. Muitos representantes de alto escalão do nosso governo já falaram sobre as questões da nossa resposta financeira e econômica, resposta material a este passo [...]. Estamos agora a estudar a forma ideal de reação, entre as contramedidas estão ações contra os ativos dos nossos oponentes ocidentais e há medidas diplomáticas de resposta", disse Ryabkov.

O vice-ministro não explicou o que a redução do nível das relações diplomáticas poderia implicar, no entanto, anteriormente, o Kremlin caracterizou o estado atual das relações com os Washington como "abaixo de zero", embora não tenha ocorrido qualquer degradação formal das relações desde o início da operação russa na Ucrânia.

O grupo de nações do G7 pretende utilizar quase US$ 300 bilhões (R$ 1,5 trilhão) em ativos financeiros russos congelados por sanções desde 2022 para ajudar Kiev. No entanto, a forma como isso seria feito permanece altamente complexa, uma vez que abriria um precedente controverso.

Na quarta-feira (24), o chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse que apesar de os EUA terem decidido apreender os ativos russos, a UE não sabe "o que podemos fazer e o que não podemos fazer" sobre o assunto, conforme noticiado.

A Rússia, através de sua chancelaria, já declarou que a apreensão dos ativos "seria a nova pirataria do século XXI"

¨      Macron diz que 'já não se pode contar' com EUA para segurança: 'Europa pode morrer'

O presidente francês Emmanuel Macron disse que o guarda-chuva de segurança dos Estados Unidos para região "é coisa do passado", acrescentando que o continente precisa construir a sua própria estratégia de defesa se quiser sobreviver.

Em um discurso nesta quinta-feira (25) na Universidade Sorbonne, em Paris, o líder francês expôs a sua visão para a Europa, dizendo que o continente pode precisar produzir o seu próprio escudo antimíssil, mísseis de superfície de longo alcance e outros itens para se defender suficientemente do atual contexto geopolítico.

"A Europa não será uma prioridade geopolítica nos próximos anos, nas próximas décadas, por mais forte que seja a nossa aliança", disse Macron referindo-se aos EUA. "A Europa deve defender o que é importante para si, com aliados ou sozinha", acrescentou o líder, citado pela Bloomberg.

O novo cenário geopolítico forçou o continente europeu a repensar a sua posição no mundo, especialmente no que diz respeito à sua segurança. As declarações do mandatário francês acontecem seis semanas antes das eleições para o Parlamento Europeu.

"A Europa é mortal. Ele pode morrer e depende inteiramente de nossas escolhas", afirmou.

Ao relatar as declarações de Macron, a mídia escreve que a Rússia observa seus sucessos no campo de batalha e a ajuda norte-americana à Ucrânia tornou-se menos garantida em meio a disputas políticas.

Ao mesmo tempo, o Oriente Médio voltou a ser volátil e a expansão das forças armadas da China chama a atenção de Washington.

"Para a escala continental, este despertar ainda é demasiado lento, demasiado fraco diante da ampla aceleração do rearmamento do mundo. Temos agora potências regionais desinibidas que também estão desenvolvendo as suas capacidades – a Rússia e o Irã, para citar apenas dois. A Europa está cercada", acrescentou Macron.

Desde o começo da operação russa na Ucrânia, a Europa tem vindo a instituir medidas para proteger as suas linhas de abastecimento, encontrar outros parceiros energéticos e encontrar fontes fiáveis ​​para materiais críticos. Macron tem defendido que a autonomia europeia é necessária para a sua sobrevivência.

"A era em que a Europa comprava a sua energia e fertilizantes à Rússia, tinha a produção na China e confiava a sua segurança aos EUA acabou. As regras do jogo mudaram", complementou o presidente da França.

 

¨      Nova ajuda de US$ 6 bilhões dos EUA para a Ucrânia inclui munições para NASAMS, Patriot, HIMARS

 

O recém-anunciado pacote de segurança de US$ 6 bilhões (R$ 30,7 bilhões) dos Estados Unidos para a Ucrânia inclui munições adicionais para os sistemas NASAMS, Patriot e HIMARS, informou o Pentágono nesta sexta-feira (26) em um comunicado.

"Estão contemplados neste anúncio munições adicionais para sistemas de defesa aérea Patriot, munições adicionais para sistemas nacionais avançados de mísseis superfície-ar (NASAMS), munições adicionais para sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade (HIMARS)", disse o Pentágono.

Segundo a pasta, a verba abrange também equipamento para integrar lançadores, mísseis e radares de defesa aérea ocidentais com os sistemas de defesa aérea da Ucrânia; equipamentos e sistemas antidrones; munições para sistemas de foguetes guiados por laser; radares multimissão e de contra-artilharia; Munições de artilharia de 155 mm e 152 mm; e munições aéreas de precisão.

Além disso, os EUA fornecerão sistemas aéreos não tripulados Switchblade e Puma (drones avançados); componentes para apoiar a produção ucraniana de drones e outras capacidades; armas ligeiras e munições adicionais para armas ligeiras; e itens auxiliares e suporte para atividades de treinamento, manutenção e sustentação.

Também hoje, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, confirmou relatos anteriores da mídia de que os EUA forneceriam um novo pacote de ajuda militar de US$ 6 bilhões (aproximadamente R$ 33 bilhões de reais) para a Ucrânia.

"Também tenho o prazer de anunciar hoje um compromisso adicional de US$ 6 bilhões através da nossa iniciativa de assistência à segurança na Ucrânia, que nos permitirá adquirir novas capacidades para a Ucrânia da indústria dos EUA", disse Austin numa conferência de imprensa, observando que esse era o maior pacote de segurança para Kiev até o momento.

 

Fonte: Sputnik Brasil

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