Erick Kaiser: Caminhos
para fortalecer o Governo Lula e bloquear a ameaça autoritária
O governo Lula
enfrenta um momento decisivo: após uma queda na aprovação popular e diante de
um Congresso conservador, com uma extrema direita organizada e um cenário
global instável, a pressão por resultados é urgente. Para as eleições de 2026,
a sombra do bolsonarismo, mesmo com Bolsonaro inelegível ou eventualmente
preso, segue viva, alimentada por discursos de ódio, fake news e um projeto
autoritário que ameaça a democracia. Para transformar este cenário, não
basta corrigir erros pontuais ou melhorar a comunicação. É preciso um projeto
audacioso que una justiça social, participação popular e sustentabilidade,
mostrando que o Brasil pode ser diferente. A crise climática, que coloca o
próprio capitalismo em xeque, abre uma janela única: o país pode liderar uma
transição energética que gere empregos, distribua renda e proteja o meio
ambiente. Este artigo propõe sete caminhos para reconquistar a confiança da
população e construir um futuro onde o fascismo não tenha espaço.
>>> 1.
Unir o Povo em torno de uma Causa Comum
A queda na aprovação do governo mostra que falta uma narrativa capaz de
mobilizar a maioria. É preciso construir uma identidade coletiva que una as
lutas de trabalhadores, mulheres, indígenas, quilombolas, jovens das
periferias, defensores do meio ambiente, etc. O desafio é transformar essas
demandas dispersas em um projeto político claro, que coloque o povo contra
uma elite conservadora, da Faria Lima ao agro, que dominam o
Congresso. Isso exige uma comunicação que vá além de números e planilhas: é
necessário falar de justiça, dignidade e soberania, mostrando que o governo defende
os interesses da maioria, não de grupos privilegiados.
>>> 2.
Democratizar o Poder: Mais Voz ao Cidadão
A democracia não pode se limitar às urnas. Para enfrentar a desilusão com a
política, o governo precisa criar espaços onde a população decida diretamente
sobre orçamentos, políticas públicas e prioridades. Como o Orçamento
Participativo, com assembleias locais e consultas digitais, dando voz às
comunidades, especialmente nas regiões mais pobres. Essa participação fortalece
a legitimidade do governo e retira o combustível da extrema direita, que cresce
onde o povo se sente ignorado.
>>> 3.
Economia a Serviço da Maioria
Programas sociais são importantes, mas insuficientes. É preciso enfrentar a
desigualdade com medidas ousadas: taxar grandes fortunas, isentar quem trabalha
para sobreviver do Imposto de Renda, acelerar a reforma agrária, fim das
jornadas de trabalho 6×1 e investir em empregos verdes, são algumas das medidas
possíveis e necessárias. A economia deve ser usada como ferramenta para
redistribuir riqueza e poder. Ao vincular essas políticas a uma narrativa
de reparação histórica, o governo cria um contraste claro: de um lado, um
projeto que inclui os pobres; de outro, as elites que apoiam o bolsonarismo e
defendem privilégios.
>>> 4.
Combater as Mentiras da Extrema Direita
A onda conservadora se alimenta de fake news, medo e discursos de ódio. Para
enfrentá-la, o governo precisa ocupar as redes sociais e as ruas com uma
comunicação ágil e combativa. Denunciar as alianças de Bolsonaro com milícias,
o desmonte ambiental e a submissão a interesses estrangeiros é essencial. Além
disso, é preciso construir alianças com artistas, influenciadores e veículos
independentes para transformar a resistência em cultura popular, mostrando que
a direita radical não representa os valores do brasileiro.
>>> 5.
Liderar uma Aliança Global Progressista
Com a volta de Trump e a crise internacional, o Brasil precisa se reposicionar.
Fortalecer os BRICS, investir em parcerias com países do Sul Global e defender
um mundo multipolar são estratégias para ganhar relevância. Ao mesmo tempo,
aproximar-se de governos progressistas na América Latina cria uma rede de apoio
contra o avanço conservador. Essa postura fortalece a imagem de Lula como líder
global, em contraste com o isolamento do período Bolsonaro.
>>> 6. A
Crise Climática como Oportunidade para Reinventar o Brasil
A emergência ambiental expõe a falência do capitalismo, que destrói o planeta
em nome do lucro. O Brasil tem a chance de liderar a transição energética,
investindo em energia solar, eólica, hidrogênio verde e na bioeconomia da
Amazônia. Essa mudança pode gerar milhões de empregos, combater a desigualdade
e atrair investimentos globais. Ao vincular desenvolvimento econômico à proteção
ambiental, o governo cria um projeto inovador: um novo modelo que não repete os
erros do neoliberalismo e nem do extrativismo predatório. É a chance de mostrar
que é possível crescer distribuindo renda e preservando a natureza.
>>> 7.
Educação e Cultura como Antídotos ao Autoritarismo
O fantasma do bolsonarismo não some com prisões ou inelegibilidades. É preciso
combater o fascismo na raiz: nas escolas, nas igrejas, nas redes sociais, etc.
Investir em educação pública com foco em direitos humanos, apoiar produções
culturais que valorizem a diversidade e ocupar os meios de comunicação são
alguns passos fundamentais. A direita radical conquista corações e mentes com
símbolos simples; a esquerda precisa responder com histórias que inspirem esperança
e orgulho de ser brasileiro.
·
Conclusão
Recuperar a popularidade de Lula exige mais que ajustes no ministério: é
preciso reacender a chama de um projeto transformador. Unir o povo,
democratizar a política, redistribuir riqueza, enfrentar a crise climática e
investir em cultura são peças de um mesmo quebra-cabeça. O governo tem a chance
de provar que outro Brasil é possível – mais justo, sustentável e livre do
veneno autoritário. Avançando nesta direção, poderemos não apenas superar o legado
autoritário, mas também abrir caminhos para um futuro onde democracia e justiça
social caminhem juntas.
¨ Maioria envergonhada. Por Antonio Machado
Com a reforma
ministerial do governo se revelando um troca-troca entre petistas visando
apenas a reeleição, apesar de o presidente Lula ser minoritário no Congresso, o
foco das atenções começa a mudar para a nova direção da Câmara e do Senado. O
que ela fará?
A questão crucial
passa a ser se os novos dirigentes serão apenas gestores de emendas
parlamentares ou vão atuar como líderes de um dos três poderes da República,
conscientes da gravidade do momento no mundo sem lei e do mais forte de Trump.
A resposta é decisiva.
Com poucas
expectativas de mudanças de fundo, já que o presidente abriu precocemente a
campanha sucessória no fim do ano passado e demarcou território ao anunciar que
déficit fiscal é “bobagem” e é usado por quem está “querendo viver de
especulação”, que “quem faz o PIB crescer não é o patrão, é o povo que
trabalha”, ele chamou a oposição para a briga. E oposição não é bem Bolsonaro,
inabilitado pelo TSE até 2030 e sujeito a ser condenado à prisão pelo STF pela
tentativa de insurreição em 8 de janeiro de 2023.
Oposição, de fato,
deveria ser a representada pelos partidos que comandam mais de dois terços das
bancadas de deputados e senadores por vontade do eleitor (e pelos sortilégios
das verbas das emendas ao orçamento federal e do fundo partidário). É uma
oposição, lato sensu, com visão e crenças homogêneas – tanto quanto a dos
partidos de esquerda que orbitam o PT. Razões espúrias a dividem.
O acesso ampliado
às emendas, originalmente restritas somente às de liberação individual por
parlamentar conforme a Constituição, e o fundo bilionário com dinheiro público
que sustenta os partidos são os fatores que conspurcaram a atividade
parlamentar, levando a segundo plano as questões nacionais e o desenvolvimento
– trocados pela ânsia por verbas para injetar nos feudos eleitorais.
Destes males o
empresariado foi cúmplice. Afastou-se muito mais do que a prudência recomenda
do mundo político, indo a ele apenas para influenciar decisões setoriais ou
tirar proveito de projetos de lei (como os tais “jabutis”, inclusões alheias ao
objetivo da proposição votada). Tais vícios permearam todos os governos desde a
redemocratização. Os sinais, hoje, são de exaustão absoluta.
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Satisfeitos com desaforos
A se crer no que
acontece no mundo, onde o governante no poder é derrotado e substituído por
opções não convencionais (tipo Trump, e pela segunda vez), e as pesquisas aqui
corroboram, espera-se que os interessados na sorte do país, e eles existem,
pensem maior.
O álibi da
governabilidade não tem que implicar, necessariamente, essa vida dupla da
parcela majoritária no eleitorado dos partidos de centro e de centro-direita, que
elegem seus representantes como antítese do PT e depois correm para pegar uma
boquinha com Lula.
Isso se volta
contra o próprio Congresso, hoje com a avaliação mais baixa entre as
instituições da República. Um economista, em artigo recente, disse que o
Congresso tem de ser responsabilizado também pela irresponsabilidade fiscal.
Num evento do BTG, um dos personagens do mercado financeiro respondeu a uma
pergunta sobre o motivo de o ano ter começado calmo nos indicadores do câmbio e
dos juros dizendo que se devia ao “recesso do Congresso”.
Gracinhas à parte,
a verdade é que se a maioria conservadora no Congresso não tivesse apoiado os
projetos dos governos Lula 1 e 2 e mesmo da Dilma, em seu primeiro mandato, não
teria havido nem o Bolsa Família nem o PAC, o programa de obras de
infraestrutura.
O estranho é que
nenhum desses partidos ditos “aliados” chamou algum dia para si o mérito
compartilhado dos programas populares, que viraram marca dos governos petistas.
Nem contestaram o mau juízo que os afeta com o argumento da governabilidade.
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Sem diferencial inovador
Falar sério sobre o
presente e o amanhã do país deveria começar pela conceituação apropriada, por
exemplo, do desempenho do PIB em 2024. Cresceu 3,4% (ou 2,94%, com o ajuste por
dias úteis, que vão ser menos neste ano). Foi o quarto ano seguido de aumento
acima da média de 10 anos, um bom resultado, sim. Mas não excepcional. Tais
aumentos os EUA vêm tendo há anos, embora sua decadência econômica seja
visível, além do enorme mal-estar social.
Como destaca o
economista Fernando Montero, o crescimento contou com um forte aditivo de 5
pontos de percentagem do PIB de gastos públicos de 2022 a meados de 2024,
sobretudo transferências de renda (mais de 25 milhões de pessoas foram
incorporadas desde o convencimento por Bolsonaro de que bolsa social é feita
para gerar resultado eleitoral, não bem eliminar a pobreza de forma perene).
O investimento ano
passado chegou a 17% do PIB, outra rubrica que teve destaque. Só que países
emergentes bem-sucedidos crescem sua taxa de investimentos a um ritmo acima de
23 a 25% do PIB há mais de duas décadas. E, excluindo o gasto em
infraestrutura, o grosso do que se investe no Brasil, especialmente em
manufatura, é para a reprodução do que já está defasado em boa parte do mundo.
Não há o
diferencial inovador que fez a China, seguido de Índia, Coreia do Sul, pôr a
manufatura e a tecnologia dos EUA a reboque.
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Cadê o instinto da política?
Quando se verifica
o que está mudando o mundo para valer e o que deu e continua dando certo nos
países que espirocaram o cérebro de Trump, nós deveríamos estar do lado dos
vencedores.
Tome-se a
inteligência artificial. Em sua formação, os três itens mais relevantes são os
dados digitais, semicondutores e a energia para alimentar os data centers.
Desses, temos posição privilegiada na geração de energia, inclusive limpa. Mas,
por falta de demanda e de rede de distribuição, boa parte foi desligada pelo
Operador Nacional do Sistema, implicando fortes danos aos empreendedores.
Deveríamos estar voando
com data centers escaláveis, mas com 15 órgãos federais cuidando da área é que
não se vai a lugar algum. Nem ao menos conseguimos entregar a identidade
digital única…
O resultado: nos
últimos dez anos, a partir de 2015, o PIB da Índia foi o que mais cresceu no
mundo, 77%, segundo o FMI. China, 74%; Turquia, 59%; EUA, 28%; média mundial,
35%. E nós? Meros 8%!
Está na hora de a
(boa) política seguir o instinto, entender o que o eleitor procura e olhar para
longe – 10, 20 anos à frente.
¨ "O
Brasil precisa de uma política externa mais ofensiva", diz Genoino
O ex-presidente nacional do PT e ex-deputado constituinte, José Genoino,
afirmou que o Brasil necessita de uma política externa mais contundente para
enfrentar os desafios globais. Em entrevista ao programa Bom Dia,
Genoino destacou que a conjuntura internacional impõe desafios que exigem maior
assertividade do governo brasileiro, especialmente na integração
latino-americana e no fortalecimento dos BRICS.
"A crise mundial se
agrava no campo da geopolítica, da transição energética, do desastre climático
e das disputas sociais. O discurso do Macron ao colocar a Rússia como inimiga
principal gera um clima para justificar aventuras diante da crise europeia e da
crise do império americano. O Brasil precisa de uma postura mais clara na
política externa", afirmou.
Genoino defendeu que o
Brasil adote uma linha diplomática mais alinhada à cooperação com os BRICS e
com projetos que garantam autonomia estratégica. "Se ficarmos com ilusões
em relação à Europa e aos democratas americanos, isso não vai muito longe.
Precisamos de uma política mais clara para a integração regional e um
compromisso efetivo com os BRICS", disse.
O ex-deputado também
criticou o enfraquecimento da política de defesa do país após o golpe de 2016.
Segundo ele, o Brasil perdeu autonomia em questões estratégicas, como o
desenvolvimento do submarino de propulsão nuclear. "Isso daria ao Brasil a
capacidade de exercer soft power, mas esse projeto foi
interrompido. O enfraquecimento geopolítico do Brasil tem relação direta com o
golpe de 2016 e a subordinação das Forças Armadas ao imperialismo
americano", afirmou.
Sobre as Forças Armadas,
Genoino defendeu uma reestruturação profunda, incluindo a revogação do artigo
142 da Constituição, que permite a intervenção militar na segurança interna.
"As Forças Armadas precisam sair da tarefa de lei e ordem e assumir uma
política nacional de defesa. Hoje, enquanto o mundo discute estratégias de
defesa, o Brasil passou dois anos discutindo urna eletrônica e golpe de
Estado", criticou.
<><> Lava Jato e a influência americana
Genoino relacionou a Lava
Jato a uma estratégia de guerra do imperialismo americano para enfraquecer
governos progressistas. "O modelo de guerra do Departamento de Justiça dos
Estados Unidos usa a corrupção, as drogas e o terrorismo como pretextos para
intervir em governos e fomentar golpes. Isso aconteceu no Brasil",
denunciou.
O ex-presidente do PT
defendeu a necessidade de reformas estruturais para que o Brasil possa
recuperar sua soberania. "Temos que apresentar uma alternativa de política
de defesa, discutir o papel das Forças Armadas e revogar acordos como o de
Alcântara, que prejudicaram nossa soberania", afirmou.
<><> Disputa política e enfrentamento
com a extrema direita
Genoino também abordou a
estratégia da extrema direita e os processos contra Jair Bolsonaro. Para ele, o
combate político precisa ir além das questões jurídicas. "Temos que
derrotar politicamente a extrema direita. Não basta o processo judicial contra
Bolsonaro; é preciso deslegitimar seu discurso e impedir que ele se
vitimize", disse.
A respeito das medidas
pedidas por parlamentares para restringir a movimentação do ex-presidente,
Genoino destacou a necessidade de uma postura ativa da esquerda. "A
extrema direita está disputando politicamente esses processos. Precisamos de
enfrentamento político para desmontar a tática bolsonarista de
vitimização", alertou.
<><> Economia e segurança alimentar
O ex-deputado também
comentou a política econômica, especialmente sobre a inflação dos alimentos.
"O modelo econômico brasileiro prioriza o agronegócio para exportação, o
que aumenta nossa vulnerabilidade. Precisamos de um modelo que dê prioridade à
agricultura familiar e à reforma agrária", afirmou.
Genoino destacou a recente
entrega de 12 mil lotes pelo programa Terra da Gente como um
avanço, mas alertou que o governo precisa disputar a narrativa política.
"Medidas corretas como essa serão atacadas pela grande mídia. O governo
precisa ter uma postura ofensiva e deixar claro para a população a importância
dessas iniciativas", disse.
<><> PIX e desinformação
Sobre as recentes discussões
envolvendo o PIX e o combate a fraudes no sistema financeiro, Genoino criticou
a forma como o governo lida com a desinformação. "Não podemos enfrentar as
fake news com explicações meramente técnicas. É preciso fazer enfrentamento,
polarizar e desmontar as mentiras da extrema direita", afirmou.
Para ele, a esquerda precisa
adotar uma postura mais combativa. "A extrema direita está sempre na
ofensiva. Não podemos ficar na defensiva, respondendo tecnicamente a ataques
políticos. Precisamos enfrentar esse debate de forma mais agressiva",
concluiu.
¨ O mundo mudou. E nós? Por Emir Sader
O
melhor exemplo continua sendo o de que fazemos um bom governo no Brasil, mas estamos
perdendo a disputa na opinião pública.
O que
nos faz crer que fazemos um bom governo? O fato de que atendemos o principal
problema do Brasil: somos o país mais desigual do continente mais desigual.
Nosso
governo faz um conjunto de políticas sociais como nunca houve no país. Não
somente políticas sociais, mas também um conjunto de medidas para atender as
pessoas com mais dificuldades. Entre elas a diminuição no preço dos produtos
alimentícios.
Se vê
que as pessoas compram mais coisas, que as lojas estão cheias de gente
comprando. Se constata que há uma política que distribui renda. Há quase pleno
emprego no Brasil. Continua a haver a situação mais dramática: a quantidade de
pessoas abandonadas, morando e dormindo nas ruas. Mas a grande maioria das pessoas
não está nessa situação.
No
entanto, por mais falseadas que sejam as pesquisas, apesar do otimismo das
pessoas com o futuro do Brasil, a imagem do Lula não reflete isso. O mais
importante líder político da história do Brasil, o melhor presidente que o país
já teve, não recebe o apoio correspondente da opinião pública.
Por
que se dá isso? Não se trata apenas de trocar o responsável pela comunicação. O
buraco é muito mais embaixo.
Por
que estamos perdendo a disputa da opinião pública? Por que as pessoas não
traduzem a melhoria das suas condições de vida em apoio ao governo, responsável
por essa melhoria.
Claramente
não se dá essa transferência. Não funciona a comparação com o passado, com o
governo Bolsonaro. As pessoas vivem o presente. Os mais jovens, então, nem
viveram o governo Bolsonaro.
A
mídia atua como o principal setor da oposição ao governo. Sempre falseia as
notícias favoráveis ao povo. Busca sempre encontrar ou fabricar notícias ou
observações contra a imagem do Lula. Usam a pesquisa da Folha que atribui ao
Lula um apoio de apenas 24% - real ou não – como instrumento para fazer passar
a ideia de que o governo, o PT e o Lula, já não são maioria no país. A mídia
sabe que, se não conseguir destruir a imagem pública do Lula, a direita não tem
possibilidades de voltar ao governo. Então se dedicam centralmente a isso.
As
insatisfações das pessoas parecem não ser atendidas pelo emprego e renda, que é
o que lhes propiciamos. Não basta explicarmos como é o governo que lhes
propicia isso.
Há um
forte sentimento contra a política, que termina sendo contra o PT e o Lula. As
acusações de corrupção pegaram em uma parte da população, mesmo sem prova
alguma. A prisão do Lula por algum tempo, parece, para esse setor da opinião
pública, a aparente confirmação da corrupção que a mídia trata de impor à
imagem do PT e do Lula.
O PT
arca com a ofensiva contra a política e o governo, mesmo colocando em prática
uma política distinta no seu conteúdo. Não promove o neoliberalismo. Ao
contrário, o combate frontalmente. Enfrenta a mercantilização das relações
sociais, inclusive do Estado e da política. Resta ainda quebrar a coluna
vertebral do neoliberalismo – a hegemonia do capital financeiro especulativo na
economia.
Essas
questões requerem a formação de um grupo de análise que produza enfoques
mensais sobre o Brasil e sobre o mundo, para abastecer a militância e todo o
campo democrático e popular.
Fonte: Jornal GGN/Brasil
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