8 fatos sobre
Lesoto, país sobre o qual Trump disse que 'ninguém nunca ouviu falar'
Quando o presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que
"ninguém nunca ouviu falar" do Lesoto, o governo do país
africano reagiu com surpresa.
Em seu discurso ao
Congresso na
terça-feira (4/3), Trump criticou alguns gastos de seus antecessores. Ele deu
como exemplo que foram destinados US$ 8 milhões "para promover LGBTQI+ na nação
africana do Lesoto... da qual ninguém nunca ouviu falar".
Diante desta
declaração, o ministro das Relações Exteriores do Lesoto, Lejone Mpotjoane,
disse que se sentiu "surpreso" e "insultado".
"Para minha
surpresa, 'o país de que ninguém ouviu falar' é o país onde os Estados Unidos
têm uma missão permanente", afirmou Mpotjoane à BBC.
A pequena nação do
sul da África é quase toda
formada por montanhas, e se encontra completamente rodeada pela África do Sul.
A seguir,
compartilhamos oito fatos sobre este país.
1. O reino no céu
O reino do Lesoto é
composto em sua maior parte por terras altas. Muitos vilarejos só podem ser
alcançados a cavalo, a pé ou por meio de pequenas aeronaves.
Conhecido como o
"reino no céu", Lesoto é o único Estado independente do mundo que se
encontra totalmente a mais de mil metros de altitude, de acordo com a
Enciclopédia Britânica. Seu ponto mais baixo está a 1.400 metros.
O país também é
conhecido por ter uma das pistas de pouso mais intimidadoras do mundo: a
Matekane, que é curta e tem desfiladeiros nas duas extremidades.
O site Business
Insider descreve que decolar deste aeroporto é "basicamente o mesmo que
empurrar um pássaro para fora do ninho para aprender a voar".
2. Rodeado pela
África do Sul
O Lesoto é
totalmente cercado pela África do Sul, mas separado dela por imponentes cadeias
de montanhas.
Como não há muita
terra arável, a população é vulnerável à escassez de alimentos, e depende da
renda proveniente de trabalhadores na África do Sul. Ao longo de décadas,
milhares de pessoas foram forçadas a procurar trabalho no país vizinho, devido
à falta de oportunidades de emprego em seu país.
A população do
Lesoto, de mais de 2 milhões de habitantes, compartilha algumas semelhanças
culturais e linguísticas com os sul-africanos. A língua deles, o sesoto, também
é um dos 11 idiomas oficiais da África do Sul. Na verdade, é falada por mais
pessoas na África do Sul (4,6 milhões) do que no próprio Lesoto.
3. Seu 'ouro
branco'
Os recursos são
escassos no Lesoto devido ao ambiente hostil dos planaltos, e ao espaço
agrícola limitado nas terras baixas.
Seu maior recurso é
a água, conhecida
localmente como "ouro branco", que é exportada para a África do Sul.
Os diamantes são outro importante produto de exportação.
4. Os basotos
Os habitantes do
Lesoto são da etnia basoto.
Alguns dos
elementos culturais associados aos basotos são suas mantas e seus tradicionais
chapéus cônicos, conhecidos como mokorotlos. Eles são um símbolo nacional,
e aparecem no centro da bandeira do país.
As mantas são
feitas de lã grossa, com estampas coloridas e pitorescas, cada uma contando uma
história diferente da trajetória do povo basoto.
Os basotos as usam
como xales em eventos especiais, e também costumam dar de presente.
5. Esquiar na
África? Sim
Quando você pensa
em esqui e snowboard, deve imaginar as encostas cobertas de neve da Europa e da
América do Norte.
Mas o Lesoto ficou
conhecido no circuito dos esportes de inverno. O país abriga a estação de esqui
mais alta da África Subsaariana, uma das poucas do continente.
O resort Afriski
está localizado a 3.222 metros acima do nível do mar, no alto das montanhas
Maloti do Lesoto, e atrai visitantes deste e de outros países.
6. O problema do
HIV
O Lesoto tem uma
das taxas de incidência de HIV, vírus causador da
Aids, mais altas do mundo: um em cada cinco adultos é soropositivo, e há mais
infecções por cada 100 mil habitantes do que na maioria dos países, incluindo
Namíbia, Botsuana e eSwatini, localizados na
vizinhança.
Desde 2006, o
governo dos Estados Unidos destinou quase US$ 1 bilhão para ajudar o país a
combater o HIV, incluindo serviços de prevenção, cuidados e tratamento, de
acordo com o Departamento de Estado.
7. Alta taxa de
suicídio
Este reino montanhoso
também tem a taxa de suicídios
mais alta do mundo —
87,5 pessoas para cada 100 mil habitantes, de acordo com a Organização Mundial
da Saúde (OMS).
Este número é quase
10 vezes maior do que a média mundial, que é de 9 por 100 mil, e mais do que o
dobro do país com a segunda maior taxa, a Guiana, que é de cerca de 40 por 100
mil.
Não há uma razão
única para esta estatística assustadora: os especialistas citam o uso abusivo
de drogas e álcool, a escassez de empregos e a falta de apoio à saúde mental.
8. Exportador de
calças para os EUA
O Lesoto é um dos
maiores exportadores de roupas da África Subsaariana para os Estados Unidos.
No ano passado,
exportou US$ 237 milhões em vestuário, incluindo jeans e têxteis, por meio da
Lei de Crescimento e Oportunidades para a África (Agoa, na sigla em inglês),
que permite aos países africanos que cumprem os requisitos enviar alguns produtos
para os EUA sem pagar impostos.
O país ocupa o
segundo lugar em relação ao valor dos produtos exportados no âmbito deste
acordo.
Fonte: BBC News
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