sábado, 11 de janeiro de 2025

Trump tentará trocar Ucrânia pela redução da cooperação da Rússia com China, opina especialista

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pode fazer um acordo com a Rússia que preveja o cancelamento do apoio à Ucrânia pelos EUA em troca da redução da cooperação da Rússia com a China, disse à Sputnik Konstantin Blokhin, especialista em estudos norte-americanos e segurança.

Recentemente, o enviado especial para a Ucrânia na equipe de Trump, Keith Kellogg, disse que o futuro chefe da Casa Branca, a partir de 20 de janeiro, poderá chegar a uma solução do conflito na Ucrânia como parte de suas próximas conversas com o presidente russo Vladimir Putin e o atual líder ucraniano Vladimir Zelensky.

Blokhin apontou para o fato de que o maior adversário para Trump é a China, portanto pode empreender esforços nessa área e "trocar a Ucrânia pela China".

"Ou seja, 'nós, os Estados Unidos, desistimos de nosso apoio à Ucrânia, enquanto vocês, russos, reduzem sua parceria estratégica com a China'", explicou o especialista.

Contudo, essa opção vai ser inaceitável para a Rússia, acrescentou ele.

Blokhin sugere que Washington, sob o comando de Trump, vai tentar transferir o financiamento da Ucrânia para a Europa, pois são capazes de continuar apoiando Kiev.

Alguns países europeus, de acordo com o analista, estão interessados nisso, uma vez que suas elites "globalistas e cosmopolitas" não vão desistir das ideias de preservar a liderança do Ocidente no mundo.

"As elites ocidentais não abrirão mão de um ativo estratégico como a Ucrânia tão facilmente. Elas estão lutando pela Ucrânia desde meados dos anos 1990, uma quantidade colossal de dinheiro, esforços e tempo foi gasta para separar a Ucrânia da Rússia", enfatizou.

Ele acrescentou que o interesse da Europa na Ucrânia é congelar o conflito ao longo da linha de contato, em vez de resolvê-lo.

Durante esse período, a União Europeia (UE) vai se empenhar em desenvolver a capacidade do complexo militar-industrial e, em dez a 15 anos, continuará os esforços para integrar a Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Blokhin ressaltou que só sucessos russos no campo de batalha podem incentivar o processo de paz, observando que todas as conversas sobre um processo de negociação começam quando as tropas russas estão avançando.

<><> Maior erro de Biden foi não conversar com Putin, diz enviado de Trump à Ucrânia

Keith Kellogg, enviado de Trump para Ucrânia e Rússia, disse a um canal de TV norte-americano que o maior erro do presidente Joe Biden foi nunca ter se envolvido com o presidente russo, Vladimir Putin.

"O maior erro que o presidente Biden cometeu foi nunca ter iniciado uma conversa com Putin", disse em entrevista à Fox News.

O enviado de Trump também afirmou que, embora o presidente eleito esteja tentando "salvar a Ucrânia", é essencial realizar negociações com o lado russo.

"Ele [Trump] não está tentando dar algo a Putin ou à Rússia. Ele está realmente tentando salvar a Ucrânia", afirmou Kellogg.

Kellogg é um general aposentado de três estrelas do Exército dos EUA altamente condecorado que foi escolhido para servir como assistente presidencial e enviado especial para Ucrânia e Rússia.

¨      EUA aproveitam assistência à Ucrânia para reabastecer seus estoques militares, segundo relatórios

O Exército dos EUA gastou bilhões de dólares de sua ajuda à Ucrânia para reabastecer seus estoques de equipamentos blindados depois de tentar inflacionar o preço de veículos blindados antigos enviados à Ucrânia, cujo valor já estava se aproximando de zero, descobriu a Sputnik com base em uma análise dos relatórios do Pentágono.

O relatório de auditoria do inspetor-geral do Pentágono sobre a avaliação das armas enviadas à Ucrânia detalhou como o Exército dos EUA inicialmente tentou supervalorizar o equipamento militar, incluindo veículos blindados, fornecidos à Ucrânia.

Conforme o documento, os veículos blindados enviados a Kiev eram de modelos antigos que estavam chegando ao fim de sua vida útil, enquanto o Exército dos EUA transferiu bilhões de dólares do financiamento da ajuda à Ucrânia para comprar novos veículos de substituição, que custam 80 vezes mais.

O envio de equipamentos militares antigos para a Ucrânia causou, no seu turno, um novo problema. Quando o Exército dos EUA tentou calcular o valor dos veículos blindados de transporte de pessoal M113A3 enviados à Ucrânia, usou o valor dos AMPVs de reposição, que custam muito mais por unidade.

De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo projeto de supervisão da Ucrânia do inspetor-geral especial, o Congresso aumentou os limites da autoridade do presidente para liberar armas do estoque em um valor cumulativo de US$ 33,3 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões) a partir de fevereiro de 2022, enquanto o Departamento de Defesa recebeu US$ 45,8 bilhões (cerca de R$ 276 bilhões) em financiamento de segurança adicional para reabastecer armas e suprimentos anteriormente transferidos para Kiev.

Além de reavaliar as armas antigas fornecidas à Ucrânia, muitas dessas armas, incluindo veículos blindados, não atendiam aos padrões de "capacidade total de combate" e precisavam ser totalmente atualizadas antes de serem entregues à Ucrânia, descobriu a Sputnik.

Seguinte o relatório do gabinete do inspetor-geral do Departamento de Defesa dos EUA sobre a manutenção de equipamentos militares fornecidos à Ucrânia, publicado em outubro, 609 das 649 (cerca de 94%) unidades de equipamentos militares, incluindo veículos blindados e veículos militares Humvee, chegaram ao Centro de Manutenção e Distribuição Remota na Ucrânia, localizado em Jasenka, Polônia, em uma condição inoperacional e tiveram que ser reparados antes de serem enviados para a Ucrânia.

Anteriormente, o relatório do Pentágono de maio de 2023 sobre a manutenção inadequada de equipamentos militares entregues à Ucrânia detalhou problemas com a "inoperabilidade" de 29 Humvee e seis obuseiros M777 fornecidos por um depósito do Exército localizado no Kuwait.

 

¨      Com PIB em queda, Alemanha está na sua crise mais prolongada dos últimos 75 anos, diz jornal

A economia alemã está na crise mais prolongada dos últimos 75 anos, e não haverá saída para ela em 2025, escreve o jornal Bild com referência ao relatório do Sindicato dos Empregadores das Indústrias Metalúrgicas e Eletrotécnicas da Alemanha, Gesamtmetall.

"A Alemanha está passando pela pior crise em 75 anos. Nossa economia está em declínio há mais tempo do que nunca desde 1949", diz a publicação com referência ao estudo da situação da economia alemã para dezembro de 2024.

De acordo com o chefe do sindicato, Stefan Wolf, citado pelo jornal, a atual recessão é a mais longa "na história da República Federal", e não há perspectivas de melhoria da situação.

"A perda do bem-estar é bem visível – produto interno bruto [PIB] com a eliminação das flutuações de preços está 6,5% abaixo da sua tendência de crescimento observada durante décadas. Na faixa de preços atuais, isso corresponde a uma perda de mais de € 270 bilhões [R$ 1,7 trilhão] por ano ou € 3,200 euros [R$ 20,1 mil] por residente [do país] [...]. A dinâmica negativa ainda não foi parada. Após uma nova queda do PIB em 2024, as previsões para 2025 continuam a ser revisadas para queda", observa o Bild.

<><> Olaf Scholz bloqueia novo pacote de ajuda militar de €3 bi à Ucrânia, diz mídia

O gabinete do chanceler alemão Olaf Scholz está freando a ajuda militar adicional de €3 bilhões (cerca de R$ 18 bilhões) para a Ucrânia, defendida pela ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, e pelo ministro da Defesa, Boris Pistorius, informa a revista alemã Der Spiegel.

"A ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock [Partido Verde], e o ministro da Defesa, Boris Pistorius [Partido Social-Democrata], querem levantar um orçamento adicional de cerca de €3 bilhões [cerca de R$ 18 bilhões] para o fornecimento urgente de armas adicionais para a Ucrânia antes das eleições federais [para o Bundestag] marcadas para 23 de fevereiro. No entanto, o gabinete do chanceler Olaf Scholz está freando os planos de ajuda militar adicional", afirmou a Der Spiegel.

A revista também acrescenta que o Ministério da Defesa e o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha estão planejando pedir ao comitê orçamentário do Bundestag para aprovar gastos não programados com ajuda militar à Ucrânia devido à deterioração da situação na linha de frente e à incerteza no apoio dos EUA após a vitória de Donald Trump nas eleições.

"O gabinete do chanceler justifica seu veto contra o plano de €3 bilhões [cerca de R$ 18 bilhões] dizendo que não quer colocar o futuro governo federal diante de um fato consumado. Além disso, o gabinete de Scholz não vê a necessidade de uma ação urgente", elaborou a revista.

Destaca-se que Scholz pode estar com medo de alienar o eleitorado de seu Partido Social-Democrata com outro pacote de ajuda antes da eleição.

Anteriormente, Scholz tem dito repetidamente que a Alemanha não fornecerá à Ucrânia mísseis Taurus de longo alcance nem dará permissão a Kiev para usar suas armas para atingir alvos em território russo.

<><> 'É muito dinheiro': Scholz se recusa a permitir que a Alemanha gaste mais recursos na OTAN

O apelo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para que os países-membros da OTAN gastem anualmente 5% do PIB em defesa não foi bem recebido na Alemanha, onde o chanceler Olaf Scholz foi muito claro: seu país não planeja gastar esse valor.

O líder alemão disse que "é melhor nos concentrarmos no caminho que a Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN] acordou há muito tempo", referindo-se à porcentagem de 2% do PIB em gastos com defesa, já acordada anos atrás.

"É muito dinheiro. E isso realmente significa que teríamos que economizar € 150 bilhões ou nos endividarmos em € 150 bilhões por ano, ou uma combinação de ambos", disse Scholz em entrevista a uma revista alemã, após ser questionado sobre sua opinião em relação à proposta de Trump.

Segundo o chanceler, 5% do PIB da Alemanha significariam cerca de € 200 bilhões por ano (R$ 1,3 trilhão), de um orçamento total de € 490 bilhões (R$ 3 trilhões).

Embora tenha reconhecido que Berlim deve "fazer mais pela segurança", ele esclareceu que seu país quase dobrou seus gastos anuais com defesa para cerca de € 80 bilhões (R$ 501 bilhões).

Anteriormente, o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, chamou a demanda de Trump de "irrealista".

Ian Lesser, membro do think tank German Marshall Fund, concorda. Ele disse a vários veículos de mídia internacionais que "é completamente irrealista imaginar que virtualmente todos os aliados da OTAN atingirão o nível de 5%, pelo menos no curto prazo".

Os países da OTAN concordaram na cúpula de Vilnius em gastar pelo menos 2% do PIB em defesa em 2023. Atualmente, 23 dos 32 membros da Aliança Atlântica gastam 2% ou mais do seu PIB neste item.

Em julho passado, o ex-secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que os países membros da OTAN cumpririam sua promessa de gastar 2% ou mais de seu PIB em defesa, conforme solicitado pelos Estados Unidos.

"Os aliados da OTAN estão prontos para aumentar os gastos com defesa em 18% este ano [2024] . Este é o maior aumento em décadas", disse. "Vinte e três aliados gastarão 2% do PIB ou mais em defesa este ano", acrescentou. Segundo ele, esse número mais que dobrou em relação ao registrado há quatro anos.

"Também é importante para os Estados Unidos saberem que muito desse dinheiro é gasto aqui. Os aliados estão cada vez mais comprando equipamentos dos Estados Unidos", disse ele.

Em 2014, as nações que compõem o bloco militar ocidental se comprometeram com Washington a gastar 2% do PIB em defesa. No entanto, apenas três países atingiram essa meta: Estados Unidos, Reino Unido e Grécia.

¨      Interromper trânsito de gás russo via Ucrânia prejudicará mais Kiev do que Moscou, diz revista

A interrupção do transporte de gás russo pela Ucrânia causará mais danos a Kiev do que a Moscou, avaliou a revista norte-americana de análise Responsible Statecraft. A medida é tomada por conta do fim do contrato com a Rússia e da decisão das autoridades ucranianas pela não renovação.

A Gazprom anunciou em 1º de janeiro que está técnica e juridicamente impossibilitada de fornecer gás via território ucraniano devido ao término do acordo com a Naftogaz Ucrânia. No mesmo dia, o fornecimento foi interrompido, diante da falta de renovação do acordo pelas autoridades ucranianas.

"Como agora a Ucrânia depende da Europa e dos Estados Unidos para o fornecimento de eletricidade e combustíveis fósseis, particularmente energia elétrica da Eslováquia, a decisão de [Vladimir] Zelensky provavelmente prejudicará mais a Ucrânia do que a Rússia", escreveu Mike Fredenburg, colunista da revista.

Segundo o autor do artigo, volumes crescentes de produtos petrolíferos da Rússia são vendidos para Turquia e Índia, onde são processados e revendidos à União Europeia (UE). Fredenburg destacou que os preços do gás na Europa aumentaram significativamente com a interrupção do transporte pela Ucrânia.

O especialista questiona ainda se a decisão de Zelensky foi feita para "punir" países europeus, como Eslováquia e Hungria, em vez de prejudicar a Rússia.

primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, declarou anteriormente que, devido à interrupção do trânsito de gás por Kiev, Bratislava poderia suspender o envio de ajuda humanitária, interromper o fornecimento de energia à Ucrânia em casos de emergência e reduzir consideravelmente o apoio aos cidadãos ucranianos atualmente no país. Fico também ameaçou usar seu direito de veto na União Europeia em questões relacionadas a Kiev.

<><> Crise energética na União Europeia

A medida ainda deve provocar um aumento nas tarifas de energia, fortalecendo as pressões inflacionárias e ampliando a crise do custo de vida. Kiev já havia feito declarações sucessivas sobre não ter intenção ou interesse de estender o acordo, o que reacendeu o medo de uma nova crise energética na Europa, alertaram especialistas citados na última semana.

"Se houver uma crise no fornecimento de energia, a Europa será a mais afetada, e isso enfraquecerá ainda mais seu poder econômico", observou o analista político croata Robert Frank.

A Europa ainda não se recuperou de sua atitude míope de cortar drasticamente sua dependência do gás russo, o que desencadeou um aumento maciço na inflação e desaceleração econômica.

O gasoduto Urengoy-Pomary-Uzhgorod transportou cerca de 15,5 bilhões de metros cúbicos de gás no ano passado, respondendo por aproximadamente 4,5% do consumo total de gás na União Europeia, de acordo com a Gazprom. Moldávia e quatro países da UE — Eslováquia, Áustria, Itália e República Tcheca — receberam gás russo por essa rota.

O Balkan Stream, alimentado pelo gasoduto Turkish Stream, é agora a única fonte de gás russo para a Europa — garantindo fornecimento a Romênia, Grécia, Macedônia do Norte, Sérvia, Bósnia e Herzegovina e Hungria.

<><> Moldávia se tornou instrumento na guerra do gás travada pelos EUA contra a Europa

A Moldávia concordou em ser um instrumento descartável nas guerras do gás e nos planos dos Estados Unidos para a desindustrialização da Europa, afirmou nesta quarta-feira (8) o deputado do Partido Socialista Bogdan Tsîrdea.

"Sobre as guerras do gás e a desindustrialização da Europa, a Moldávia, nessa grande estratégia, por cortesia do partido Ação e Solidariedade, aceitou o papel nem mesmo de um peão, mas de um instrumento descartável. Um cão de guarda insignificante contra a Rússia e a Gazprom", escreveu Tsîrdea em seu canal no Telegram.

Segundo o parlamentar, os EUA planejaram privar a União Europeia e, principalmente, a Alemanha de energia barata proveniente da Rússia para vender seu próprio gás. Além disso, pretendiam desindustrializar o bloco, transferindo a produção para o território norte-americano.

"No final, ao esgotar todos os recursos da União Europeia, [os EUA] se prepararão para um confronto com a China. Para isso, será necessário um armistício com a Rússia", destacou o deputado.

Desde dezembro do ano passado, a Moldávia está sob regime de emergência energética. A justificativa do governo é o risco de uma crise humanitária na Transnístria. Já o primeiro-ministro moldavo, Dorin Recean, declarou anteriormente que a margem direita do rio Dniester pode enfrentar déficit de energia elétrica, já que atualmente até 70% da demanda é atendida pela usina termoelétrica moldava localizada na região.

Diante disso, a compra de energia elétrica de outros fornecedores inevitavelmente resultará em aumento nas tarifas. A empresa Energocom já afirmou que, em janeiro, atenderá às necessidades de eletricidade da Moldávia por meio da produção local e da importação da Romênia.

Em outubro de 2021, as autoridades da Moldávia chegaram a um acordo com a Gazprom para prorrogar o contrato de fornecimento de gás, condicionado à auditoria das dívidas da Moldovagaz em 2022.

Segundo o contrato entre a Moldovagaz e a Gazprom, o volume de fornecimento foi limitado a 5,7 milhões de metros cúbicos de gás, destinado à Transnístria em troca de energia elétrica. Paralelamente, a Moldávia utilizava gás de reservas ou comprava por meio da Energocom no mercado spot.

Em setembro de 2023, o então ministro da Energia da Moldávia, Victor Parlicov, apresentou os resultados da auditoria da dívida histórica da Moldovagaz com a Gazprom, que totalizava US$ 709 milhões (R$ 4,3 bilhões).

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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