quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Trump ordena que governo não poderá pressionar redes sociais para derrubar conteúdos que não aprove

Citando o fim da "censura federal", Donald Trump determinou que o governo federal dos Estados Unidos não pode pressionar as redes sociais contra discursos que não aprove.

Em um dos atos do primeiro dia de mandato, o republicano escreveu que isso acontecia no governo de Joe Biden, seu antecessor. E determinou que seja feita uma investigação para identificar e remediar possíveis danos ao direito constitucional de liberdade de expressão.

"Nos últimos quatro anos, a administração anterior massacrou o direito à liberdade de expressão exercendo, com frequência, uma pressão substancial coerciva sobre empresas, como as redes sociais, para moderar, derrubar ou, de alguma outra forma, suprimir um discurso que o governo federal não aprovava", diz a medida.

A ordem de Trump se alinha com uma fala recente de Mark Zuckerberg, presidente-executivo da Meta, dona do Instagram e do Facebook.

Ao anunciar o fim do programa de checagem de fatos nessas plataformas, Zuckerberg disse que trabalhará com o novo presidente contra "governos de todo o mundo, que visam perseguir empresas americanas" e "implementar mais censura".

No ato chamado "restaurando a liberdade de expressão e acabando com a censura federal", Trump também proibiu que seja usado dinheiro público em qualquer conduta que abrevie o direito dos americanos de se expressarem livremente.

E afirmou ainda que, "sob o disfarce de combater 'desinformação'", o governo democrata de Biden infringiu o direito constitucional dos cidadãos para avançar sua narrativa preferida sobre temas significativos do debate público.

Antes disso, no discurso de posse, à qual os chefões das principais redes sociais do mundo compareceram, Trump prometeu acabar com programas de diversidade e disse que, agora, "só existem dois gêneros: masculino e feminino".

·        Discurso alinhado com a Meta e com o X

Ao anunciar o fim da checagem contra desinformação em posts do Instagram e do Facebook, Zuckerberg criticou a Europa e seu "número crescente de leis que institucionalizam a censura e dificultam a construção de algo inovador".

A União Europeia e o Reino Unido já adotam leis que exigem responsabilidade de redes sociais e das grandes empresas de tecnologia sobre conteúdos publicados.

E declarou que "os países latino-americanos têm tribunais secretos que podem ordenar que as empresas retirem as coisas silenciosamente".

Essa fala foi interpretada pelo governo Lula como um recado ao Supremo Tribunal Federal (STF) , que discute a responsabilização das redes sociais.

Ao determinar o fim da checagem profissional para conteúdos postados nos EUA, o presidente-executivo da Meta criticou os profissionais contratados pela própria companhia para checar os conteúdos postados no Facebook e no Instagram.

Zuckerberg disse que o programa de verificação começou como um movimento para ser mais inclusivo, mas que tem sido cada vez mais usado para calar opiniões e excluir pessoas com ideias diferentes. "Isso foi longe demais", afirmou.

Agências de checagem rebateram o bilionário, dizendo que a Meta nunca lhes deu poder para derrubar posts: esta era uma decisão que cabia à própria empresa.

E que os profissionais que eram contratados para a checagem precisavam ser certificados e seguir os princípios da International Fact-Checking Network (IFCN), uma aliança global de checagem de fatos do Instituto Poynter, baseado nos EUA.

Zuckerberg disse ainda que, nos EUA, Instagram e Facebook vão adotar o sistema de notas da comunidade, semelhante ao do X, em que usuários comuns podem apontar problemas em postagens.

As decisões da Meta foi alvo de criticas de especialistas em tecnologia em todo o mundo.

Em nome de "mais liberdade", a empresa mudou, inclusive no Brasil, as políticas de uso, permitindo conteúdos antes inaceitáveis, como associar o público LGBTQIAP+ a doenças mentais.

E a Meta também encerrou seus programas de diversidade e inclusão, assim como a Amazon.

¨      Mais um atentado contra Trump poderia provocar uma guerra civil nos EUA, diz filósofo russo

Presidente dos EUA Donald Trump se tornou o símbolo da nova ideologia do "trumpismo" e mais um atentado não a eliminaria, mas levaria os EUA à guerra civil, afirma o filósofo russo Aleksandr Dugin.

"O trumpismo é agora uma onda crescente dentro da sociedade norte-americana. [...] Não é possível simplesmente eliminar o trumpismo com um atentado, já é tarde. Qualquer tentativa de se passar a uma resistência mais radical contra Trump levará certamente pelo menos a uma guerra civil", elabora o filósofo na sua entrevista à Sputnik.

Dugin também destaca que a emergência dessa ideologia pode ser identificada claramente, quando vemos a lista dos seus apoiadores famosos.

"Quando ele [Trump] nomeou o vice-presidente J.D. Vance, o seu apoiador ideológico e jovem, quando sua nova comitiva incluía Elon Musk, Kennedy, Tulsi Gabbard e outros, tornou-se claro que Trump é alguma coisa maior do que Trump. Pois, isso é o símbolo e a ideia, é tendência. Isto é, por assim dizer, uma ideologia", acrescenta o filósofo.

Anteriormente, Donald Trump tomou posse oficialmente como presidente dos Estados Unidos nesta segunda-feira (20), prestando juramento em cerimônia realizada no Capitólio.

¨      Trump concede perdão a criador de site de venda de drogas condenado a prisão perpétua

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu nesta terça-feira (21) perdão presidencial para Ross Ulbricht, criador do site de venda de drogas Silk Road que tinha sido condenado a prisão perpétua em 2015, informou a agência Reuters.

Ele foi preso em flagrante em 2013, em uma biblioteca de Nova York, nos EUA. Na ocasião, a polícia encontrou Ulbritch com um notebook que tinha o painel de administração do site Silk Road aberto, além de registros de conversas sobre o gerenciamento do site.

Na época da prisão, procuradores dos EUA afirmaram que o Silk Road foi usado por mais de 100 mil pessoas e movimentou US$ 214 milhões em vendas de drogas por meio da criptomoeda bitcoin, segundo a Reuters.

Com a medida, Trump cumpriu uma promessa feita na campanha eleitoral de reverter o resultado de um caso marcante nos EUA, que surgiu apenas alguns anos após a criação da criptomoeda.

"A escória que trabalhou para condená-lo eram alguns dos mesmos lunáticos que estavam envolvidos na moderna instrumentalização do governo contra mim", disse Trump, nesta terça.

O Silk Road operava na rede Tor, que não fica aberta para todos na internet e permite aos usuários se comunicarem sem serem identificados. Os pagamentos com bitcoin também ajudavam a fazer transações anônimas, segundo os procuradores.

Ulbricht admite ter criado o Silk Road, mas alegou por meio de seu advogado que o objetivo era que ele fosse um "site de livre mercado". Sua defesa afirmou que ele transferiu o site para terceiros, mas foi atraído de volta para ser um "bode expiatório" para os reais donos.

De acordo com a procuradoria, Ulbricht tomou medidas extremas para tentar proteger o site. Elas incluíram ordens de assassinato de pessoas que pudessem representar uma ameaça para a plataforma, de acordo com as autoridades.

Em uma das conversas obtidas em seu computador, Ulbricht tentava contratar matadores de aluguel sob o codinome Dread Pirate Roberts, afirmaram os procuradores. Ele negou ter criado esse usuário.

Depois de ser fechado pelo FBI em outubro de 2013, o Silk Road ressurgiu como Silk Road 2.0, operado por uma equipe diferente. A segunda versão do site foi retirada do ar em novembro de 2014, com a prisão de Blake Benthall, apontado como administrador do segundo site.

¨      Trump revoga medida de Biden que regulamentava IA e dá mais prazo ao TikTok

Em seu primeiro dia na volta à Casa Branca, na segunda-feira (20), o presidente Donald Trump tomou medidas que modificam decisões de Joe Biden em relação à regulamentação da inteligência artificial e ao possível banimento do TikTok no país.

No caso da IA, Trump revogou um decreto assinado pelo ex-presidente democrata que estabelecia padrões de segurança da tecnologia, reduzindo os riscos para consumidores, trabalhadores e para a segurança nacional.

Sobre o TikTok, o republicano assinou um decreto que adia, por 75 dias, o banimento do app nos EUA. O prazo servirá para que a plataforma entre em acordo com o governo e continue funcionando no mercado norte-americano. A decisão adia a validade de uma lei assinada por Joe Biden no ano passado.

<><> Veja os detalhes das medidas:

O decreto que Trump revogou fazia parte dos planos do democrata para regulamentar a inteligência artificial no país. A ordem de Biden incluía pontos como:

·        desenvolvedores de sistemas de inteligência artificial teriam que compartilhar seus resultados de testes de segurança e outras informações críticas com o governo americano;

·        empresas deveriam realizar testes para garantir que os sistemas de IA estejam seguros.

·        os Departamentos de Energia e Segurança Interna dos EUA ficariam responsáveis por acompanhar possíveis riscos químicos, radiológicos, biológicos e nucleares que a IA pudesse gerar;

·        a criação de um relatório para identificar potenciais riscos da IA no mercado de trabalho.

No ano passado, o Partido Republicano pediu pela revogação do decreto, alegando que ele dificulta a inovação em IA, acrescentando que "os republicanos apoiam o desenvolvimento de IA enraizado na liberdade de expressão e no florescimento humano".

<><> TikTok ganha novo prazo para não ser banido

Também na segunda, Trump assinou um decreto determinando que o procurador-geral dos EUA não tome nenhuma ação pelo banimento do TikTok no país nos próximos 75 dias. Na ordem, o presidente diz que, com a suspensão, o governo dos EUA poderá “determinar o curso de ação apropriado com relação ao TikTok".

Trump disse que o decreto dá a ele o poder de “vender ou fechar” a plataforma. O presidente também defendeu que os EUA tenham direito a metade da rede social.

<><> Trump: EUA devem ficar com metade do TikTok

A lei assinada por Biden determinava que a rede social chinesa encontrasse um comprador para sua operação nos EUA, até o último domingo (19), sob a pena de ser banida no país.

O decreto de Trump ainda orienta o Departamento de Justiça dos EUA a comunicar empresas como Apple, Google e Oracle, que trabalham com o TikTok, “declarando que não houve violação do estatuto e que não há responsabilidade por qualquer conduta que tenha ocorrido” a partir de 19 de janeiro, quando a proibição começaria.

No domingo, plataforma ficou algumas horas fora do ar para usuários norte-americanos, mas voltou a funcionar após o republicano indicar que adiaria a proibição.

"Como resultado dos esforços do presidente Trump, o TikTok está de volta nos EUA", disse a plataforma em notificação enviada aos usuários.

¨      Trump anuncia investimento de até US$ 500 bilhões em inteligência artificial

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (21) um investimento de até US$ 500 bilhões em inteligência artificial por meio de uma parceria com as empresas OpenAI, criadora do ChatGPT, Oracle, de gerenciamento de servidores e bancos de dados, e o banco SoftBank.

A nova entidade, que vai se chamar Stargate, iniciará a construção de projetos para o desenvolvimento da tecnologia no Texas, de acordo com a Casa Branca. A promessa é de gerar 100.000 empregos.

Ao lado de Trump, no anúncio, estavam Sam Altman, CEO da OpenAI, Masayoshi Son, do SoftBank, e Larry Ellison, da Oracle, que afirmou que data centers já estão sendo construídos para o projeto, no Texas.

Trump disse que a Stargate fará um "investimento tremendo" no que ele definiu como "de longe, o maior projeto de infraestrutura para IA na história”.

O bilionário japonês Masayoshi Son já havia se comprometido, em dezembro, a investir US$ 100 bilhões em projetos nos EUA nos próximos quatro anos.

Antes do primeiro mandato de Trump, em 2016, ele prometeu investir US$ 50 bilhões, que incluíam uma participação na WeWork, empresa de aluguel de espaços de coworking.

Enquanto Trump aproveita os anúncios para mostrar que sua presidência está impulsionando a economia, já havia expectativas de construção massiva de data centers e usinas de eletricidade necessárias para o desenvolvimento da IA.

A inteligência artificial promete aumentar a produtividade com a automatização do trabalho, mas existe o risco de ela substituir empregos se for mal implementada.

Em outubro passado, a empresa financeira Blackstone estimou que US$ 1 trilhão seria investido em data centers ao longo de cinco anos nos EUA, com outro US$ 1 trilhão aplicado em outros países.

As estimativas sugerem que grande parte do novo capital passará pela Stargate, já que a OpenAI se estabeleceu como líder do setor com o lançamento, em 2022, do ChatGPT, que cativou a imaginação do público com sua capacidade de responder a perguntas complexas e executar tarefas empresariais básicas.

A Casa Branca colocou esforços em geração de eletricidade, em antecipação à expansão da IA, considerando que os EUA estão em uma corrida competitiva contra a China para desenvolver a tecnologia cada vez mais adotada pelas empresas.

Ainda assim, a perspectiva de regulamentação da IA permanece incerta, já que Trump revogou um decreto assinado por Joe Biden em 2023 que criava padrões de segurança e uma marca d'água para conteúdo gerado por IA, entre outros pontos. A iniciativa visava colocar barreiras nos possíveis riscos da tecnologia para a segurança nacional e o bem-estar econômico.

A CBS News reportou antes que Trump anunciaria o investimento em IA.

O apoiador de Trump Elon Musk, com patrimônio avaliado em US$ 400 bilhões, foi um dos primeiros investidores na OpenAI, mas depois contestou a mudança de status da empresa, que agora tem fins lucrativos.

Musk fundou sua própria empresa de IA, a xAI, e também é responsável pelo Departamento de Eficiência Governamental, criado por Trump com o objetivo de reduzir os gastos do governo.

Em janeiro, Trump anunciou um investimento de US$ 20 bilhões da DAMAC Properties dos Emirados Árabes Unidos para a construção de data centers vinculados à IA.

¨      Deputado dinamarquês insulta Trump no Parlamento Europeu por suas declarações sobre Groenlândia

O eurodeputado dinamarquês Anders Vistisen respondeu de forma desrespeitosa à reivindicação do presidente dos EUA, Donald Trump, em relação a Groenlândia. O fragmento do seu discurso foi publicado pela empresa de radiofusão da Dinamarca DR.

"Caro presidente Trump! Ouça com atenção. A Groenlândia tem sido parte do Reino da Dinamarca por 800 anos. É uma parte inalienável do nosso país. Ela não está à venda. Deixe-me colocar de uma maneira que você pode entender: senhor Trump, dê o fora!", declarou Vistisen, usando uma linguagem obscena durante seu discurso na terça-feira (21).

De acordo com a DR, o deputado recebeu uma repreensão por usar linguagem inadequada.

Em 7 de janeiro, Trump disse que a Groenlândia deveria se tornar parte dos Estados Unidos e enfatizou sua importância estratégica para a segurança nacional e para proteger o "mundo livre", inclusive da China e da Rússia. Por sua vez, o primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, disse que a ilha não está à venda e nunca será vendida. Ao mesmo tempo, Trump se recusou a se comprometer a não usar a força militar para estabelecer o controle sobre a Groenlândia.

 

Fonte: g1/Sputnik Brasil

 

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