sábado, 11 de janeiro de 2025

'Sólido impulso no setor de manufaturas': como foi o panorama industrial da China em 2024?

A mídia chinesa analisou as principais conquistas da China em termos de inovação tecnológica durante o ano e pontuou os da indústria para 2025.

De acordo com o Global Times, o cenário industrial da China em 2024 testemunhou uma série de conquistas e inovações que refletem "o sólido impulso do setor manufatureiro da China" e ressaltam o compromisso com práticas de fabricação avançadas, sustentáveis e inteligentes.

A título de exemplo, o artigo recorda que, no final deste ano, a China apresentou em Pequim o protótipo do comboio de alta velocidade mais rápido do mundo, que viajará a 400 quilômetros por hora, exibindo mais uma vez a tecnologia de ponta e os avanços do gigante asiático em tecnologia ferroviária.

A mídia também menciona que foi acordado em novembro passado que a aeronave C929 — avião bimotor de fuselagem larga e longo alcance —, desenvolvida e fabricada no país, se tornaria parte da frota da AirChina, marcando um novo avanço do gigante asiático no setor.

O primeiro navio de cruzeiro de grande porte construído em território chinês iniciou suas operações comerciais em janeiro de 2024, completando 84 viagens até agora e facilitando um total de 600 mil operações de chegada e partida de passageiros, informou a Xinhua.

A mídia chinesa aponta, também, um conjunto de dados para mostrar as conquistas significativas no desenvolvimento econômico de alto nível da China.

"Em 2024, a China superou 4,14 milhões de estações de base 5G, com uma média de 29 estações por 10 mil pessoas. O setor de manufatura tem mais de 6,03 milhões de empresas registradas, das quais 8,55% estão vinculadas a indústrias emergentes estratégicas, um aumento de 6,35% em relação ao final de 2023. A produção anual de veículos elétricos da China ultrapassou o marco de 10 milhões pela primeira vez em 2024. Além disso, o mercado de robôs humanoides atingirá 3 bilhões de yuans [cerca de R$ 2,5 bilhões], demonstrando o potencial de setores emergentes na economia da China", mostra o Global Times.

Para conseguir tudo isso, explica o artigo, ao longo do ano o governo chinês implementou diversas iniciativas para promover a inovação e o desenvolvimento em indústrias-chave.

"Em janeiro, a China apresentou medidas políticas de promoção de indústrias voltadas para o futuro, como robôs humanoides, interfaces cérebro-computador e tecnologia 6G para estimular o crescimento econômico. Em fevereiro, o governo emitiu diretrizes para acelerar a transformação verde do setor de manufatura. Em março, a China lançou atualizações de equipamentos em larga escala e trocas de bens de consumo para melhorar a qualidade das indústrias tradicionais", destaca.

Mas isso não é tudo. Em junho, a China implementou um novo conjunto de políticas de apoio para 1.000 empresas como parte dos esforços para melhorar o moderno sistema industrial do país.

Em setembro, a China revelou planos para construir plataformas de teste em escala piloto em manufatura e novos materiais, acelerando a transição de novas tecnologias do laboratório para a produção industrial.

Confirmando o sucesso desta política, dados oficiais preveem que a produção industrial de valor agregado das empresas chinesas crescerá cerca de 5,7% ao ano em 2024.

Geng Bo, especialista do setor de tecnologia, disse ao Global Times que a China — que ocupa o primeiro lugar no mundo na produção e vendas de eletrônicos de consumo — oferece uma demanda crescente que impulsiona a inovação e as melhorias científicas e tecnológicas dos produtos.

"Seja em smartphones, eletrodomésticos, eletrônica automotiva, controle industrial ou no novo setor de energia, a demanda do mercado está levando as empresas nacionais a inovar e a desenvolver produtos adequados às diversas necessidades, impulsionando assim o rápido crescimento dos avanços científicos e tecnológicos e aplicações ligadas à inovação", disse Geng.

¨      China acusa UE de dificultar o comércio e o investimento em carros elétricos, diz mídia

O Ministério do Comércio da China concluiu sua investigação sobre o Regulamento de Subsídios Estrangeiros da União Europeia (UE), destacando a "implementação seletiva" do bloco.

O inquérito da China, iniciado em julho de 2024, depois que a UE começou a examinar os subsídios chineses para a fabricação de veículos elétricos (VEs), concluiu nesta quinta-feira que o bloco europeu fez uma "implementação seletiva" visando uma disputa comercial que se não for resolvida bilateralmente pode acabar resultando em "outras medidas apropriadas".

Pequim e Bruxelas estão em meio a uma disputa comercial em que a UE impôs tarifas de até 45% sobre VEs de fabricação chinesa alegando que os chineses teriam dado vantagens competitivas em forma de subsídios de maneira injusta às suas indústrias.

Segundo a Bloomberg, a China afirmou que a investigação europeia foi enviesada, levando o Ministério do Comércio chinês a entender que "os produtos chineses estão sendo tratados de forma mais desfavorável no processo de exportação para a UE do que produtos de países terceiros".

Ao instituir o Regulamento de Subsídios Estrangeiros, Bruxelas se concedeu o poder de vetar subsídios que considere capazes de distorcer os mercados europeus, o que aos olhos de alguns observadores funciona como uma ferramenta para justificar o protecionismo europeu diante da carência de financiamentos que sua indústria tem enfrentado. Para além disso, os reguladores podem emitir multas, suspender licitações ou bloquear aquisições estatais imediatamente.

Ainda em 2024, a UE usou o regulamento para conduzir diligências a escritórios de fornecedores chineses de equipamentos de segurança Nuctech na Polônia e nos Países Baixos, na expectativa de encontrar evidências de que Pequim tivesse favorecido a empresa.

<><> China registra aumento de 40% nas vendas de veículos elétricos e híbridos em 2024

As vendas de veículos híbridos e elétricos na China aumentaram mais de 40% em 2024, em relação ao ano anterior, totalizando 10,899 bilhões de unidades, de acordo com números oficiais.

De acordo com a Associação de Automóveis de Passageiros da China, 47,6% das vendas no período foram de veículos movidos por energias alternativas.

Em dezembro, foram vendidos 1,3 milhão de veículos desse tipo, aumento anual de 37,5%.

fabricante BYD se tornou líder do mercado chinês, com mais de 4 milhões de veículos vendidos em 2024. A Tesla também alcançou recordes de vendas na China, apesar da queda global. Fabricantes estrangeiros, como General Motors, Toyota e Volkswagen, estão perdendo terreno.

Apesar do aumento nas vendas, a indústria automotiva chinesa viu uma queda na rentabilidade, com margens de lucro caindo para 4,4% nos primeiros 11 meses de 2024, em comparação com 6,2% em 2020.

Fornecedores e concessionárias na China estão enfrentando uma prolongada guerra de preços com países do Ocidente, forçando-os a reduzir ainda mais os custos dos componentes ou a oferecer descontos maiores.

¨      Novos centros petroquímicos mundiais vão surgir na Ásia-Pacífico até 2030, avalia especialista

Novos centros da indústria petroquímica estão sendo criados nos países da Ásia-Pacífico, principalmente na China e na Índia, disse o chefe de projetos de negócios da empresa russa Implementa, Ivan Timonin, à Sputnik.

"Até 2030, espera-se que cerca de 1.000 novos ativos e expansões de capacidade de instalações existentes de produção petroquímica sejam lançados na região da Ásia-Pacífico", disse o especialista.

Ele destacou que a China será o líder absoluto no mercado petroquímico, ocupando cerca de 60% do crescimento de capacidade de produção global de olefinas nos próximos anos.

"Mais de 40 instalações serão lançadas no país, com uma capacidade total de mais de 60 milhões de toneladas", explicou.

De acordo com o especialista, a Índia, líder mundial em termos de taxas de crescimento tanto da oferta quanto da demanda de uma ampla gama de produtos petroquímicos, deve ser mencionada separadamente.

Nesse país, os principais impulsionadores do desenvolvimento da indústria petroquímica são o crescimento econômico e industrial acima da média, o desejo de reduzir a dependência de importações de vários produtos e os incentivos governamentais também serão um fator importante.

¨      Autoridades dos EUA pressionaram maior mineradora da Groenlândia contra negócios com China

Autoridades dos EUA pressionaram a operadora do maior campo de mineração de metais da Groenlândia, a Tanbreez Mining, a não vender seus negócios para empresas chinesas, informou a Reuters na sexta-feira (10), citando o CEO da empresa, Greg Barnes.

Autoridades do governo dos EUA, que visitaram o projeto no sul da Groenlândia duas vezes em 2024, compartilharam com a empresa, supostamente com dificuldades financeiras, a mensagem de que a venda a qualquer comprador ligado a Pequim seria indesejável, disse Barnes, sem revelar os nomes das autoridades ou das empresas chinesas interessadas.

No final, Barnes vendeu a empresa para a Critical Metals, sediada em Nova York, por US$ 5 milhões em dinheiro e US$ 211 milhões em ações (cerca de R$ 1,9 bilhão), o que é significativamente menor do que o preço proposto pelos chineses, disse a agência de notícias.

"Houve muita pressão para não vender para a China", disse o CEO da Critical Metals, Tony Sage.

Os esforços das autoridades americanas ressaltam o interesse de Washington nas terras dinamarquesas, que começou muito antes dos comentários recentes do presidente eleito Donald Trump.

Trump, que deve assumir o cargo em 20 de janeiro, em dezembro de 2024 chamou a posse da Groelândia, um território autônomo dinamarquês, de "necessidade absoluta" para os Estados Unidos, comentando assim sua decisão de nomear um novo embaixador dos EUA na Dinamarca.

O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, respondeu dizendo que a ilha não está à venda.

Trump disse a repórteres no início de janeiro que não pode garantir que não usará a força militar para tomar a Groenlândia. Mais tarde, a vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, afirmou que atualmente não há planos militares em andamento para tomar o controle da Groenlândia.

Trump anunciou a intenção de  adquirir a Groenlândia em 2019, quando cumpria seu primeiro mandato presidencial.

A Groenlândia foi uma colônia da Dinamarca até 1953. Continua fazendo parte do reino, mas em 2009 recebeu autonomia com a possibilidade de autogoverno e escolhas independentes em política interna.

¨      Russofobia é incluída em decreto de estratégia de combate ao extremismo aprovado por Putin

A russofobia e a xenofobia foram adicionadas à estratégia de combate ao extremismo na Rússia, conforme decreto do presidente russo, Vladimir Putin, publicado neste sábado (28). O documento foi atualizado pela última vez em 2020.

"Xenofobia: manifestação de ódio, aversão ou intolerância em relação a determinados grupos sociais e comunidades de pessoas, bem como a seus representantes individuais; russofobia: atitude hostil, preconceituosa e adversa em relação aos cidadãos da Rússia, à língua e cultura russas, às tradições e à história do país, expressa, entre outras formas, por sentimentos e ações agressivas de forças políticas e seus representantes, bem como por ações discriminatórias de governos hostis à Rússia", detalha o decreto.

No decreto anterior, de 2020, os conceitos principais da estratégia incluíam ideologia, radicalismo, ideologia extremista, manifestações de extremismo e combate à prática.

Além disso, o texto aponta que o extremismo, em todas as suas manifestações, representa uma ameaça real à soberania, unidade e integridade territorial da Rússia, além da estabilidade no país.

"O extremismo, em todas as suas formas, leva à violação da paz e harmonia civis, dos direitos e liberdades fundamentais do ser humano e do cidadão. Ele cria uma ameaça real à soberania, unidade e integridade territorial da Federação da Rússia, aos fundamentos da ordem constitucional da Rússia, à unidade inter-religiosa, à coesão civil, ao desenvolvimento cultural, e à estabilidade política e social", acrescenta o documento.

<><> Tendência ao radicalismo é identificada como uma ameaça

A tendência ao aumento do radicalismo entre determinados grupos da população na Rússia também é apontada como uma das fontes de ameaça no texto.

"Na fase atual, observa-se uma tendência ao crescimento do radicalismo entre grupos específicos da população e à intensificação das ameaças extremistas internas e externas. Ao mesmo tempo, há um esforço de organizações extremistas, incluindo aquelas atuando do exterior, para consolidar ações com o objetivo de desestabilizar a situação sociopolítica na Federação da Rússia", afirma o documento.

Confira outros pontos da estratégia de combate ao extremismo:

- O extremismo é reconhecido como um dos problemas mais desafiadores da sociedade russa moderna;

- Áreas globais de instabilidade contribuem para o aumento das ameaças à Rússia, devido ao risco de organizações terroristas entrarem no país;

- A Rússia pretende organizar cooperação dentro da ONU e BRICS para combater o extremismo e o terrorismo;

- O fortalecimento de formações nacionalistas, incluindo na Ucrânia, apoiadas por forças externas, está se tornando uma ameaça extremista séria;

- Riscos associados ao extremismo na Ucrânia se espalhando para países e regiões vizinhas;

- O resultado esperado da implementação da estratégia é a neutralização das atividades indesejáveis de ONGs estrangeiras.

<><> Escalada feita pelo Ocidente fortaleceu poder militar da Rússia, não o enfraqueceu, diz mídia

A Rússia aumentou significativamente seu potencial militar depois de lançar a operação militar especial na Ucrânia, escreveu a revista norte-americana The National Interest.

"Ao contrário de seu objetivo original, a escalada das potências ocidentais não levou a um enfraquecimento das Forças Armadas russas. Pelo contrário, o conflito, intensificado e prolongado pela ajuda ocidental, levou à transformação do enorme potencial latente da Rússia em poder militar tangível", informa a revista.

Observa-se que, atualmente, Moscou possui desenvolvimentos avançados no campo de mísseis hipersônicos, munições de alta precisão, defesa antimíssil, bem como drones e guerra eletrônica.

"Por todos os indicadores, o potencial militar da Rússia cresceu, enquanto o da Ucrânia está enfraquecendo gradualmente", concluiu o artigo.

A Rússia lançou a operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. O presidente Vladimir Putin chamou seu objetivo de "proteger as pessoas que foram submetidas a genocídio pelo regime de Kiev por oito anos".

Ele também observou que a operação especial foi uma medida forçada, a Rússia "não teve nenhuma chance de fazer o contrário, os riscos de segurança criados eram tais que era impossível reagir por outros meios".

¨      Dívida pública dos EUA cresceu quantas vezes mais que a da Rússia?

Em apenas um ano, o endividamento público dos Estados Unidos aumentou oito vezes mais que a dívida pública total da Rússia, segundo cálculos da Sputnik com base nos dados financeiros de ambos os países. Durante o mandato do presidente Joe Biden, a dívida norte-americana cresceu quase um quarto, alcançando um novo recorde.

De acordo com os últimos dados disponíveis, a dívida de Washington atingiu quase US$ 36,3 trilhões (R$ 226,6 trilhões). Isso representa um aumento de 7% ou US$ 2,4 trilhões (R$ 14,8 trilhões) ao longo do ano, valor 8,3 vezes maior que o endividamento da Rússia, que é de US$ 286,3 bilhões (R$ 1,7 trilhão).

Além disso, em cinco anos, o endividamento dos EUA, que era de US$ 23,1 trilhões (R$ 143 trilhões), se multiplicou por 1,6. Simultaneamente, o nível atual da dívida dos EUA supera o da Rússia em 126,3 vezes.

No último sábado (28), a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, afirmou em uma carta aos líderes do Congresso que, a partir de 2 de janeiro de 2025, o país voltará a um teto fixo para a dívida pública, que seria alcançado entre 14 e 23 de janeiro. Isso exigirá medidas emergenciais para evitar o calote. Nesse contexto, Yellen pediu aos congressistas que atuem para proteger a solvência do país.

Por sua vez, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o nível da dívida nacional dos EUA alcançará 121% do Produto Interno Bruto (PIB) até o final de 2024 e chegará a 131,7% do PIB em 2029.

Vale destacar que, durante a presidência de Joe Biden (2021-2025), o endividamento do país passou de US$ 28 trilhões (R$ 173,3 trilhões) para um nível sem precedentes na história.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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