Intolerância religiosa: racismo, fundamentalismo
e a luta pelo poder
O próximo dia 21 de janeiro
marca no Brasil o Dia Nacional do Combate à Intolerância Religiosa. A efeméride
foi criada por conta de um dos casos mais emblemáticos intolerância religiosa
do país, os ataques promovidos pela Igreja Universal do Reino de Deus a
Iyalorixá baiana Gildásia dos Santos e Santos, conhecida como Mãe Gilda de
Ogum. Para o fundador e presidente do Instituto Cultural Aruanda, Rodrigo
Queiroz, apesar de ver ainda tempos difíceis pela frente, “é muito importante
a oportunidade desse momento de fala”.
Por outro lado, o Filósofo,
especialista em Psicologia Positiva, professor, sacerdote de Umbanda e autor do
livro Entidades da Umbanda(Citadel Editora), lamenta que em pleno século 21 ainda tenha que se ter
uma data demarcada para se discutir com a sociedade o tema da intolerância
religiosa.
“Isso acontece porque há
pessoas morrendo por isso; há pessoas perdendo emprego por isso; há pessoas
tendo problemas seríssimos de saúde psicológica por isso. Tem uma coisa muito
errada, muito disfuncional nessa sociedade que vende a ideia de que é muito
pacífica, amorosa e acolhedora. Não é verdade?”, provoca.
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Racismo religioso
Segundo dados do Ministério
dos Direitos Humanos (MDH), no ano passado foram registradas 2.472 denúncias de
intolerância religiosa, 990 a mais do que em 2023 (1.482). A maior parte
direcionada a religiões de matriz africana.
Para Queiroz, isso é a
evidência do que chama racismo religioso, o motor dessa discriminação. O
Brasil, destaca ele, é um país de maioria negra e parda que carrega o peso do
racismo em todas as esferas, incluindo nas práticas religiosas.
“Quem é atacado, apedrejado,
perseguido são os terreiros, as religiões afro-brasileiras de forma geral”,
destaca. Segundo o filósofo, o racismo está no cerne da intolerância que essas
tradições enfrentam já que outras práticas religiosas, como o judaísmo e
tradições orientais, não sofrem o mesmo tipo de perseguição. “Você não está
vendo judeu recebendo pedrada na rua. Você não está vendo sinagoga sendo
fechada por traficante ou budista sendo xingado?”, questiona.
Se no Rio de Janeiro, as
hostilidades contra terreiros são “cotidianas” e amplamente noticiadas, Queiroz
cita exemplos recentes de intolerância contra religiões de matriz africana em outras
localidades para evidenciar a gravidade e a frequência desses ataques.
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A audácia do ódio
Um dos casos mencionados
ocorreu em Botucatu, SP, onde um terreiro de Umbanda foi invadido por jovens
que arremessaram pedras e coquetéis molotov, gritando insultos como “sai daqui, seus endemoniados”. O episódio
aconteceu em novembro, justamente durante no período de discussão sobre a
Consciência Negra, enfatiza ele.
A denúncia foi feita nas
redes sociais. “Raramente aqui (na imprensa), vira notícia formal”, ao
contrário de outro terreiro na mesma cidade que pegou fogo em 2022 por conta do
ritual com velas e outros materiais inflamáveis.
Em Brotas, também no
interior de São Paulo, frequentadores de um terreiro foram alvo de xingamentos
e ataques durante seus rituais. “Cheio de gente lá dentro, concentrada,
rezando, cantando”. Isso, destaca Queiroz, mostra o aumento da audácia desses
atos de violência.
Já no Rio Grande do Sul,
durante as festividades de São Cosme e Damião no ano passado, Queiroz lembra um
caso de Gravataí. “Um terreiro teve janelas quebradas e pichações com mensagens
de ódio deixadas no local”.
Ataques acompanhados por
pichações, quebras de imagens e discursos de ódio, reforçam que “essas ações
são motivadas por intolerância evidente”. Há ainda, a ironia de alguns
agressores justificarem os ataques com reclamações de barulho: “Eles que sempre
gritam tanto em seus cultos, reclamam que um ritual importuna. Olha só a
hipocrisia.”, registra.
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A religião como mercado e estratégia de poder
Sobre o clima que cria o
ambiente de hostilidade, Queiroz é pragmático. “Religião é mercado. Enquanto o
mercado é de massa, você tem poder sobre o outro.”
A crítica é sobre o uso da
religião como ferramenta de controle político, destacando que há líderes
religiosos que manipulam fiéis em busca de poder e lucro: “Quem está no
controle desse movimento de perseguir outras crenças nem fé eu acredito que
tenha… É uma estratégia de poder.”
E é essa estratégia de poder
que deixa Queiroz pessimista. “Vai piorar”, lamenta. Ao lembrar que o clima de
intolerância se acirrou nos últimos quatro anos de Jair Bolsonaro na
presidência da República, ele entende que a estratégia para as eleições
presidenciais de 2026 “já está bem montada”.
Como exemplo, cita as
eleições municipais de São Paulo. “O debate agora não precisa ter lógica
nenhuma; tem que ser performático e violento.
É isso que tá
acontecendo. E no Brasil, cola falar de religião. O povo é
muito religioso, o contingente de ateus aqui é uma coisa muito
pequena”, aponta Queiroz ao entender que não faltará quem use um púlpito para
demonizar um ou outro candidato e suas crenças.
“Não pode ser normal um
líder religioso dizer que a voz de Deus manda votar em alguém e discriminar
outros”, conclui.
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Mãe Gilda
O Dia Nacional do Combate à
Intolerância Religiosa foi instituído pelo Governo Federal em 2007 para
coincidir com a data da morte de Gildásia dos Santos e Santos, fundadora do
terreiro de candomblé Ilê Asé Abassá, na Lagoa do Abaeté, bairro de Itapuã, em
Salvador, BA.
Conhecida como Mãe Gilda, a
candomblecista foi taxada como charlatã por pessoas de outras religiões. A
Igreja Universal do Reino de Deus, via seu jornal, a Folha Universal, a
estampou em sua capa na matéria “Macumbeiros e Charlatões lesam o bolso e
a vida dos clientes”.
Após a publicação, a
perseguição se intensificou. Além de agressões verbais e físicas sofridas, Mãe
Gilda viu vândalos atearem fogo em sua casa e terreiro. O resultado da
perseguição fragilizou a saúde da sacerdotisa que teve um infarto fulminante em
21 de janeiro de 2000.
Filha de Mãe Gilda, Jaciara
Ribeiro dos Santos, moveu uma ação por danos morais e uso indevido da imagem
contra a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). A Igreja foi condenada em
2009 e teve de pagar uma indenização à filha e ao marido da vítima.
Além da instituição do dia
nacional de combate à intolerância religiosa, em 2014 foi inaugurado um busto
de Mãe Gilda em Salvador. Desde então, o busto já foi alvo de vandalismos
várias vezes.
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“A graça é um encontro. Se Deus ama gratuitamente,
por que os mandamentos?"
Se Deus nos ama gratuita e incondicionalmente, por que
nos pede que ajamos de acordo com seus mandamentos, tão exigentes? Para essa
pergunta, um paradoxo peculiar ao cristianismo que ressoa há séculos - desde
Santo Agostinho até nossos dias - Adrien Candiard propõe algumas respostas em
seu livro A graça é um encontro. Se Deus ama gratuitamente, por que os
mandamentos? (Livraria Editora Vaticana), nas livrarias a partir de 9
de abril de 2024. O livro, na forma de uma meditação brilhante e provocativa,
convida cada cristão a revisitar sua fé. O Papa Francisco presenteou o volume
aos membros da Cúria Romana no final da tradicional audiência para as
felicitações de Natal, em 21 de dezembro passado, juntamente com o livro do também
dominicano Sylvain Detoc A glória dos bons para nuada. Um
guia espiritual para acolher a imperfeição.
Graças à Livraria Editora Vaticana, o volume do
dominicano sobre o papel da fé na relação entre as diferentes religiões... um
caminho que começa, está agora disponível em italiano.
<><> Pistas de
leitura
Em A graça é um encontro, Candiard se
baseia nas exortações de Cristo no “Sermão da Montanha”, que contém o
ensinamento sobre a felicidade e o Reino. Trata-se de “abrir algumas pistas de
leitura com o objetivo de fazer sentir o sabor disso, de entender a necessidade
disso e, assim, convidar aqueles que buscam neste mundo uma base sólida para
construir suas vidas a levantar seus alicerces sobre a verdadeira rocha”.
<><> Compreender
como a graça de Deus atua em cada um
“A graça de Deus
é um encontro, e é um encontro de amor”, afirma Adrien Candiard. Na vida
cristã, há uma primazia que muitas vezes é ignorada: “Deixar-se vestir com a
veste nupcial, deixar-se amar, acolher o Reino que nos é dado”, escreve ele,
referindo-se à parábola evangélica do banquete preparado por Deus. Para o
crente, há uma vocação que tem prioridade sobre toda ética: “Acolher o Reino
que nos é dado, nas pequenas coisas, nas mais terrenas, nas mais concretas”.
Essa perspectiva dá origem a uma abordagem ética empolgante que envolve nossa
liberdade: “A vida moral do cristão não consiste em obedecer mecanicamente a
certas regras, mas em avaliar as situações e tomar cada decisão em
consciência”. “Muito mais do que uma diretriz a ser aplicada, Jesus nos mostra
uma direção a ser seguida”, explica o autor. Nestas páginas, Adrien Candiard
oferece aos cristãos as chaves para compreender como a graça de Deus atua em
cada pessoa, para “conhecer o caminho do próprio coração” e para ancorar sua vida
em um horizonte de liberdade.
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Cristãos enfrentam prisão,
deslocamento e isolamento no mundo
Mais de 15 milhões de
cristãos passaram a enfrentar perseguição no período de 1 de outubro de 2023 a
30 de setembro de 2024. O aumento na violência contra cristãos causou mudanças
significativas no nível de perseguição de vários países.
Enquanto os governos
aumentaram a vigilância e o fechamento de igrejas na Ásia Central, os cristãos de origem muçulmana no Iêmen foram presos e acusados de blasfemar contra a
religião. A instabilidade resultou em um aumento de 4,6 pontos e isso fez o
país subir duas posições, chegando ao 3º lugar.
No quarto ano do golpe
militar e início do conflito armado, Mianmar subiu quatro posições na LMP 2025 e agora é o
13º país com nível extremo de perseguição. Os cristãos no país estão perdendo a
esperança de que a guerra acabe logo e mais 100 deles vivem em campos de
deslocados no estado de Kachin.
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A violência na África Subsaariana
A violência continua
extremamente alta em 13 dos 15 países da África Subsaariana presentes na LMP 2025.
O Sudão sofreu com a intensificação da guerra civil
iniciada em 2023 e houve um aumento no número de cristãos mortos e violentados
sexualmente no país, assim como de ataques a casas e negócios de cristãos.
A Nigéria permanece entre os lugares mais perigosos no
mundo para os cristãos. Sua pontuação é quase idêntica a 2024, atingindo a nota
máxima no quesito violência contra cristãos.
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Uma igreja secreta no Norte da África e Oriente Médio
Cristãos na Argélia estão sendo isolados pelo governo e já não há
igrejas protestantes para serem fechadas. O número de cristãos aguardando
julgamento e sentenças é o maior de todos os tempos. Na Líbia, os cristãos vivem a fé em segredo para tentar
evitar prisões, como em março de 2023.
<><> Desde outubro de 2023, a guerra entre Hamas e Israel está a extinguir comunidades cristãs em Gaza
e na Cisjordânia. Em Gaza, ao menos 33 cristãos foram mortos e a maioria das
casas foi destruída.
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Tendências
da Perseguição
Todos os anos, a pesquisa
da Lista Mundial da
Perseguição (LMP) retrata o contexto
dos países onde os cristãos perseguidos vivem. Este ano, um aumento na
violência contra cristãos impulsionou mudanças significativas no nível de
perseguição de vários países. Embora a violência seja o denominador comum entre
esses países, os contextos são diferentes: ou estados autocráticos rigidamente
controlados, ou países instáveis devido a governos fracos ou à guerra civil.
Acompanhe as principais
tendências que influenciaram a LMP 2025. Os dados foram coletados no período de
1 de outubro de 2023 a 30 de setembro de 2024.
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1. Violência aumenta de forma significativa na Ásia Central
Nenhum país no Top50 teve um
aumento maior na pontuação do que o Quirguistão, subindo sete pontos.
Classificado em 61º na Lista de Países em Observação (LPO) no ano anterior, o
país centro-asiático subiu 14 posições, chegando ao 47º lugar na Lista Mundial
da Perseguição (LMP) em 2025 – sua primeira aparição no Top50 desde 2013. Essa
foi, de longe, a maior mudança na Lista, e o motivo principal foi um aumento
acentuado na violência contra a igreja.
A situação foi parecida no
vizinho Cazaquistão, onde foi notado um aumento na violência contra cristãos, o
que fez a pontuação subir três pontos em 2025. Isso foi suficiente para fazê-lo
subir nove posições, chegando ao 38º lugar. O Quirguistão foi o país que subiu
mais posições.
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2. Guerra civil continua no Iêmen e em Mianmar
Desde 2015, o Iêmen enfrenta
uma guerra civil que resultou em um espaço de opressão que atinge as minorias,
incluindo os cristãos. Na lei iemenita, é proibido deixar o islamismo ou
blasfemar contra a religião, motivo pelo qual alguns cristãos foram presos. A
instabilidade resultou em um aumento de 4,6 pontos, uma mudança conduzida
principalmente pelo aumento da violência contra cristãos. Isso fez o país subir
duas posições, chegando ao 3º lugar. Em todo o mundo, apenas Coreia do Norte e
Somália são lugares mais difíceis para os cristãos viverem.
Com o golpe militar em 2021
e o conflito armado entre exército e forças de oposição em 2024, Mianmar subiu
quatro posições. Agora, em 13º lugar, Mianmar faz parte dos países com nível
extremo de perseguição. Os cristãos no país, cerca de 8% da população, são
visados em meio ao conflito e estão perdendo a esperança de que a guerra acabe
logo. O exército ataca cada vez mais igrejas, sob a suspeita de servirem de
abrigo para insurgentes. Apenas no estado de Kachin, mais de 100 mil cristãos
vivem em campos de deslocados.
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3. Na África Subsaariana, a violência continua
Desde a Lista Mundial da
Perseguição 2023, a pontuação da violência dos 15 países da África Subsaariana
no Top50 aumentou cerca de um ponto. Em 13 dos 15 países, a violência é
classificada como “extremamente alta”. Por isso, a campanha Desperta África foi criada, como uma
resposta a essa persistente realidade.
A pontuação do Sudão subiu três pontos, fazendo-o alcançar a 5ª posição. Isso
ocorreu devido à intensificação da guerra civil iniciada
em 2023. Houve um aumento no número de cristãos mortos e violentados
sexualmente, bem como de ataques a casas e negócios de cristãos. O número de
deslocados internos até meados de 2024 ultrapassou 7,7 milhões, se tornando a
maior crise de deslocados no mundo.
Nos últimos cinco anos, a
pontuação do Chade aumentou pelo menos dois pontos, o que fez com que entrasse
no Top50 em 2025, na 49ª posição. Apenas o Quirguistão registrou um aumento
maior na violência. Muitas vezes, cristãos são vistos como aliados de agentes
estrangeiros, sendo deslocados e tendo suas propriedades destruídas ou
incendiadas.
Na Nigéria, as condições não
têm como piorar. O país já está, e permanece, entre os lugares mais perigosos
no mundo para os cristãos. Sua pontuação é quase idêntica a 2024, atingindo a
nota máxima no quesito violência contra cristãos. A Nigéria permanece no Top10,
ficando em 7º lugar.
<><> 4. A igreja dá sinais de que
está se tornando secreta
A pontuação da Argélia caiu
dois pontos em 2025. O motivo? Todas as igrejas protestantes foram forçadas a
fechar, sendo assim, não há mais nenhuma a ser fechada. Isso fez a pontuação da
violência cair no país. Ainda assim, outras formas de pressão aos cristãos se
intensificaram. O número de cristãos aguardando julgamento e sentenças é o
maior de todos os tempos. A pressão geral combinada ao fechamento das igrejas
leva muitos cristãos argelinos ao isolamento.
A pequena comunidade de
cristãos na Líbia tenta evitar de todas as formas uma nova aplicação de medidas
severas, como em março de 2023, o que levou muitos cristãos à prisão. Na Síria,
o saqueamento de igrejas reduziu um pouco após os terremotos, em fevereiro de
2023. Mas o aumento de criminalidade, corrupção, discriminação religiosa e
instabilidade política fomentam o medo, o que leva a uma migração cristã. Além
de alterar a demografia de locais históricos da igreja, isso enfraquece as
igrejas locais e desafia o futuro dos cristãos na região.
Com a guerra entre Hamas e
Israel, iniciada em outubro de 2023, comunidades cristãs em Gaza e Cisjordânia
chegaram à beira da extinção. Em Gaza, ao menos 33 cristãos foram mortos e a
maioria das casas foi destruída. Na Cisjordânia, limitações impostas por
autoridades israelenses foram enrijecidas e restrições de viagem aplicadas a
comunidades cristãs aumentaram. Isso levou muitas famílias cristãs a se mudarem
para o exterior ou tentarem fugir.
A igreja no Afeganistão é
profundamente secreta e, por isso, há menos repressão das autoridades talibãs.
Por outro lado, esse isolamento da igreja dificulta verificar casos de ataques
relacionados à fé. Na China, parece que a época da presença relativamente
aberta da igreja está ficando para trás. Igrejas não registradas, que eram
toleradas pelo governo, agora são ilegais, com autoridades cada vez mais
reforçando regulamentações e restringindo políticas.
<><> 5. México se destaca na
América Latina
Na América Latina, o México
teve a pontuação mais alta desde que entrou na Lista Mundial da Perseguição. A
pontuação do país subiu na maioria das esferas, porém a da violência foi a mais
alta já recebida, além de ser a mais alta entre os países latino-americanos.
O crime organizado é uma
preocupação crescente no México e os cartéis lutam entre si para atingir
líderes de igrejas e organizações cristãs. Pesquisadores notaram um salto no
número de cristãos mortos e sequestrados por causa da fé, bem como um aumento nos
ataques às casas e propriedades de cristãos. O México agora ocupa a 31ª
posição, um lugar abaixo da Nicarágua e cinco atrás de Cuba. A última vez que o
México esteve em uma posição tão elevada foi em 2005.
<><> 6. Alguns raios de esperança
Formas extremas de violência
ocorreram contra cristãos na Indonésia no último período de pesquisa.
Entretanto, a violência passou de “extremamente alta” para “muito alta”. Apesar
de isso parecer não fazer tanta diferença, a queda foi notável, pois diminuiu o
número de cristãos mortos por questões religiosas e ataques a igrejas. Isso fez
com que o país deixasse o Top50, passando do 42º lugar para o 59º.
As condições na Colômbia
também não são totalmente encorajadoras. Além dos persistentes movimentos de
guerrilhas antigovernamentais, grupos criminosos lutam entre si por controle
territorial e comércio de drogas. Eles descarregam sua violência sobre quem
possa se tornar um empecilho nas tentativas de dominação territorial, incluindo
igrejas que trabalham com os mais necessitados. Entretanto, guerrilhas e
traficantes de drogas ampliaram um cessar-fogo temporário, abrandando a
violência contra cristãos no último período de pesquisa. Por isso, a Colômbia
caiu 12 posições e agora ocupa a 46ª colocação.
A Nicarágua manteve a 30ª
posição. Apesar de a violência contra cristãos permanecer a mais alta de todos
os tempos na Nicarágua, a situação poderia ser pior. No último período de
pesquisa, 94 cristãos, a maioria líderes cristãos, foram expulsos do país.
Desde 2018, a estimativa é que 110 líderes cristãos tenham sido deportados.
Fonte: Extra
Classe/Vatican News/Portas Abertas
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