sábado, 11 de janeiro de 2025

Governo deve retomar ofensiva por PL das Fake News após mudança nas diretrizes da Meta

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve retomar a ofensiva pela aprovação do PL das Fake News após a troca no comando da Câmara dos Deputados, em fevereiro, informa a CNN Brasil. A avaliação é de que a proposta pode voltar a ganhar força após a meta, empresa que controla o Facebook, o Instagram e o WhatsApp, anunciar uma mudança na sua política de moderação de conteúdos.

Segundo integrantes do governo, a decisão da Meta pode resultar em uma maior propagação de notícias falsas, principalmente em períodos de eleições. O PL das Fake News propõe regular as redes sociais e poderia atenuar os efeitos negativos da nova política da Meta.

No entanto, o projeto está parado na Câmara dos Deputados desde 2020. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já tentou colocar o projeto em votação em pelo menos três oportunidades, mas a pressão de partidos de oposição e das big techs tem impedido a proposta de ir ao plenário. 

O projeto prevê regras e critérios específicos para que o Poder Judiciário defina o conteúdo a ser retirado e as contas que devem ser suspensas das redes sociais em caso de ilegalidades. 

Nesta sexta-feira (10), Lula se reúne com ministros para tratar sobre o assunto. A expectativa é de que a Advocacia-Geral da União (AGU) atue junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

¨      Alckmin defende regulamentação das big techs: ‘não é porque são ricos que podem tudo’

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta quinta-feira (9) que as big techs devem ser responsabilizadas pela divulgação de fake news e discursos de ódio.

“Não é possível você ter uma plataforma de presença global sem responsabilização. Não pode desinformar as pessoas, não pode caluniar, mentir, difamar; é preciso ter responsabilidade. O convívio em sociedade envolve direitos e deveres”, afirmou o vice-presidente à Rádio Eldorado.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços defendeu a regulamentação das redes sociais após o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciar o fim dos sistemas de checagem, substituídos pelas chamadas notas de comunidade, em que os próprios usuários decidem se um conteúdo postado é verdadeiro ou falso, e se precisa ser removido. A Meta é a controladora do Instagram, do Facebook e do WhatsApp.

Na entrevista, Alckmin demonstrou posição favorável ao projeto de lei (PL) das Redes Sociais. A análise da proposta está parada na Câmara. “A regulamentação da questão das fake news pelo Congresso Nacional e a postura do Judiciário são necessárias em defesa da sociedade. Não é porque alguém é milionário que pode fazer o que quer”, concluiu.

¨      Governo Lula quer enquadrar ‘big techs’ no campo econômico

Em reunião com ministros nesta sexta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discute uma forma de impor regras às empresas de tecnologia, as chamadas ’big techs’. Uma das possibilidades debatidas pela equipe é a definição de novas regras para essas companhias na área econômica. As informações são do g1.

A ideia é definir a tributação dessas empresas e suas responsabilidades e deveres com os consumidores. Isso ocorreria por meio do fortalecimento de órgãos de defesa do consumidor para atuarem sempre que as big techs estiverem praticando atos que prejudicam a população e empresas instaladas no Brasil.

A discussão vem após a Meta, empresa que controla o Facebook, o Instagram e o WhatsApp, anunciar que vai promover uma mudança na sua política de moderação de conteúdo, abandonando o formato atual de checagem de fatos. O governo avalia que essa mudança vai impulsionar a propagação de notícias falsas nas plataformas e, por isso, estuda formas de impor regras para essas empresas.

Ao longo desta semana, o governo federal também foi vítima de notícias falsas nas redes sociais. Em um dos casos, um vídeo feito com inteligência artificial mostra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) , dizendo que vai “taxar tudo”, incluindo pix e donos de pets.

¨      Ministros sugerem a Lula criação da Frente Internacional contra Desinformação após ações da Meta

A primeira reunião do governo Lula (PT) sobre as mudanças anunciadas pela Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, está programada para debater a criação de uma frente internacional contra o uso da desinformação como arma política. Segundo a coluna da jornalista Daniela Lima, do g1, a mobilização seria inicializada com contatos com a União Europeia, que também tem sido alvo das ameaças dos diretores das grandes tecnologias, especialmente por seu avanço nos debates sobre a regulamentação das redes sociais.

O estopim para essa mobilização foi o recente anúncio de que a Meta irá descontinuar o trabalho de checadores de fatos, profissionais responsáveis por identificar e sinalizar fake news, discursos de ódio e informações mentirosas na plataforma. Com a mudança, a Meta passou a permitir menções desinformativas, como a afirmação de que pessoas LGBTQIA+ seriam portadoras de doenças mentais — um conceito já amplamente refutado por especialistas e pela ciência. Além disso, discursos preconceituosos contra mulheres e imigrantes também ganharão mais espaço, sob a justificativa de que tais temas fazem parte de um "debate político".

A decisão da Meta se alinha com a postura de Elon Musk, proprietário do X (antigo Twitter), que tem utilizado sua plataforma para divulgar ideais de extrema direita, como demonstrado em um recente apoio a uma candidata da extrema direita alemã. Musk, que deve integrar o governo Trump nos EUA, tem ampliado seu alcance político com esses gestos.

Ainda segundo a reportagem, fontes envolvidas nas discussões indicam que, inicialmente, o Brasil focará em estratégias jurídicas para mitigar a influência da Meta no país. Embora a empresa tenha anunciado que as mudanças começarão nos Estados Unidos, também mencionou América Latina e Europa como alvos. Nesse cenário, o governo brasileiro buscará criar um espaço no Legislativo para a discussão, embora as chances de avançar com regulamentações sejam pequenas, já que muitos parlamentares alinhados ao bolsonarismo resistem a qualquer movimento que limite o poder das big techs.

No Supremo Tribunal Federal (STF), um julgamento iniciado em 2024 está discutindo a responsabilidade das redes sociais em relação aos conteúdos postados por terceiros, mesmo sem uma ordem judicial prévia para retirá-los do ar. Esse debate se concentra na possibilidade de as empresas serem responsabilizadas por danos morais, caso não removam postagens prejudiciais, como discursos de ódio e fake news, conforme o Marco Civil da Internet, uma legislação que estabelece os direitos e deveres dos usuários e das empresas no Brasil.

¨      Lula e Macron conversam sobre relações bilaterais e soberania digital após Meta alterar diretrizes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta sexta-feira (10) uma ligação do presidente francês Emmanuel Macron para tratar de questões tanto da agenda bilateral quanto global. A conversa, que durou cerca de 30 minutos e teve início às 12h, foi uma oportunidade para os líderes discutirem a colaboração entre os dois países em áreas cruciais, como a luta contra a desinformação.

Lula aproveitou o momento para elogiar as recentes manifestações do governo francês em relação à decisão da Meta de reduzir a checagem de fatos em suas plataformas. Ambos concordaram que a liberdade de expressão deve ser preservada, mas que ela não deve ser confundida com a liberdade de espalhar mentiras, preconceitos e ofensas. O diálogo destacou a importância de ações conjuntas entre o Brasil e a Europa para impedir que a disseminação de "fake news" ameace a soberania nacional, a democracia e os direitos fundamentais dos cidadãos.

Além disso, o presidente Macron renovou o convite para que Lula realize uma visita de Estado à França, marcada para junho deste ano, e participe da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, evento que deverá reunir líderes globais para discutir questões ambientais de relevância internacional.

¨      Lewandowski e ministro francês discutem estratégias de combate à desinformação após mudanças da Meta

Em meio à decisão da Meta de encerrar a política de checagem de fatos nas redes sociais nos Estados Unidos, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, se reuniu com o ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, para discutir formas de fortalecer a cooperação jurídica internacional no combate à desinformação e práticas ilícitas no ambiente digital. 

Segundo o jornal O Globo, o encontro, realizado nesta sexta-feira (10), na França, teve como foco a preocupação crescente com o impacto das novas tecnologias, como as redes sociais, no espalhamento de conteúdos falsos, especialmente em temas sensíveis como processos eleitorais e crises sanitárias, como a pandemia de Covid-19.

De acordo com o Ministério da Justiça brasileiro, Lewandowski e Darmanin expressaram grande preocupação sobre a ameaça representada pelo uso indevido das plataformas digitais, destacando o papel da colaboração internacional para combater as ameaças à segurança pública e à integridade dos processos democráticos. A mudança recente da Meta, que flexibilizou a moderação de conteúdos relacionados a discursos que associam doenças mentais à identidade de gênero e orientação sexual, foi um dos pontos discutidos.

Também nesta sexta–feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou uma notificação extrajudicial à Meta, questionando as novas diretrizes da empresa que permitem, entre outras coisas, a defesa de posicionamentos que limitam a presença de determinados gêneros em profissões ou associam doenças mentais a questões de identidade de gênero. O governo brasileiro deu um prazo de 72 horas para que a Meta responda às medidas que irá adotar para evitar conteúdos prejudiciais e criminosos, especialmente em relação à desinformação e proteção dos menores de idade nas redes.

O advogado-geral da União, Jorge Messias,afirmou que caso a Meta não apresente uma resposta satisfatória, o governo brasileiro poderá recorrer ao Judiciário para garantir o cumprimento das normas e a proteção da sociedade.

¨      AGU questiona Meta sobre fim da checagem de fatos nos EUA e planos para o Brasil

A Advocacia-Geral da União (AGU) vai questionar a Meta sobre a decisão da empresa de encerrar a checagem de fatos nos Estados Unidos e os planos para suas operações no Brasil. A determinação foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante uma reunião com seus ministros, nesta sexta-feira (10), conforme informou o chefe da Casa Civil, Rui Costa.

Segundo o jornal O Globo, a AGU fará a interpelação extrajudicial ainda nesta sexta-feira, e, caso a Meta não se manifeste, o governo avalia recorrer ao Judiciário. Costa reforçou que o presidente deixou claro que não abrirá mão da soberania nacional. “Toda e qualquer empresa, nacional ou internacional, terá que respeitar o arcabouço legal brasileiro e a Justiça brasileira. O presidente solicitou que a AGU entre com interpelação para que a empresa se manifeste sobre suas ações no Brasil. Em função dessa resposta, adotaremos outras medidas legais”, afirmou o ministro.

A preocupação do governo é com a proteção dos cidadãos brasileiros, especialmente de menores de idade, contra conteúdos prejudiciais, incluindo desinformação e material perigoso. Após receber a interpelação, a Meta terá 72 horas para detalhar as ações que tomará para proteger as crianças, adolescentes e mulheres nas redes sociais. Caso a empresa não forneça uma resposta adequada, a AGU não descarta recorrer ao Judiciário.

“O nosso objetivo neste momento é que a Meta se manifeste de forma transparente, já que até agora não o fez. Queremos saber o que a empresa irá adotar para proteger nossa sociedade. Se não houver resposta, tomaremos as medidas cabíveis”, disse o advogado-geral da União, Jorge Messias.

Além disso, o governo federal está formando uma equipe interministerial para discutir a regulamentação das redes sociais, com o intuito de articular propostas junto ao Congresso Nacional. Um projeto que responsabiliza as plataformas foi aprovado no Senado, mas ainda está travado na Câmara dos Deputados.

 

Fonte: Brasil 247

 

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