Ucrânia enfrenta pressão do Ocidente e do
Sul Global para negociar com a Rússia, diz mídia
Com mais de dois anos
do conflito ucraniano, o atual governo da Ucrânia enfrenta pressão, quer dos
aliados ocidentais, quer do Sul Global, para se sentar à mesa de negociações a
fim de alcançar uma paz flexível com a Rússia, de acordo com o artigo da
Bloomberg.
Segundo o artigo, a
Ucrânia está se aproximando do terceiro inverno do conflito, tendo como pano de
fundo a redução do apoio ocidental, com a Alemanha alocando muito menos fundos
em seu orçamento para a Ucrânia e "a França lutando com seu próprio déficit
crescente".
Apesar de declarações
do líder atual ucraniano Vladimir Zelensky de não querer negociar quaisquer
concessões a Moscou, altos funcionários ucranianos admitiram à Bloomberg que,
ainda assim, "um final de jogo deve entrar em ação".
"Os aliados da
Ucrânia estão detectando que o presidente Vladimir Zelensky pode estar se
preparando para adotar uma abordagem mais flexível ao procurar maneiras de
ajudar a pôr fim à guerra com a Rússia," cita o artigo suas fontes
próximas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
A possível entrada da
Ucrânia nessa organização, que foi criada após a Segunda Guerra Mundial para
enfrentar o bloco socialista liderado pela União Soviética, não foi confirmada
nem mesmo pela candidata democrata à presidência dos EUA Kamala Harris que, por
sua vez, havia prometido apoio ao governo ucraniano.
Além do Ocidente,
outra parte do mundo, o Sul Global, também quer que as negociações de paz entre
a Rússia e a Ucrânia se realizem, admite o artigo.
Ao contrário do
Ocidente, os países do Sul Global, particularmente o Brasil e a China, têm
afirmado constantemente que as negociações de paz devem incluir a Rússia.
"O projeto de
Zelensky para isolar Moscou, garantindo o apoio de países como a China, Índia e
Brasil, estagnou em meio à insistência de que o Kremlin tenha um lugar na mesa
de conversações", conclui o artigo.
Nos passados 15 e 16
de junho, no resort suíço de Burgenstock foi realizada a chamada "cúpula
de paz para Ucrânia", mas a Rússia não foi convidada.
O Brasil, Índia,
México, África do Sul e outros Estados não assinaram o comunicado final.
O Kremlin disse que
não faz sentido procurar opções para resolver a situação no conflito ucraniano
sem a participação da Rússia.
Anteriormente, o
presidente russo Vladimir Putin lançou iniciativas para uma solução pacífica do
conflito na Ucrânia: Moscou cessará imediatamente as hostilidades e declarará
sua disposição para negociações após a retirada das tropas ucranianas das novas
regiões russas.
Além disso,
acrescentou, Kiev deve renunciar às intenções de ingressar na Organização do
Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e realizar a desmilitarização e
desnazificação do país, bem como adotar um status neutro, não alinhado e livre
de armas nucleares.
O líder russo também
mencionou o cancelamento das sanções contra a Rússia.
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Exército ucraniano está enfrentando 'escassez colossal' de drones, diz mídia
As Forças Armadas da
Ucrânia estão enfrentando uma "escassez colossal" de drones e Kiev
não tem verba para comprá-los, disse o chefe de uma das maiores empresas
ucranianas que produzem drones de combate Ukrspecsystems, Dmitry Khasapov.
Ele disse que sua
empresa não obtém contratos governamentais suficientes para suas instalações de
produção.
"O Estado não tem
como comprá-los", disse Khasapov, citado pelo jornal Financial Times, no
fórum da indústria de defesa em Kiev na semana passada.
Assim, segundo o
jornal, as empresas de produção de drones vendem seus veículos aéreos não
tripulados (VANT) ao exterior, ao mesmo tempo, Moscou aumentou
significativamente sua fabricação de armas.
"A vantagem dos
drones no campo de batalha da Rússia varia entre cinco e dez [russos] para um
[ucraniano]", diz o artigo, citando representantes do setor relevante da
Ucrânia.
No início de agosto, o
primeiro-ministro ucraniano Denis Shmygal disse que havia uma escassez crítica
de fundos para as necessidades da Defesa, faltando mais de US$ 12 bilhões (R$
66,42 bilhões).
¨ Editor francês prepara processo contra ex-chefe da OTAN por não
prevenir conflito na Ucrânia
O autor e editor
francês Patrick Pasin disse à Sputnik que prepara um processo civil contra Jens
Stoltenberg, ex-chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
"Apresentei essa
queixa pessoalmente em meu nome. Mas agora o objetivo é reunir o maior número
possível de pessoas, pessoas de Estados-membros da OTAN, mas também da Rússia e
da Ucrânia. Porque os russos e os ucranianos têm o direito legítimo de processar
Stoltenberg e suas mentiras", disse Pasin.
"Repito e está
claro no texto da denúncia — ele teve a possibilidade de evitar esta guerra
apenas dizendo que, de fato, estamos comprometidos em não expandir para o leste
da Rússia e nós devemos travar a entrada da Ucrânia na OTAN", acrescentou
o editor francês.
Pasin ressaltou que
pretende traduzir a denúncia que apresentou para vários idiomas e publicá-la em
seu site para que qualquer pessoa possa aderir. Ele espera que milhares de
pessoas participem do processo. Além disso, de acordo com ele recebeu muitos testemunhos.
"A grande mídia
não pode adorar isso, porque eles mentem há mais de dois anos. É muito difícil
para as pessoas expressarem um ponto de vista diferente. E esta é a razão pela
qual eles proibiram a mídia russa na Europa. O que é importante é que seja qual
for o resultado, permita-me falar, apresentar outra versão baseada na lei, não
no interesse do complexo militar ou no que está aí", pontuou.
Se as pessoas souberem
o que está a acontecendo, "será difícil sustentar a narrativa da
OTAN", disse o editor francês. Ele também enviou cartas ao presidente do
Senado francês e ao presidente da França para sinalizar que o envio de soldados
franceses para a Ucrânia é uma violação do direito internacional e, "na
França, isso seria punido com prisão perpétua".
Pasin, autor de vários
livros, incluindo um sobre o conflito na Ucrânia, apresentou anteriormente uma
ação em um tribunal belga contra Stoltenberg pelo seu alegado papel no fomento
do conflito na Ucrânia. Em fevereiro, ele abriu um processo semelhante contra
Stoltenberg em um tribunal francês.
Stoltenberg renunciou
à posição de secretário-geral da OTAN na semana passada, após dez anos no
cargo. Ele foi sucedido pelo ex-primeiro-ministro holandês Mark Rutte.
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Gastos com defesa no flanco leste da OTAN saltam para US$ 70 bilhões
Após décadas de
esquecimento do bloco militar herdeiro da mentalidade da Guerra Fria, a
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) tenta retomar seus
investimentos em equipamentos militares após o início de sua guerra por
procuração na Ucrânia.
De acordo com a
Bloomberg, Polônia e Estônia estão liderando o caminho nas compras da aliança,
enquanto o presidente da Eslováquia anunciou um "momento emocionante"
quando os primeiros caças F-16 recém-adquiridos pousaram em seu país em julho e
Bucareste celebrou que os F-35 norte-americanos estão sendo "construídos
para a Romênia".
Juntos, 14 Estados-membros
aumentaram os gastos com defesa desde o início do conflito ucraniano ao
equivalente a US$ 70 bilhões (cerca de R$ 387,4 bilhões) somente neste ano.
No entanto, os pedidos
de caças, helicópteros, tanques e sistemas de mísseis expuseram o quanto mais
precisa ser feito para alcançar os padrões da OTAN no momento mais perigoso
desde a Guerra Fria, segundo observadores internacionais, quando a aliança precisa
modernizar, produzir e ampliar seus arsenais se pretende manter sua iniciativa
belicosa.
"Depois de não
fazer quase nada nesta área por 20 anos, é basicamente um salto de máquinas de
primeira ou segunda geração direto para a quarta ou quinta geração", disse
o general Daniel Zmeko, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Eslováquia,
segundo a apuração. "É como passar de um computador com processador 386
para as soluções de rede multinúcleo mais avançadas da atualidade."
O flanco oriental da
OTAN foi inicialmente estimulado a aumentar os gastos militares durante a crise
da Crimeia em 2014. A Estônia, por exemplo, gastou mais nos últimos 18 meses do
que nos últimos 30 anos, segundo o chefe da agência de compras de defesa da
nação báltica, Magnus-Valdemar Saar. Para alguns críticos, este é o sinal de
que os países do Leste Europeu estão começando a fazer o que deveriam ter feito
em 1999, quando se juntaram à Aliança Atlântica.
Atualmente, as nações
do Leste Europeu respondem por cinco dos sete maiores gastadores em defesa na
OTAN em porcentagem do produto interno bruto (PIB) neste ano, de acordo com
estimativas da aliança militar, sendo a Polônia a número 1, ultrapassando 4% do
PIB.
Dentre os pedidos de
equipamentos militares estão dezenas de caças, mais de 1.300 tanques da Coreia
e dos EUA e 100 helicópteros de ataque AH-64E Apache da Boeing Co., que, com
US$ 10 bilhões (cerca de R$ 55,3 bilhões), é a maior aquisição já feita pelo país.
Em agosto, o governo assinou um acordo de US$ 1,2 bilhão (aproximadamente R$
6,6 bilhões) com a Raytheon Technologies Corp. para produzir componentes para
baterias de defesa aérea Patriot.
Segundo autoridades
militares ouvidas pela mídia, o investimento não se limita à aquisição de
equipamentos, mas a novas instalações de armazenamento, treinamento e ampliação
de contingente de pessoal e integração entre os parceiros.
A Polônia, por
exemplo, prometeu mais que dobrar o número de soldados profissionais para
250.000 até 2035. Os militares adicionaram cerca de 20.000, elevando o total
para 134.000 no final de 2023. Em lugares como a Romênia, há pressão para
aumentar os salários iniciais de cerca de € 500 (R$ 3.032) por mês agora para
poder atrair jovens soldados.
¨ Ursula von der Leyen critica Viktor Orbán por discordar da UE
sobre posição ante Rússia, diz mídia
Pela primeira vez, a
presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, criticou um chefe de
Estado de forma tão direta. O premiê húngaro Viktor Orbán ouviu uma série de
reclamações em um discurso no Parlamento Europeu, nesta quarta-feira (9).
Nesta quarta-feira, o
primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, que falou primeiro ao parlamento, não
começou com os numerosos desacordos na UE, incluindo o acordo na Ucrânia,
concentrando-se no programa da Hungria para a presidência do Conselho da UE.
Von der Leyen, no entanto, abordou a questão da Ucrânia primeiro.
"Há apenas um
caminho para alcançar uma paz justa para a Ucrânia e para a Europa. Devemos
continuar a fortalecer a resistência da Ucrânia por meio de apoio político,
financeiro e militar", disse von der Leyen na sessão plenária.
Respondendo às
declarações de von der Leyen, Orbán disse que a estratégia da UE em relação ao
conflito na Ucrânia está errada e pediu por mudanças e foco em maneiras de
alcançar um cessar-fogo.
De acordo com o
Financial Times, em discurso no parlamento, von der Leyen listou várias queixas
que Bruxelas tinha com Orbán, citando várias de suas obstruções à ajuda da UE
para Kiev e uma busca por enfraquecer as sanções do bloco contra a Rússia.
Orbán negou as
acusações e alegou que a comissão estava se excedendo enquanto ele fazia seu
próprio discurso em nome da presidência rotativa da União Europeia (UE). O
órgão executivo da UE deveria ser "neutro" e um "guardião dos
tratados", disse ele, mas em vez disso se tornou uma "arma
política".
Segundo a apuração,
von der Leyen criticou implicitamente a visita de Orbán a Moscou neste verão
(Hemisfério Norte) para tentar intermediar um acordo de paz com Vladimir Putin,
algo que Orbán fez na qualidade de primeiro-ministro, bilateralmente e não em
nome do bloco. Além disso, a líder insiste que a Hungria deveria se juntar aos
países da UE que pararam de comprar gás e petróleo russos, algo que Budapeste
questiona como inviável neste momento.
Orbán reuniu ao redor
de seu nome partidos de direita ressurgentes da França, Itália, Áustria e
Países Baixos em um novo grupo no parlamento europeu chamado Patriotas pela
Europa — terceiro maior na assembleia da UE, que compartilha suas visões
discordantes sobre como o bloco se relaciona com a Rússia ou a China, por
exemplo.
Sob argumentos que
evocam a soberania europeia acusar Budapeste de permitir que a polícia chinesa
operasse em seu território, e a segurança do bloco quando o país alegadamente
convida "cidadãos russos para nossa união sem verificações de segurança adicionais",
von der Leyen criticou a forma como a Hungria lida com a migração e acusou o
membro de libertar "contrabandistas e traficantes condenados antes que
cumprissem sua pena".
Orbán, o líder mais
antigo do bloco, atacou a sessão como uma "intifada política", e
acrescentou que "todas essas mentiras 'esquerdistas' sobre a Hungria são
pura propaganda política".
O premiê se defendeu
ponto a ponto das acusações da presidente e ainda defendeu a compra contínua de
combustíveis fósseis russos pela Hungria, dizendo que outros países também o
estavam fazendo, apesar do conflito na Ucrânia.
O conflito entre eles
sublinha mais uma vez as profundas divisões na UE, que, segundo Orbán, é
antidemocrática uma vez que seu grupo político foi excluído de cargos sêniores,
como presidentes de comitês.
¨ Zelensky cancela a cúpula sobre a Ucrânia porque ninguém queria
ir, diz ex-funcionário dos EUA
O atual líder
ucraniano Vladimir Zelensky cancelou a cúpula de paz para a Ucrânia em
novembro, percebendo que quase ninguém vai participar dela, disse o
ex-subsecretário adjunto do Departamento de Defesa dos EUA Stephen Bryen.
Nos passados dias 15 e
16 de junho, no resort suíço de Burgenstock foi realizada a chamada
"cúpula de paz para Ucrânia", mas a Rússia não foi convidada.
O Brasil, Índia,
México, África do Sul e outros Estados não assinaram o comunicado final.
Recentemente, a
assessora do chefe de gabinete de Vladimir Zelensky, Daria Zarivnaya, disse que
a segunda cúpula de paz não vai ser realizada em novembro, como tinha sido
planejado.
As palavras de Bryen
sobre as razões do cancelamento da cúpula apareceram no contexto de que a
candidata à presidência dos EUA Kamala Harris disse que não vai conversar com o
presidente russo Vladimir Putin sobre a Ucrânia sem Zelensky.
"Enquanto isso,
Zelensky, que acabou de ser forçado a cancelar uma futura 'cúpula de paz'
[oficialmente adiada para uma data futura] porque ninguém queria vir, deixou
claro que não vai negociar com Moscou em nenhuma circunstância", escreveu
Bryen em seu artigo na plataforma Substack.
Além disso, à medida
que Exército ucraniano começa a se desintegrar, Zelensky conta com
"brigadas de elite neonazistas" para sua defesa, observou ele.
Anteriormente, o
presidente russo Vladimir Putin lançou iniciativas para uma solução pacífica do
conflito na Ucrânia: Moscou cessará imediatamente as hostilidades e declarará
sua disposição para negociações após a retirada das tropas ucranianas das novas
regiões russas.
Além disso,
acrescentou, Kiev deve renunciar às intenções de ingressar na Organização do
Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e realizar a desmilitarização e
desnazificação do país, bem como adotar um status neutro, não alinhado e livre
de armas nucleares.
O líder russo também
mencionou o cancelamento das sanções contra a Rússia.
Fonte: Sputnik Brasil
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