quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Doenças oculares em crianças: quais são as mais comuns?

Atualmente, o público infantil está cada vez mais engajado no uso de dispositivos eletrônicos, principalmente em tempos de pandemia. A grande questão é que a luz azul, assim como o uso excessivo das telinhas e o esforço visual que elas exigem, têm gerado muitas preocupações e questionamentos entre os pais.

Afinal: será que esses hábitos são nocivos à saúde dos nossos filhos quando o assunto é a visão? Aliás, quais são as doenças oculares mais comuns em crianças, e como podemos identificá-las precocemente?

Bem… as respostas para todas essas dúvidas estão neste artigo! Então, para saber tudo o que precisa sobre esse assunto, é só continuar conosco.

<><> 6 doenças oculares em crianças que você precisa saber mais sobre

1. Ametropias (ou erros de refração)

Você com certeza já ouviu falar dos erros refrativos. São eles: miopia, hipermetropia e astigmatismo. Estes são os principais motivos pelos quais as crianças usam óculos e, por isso, ocupam o primeiro lugar da nossa lista.

Todos os tipos de ametropias acontecem por um mecanismo: os feixes de luz, ao atravessarem nossos olhos, não se convertem em um único ponto acima da retina, mas sim na frente, ou atrás dela. Isso faz com que a visão fique menos nítida que o normal.

Em resumo:

•        Miopia: aqui, a imagem se forma na frente da retina. Então, a criança tem dificuldade para enxergar de longe.

•        Hipermetropia: a imagem é formada atrás da retina, fazendo com que a pessoa não consiga enxergar bem de perto.

•        Astigmatismo: a imagem, aqui, pode ser formada em vários planos e eixos diferentes. Isso acontece devido à irregularidades na córnea, que fazem com que os raios de luz não se concentrem em apenas UM PONTO na retina. A sensação, logo, é de que a imagem está distorcida.

2. Ambliopia (ou olho preguiçoso)

Diz respeito à falha no desenvolvimento da visão de um, ou ambos os olhos.

Geralmente, é provocada por anisometropia (diferença de grau entre os olhos), estrabismo, erros refrativos, catarata e outras doenças que possam interferir no desenvolvimento da visão da criança.

3. Estrabismo

O estrabismo é caracterizado pelo desvio ocular. Este pode, ainda, ser divergente (com um ou ambos os olhos direcionados para sentidos opostos), convergente ou vertical, e aparecer logo após o nascimento, ou durante a infância.

Uma das suas principais causas costuma ser a alta hipermetropia e, portanto, o tratamento inclui o uso de óculos.

4. Obstrução das vias lacrimais

É uma das doenças oculares em crianças que mais se manifesta pouco tempo após o nascimento.

Para entendê-la melhor: as lágrimas, que são produzidas por glândulas anexas às pálpebras superiores, fluem em direção aos olhos, preenchendo toda a sua superfície e lubrificando-os.

Depois, elas são drenadas por uma pequena abertura localizada no ângulo interno dos olhos e descem por um canal, chegando até o nariz e a garganta.

Este canal, por sua vez, quando sofre uma obstrução, provoca sintomas como lacrimejamento excessivo e, em casos mais graves, um leve inchaço na região lateral do nariz.

As causas para este bloqueio são variadas. Porém, a boa notícia é que ele costuma se curar sozinho, ou com o auxílio de massagens que estimulam o rompimento da obstrução. Quando essas alternativas não são suficientes, uma sondagem das vias lacrimais pode ser necessária.

Atenção: se houver muco, secreção, inchaço, vermelhidão e sensação de calor no local, pode ser que o quadro esteja acompanhado de uma infecção e, por isso, precise do uso de colírios antibióticos para se curar.

5. Alergia Ocular

As alergias oculares são reações provocadas por hipersensibilidade a algo ou alguma coisa. Elas podem ser agudas ou recorrentes, e costumam acometer grande parte da superfície ocular e/ou as pálpebras.

Os principais sintomas associados a este quadro são: sensação de areia nos olhos, vermelhidão, coceira e quemose conjuntival (uma espécie de “bolha de água” que aparece na conjuntiva).

6. Glaucoma congênito

O glaucoma congênito é uma das doenças oculares em crianças mais sérias deste texto. A condição, em si, é caracterizada por uma lesão do nervo óptico que, normalmente, está associada ao aumento da pressão ocular.

Então, quando falamos em glaucoma congênito, não é de se espantar que ele seja um problema que acomete a criança desde o seu nascimento e, portanto, pode ser diagnosticado já nos primeiros dias de vida.

Geralmente, seus sintomas incluem aumento dos olhos, inchaço nas córneas e visão turva. O diagnóstico, por sua vez, deve ser feito o mais rápido possível para que o tratamento seja 100% eficaz. Do contrário, o paciente pode sofrer uma perda irreversível de sua visão.

7. Catarata congênita

A catarata é, basicamente, uma doença ocular caracterizada pela opacificação do cristalino, a tão famosa “lente natural” dos nossos olhos. Ela pode afetar um ou ambos os olhos, e geralmente só pode ser notada durante um exame ocular.

Suas causas principais envolvem o envelhecimento (e, consequentemente, a perda de elasticidade e transparência do cristalino), algumas doenças oculares (como a uveíte, por exemplo), traumas, diabetes e uso contínuo/prolongado de medicamentos que contêm corticosteroides.

Porém, apesar de raro, essa condição também pode ser hereditária, ou ainda relacionada a distúrbios metabólicos e infecções intra-uterinas (ocasionadas por infecções que a mãe tenha sofrido durante a gestação).

A doença nos bebês se manifesta pelos olhos, que adquirem uma leve opacidade branca e leitosa. Porém, como já explicamos, esse sintoma geralmente só é identificado durante uma consulta. Por isso, nunca deixe de fazer o acompanhamento oftalmológico dos seus filhos desde o começo.

Normalmente, essa condição nos pequenos só afeta uma pequena parte dos olhos, dispensando e necessidade de cirurgia. Porém, a única pessoa que saberá qual é a melhor decisão para a criança é o oftalmologista.

8. Ptose congênita

A ptose diz respeito a um pequeno defeito no músculo responsável por levantar as pálpebras superiores dos olhos. Isso faz com que elas tenham um aspecto mais “caído” e, por isso, possam obstruir uma parte da pupila, ou toda ela, provocando alguns problemas de visão.

Pode acometer um ou ambos os olhos e, além disso, dependendo da gravidade, costuma afetar a criança de forma emocional e social. Independentemente disso, o diagnóstico e tratamento precoces são importantes pois, sem eles, a consequência mais comum é a ambliopia.

Na maioria dos casos, os pais conseguem perceber este quadro só de olharem para os seus filhos. Estes, normalmente, terão dificuldade para abrir os olhos quando bebês e, mais tarde, farão algumas coisas como:

•        levantar as sobrancelhas para conseguirem enxergar direito;

•        inclinar a cabeça para ver o que está por baixa da pálpebra caída;

•        esticar os olhos para cima com as mãos;

•        entre outros.

A ptose congênita é corrigida por meio de uma cirurgia chamada Blefaroplastia. O ideal é que esse procedimento seja feito ainda nos primeiros anos de vida do bebê, preferencialmente entre o segundo e o terceiro, ou no máximo até os sete anos.

Porém, vale ressaltar que, quanto mais cedo essa correção for feita, menores são as chances da criança desenvolver alguma doença ocular.

9. Retinoblastoma

O retinoblastoma é um tipo de câncer que afeta os olhos durante a infância. Ele pode estar presente na vida do pequeno desde o seu nascimento, ou surgir até o final dos 5 anos de idade.

Pode afetar um, ou ambos os olhos, e suas causas são variadas, incluindo a hereditariedade. O tumor, por sua vez, é bastante raro, porém, muito agressivo, podendo provocar cagueira ou até mesmo a morte. É por isso que seu diagnóstico precoce é tão importante.

O principal sintoma dessa doença é a leucocoria, um reflexo branco na pupila que aparece quando o olho fica oposto a alguma fonte de luz como o flash de uma câmera fotográfica, por exemplo.

O tratamento, claro, varia de acordo com o histórico do paciente, podendo ser feito por meio de cirurgia e/ou quimioterapia sistêmica, intravítrea e intra-arterial.

•        Enfim…

A conclusão que podemos tirar desse bate-papo de hoje é que a maioria das doenças oculares em crianças pode acontecer independentemente da quantidade de tempo que elas passam na frente das telinhas. Porém, hábitos como esse não deixam de ser perigosos por vários outros motivos.

No mais, a melhor forma de lidar com a saúde ocular dos seus filhos é manter as consultas oftalmológicas em dia e sempre tirar suas dúvidas com o médico responsável.

 

•        Daltonismo: saiba mais sobre a condição em crianças

O daltonismo é uma condição visual que se caracteriza por uma alteração na percepção das cores. Também conhecido como discromatopsia, o distúrbio possui grande incidência, já que afeta 8% dos homens e 0,5% das mulheres no mundo todo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o daltonismo atinge cerca de 8 milhões de pessoas só no Brasil. Apesar de ser comum, sua presença pode ser despercebida durante a infância, impactando no desenvolvimento educacional e social das crianças.

Por isso, é essencial estar atento aos sinais desde cedo e buscar o diagnóstico. Esse cuidado pode mudar a trajetória de uma criança, garantindo que ela tenha acesso a ferramentas necessárias para se desenvolver. 

•        Como funciona?

Cada cor apresenta um comprimento diferente de onda de luz. Quando ela alcança o olho por meio da reflexão, atravessa o cristalino e se projeta na retina.

É essa região ao fundo dos olhos que capta os estímulos luminosos e os transformam em impulsos elétricos. Dessa forma, é possível transmiti-los ao cérebro através do nervo óptico.

Na retina, existem dois tipos de células fotorreceptoras: os cones e os bastonetes. Os cones são responsáveis pela visão diurna e percepção das cores. Eles podem ser de tipos diferentes, e cada um responde ao comprimento de onda das cores vermelho, azul e verde. 

Já os bastonetes funcionam com pouca luz e não são sensíveis à diferenciação de cor. Por isso, eles possibilitam uma melhor visão noturna e periférica, produzindo imagens em preto e branco.

Assim, o daltonismo é decorrente de uma alteração no pigmento dos cones, ou da ausência das células fotorreceptoras. Essa condição interfere na capacidade individual de distinguir e perceber algumas cores do espectro.

•        Tipos de daltonismo

A deficiência na identificação das cores se divide em três tipos:

# Deuteranopia:

- ausência ou diminuição do pigmento verde, sensível às ondas de comprimento médio. A pessoa enxerga em tons de marrom

# Protanopia:

- diminuição ou ausência do pigmento vermelho, sensível às ondas de comprimento longo. A pessoa enxerga em tons de bege, marrom, verde ou cinza

# Tritanopia:

- dificuldade para enxergar ondas curtas como os diferentes tons de azul e amarelo. A pessoa enxerga em tons rosados

•        Diagnóstico e tratamento

Mayra Melo, que é oftalmologista do CBV - Hospital de Olhos, explica que o diagnóstico de daltonismo deve ser feito por um oftalmologista. Por meio da utilização de testes específicos, como o Ishihara, é possível avaliar a percepção das cores.

A identificação precoce do daltonismo é essencial para garantir que a criança receba o suporte necessário. "Os pais devem observar sinais como dificuldade em distinguir cores básicas, como vermelho e verde, ou quando a criança troca frequentemente as cores ao desenhar ou colorir", orienta.

Além disso, é comum também que os pais notem uma preferência por roupas de cores neutras ou frequência da dificuldade em atividades que envolvam a diferenciação de cores, como jogos e brincadeiras. "Em muitos casos, a criança pode sentir frustração ou desinteresse em atividades escolares que envolvem cores", alerta a especialista.

Apesar de não haver cura para o daltonismo, o diagnóstico permite a orientação e adaptação das crianças. "O uso de ferramentas adequadas, como material escolar com contrastes fortes e a utilização de óculos ou lentes com filtros especiais, pode fazer toda a diferença no desenvolvimento acadêmico e na autoestima da criança", afirma a profissional.

Nesse sentido, a conscientização sobre o daltonismo entre pais e educadores também se faz fundamental. Isso porque é por meio dessa articulação que a condição recebe o reconhecimento e tratamento necessários.

 "Muitas vezes, o diagnóstico só ocorre quando a criança já está na escola, o que pode atrasar a implementação de medidas que ajudem no seu desempenho. Por isso, é fundamental que, ao menor sinal de dificuldade com cores, os pais busquem a orientação de um oftalmologista", conclui a oftalmologista.

 

•        Como saber se uma criança está perdendo a audição?

Para saber se uma criança está perdendo a audição, é importante observar uma série de sinais e comportamentos que podem indicar problemas auditivos. Desde o nascimento, os pais devem estar atentos a reações da criança a sons. Por exemplo, um recém-nascido que não se assusta com barulhos altos ou não responde a vozes pode estar apresentando sinais de surdez.

À medida que a criança cresce, a falta de resposta a sons cotidianos, como campainhas ou telefones tocando, também é um indicativo importante.

Outro sinal relevante é o atraso na aquisição da linguagem. Crianças com perda auditiva muitas vezes têm dificuldades em falar ou entender palavras e frases simples para sua idade. Elas podem perguntar repetidamente "o que" e demonstrar dificuldade em seguir instruções básicas, como "pegue o brinquedo".

Além disso, se uma criança frequentemente aumenta o volume da televisão ou da música, isso pode ser um sinal de que está tendo dificuldades auditivas.

A interação social pode ser afetada; crianças com problemas auditivos podem evitar conversas em grupo ou se sentir isoladas devido à dificuldade em ouvir e entender os outros. A fala também pode ser menos clara do que a de outras crianças da mesma idade, e elas podem não responder quando chamadas pelo nome.

 

Fonte: Advision/Saúde em Dia

 

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