quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Compostagem no Brasil: com quantos baldinhos se faz uma revolução?

Imagina um país que produz 77,1 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano, dos quais, 45,3% são formados por resíduos orgânicos, sendo que desse total, menos de 1%  é reciclado. Essa foi a realidade brasileira em 2022, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, elaborado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema). Até o fim do ano uma nova edição deverá ser lançada, sem que especialistas no tema tenham perspectivas de mudança radical nesse cenário, ainda que algumas ações governamentais estejam em curso. Com muito espaço para crescer, gerando benefícios socioambientais e econômicos, boas notícias vêm de movimentos de empreendedores que estão tentando ocupar lacunas deixadas pela ineficiência do poder público em relação à compostagem, como apresentamos nesta reportagem.

•        Negócios pioneiros em compostagem fazem a diferença pelo Brasil afora

Há nove anos o Ciclo Orgânico vem se fortalecendo como negócio pioneiro em compostagem de resíduos orgânicos domiciliares no Brasil e inspirando novos empreendedores. Alguns deles, ouvidos pela reportagem, confirmaram suas motivações pelo exemplo de inovação dessa empresa carioca, a primeira com esse perfil criada no país. Com uma carteira de mais de 4 mil clientes e mesmo tendo foco no segmento residencial, esse empreendimento já atende 140 empresas.

Seus planos são de continuar crescendo e gerando mais impactos socioambientais positivos no Rio, com resultados expressos, por exemplo, em seu balanço de 2023, quando coletou 1.465 toneladas de resíduos orgânicos que se transformaram na produção de 879 toneladas de composto orgânico evitando, assim, as emissões de 1.128 toneladas de CO2eq.

A gerente de atendimento, Camilla Campos, recorda que a história de sucesso da empresa começou com uma experiência do seu fundador, o engenheiro ambiental Lucas Chiabi, que durante o tempo de faculdade fazia compostagem para um pequeno grupo de amigos. A participação em uma premiação, da qual foi vencedor, garantiu a compra do primeiro triciclo e a transformação do projeto experimental em um negócio que  já presta serviços em mais de 25 bairros e envolve uma equipe de cerca de 40 pessoas. Na sua infraestrutura de atuação, além de uma base na Zona Sul e dois pontos de apoio, nas Zonas Norte e Oeste do Rio, a empresa conta com um sítio na Baixada Fluminense.

Apesar dos inúmeros benefícios socioambientais e também econômicos de negócios com esse perfil, Camilla argumenta que ainda existem obstáculos a superar nesse segmento. “As barreiras envolvem a falta de informação de grande parte da sociedade e também alguns conflitos de opinião, já que têm pessoas que dizem que não gostariam de pagar para jogar o lixo fora”, observa. Mas ao mesmo tempo, pondera que tem havido espaço para mais sensibilização de alguns segmentos sociais preocupados em reduzir sua pegada ecológica e que enxergam nesse tipo de empreendimento uma forma de contribuição nesse sentido.

Camilla considera que esse tipo de negócio representa “a empresa do futuro”. E ela não está sozinha nessa percepção. “Demos um curso recentemente para 20 pessoas que querem seguir esse mesmo percurso”, afirma. E acrescenta que essas são pessoas que, assim como os integrantes da equipe do Ciclo Orgânico, estão preocupadas com o agravamento da crise climática e sabem que podem se somar como parte das soluções representadas pela compostagem. Com formação em filosofia, sua chegada à empresa, em 2021, também se deu pelo propósito de trabalhar em algum negócio que gerasse impacto socioambiental positivo.

O movimento do chamado consumo consciente também impulsiona negócios com o perfil da empresa carioca, segundo Camilla. Como exemplo, ela conta que participa de um grupo de estudo e produção de cerâmica, onde os oito participantes já aderiram ao projeto de compostagem pelo desejo de exercerem cidadania ao assumirem a co-responsabilidade quanto ao destino final dos resíduos orgânicos que produzem. 

Além de recolher os resíduos orgânicos dos seus clientes, o empreendimento já tem parceria com algumas empresas e coleta também materiais como cápsulas de café, óleo de cozinha, esponjas e resíduos eletrônicos que são destinados a projetos de reciclagem desses parceiros.

•        Negócios de impacto socioambiental ainda sem concorrentes

A experiência de uma jovem engenheira civil que trocou a profissão pelo envolvimento com um empreendimento de compostagem começou em 2020, em plena pandemia da Covid-19. “Achei que seria um tiro no pé, mas foi o contrário”, conta Yasmin Fonseca, fundadora e gestora da Origem Compostagem, de Cuiabá (MT). “Começamos timidamente, cumprindo todos os protocolos de segurança, deixando e buscando os baldinhos na porta dos clientes”. Ela relata que a cidade não tinha nem coleta seletiva, na época, e que até o ano passado ainda tinha um lixão. “Agora já tem aterro e ecopontos”, observa.

Quando acabou a pandemia, o trabalho que inicialmente era direcionado às residências começou a chamar a atenção de empresas de médio porte e de organizadores de eventos. Atualmente são 200 clientes cadastrados entre residências e empresas e o negócio ainda não tem concorrentes na cidade. De fevereiro de 2020 a julho deste ano, o balanço positivo do empreendimento envolveu a coleta de cerca de 250 toneladas de resíduos orgânicos que foram transformadas em 150 toneladas de adubo. O trabalho evitou as emissões de 115,5 toneladas de gases de efeito estufa (GEE).

Em um cenário de grande dificuldade na gestão pública de resíduos urbanos, o trabalho desse pequeno negócio foi ficando conhecido na propaganda boca a boca e, posteriormente, com pequenas campanhas de divulgação em feiras e eventos. Com o avanço de iniciativas com esse perfil e do envolvimento de muita gente com o tema, foi criada a Associação Brasileira de Compostagem, em 2022, organização que reúne mais de 110 iniciativas no Brasil e da qual Yasmin é conselheira fiscal.

“As pessoas percebem os impactos positivos dessa iniciativa quando entregam os seus resíduos e recebem adubo orgânico ou biofertilizante”, observa a empreendedora que também considera perceptível a compreensão da clientela sobre a importância socioambiental dessa iniciativa. A empresa também faz doação desses insumos ecológicos para agricultores da região que podem ser indicados pelos clientes.

Na empresa, todo o trabalho é feito por três pessoas. A equipe enxuta atua na coleta, no trabalho no pátio de compostagem e na gestão do empreendimento, essa última atividade sob a liderança de Yasmin. Mas a expectativa é de ampliar o negócio para coletar mais resíduos orgânicos e gerar mais empregos. “Esse é um negócio regenerativo pelo qual o ambiente e todos ganham. Temos espaço para crescer e estamos confiantes de que esse movimento vai trazer mais frutos no futuro”, observa a empreendedora.

Em Niterói, Região Metropolitana do Rio, três engenheiros que se associaram na criação da Roda Verde Compostagem, em 2019, também estão colhendo resultados positivos com esse tipo de empreendimento que já tem 300 clientes fixos e o objetivo de crescer mais. Ainda que a maior parte da demanda envolva residências, o negócio também atende escolas e empresas. Desde o início, as suas atividades já possibilitaram a coleta de 447 toneladas de resíduos, o que resultou na produção de mais de 55 toneladas de adubo, além de ter evitado as emissões de mais de 330 toneladas de CO2 eq. Seus planos são de alcançar 1,3 milhão de toneladas coletadas em cinco anos. Para atingir essa escala, o processo manual atual terá que ganhar reforço de mecanização.

O engenheiro civil Pedro Vasconcelos, um dos sócios, informa que tudo começou com a prestação de serviços gratuitos entre amigos. Dessa iniciativa e da conversa com pessoas da área, veio a ideia de transformar a experiência em um empreendimento para ocupar uma lacuna existente na cidade. Os três fundadores e outros cinco colaboradores executam as tarefas da empresa e também desejam mais crescimento e geração de empregos. Ele conta que nesse negócio, o ticket médio é baixo e que os ganhos são proporcionados pelo volume, embora reconheça como limitação a percepção de parte da sociedade que ainda considera esse tipo de iniciativa como supérflua, já que existe companhia de limpeza pública responsável pela coleta do lixo urbano, ainda que não tenha esse foco em compostagem.

Por esses e outros obstáculos, muito vinculados à falta de informação sobre o tema, a Roda Verde tem trabalhado muito em ações de educação ambiental. “A sociedade em sua maioria está acostumada a destinar o lixo e a não pensar mais sobre isso”, observa Vasconcelos. Ele acrescenta que as ações educativas realizadas com estudantes e outros segmentos sociais visa justamente à quebra desse tipo de postura equivocada, chamando a atenção para a questão dos impactos ambientais gerados por toda a população e suas consequências para as dinâmicas das sociedades urbanas. “O grande desafio é gerar mudança de hábitos e contribuir para que as pessoas se reconectem com a natureza”, opina.

Ele ressalta que, quando todo o volume de resíduos sólidos urbanos vai para o aterro sanitário misturado, não se aproveita nada, enquanto a compostagem evita o lançamento de chorume no ambiente, além de tratar o solo com a reciclagem de nutrientes e ainda evitar as emissões de GEE, gerar adubo orgânico para a produção de alimentos, entre tantos outros benefícios que ainda são invisíveis para a maioria da sociedade. “Ocupamos um antigo terreno baldio e com as nossas atividades hoje temos árvores e horta, graças ao poder de regeneração do solo pela compostagem”, exemplifica.

No município de Jaú (SP), a cerca de 300 quilômetros da capital paulista, o especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos, André Cazeiro, fundou a Húmus Compostagem, em 2021, negócio que ainda vem cuidando sozinho, embora os seus planos sejam de expandir as atividades e contratar equipe. A experiência é reflexo das suas preocupações pessoais e do seu envolvimento com questões ambientais na cidade, dentre as quais, o trabalho voluntário de recolhimento de lixo de áreas de nascentes, matas ciliares e outros ambientes que deveriam ser protegidos na localidade, mas que comumente sofrem degradação.

“Eu queria mostrar para a sociedade que temos responsabilidade sobre o lixo que produzimos e que devemos ser parte das soluções sobre esse e outros temas se queremos fortalecer os pilares da sustentabilidade. Ainda vivemos em uma cidade que não tem coleta seletiva e, ao mesmo tempo, eu queria fazer algo que também gerasse renda. Quando conheci o Ciclo Orgânico entendi o tamanho do problema gerado pelos resíduos orgânicos e me senti inspirado para fazer algo assim por aqui”, relata Cazeiro.

Com receio de não ser bem-sucedido na iniciativa, temendo que as pessoas não estivessem dispostas a pagar por esse tipo de serviço, ele conta que começou de forma modesta, fazendo sozinho o trabalho de coleta dos resíduos domiciliares, usando o carro emprestado pelos pais e realizando a compostagem em um pequeno terreno cedido pela cunhada. Os arranjos em família permitiram que a ideia ganhasse impulso. Uma virada de página veio com a demanda de um hospital da cidade, já envolvido com certificação de práticas ambientais.

Foi assim, que o negócio saiu de 200 quilos coletados nos dois primeiros meses para 4 toneladas no terceiro e foi preciso encontrar um lugar mais amplo para dar conta dessa demanda de compostagem ampliada. Depois de tentativas infrutíferas com a Prefeitura, o empreendedor conta que conseguiu entrar em contato com a família do cantor e compositor Nando Reis, que tem uma fazenda com boas práticas ambientais na cidade. A ideia foi bem recebida, já que a propriedade recebe visita de escolas e a ideia é promover ações educativas. “A compostagem veio somar nesse caso”. Essa parceria, por sua vez, possibilitou ampliar a coleta para 8 toneladas mensais, atendendo cerca de 100 clientes na cidade. Essa dinâmica permite a produção mensal de cerca de 3 toneladas de adubo e evita as emissões de mais de 5 toneladas de CO2eq.

“Foi importante fazer curso com o pessoal do Ciclo Orgânico e saber como eles atuam. A compostagem é uma prática muito importante que tem grande contribuição a dar ao enfrentamento da crise climática. Precisamos avançar mais em atividades de educação ambiental para ampliar a sensibilização pública sobre esse tema-chave”, conclui Cazeiro.

•        Desafios e potenciais de políticas públicas de combate ao desperdício e destinação incorreta

Para Carlos Silva Filho, presidente honorário da ISWA (International Solid Waste Association), entre outras funções de consultoria nacionais e internacionais que exerce, “o desperdício de potencial dos resíduos orgânicos como matéria-prima é um desafio de proporções gigantescas para o Brasil”, já que representa a maior porcentagem do lixo urbano e gera altos impactos ambientais, quando poderia gerar grandes benefícios, sobretudo em cenário de agravamento da crise climática.

Suas observações encontram ressonância no aumento exponencial das estatísticas das emissões de metano geradas pelo setor de resíduos sólidos no país, que triplicaram entre 1990 a 2020, passando de 1 milhão de toneladas anuais para 3,1 milhões de toneladas anuais no começo de cada década do período.

O que acontece com o setor de resíduos sólidos acompanha a tendência de outros setores econômicos brasileiros que também emitiram o triplo de metano entre o início das décadas de 1990 e 2020. Nesse período, as estatísticas foram ampliadas de 30 milhões de toneladas para 91,2 milhões de toneladas, por ano, segundo o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG).

O metano é o segundo maior responsável pelo aquecimento global. O primeiro é o dióxido de carbono (CO2) e o Brasil é o quinto maior emissor global. Mas as preocupações de cientistas e ambientalistas se referem ao potencial desse gás de efeito estufa já que cada molécula de metano aquece o planeta 28 vezes mais do que uma molécula de CO2 em um horizonte de cem anos.

Tendo em vista o cenário de agravamento da crise climática, não por acaso, em 2021, durante a  26ª Conferência do Clima da ONU (COP 26), realizada em Glasgow, 122 países, dentre os quais o Brasil, assumiram o compromisso de reduzir a emissão de 30% de metano até 2030, por meio do Compromisso Global do Metano.

Em 2022, foi estimado pelo Observatório do Clima que o país tinha potencial de reduzir em até 36% as suas emissões de metano, até o final da década, embora devesse aumentar em 7% essas emissões, advindas sobretudo da pecuária, caso decisões políticas não fossem tomadas. Mas esforços globais têm sido empreendidos pelas agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e no Brasil foi lançado também em 2022, o Programa Nacional de Redução de Metano de Resíduos Orgânicos, batizado de Metano Zero.

Este ano, o Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou a criação da Estratégia Nacional de Resíduos Orgânicos Urbanos, com o intuito de agir contra o desperdício de alimentos e promover a compostagem de resíduos orgânicos. 

Em 2023, um estudo realizado em parceria entre o MMA e o Instituto Pólis havia sinalizado, por exemplo, que o potencial dos sistemas de compostagem é de gerar de 3,5 a 11 vezes mais empregos do que o aterramento sanitário por tonelada de resíduos orgânicos.

Para Silva Filho, como parte dos gargalos que envolvem a compostagem, a separação de orgânicos se não ocorrer na fonte torna o seu aproveitamento inviável, além de contaminar materiais recicláveis quando misturados. “No Brasil ainda falta infraestrutura para receber e processar os orgânicos”, observa o consultor que também defende medidas urgentes “para cuidar da Terra”, missão que o Brasil e o mundo “não podem mais adiar”.

Ele acredita que soluções futuras poderão ser impulsionadas pela Lei de Incentivo à Reciclagem que, para garantir a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tem metas para serem implementadas até 2040 e contempla a compostagem. “A legislação é importante já que funciona como catalisadora para que as soluções aconteçam. Mas sozinha não muda a realidade”, ressalva.

O especialista opina que é preciso investir em fiscalização capaz de evitar que grandes geradores destinem resíduos orgânicos incorretamente e também que se estabeleça quem vai  pagar a conta e como será mantido esse tipo de custeio em relação à compostagem, entre outras iniciativas.

“No Brasil muito se discute sobre isso, mas pouco se concretiza. Falta realmente fazer acontecer”, observa. Para o consultor, embora existam ações pontuais da gestão pública em relação à compostagem como já acontece em cidades como São Paulo, Brasília e Florianópolis, ainda “não percebe-se um grande movimento articulado nesse sentido”. Mas conclui que “ainda dá tempo de estruturá-lo”.

•        Maior feira de gestão de resíduos sólidos da América Latina também aponta dilemas e soluções

Jesus Gomes, idealizador e CEO da Waste Expo Brasil, destaca que o tema da reciclagem em geral ainda representa um dos maiores desafios do setor no país. “Por falta de experiência e de informação, muita gente ainda acaba desperdiçando materiais que poderiam voltar às cadeias produtivas”, o que gera grandes prejuízos socioeconômicos, além de impactos ambientais, segundo analisa. Com os resíduos orgânicos a situação não é diferente. A feira que está na sua décima primeira edição este ano, sendo realizada em São Paulo, de 22 a 24 de outubro, já se consolidou como o maior evento dedicado à gestão de resíduos sólidos da América Latina, reunindo empresas, gestores públicos e privados, além de especialistas que discutem problemas e apontam soluções, tendo a reciclagem como parte de seus grandes temas-chave.

Em recente viagem ao Rio, ele comentou ter ficado impressionado com a quantidade de materiais recicláveis misturados com resíduos orgânicos em calçadas de bairros da Zona Sul da cidade, o que na sua opinião, reflete o enorme dilema brasileiro relacionado à educação da população em todas as camadas sociais. Embora existam exemplos positivos pontuais, para ele “temos como imenso desafio garantir que materiais potencialmente recicláveis sejam separados desde a origem pelos consumidores”.

“Por falta desse tipo de mobilização, cooperativas e empresas recicladoras trabalham com capacidade ociosa, enquanto aterros ou lixões estão sendo ocupados”, afirma Gomes. Essa problemática também já foi apontada por inúmeras fontes ouvidas pelo ((o))eco em reportagens sobre a crise que afeta a reciclagem de materiais como papéis, plásticos, vidro e sucata ferrosa.

Nas suas viagens de estudos e trabalho no exterior, o especialista conta que observa com atenção o funcionamento da logística reversa sendo parte das dinâmicas cotidianas das cidades e se revertendo, de fato, em economia circular que envolve diferentes elos das cadeias de produção e consumo. “Consumo e descarte conscientes dependem de acesso à informação contínua e políticas de Estado para educar as pessoas”, opina. E acrescenta que essas iniciativas caminham lado a lado com a necessidade de leis e incentivos que transformem a reciclagem em atividade rentável economicamente para todos os segmentos das cadeias envolvidas. “Esse é um setor que demanda muito trabalho e muito investimento”, reitera.

Um grande baque histórico sofrido pela indústria da reciclagem no Brasil, lembrado pelo especialista, se refere à perda de incentivo da chamada Lei do Bem, que isentava essa cadeia do recolhimento de 10% de PIS-COFINS na aquisição de insumos, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2021. Posteriormente, o setor deixou de ser contemplado com tratamento diferenciado na Reforma Tributária, o que tem levado muitos empreendimentos à falência ou à entrada na informalidade, gerando prejuízos generalizados ao país. 

 

Fonte: ((O))eco

 

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