Para chefe do IBGE, BRICS abre novo prisma
para dados que refletem realidade do Sul Global
Após a cúpula dos
chefes de Estado do BRICS em Kazan, na última semana, presidentes de órgãos de
estatísticas de nove países-membros do grupo participaram de um encontro que
discutiu o papel da produção de dados no desenvolvimento.
Uma nova perspectiva
para as estatísticas que refletem a realidade do Sul Global. Assim o presidente
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann,
resumiu à Sputnik Brasil o encontro entre dirigentes do setor nos países do BRICS.
Conforme Pochmann, as
reuniões já ocorriam desde 2016, mas pela primeira vez nove países se juntaram,
por conta da expansão inédita do grupo, que passou a contar a partir deste ano
com Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Irã.
Conforme o dirigente
brasileiro, durante a própria cúpula já foi reconhecido, no documento final, o
papel das estatísticas nos países. "Inclusive, dos mais de 100 pontos
levantados no documento, aparece pela primeira vez uma menção à importância das
estatísticas para o BRICS. Então, justamente por essa manifestação que os
chefes de Estado fizeram, a reunião terminou considerando o protagonismo que
passam a ter os institutos nacionais de estatística na montagem de uma
perspectiva que mostra, cada vez mais, a realidade do BRICS, em primeiro lugar,
mas contemplando a realidade do Sul Global", declarou.
Pochmann destacou
ainda que os congressos internacionais de estatística começaram no mundo ainda
em 1853, porém expressavam "uma preocupação muito maior com a realidade do
Norte Global do que com o Sul Global, especialmente a visão eurocentrista do século
XIX". Esse panorama se manteve até o fim do século XX, inclusive em meio à
criação da Organização das Nações Unidas (ONU) no pós-guerra.
"E agora eu diria
que esse encontro abriu uma outra perspectiva de pensar as estatísticas, dentro
de uma preocupação com a harmonização de dados que coloque a questão da
realidade do Sul Global, que já responde por mais de 70% do desempenho econômico
recente, especialmente nesse primeiro quarto do século XXI", acrescentou.
<><> Convergência
entre os novos membros do BRICS
Para o presidente do
IBGE, o encontro também mostrou que há uma convergência com os novos membros do
BRICS. "Há uma diversidade muito grande, mas todos concordam com a
necessidade de modernização das estatísticas. Também houve uma discussão muito
importante sobre a formação profissional dos que estão à frente das
instituições, uma preparação para que possam estar mais conectados com as
novidades que a própria era digital apresenta", disse, ao acrescentar que
os países contam com um portal conjunto que reúne informações como evolução da
população, desemprego e produto interno bruto (PIB).
A expectativa é que o
próximo encontro conte com a liderança do Brasil, que, segundo Marcio Pochmann,
terá entre as propostas a discussão de indicadores econômicos, sociais e
ambientais a partir da perspectiva sul-americana. É o caso da necessidade de aprimorar
as estatísticas das pessoas que vivem em situação de rua, que é uma preocupação
em comum entre os membros do BRICS, a partir de pesquisas mais adequadas
principalmente para as grandes cidades.
"Outra
preocupação que possivelmente será considerada está relacionada à economia dos
cuidados, tendo em vista que hoje a presença do trabalho remoto traz
implicações nos domicílios. Ao mesmo tempo, temos o processo de envelhecimento
faz com a questão dos cuidados seja muito realçada do ponto de vista das
famílias. Essa é uma realidade pela qual se conhece muito pouco e pressupõe
haver um conceito adequado que possa ser discutido."
<><> Soberania
de dados e cooperação entre os países
Com relação à
soberania de dados, o dirigente brasileiro pontuou que há realidades bem
distintas entre o grupo. Como exemplo citou mecanismos de controle que países
como Rússia, Irã e China já estão à frente, enquanto Brasil e África do Sul,
por exemplo, ainda não dispõem. Isso ainda abre caminho para uma maior
cooperação entre os países.
"Há uma
preocupação do Brasil nesse sentido e que está em curso. O governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem destacado a importância desta
unificação dos bancos de dados e acreditamos ser cada vez mais materializada.
Eu acredito que a reunião do Brasil, a liderança do Brasil, vai oferecer
melhores condições para tratar, do ponto de vista do conjunto dos países dos
BRICS, esse problema que é uma questão nacional, evidentemente, da soberania,
mas ela impacta cada um dos países hoje de forma diferenciada e muito
preocupante".
O presidente do IBGE
destacou ainda que, para além do BRICS, o Brasil tem liderado também discussões
importantes em meio às reuniões do G20, que conta com a liderança rotativa do
país neste ano. O próximo encontro entre os dirigentes dos órgãos de estatísticas,
segundo Pochmann, vai contar com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef) para discutir o uso constante da internet por crianças e
adolescentes e como isso afeta o desempenho, principalmente educacional.
¨ Cúpula do BRICS na Rússia ajuda a estabilizar a situação
internacional, afirma MRE chinês
A Cúpula do BRICS
realizada na cidade russa de Kazan ajudará a fortalecer ainda mais os países do
Sul Global e estabilizar a situação internacional, disse o ministro das
Relações Exteriores da China, Wang Yi, durante um encontro com o vice-chanceler
russo Andrei Rudenko, nesta quarta-feira (30).
"A Cúpula do
BRICS foi realizada em Kazan sob a presidência do [presidente russo Vladimir]
Putin e foi um sucesso completo. [...] Esta cúpula não só ajudará a manter o
ímpeto do desenvolvimento do mecanismo de cooperação do BRICS, mas também
fortalecerá a unidade dos países do Sul Global para que eles possam desempenhar
seu papel importante e construtivo na estabilização da atual situação
internacional", disse Wang.
Ao mesmo tempo, o
ministro das Relações Exteriores da China acrescentou que a Rússia e a China
"devem manter interação estratégica em todos os níveis e em todas as
áreas".
"Sob a liderança
do presidente chinês Xi Jinping e do presidente russo Vladimir Putin, as
relações sino-russas mantiveram um ímpeto de desenvolvimento saudável e
estável, que não apenas atende aos interesses comuns da China e da Rússia e dos
povos dos dois países, mas também é nossa contribuição conjunta para manter a
estabilidade das relações internacionais, protegendo o direito internacional e
a Carta da ONU", observou Wang.
Rudenko, por sua vez,
agradeceu ao chanceler chinês por ter encontrado tempo para o encontro apesar
de ser muito ocupado e apontou que Yi já se reuniu cinco vezes com seu homólogo
russo Sergei Lavrov, durante esse ano e expressou sua esperança de que "esses
contatos vão continuar".
O BRICS é uma
associação intergovernamental criada em 2006. A Rússia assumiu a presidência
rotativa do bloco em 1º de janeiro de 2024. O ano começou com a adesão de novos
membros à associação.
¨ Encontro evidencia 'desgaste' da Commonwealth britânica, com
ausência de Modi e Ramaphosa
Realizado em Apia,
Samoa, na esteira da Cúpula do BRICS, em Kazan, na Rússia, o encontro dos
chefes de Estado da Commonwealth não contou com a presença do primeiro-ministro
indiano, Narendra Modi, e do presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa. A
decisão, de aparente viés "prático", tem clara denotação da política
externa desses países.
Entre os dias 25 e 26
de outubro foi realizada a 27ª Reunião de Chefes de Estado da Comunidade das
Nações, também conhecida como Commonwealth.
O encontro, feito para
que os líderes das 56 nações integrantes possam se encontrar e discutir temas
de importância global, viu-se esvaziado com a ausência do primeiro-ministro da
Índia, Narendra Modi, e do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.
Em seus lugares, os
líderes enviaram representantes menores. A delegação indiana foi chefiada pelo
ministro de Assuntos Parlamentares, Kiren Rijiju, enquanto os sul-africanos
foram encabeçados pela vice-ministra de Relações Internacionais e Cooperação, Thandi
Moraka.
À primeira vista, há
motivos "práticos inquestionáveis", afinal, os chefes de governo
estavam retornando da 16ª Cúpula do BRICS, realizada entre 22 e 24 de outubro
na Rússia, diz Williams Gonçalves, professor titular de relações internacionais
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), à Sputnik Brasil.
"Essa é uma argumentação de ordem prática indesmentível."
"Agora há outro
aspecto. Eles podiam ter ido à reunião da Commonwealth e não ter ido a Kazan.
Logo, ter preferido ir à Rússia denota uma decisão de política externa. Isso é
evidente."
·
A natureza imperial
Criada em diferentes
etapas — a Declaração Balfour em 1926, o Estatuto de Westminster em 1931 e a
Declaração de Londres em 1949 —, a Comunidade das Nações foi uma maneira
encontrada pela coroa britânica de prover maior independência de governo para
suas colônias, mas ainda retendo a influência da metrópole.
Essa relação de poder
era e é essencial para o Reino Unido, uma pequena ilha no Atlântico Norte que
se constituiu enquanto potência internacional a partir de sua expansão
colonial, diz à reportagem Natali Hoff, professora de relações internacionais e
ciência política do Centro Universitário Internacional Uninter.
A necessidade de
manter as ex-colônias alinhadas se tornou ainda mais urgente após a Segunda
Guerra Mundial, quando houve o início de um processo de descolonização mais
intenso ao redor do mundo. "O colonialismo está na base do que fez o Reino
Unido ser o que ele é hoje", diz Hoff.
"A Commonwealth
se torna um instrumento para que a política externa britânica retenha controle
sobre Estados como a Índia e a África do Sul, que estiveram sob a esfera de
influência britânica por bastante tempo."
A partir de seu
histórico, a Comunidade das Nações se evidencia diametricamente oposta ao
BRICS, grupo de países que postula a criação de uma ordem mundial baseada na
multipolaridade, e o desenvolvimento dos chamados países periféricos.
"Ora, se assim
apresentamos o BRICS", diz o professor da UERJ, "a incompatibilidade
com a Commonwealth é evidente". "A Commonwealth representa a ideia do
Império, representa a ideia colonial. Reunir a Commonwealth ao redor da coroa
britânica é prestigiar, reverenciar esse passado colonial."
Assim, a escolha de
Modi e Ramaphosa de priorizarem a Cúpula do BRICS, em detrimento da reunião
liderada pelo rei Charles III, revela a reorganização geopolítica em curso no
mundo.
"Significa uma
tomada de posição. O lugar da Índia e da África do Sul é com o BRICS, e não com
a Commonwealth."
·
Cadê o Canadá?
A ausência dos líderes
indiano e sul-africano não foram os únicos percalços da 27ª Reunião de Chefes
de Estado da Comunidade das Nações, a primeira regida pelo rei Charles III. Até
então, todas as conferências foram presenciadas por sua mãe, Elizabeth II, como
monarca.
O primeiro-ministro do
Canadá, Justin Trudeau, tampouco compareceu ao evento. Em seu lugar, o premiê
enviou o alto-comissário do Canadá no Reino Unido, Ralph Goodale.
Só que diferentemente
de Ramaphosa e Modi, a ausência de Trudeau não vem como uma mensagem de
oposição geopolítica. O Canadá é alinhado à ordem euro-atlântica, participando
da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e do G7, organizações
criadas para a manutenção do status quo.
Pelo contrário, a
ausência de Trudeau é explicada por problemas da política doméstica. Em seu
próprio país, parlamentares pressionam pela renúncia do primeiro-ministro
enquanto sua popularidade cai.
Ainda assim, diz
Gonçalves, a mensagem de onde estão as prioridades canadenses é clara. "O
trabalho em casa é muito mais importante do que a reunião com o rei da
Inglaterra."
Dessa forma, os únicos
grandes países da Comunidade das Nações presentes na reunião foram o Reino
Unido e a Austrália, que enviaram os primeiros-ministros Keir Starmer e Anthony
Albanese, respectivamente.
A presença do Reino
Unido é mais do que mandatória, enquanto a Austrália opera na mesma esfera de
influência ocidental, assim como o Canadá. "Nas instituições mais
majoritárias australianas, a Austrália se coloca como um país do Norte Global,
um país desenvolvido e um país ocidental", afirma Hoff.
Mais do que esperada,
no entanto, a presença da liderança australiana é ainda incentivada pelo
Ocidente. Gonçalves lembra que, hoje, o país da Oceania é usado como ponta de
lança na aliança militar AUKUS, composta por Austrália, Reino Unido e Estados
Unidos e criada para combater a influência chinesa na região indo-pacífica.
Derrocada britânica
Além da ausência de
três das cinco maiores economias, o encontro da Commonwealth ainda viu certa
indisposição com o Reino Unido. Antes mesmo de começar, em visita à Austrália,
o rei Charles III foi confrontado pela senadora aborígene Lidia Thorpe, que o acusou
de cumplicidade com o genocídio indígena em seu país.
Além disso, em agosto,
o ex-primeiro-ministro jamaicano P. J. Patterson (1992–2006) afirmou que
reparações pela escravidão seriam discutidas no encontro. A afirmação foi
veementemente negada pelo Reino Unido, que ressaltou ainda que nem o governo
nem a coroa emitiriam um pedido de desculpas pelo papel do país no tráfico
transatlântico de escravizados.
O professor de
relações internacionais detalha que embora o que se peça é uma reparação
financeira, o que o Reino Unido verdadeiramente poderia prover seria o
"abandono da relação colonial que a própria Commonwealth propõe",
algo que nem a coroa nem o governo britânico se mostram dispostos a fazer.
"Veja que em
outros tempos essa reunião era o momento para se reverenciar o rei, mostrar o
devido respeito", comenta Gonçalves sobre a coragem jamaicana. "No
entanto, um pequeno país como a Jamaica agora se atreve a desafiar a coroa
britânica."
"Isso demonstra o
desgaste, a falta de sentido que essa cerimônia está tendo na atualidade.
Sinaliza o desgaste total."
Para Hoff, é possível
notar um processo de "decadência da influência britânica" no mundo,
da mesma forma que a Europa também vê seu poder de mandar e desmandar diminuir,
na mesma medida em que países do Sul Global, como China, Rússia, Índia e Brasil
seguem questionando "as políticas e as práticas de países
ocidentais", disse.
"São países que
defendem algum grau de transformação no sistema internacional, principalmente
na esfera das relações econômicas e das instituições internacionais."
¨ Índia impõe penalizações à GE após atraso de entregas
debilitarem defesa aérea do país
O governo indiano
decidiu impor penalidades à General Electrics (GE) por atrasos severos na
entrega de motores que impulsionam as aeronaves leves de combate do país, de
acordo com uma autoridade indiana com conhecimento do assunto.
A entrega dos motores
F404 para a série Tejas Light Combat Aircraft Mk1, de fabricação local da Força
Aérea indiana, foi adiada para março de 2025, quando deveria ter começado em
2023. Em 2021, a estatal indiana Hindustan Aeronautics assinou um acordo de US$
716 milhões (R$ 4 bilhões) com a GE para 99 motores F404, relata a Bloomberg.
A mídia afirma que a
força dos jatos de caça da Índia está diminuindo rapidamente, à medida que o
país aposenta suas antigas aeronaves da era soviética.
A empresa
norte-americana tem lutado com a entrega lenta de seus motores a jato
globalmente. Larry Culp, CEO da fabricante ouvido pela mídia, disse esta semana
que 15 fornecedores diferentes em sua cadeia de suprimentos estão envolvidos
nas interrupções.
A GE Aerospace disse
nesta terça-feira (29) que a indústria "continua a experimentar pressões
sem precedentes na cadeia de suprimentos" e que a empresa está trabalhando
para resolver as restrições, de acordo com uma resposta por e-mail às perguntas
feitas pela agência.
O atraso complica os
planos do premiê Narendra Modi de fabricar caças de combate em casa em um
momento em que as relações do país com seus vizinhos China e Paquistão
permanecem tensas.
A Rússia continua
sendo o maior fornecedor de equipamentos militares da Índia, embora as compras
tenham diminuído nos últimos anos devido a sanções e à crescente concorrência
de outros países fabricantes.
¨ Primeiro-ministro do Canadá Justin Trudeau enfrenta momento
político 'mais sombrio e incerto'
O primeiro-ministro do
Canadá, Justin Trudeau, enfrenta seu momento político "mais sombrio e
incerto" enquanto busca um quarto mandato. O atual governo convive com uma
onda de descontentamento dos canadenses e Trudeau chegou a sofrer pressão para
renunciar, apontou o jornal britânico The Guardian.
Trudeau afirmou na
semana passada que conta com o apoio da maioria dos 153 membros do Partido
Liberal canadense na Câmara dos Comuns, apesar de alguns deputados da sigla
terem assinado uma carta pedindo que renunciasse ao cargo antes das próximas
eleições, lembrou o jornal britânico.
No entanto, analistas
consultados pela reportagem consideraram que a "rebelião no partido"
se intensificou nos últimos meses, fazendo com que o primeiro-ministro
canadense fosse obrigado a enfrentar críticas internas sobre sua liderança.
Scott Reid,
ex-funcionário durante a gestão do primeiro-ministro Paul Martin, disse que é
provável que Justin Trudeau e sua equipe "estejam em choque" e que
devem estar cientes de que os liberais que pedem sua renúncia podem ser mais
numerosos do que se sabe atualmente. "Isso é uma revolta iceberg. O que
está escondido sob as ondas pode ser imenso, e isso deve ser intimidante para o
primeiro-ministro, quer ele admita isso em público ou mesmo em
particular", afirmou o analista político.
O analista Scott Reid
acrescentou que no Canadá não existe uma "tradição" de
primeiros-ministros que deixam o cargo voluntariamente, indicando que
"praticamente todos sofrem uma derrota eleitoral" ou "saem no
último momento", quando já não há chances de vitória.
O jornal destacou
ainda que não haveria um "substituto claro" para Trudeau. Apesar
disso, entre os nomes ventilados para a posição no país, conforme a publicação,
todos parecem estar em uma posição eleitoral melhor que Justin Trudeau. Uma
pesquisa eleitoral coloca os liberais quase 20 pontos atrás dos conservadores.
O analista político
Eric Grenier declarou ao The Guardian que, no passado, nem mesmo "governos
impopulares" haviam obtido "resultados tão baixos nas
pesquisas". Ele comentou que o problema do Partido Liberal é que essa
"tendência vem de longe".
"Não é o
resultado de um escândalo ou de um grande problema, mas o gotejar, gotejar,
gotejar de quase 10 anos no poder. E a realidade é que as pessoas já sabem o
que pensam sobre Justin Trudeau, e não vão mudar de opinião sobre ele",
afirmou.
Fonte: Sputnik Brasil
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