quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Eleições na América do Sul: qual o recado das urnas no Uruguai e no Chile?

O 2º turno das eleições presidenciais no Uruguai e o resultado das eleições locais no Chile foram tema do podcast Mundioka da Sputnik Brasil desta terça-feira (29), que ouviu a professora de relações internacionais da Universidade Veiga de Almeida Mayra Coan e o historiador uruguaio Daniel Osowicki.

·        Uruguai

Esquerda e centro-direita vão disputar o segundo turno das eleições presidenciais no Uruguai, marcado para 24 de novembro, quando cerca de 2,7 milhões de eleitores uruguaios estão habilitados a eleger o futuro presidente, que tomará posse em 1º de março de 2025 por um período de cinco anos.

Estão na disputa o candidato da da coalizão Frente Amplia, de esquerda, Yamandú Orsi, que conjuga 35 partidos, e o atual vice-presidente, Álvaro Delgado, do Partido de centro-direita, o Nacional.

Independentemente de quem ganhe, do ponto de vista da política externa, o xadrez geopolítico da América Latina não deve ser alterado, opinaram analistas consultados pelo Mundioka.

Doutora em história social e mestre em ciências da integração da América Latina pela Universidade de São Paulo (USP), Coan comentou que esta eleição tem sido chamada de "atípica" e "apática" por especialistas e políticos uruguaios por contrastar com campanhas sem grandes contrastes entre a esquerda e a direita.

“[Há] a questão de um excesso de prudência dos candidatos, de não procurar realizar grandes transformações, sobretudo, no âmbito econômico social. Além de também haver certa identificação de um despertar da despartidarização e desinteresse de parte da sociedade, sobretudo de jovens", comentou ela.

Osowicki, que é mestre em história pela Universidade Bar-Ilan, de Israel, lembrou que após interromper décadas de hegemonia de governos de direita e centro-direita, a Frente Amplia esteve no poder por 15 anos. até as últimas eleições, quando o atual mandatário Luis Lacalle Pou saiu vencedor. De lá para cá, o contexto político e econômico mudou muito.

"Os resultados desta eleição foram menores que os resultados da eleição do ano 2004, onde o governo de Tabaré Vázquez, o Frente Amplia, ganhou na primeira volta", acrescentou o professor.

Outro ponto levantado por ambos os entrevistados é a falta de carisma de ambos os candidatos, sem personalidades fortes como as do ex-presidente Pepe Mujica, Tabaré Vázquez e o próprio Lacalle Pou.

"Realmente, vai ser uma segunda volta muito pareja [disputada]. Vai ser uma briga muito forte, no sentido de voto por voto", acrescentou o historiador.

Por outro lado, a Frente Amplia conseguiu maioria no Senado e boa quantidade de cadeiras na Câmara, o que é positivo na questão da governabilidade caso a coalizão vença, salientaram.

·        Uruguai e o Mercosul

Historicamente muito dependente dos vizinhos, sobretudo Argentina e Brasil, o Uruguai tem buscado outros mercados e atraído inversões internacionais por sua estabilidade e crescimento econômico, de acordo com o historiador uruguaio.

As tensões dentro do bloco do Mercosul são reflexo desse movimento impulsionado pelo governo atual.

"A política do partido nacional, o partido de Álvaro Delgado, continua nessa linha de atrair inversões para o Uruguai de qualquer fonte, e também procurar, por que não, tratados de livre comércio, por exemplo, com a China", comentou Osowicki.

Já Yamandú Orsi, opinou Coan, olha para o Mercosul como um bloco regional que precisa ser revisitado, mas acredita que o Uruguai precisa seguir o que foi proposto pelo bloco e o acordo com a China deve ocorrer em conjunto.

"[...] Em termos de integração regional, nas propostas do Orsi, há uma maior aproximação com essa perspectiva de que é importante a gente se integrar regionalmente", comentou.

O candidato Andrés Ojeda, do Partido Colorado, que ficou em terceiro lugar, com 16%, segue a lógica liberal e seu apoio a Delgado pode ser parte fundamental na nova balança do segundo turno, pontuou o analista:

"Andrés Ojeda é parte fundamental dessa coalizão, mas obviamente não alcança, os votos não alcançam. Entre Álvaro Delgado e Andrés Ojeda, eles estariam com quase 43%. Há também um 4% de votos anulados, o que é bastante".

A professora lembrou que o governo Lacalle Pou teve uma boa atuação perante à população durante a pandemia de COVID-19, assim como o vice, Delgado, e realizou grandes obras de infraestrutura e empregabilidade. Por outro lado, escândalos de corrupção recentes e cortes de auxílios sociais impactaram negativamente a campanha do partido de centro-direita.

Um dos principais desafios do próximo governo será igualar o custo de vida à renda do trabalhador, que hoje tem dificuldade de arcar com gastos básicos como moradia, saúde e alimentação, frisou o entrevistado.

Coan também acrescentou o aumento da pobreza infantil, cujos números apontam que entre 20% a 30% das crianças estão em situação de pobreza muito preocupante.

O aumento da violência foi outro ponto destacado por ambos os entrevistados.

"A questão da segurança pública é uma das que mais aparece nas pesquisas de opinião [...]. O Uruguai está enfrentando um problema muito sério com o narcotráfico. Só para a gente ter uma ideia com relação às taxas de homicídio, cerca de 10 em 100 mil habitantes estão sendo comprometidos por essa questão", apontou Coan.

Osovicki acrescentou que acadêmicos no Uruguai têm falado de uma "latino-americanização" do Uruguai em temas de segurança.

"Antes, o Uruguai era somente um ponto de passagem da droga entre a América e a Europa. Hoje, o Uruguai não é somente um ponto de passagem, mas também um lugar onde grandes narcotraficantes têm negócio."

·        Chile

As eleições locais no Chile também foram tema do Mundioka. A coalizão de esquerda do presidente Gabriel Boric sofreu uma derrota contundente ao perder 40 prefeituras, inclusive a capital, Santiago, enquanto a direita somou 36.

Nas eleições regionais para governadores, 11 das 16 províncias serão definidas em um segundo turno no próximo dia 24 de novembro.

O fenômeno do empoderamento da direita e da extrema direita no Chile não é pontual, ressaltou a professora, ao citar a Argentina com o atual governo de Javier Milei.

"A gente vê isso em vários lugares aqui da América Latina. Acho interessante a gente observar e acompanhar esses movimentos, porque eles são transnacionais [...] Também observar os outsiders, que se colocam como se fossem fora da política, que se utilizam das redes sociais que procuram captar jovens com mensagens um pouco mais simplificadas justamente para conseguir tornar problemas complexos como se tivessem soluções simples. E não é isso", diz Coan.

Ela lembrou que a Constituição chilena é a mesma da época do ditador Augusto Pinochet. A partir dos movimentos de 2019, com grandes manifestações de rua, foi criada uma Assembleia Constituinte.

O presidente Boric tinha como uma das suas grandes apostas de governo aprovar uma nova Constituição, destacou ela, que foi rechaçada por plebiscito duas vezes.

"Quase tudo no Chile é privatizado e muito caro. No caso das universidades, isso não é diferente. Então os jovens têm se endividado cada vez mais para conseguir realizar um curso de graduação. Somado a isso, há também os idosos, que foram para as ruas também agora dizendo um pouco dessa dificuldade na previdência social."

 

¨      Escorregão nacional, por Eduardo Costa

Na semana que se encerrou no domingo eleitoral municipal de 27 de outubro do ano em curso, escrevemos um dos piores capítulos da história da diplomacia brasileira.

O legado varguista de uma carreira diplomática voltada para os interesses nacionais sempre teve um caráter inclusivo e até simpático no universo das nações. E isto começou cedo, quando a Liga das Nações deu lugar à Organização das Nações Unidas.

A habilidade de um revolucionário de 30 conquistou que o Brasil sempre abriria as Assembleias permanentes da ONU, ele, afinal, uma ex-colônia europeia, que agora se envolvia com a descolonização europeia do mundo todo.

Parte superior do formulário

Parte inferior do formulário

Quando da constituição das mais importantes organizações internacionais voltadas aos objetivos do desenvolvimento e solidariedade internacional, lá estaria um brasileiro a, de maneira influente, ajudar a construi-la. Assim aconteceu na FAO, UNESCO, UNICEF e OMS.

Essa última, que me é familiar, forneceu uma lição que merece ser lembrada. Em crise com o macarthismo americano que queria nominar todos os seus quadros funcionais, seu primeiro presidente canadense se retira das eleições e um brasileiro é seu candidato. Marcolino Candau é aprovado na Assembleia Geral por pouco mais de 40 países, já que a União Soviética e outros países socialistas tinham se retirado da OMS. Mas, com ele, vinha a garantia que a guerra-fria não podia contaminar a saúde. E logo mais 30 países voltaram a ser membros, número que se ampliou até que, quando deixou a OMS, 20 anos depois, mais de 140 membros estavam afiliados.

Essa história pouco conhecida dos brasileiros, aqui serve para atestar o papel e o caráter do Brasil no panorama internacional.

De fato, nunca fomos boicoteiros, nem mesmo no campo esportivo. Vimos com tristeza extremismos deslocados do espaço da confraternização internacional dos povos sem a eles nos associar.

Mas, apesar de ter sido um dos membros fundadores dos BRICS, que afinal se uniram para socorrer os boicotados economicamente pela ordem norte-americana e europeia-ocidental, o Brasil promove o fiasco do veto à entrada da Venezuela.

Fica maior e mais sensível o desatino se o principal instrumento dos BRICS é seu banco e, exatamente uma brasileira, Dilma Rousseff, é sua presidente. Quer dizer, queremos enfraquecer o Brasil ou fazer pensar que viramos quintas-colunas?

Não há em qualquer perspectiva qualquer sentido nesta decisão. Nos constrange e nos força a contestá-la.

Nunca um argumento foi tão ridiculamente utilizado como “por que Lula teria ficado descontente com comportamento de Maduro sobre a divulgação eleitoral venezuelana”!

Primeiro, a Venezuela é um país soberano que faz sua revolução antiimperialista, sendo explorado e boicotado pelos Estados Unidos de maneira vergonhosa. Segundo, porque o Brasil, e, particularmente Lula, não têm que ser fiador de nada do que lá se passa. Precisa, isso sim, considerar um assunto interno da Venezuela e por isso defendêla da ingerência externa americana e dos novos fascistas do mundo.

Sinceramente, creio que a Venezuela não está certa ao desconfiar que Lula se acidentou, mas, até como profissional da área médica, posso achar que teve um grau de apagão em seu costumeiro discernimento político cognitivo.

Aí, o que surpreende são seus ministros do Itamaraty não terem, ao menos, pedido um tempo para o pronunciamento brasileiro sobre a entrada dos novos membros.

E quanto mais cedo nos desculparmos melhor. Como nós todos devemos fazer quando nos dermos conta de nossos erros.

¨      Amorim defende manutenção de diálogo com Venezuela para evitar interferências externas

Em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, Celso Amorim afirmou que o Brasil necessita manter o canal aberto com a Venezuela para evitar que o país se torne palco de "uma nova Guerra Fria".

O assessor especial da presidência para assuntos internacionais, embaixador Celso Amorim, foi convidado para questionamentos pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. Em resposta aos parlamentares nesta terça-feira (29), Amorim defendeu a manutenção do diálogo com a Venezuela, apesar do "mal-estar" que há.

Nos últimos meses, as relações diplomáticas entre os dois países sul-americanos se tornaram tensas. Após uma eleição conturbada na Venezuela no final de julho, o Brasil — junto da Colômbia e do México — assumiram o papel de mediadores entre as partes.

Na época, o presidente Nicolás Maduro, prometeu aos seus interlocutores brasileiros apresentar as atas que comprovariam sua vitória eleitoral. "Algo nos foi dito e não foi cumprido", comentou Amorim.

Desde então, Amorim relata que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva não conversa diretamente com Maduro, apenas com interlocutores. Ainda assim, pedidos como de deputados da oposição para a quebra de relações diplomáticas não devem ser ouvidos, explicitou o assessor.

"O mal-estar existe, mas se quisermos alguma influência num processo de democratização, precisaremos de interlocução."

Segundo o embaixador, ano que vem estão previstas eleições regionais e parlamentares. "É um risco, mas também é uma oportunidade". "Se um pais quer ter importância positiva, não pode se desqualificar como interlocutor."

Amorim destacou ainda que a importância de manter os canais abertos não se encontra só na influência do processo democrático venezuelano, mas também para impedir que algum outro poder entre no vácuo deixado.

"Se não, vem outros. Você tem de um lado os Estados Unidos e, do outro lado, tem países distantes. Não queremos que a Venezuela seja palco de uma Guerra Fria ou de um conflito na Amazônia."

<><> Venezuela no BRICS

Após ambos participarem da 16ª Cúpula do BRICS em Kazan, na Rússia, o Brasil foi acusado pela Venezuela de entrar sua entrada no grupo de países.

Como resposta, a chancelaria venezuelana acusou o Itamaraty de conspirar contra o país e classificou o gesto como uma "agressão".

Para Amorim, de fato a Venezuela neste momento não contribuiria para um "melhor funcionamento do BRICS".

¨      Brasil, te enxerga! Por Manuel Domingos Neto

Brasil, não terás futuro promissor sem a integração sul-americana. Sem contar com teus vizinhos, terás retórica débil.

Na arena internacional, vale a força e tua força não basta para endossar tua vontade.

Distanciada dos sul-americanos tua Defesa Nacional será inconvincente. Parcerias subcontinentais formam condição básica para produzires em escala viável armas e equipamentos próprios.

Somando esforços, a América do Sul poderia fabricar barcos, aeronaves, satélites, radares, mísseis, drones, sistemas cibernéticos e veículos de combate rompendo os grilhões dos que mandam no mundo há quinhentos anos.

Por que não abraças teus vizinhos? No sufoco, eles são fundamentais. Se teus filhos ficam sem energia e oxigênio no Amapá, quem os salvaria?

Vai que sejas objeto de sanções ou que impiedosos bloqueiem tua navegação… Quem te socorrerá?

Sem parcerias com a vizinhança, teu empenho na proteção ambiental fica inconsistente: biomas, bacias e aquíferos compartilhados não serão efetivamente protegidos. A Amazônia não é só tua!

O planejamento de tua segurança pública à revelia de países limítrofes será dispendioso e furado. Vigilância unilateral de extensas fronteiras terrestres e da costa marítima é inexequível.

Sem a cooperação dos vizinhos, teus cuidados sanitários serão limitados. Vírus e bactérias ignoram fronteiras arbitradas pelos humanos. A saúde dos teus estará permanentemente exposta.

É doideira imaginar-te industrializado, desenvolvido, democrático e soberano arrodeado de pobres, infelizes e dependentes de potências extracontinentais. Serás percebido como imperialista.

Precisas da América do Sul tanto quanto a América do Sul precisa de ti.

O que te digo agora consta do planejamento estratégico de potências ocidentais desde o século XIX. Os hegemônicos contam que para onde penderes, penderá nuestra América. Por que tua cultura política nunca absorveu esta noção?

Por que rejeitas a inclusão da Venezuela nos BRICS?

Podes não gostar do bolivarianismo, mas deixem nossos irmãos seguirem seu rumo!

Considere a dificuldade de um país carimbado pelos Estados Unidos de integrante do “eixo do mal” existir com sólida institucionalidade democrática.

A Venezuela, fortemente sancionada e permanentemente sabotada, pode viver em plácida tranquilidade?

Se exiges democracia dos outros, demonstre o valor da tua!

Prove ser falso que general brasileiro intimida a Justiça. Diga que nenhum tribunal põe na cadeia candidato favorito para que um capitão com maus instintos seja eleito!

Mostre seres capaz de prender genocidas, torturadores e juízes vendidos.

Exiba a respeitabilidade de teu parlamento! Assegure que seus integrantes não se elegem usando o orçamento público; que milicianos, neopentecostais e bandidos não controlam territórios; que tua imprensa não é facciosa e que as mentiras da internet não enganam o povo.

Mostre que teus partidos políticos pulsam com a dinâmica social e ensejam a renovação permanente de quadros, ideais e valores.

E que abominas a concentração da riqueza inviabilizadora da democracia.

Mostre que sempre derrotas os inimigos da liberdade; que promotores do ódio e da violência formam minorias rejeitadas nas urnas!

Por que fragilizas a Venezuela neste momento de reordenamento mundial?

Por tabela, debilitas os Brics. Impedes esse grupo, que desperta esperanças entre os oprimidos, de deter a maior parte da produção mundial de petróleo.

Isso te beneficia? O que é bom para Washington é bom para ti?

 

¨      Maduro pede à Colômbia acesso aos resultados de investigação sobre software israelense espião

O presidente venezuelano Nicolás Maduro pediu nesta segunda-feira (28) que a Colômbia conceda acesso aos resultados das investigações sobre o software espião israelense. Conforme Maduro, o programa foi usado para conspirar contra Caracas.

"Estamos muito interessados. Dei instruções aos órgãos competentes para coordenarem com a inteligência da Colômbia, e possamos ter acesso aos resultados das investigações que estão sendo realizadas sobre essa denúncia do Pegasus", declarou Maduro.

O presidente venezuelano afirmou ainda que o software faz parte do legado do ex-presidente Iván Duque (2018-2022).

"É apenas um dos elementos deixados pelo nefasto legado de Iván Duque, nefasto para a Colômbia e para a Venezuela, que tentou invadir o país com mercenários e nos assassinar. O Pegasus faz parte do legado nefasto da ultradireita paramilitar e narcotraficante representada por Iván Duque", comentou.

No início de setembro, a Procuradoria colombiana anunciou que investigaria a denúncia feita pelo presidente Gustavo Petro sobre a compra de um software espião israelense, que na época custou US$ 11 milhões (R$ 62,8 milhões).

Segundo o presidente colombiano, o software foi utilizado para espionar opositores do governo de Iván Duque com fins políticos, durante os protestos ocorridos na Colômbia em 2021 contra o governo e suas decisões fiscais e tributárias.

¨      Governo da Bolívia acusa ex-presidente Evo Morales de forjar atentado contra si

O governo boliviano acusou nesta segunda-feira (28) o ex-presidente Evo Morales de furar um posto de controle no domingo (27), na região de Villa Tunari, no departamento de Cochabamba, e disparar contra policiais, após denunciar um atentado contra sua vida.

"Foi o senhor Evo Morales e as pessoas que estavam no automóvel que dispararam contra a polícia", denunciou o ministro de Governo, Eduardo Del Castillo, em conferência de imprensa.

Morales postou um vídeo no Facebook feito de dentro de um carro em movimento com pelo menos dois buracos de bala no para-brisa. O boliviano é visto no banco do passageiro da frente, e o motorista parece ferido.

Em entrevista à rádio boliviana Kawsachun Coca, ele afirmou que foi seguido por outros dois veículos, onde estavam os autores do ataque, que dispararam 14 vezes contra seu carro. Ele culpou o atual governo pelo episódio.

Logo depois, o presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou a abertura de uma investigação para apurar o ataque contra Morales.

Morales e Arce estão em uma disputa política que rachou a esquerda na Bolívia. Ambos tentam ser o candidato do partido Movimento ao Socialismo (MAS) nas eleições de 2025.

Nas últimas semanas, bloqueios de estradas, principalmente no departamento de Cochabamba, têm ocorrido em apoio ao ex-presidente (2006–2019), cuja detenção foi ordenada pelo Ministério Público, por suposto abuso sexual de uma menor de idade quando ainda era presidente.

Morales rejeita a acusação, dizendo ser "mais uma mentira" orquestrada pelo governo de Arce para tirá-lo da disputa presidencial, já que o caso foi encerrado em 2020.

 

Fonte: Sputnik Brasil/Outras Palavras/Jornal GGN

 

Nenhum comentário: