Eleições na América do Sul: qual o recado
das urnas no Uruguai e no Chile?
O 2º turno das
eleições presidenciais no Uruguai e o resultado das eleições locais no Chile
foram tema do podcast Mundioka da Sputnik Brasil desta terça-feira (29), que
ouviu a professora de relações internacionais da Universidade Veiga de Almeida
Mayra Coan e o historiador uruguaio Daniel Osowicki.
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Uruguai
Esquerda e
centro-direita vão disputar o segundo turno das eleições presidenciais no
Uruguai, marcado para 24 de novembro, quando cerca de 2,7 milhões de eleitores
uruguaios estão habilitados a eleger o futuro presidente, que tomará posse em
1º de março de 2025 por um período de cinco anos.
Estão na disputa o
candidato da da coalizão Frente Amplia, de esquerda, Yamandú Orsi, que conjuga
35 partidos, e o atual vice-presidente, Álvaro Delgado, do Partido de
centro-direita, o Nacional.
Independentemente de
quem ganhe, do ponto de vista da política externa, o xadrez geopolítico da
América Latina não deve ser alterado, opinaram analistas consultados pelo
Mundioka.
Doutora em história
social e mestre em ciências da integração da América Latina pela Universidade
de São Paulo (USP), Coan comentou que esta eleição tem sido chamada de
"atípica" e "apática" por especialistas e políticos
uruguaios por contrastar com campanhas sem grandes contrastes entre a esquerda
e a direita.
“[Há] a questão de um
excesso de prudência dos candidatos, de não procurar realizar grandes
transformações, sobretudo, no âmbito econômico social. Além de também haver
certa identificação de um despertar da despartidarização e desinteresse de
parte da sociedade, sobretudo de jovens", comentou ela.
Osowicki, que é mestre
em história pela Universidade Bar-Ilan, de Israel, lembrou que após interromper
décadas de hegemonia de governos de direita e centro-direita, a Frente Amplia
esteve no poder por 15 anos. até as últimas eleições, quando o atual mandatário
Luis Lacalle Pou saiu vencedor. De lá para cá, o contexto político e econômico
mudou muito.
"Os resultados
desta eleição foram menores que os resultados da eleição do ano 2004, onde o
governo de Tabaré Vázquez, o Frente Amplia, ganhou na primeira volta",
acrescentou o professor.
Outro ponto levantado
por ambos os entrevistados é a falta de carisma de ambos os candidatos, sem
personalidades fortes como as do ex-presidente Pepe Mujica, Tabaré Vázquez e o
próprio Lacalle Pou.
"Realmente, vai
ser uma segunda volta muito pareja [disputada]. Vai ser uma briga muito forte,
no sentido de voto por voto", acrescentou o historiador.
Por outro lado, a
Frente Amplia conseguiu maioria no Senado e boa quantidade de cadeiras na
Câmara, o que é positivo na questão da governabilidade caso a coalizão vença,
salientaram.
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Uruguai e o Mercosul
Historicamente muito
dependente dos vizinhos, sobretudo Argentina e Brasil, o Uruguai tem buscado
outros mercados e atraído inversões internacionais por sua estabilidade e
crescimento econômico, de acordo com o historiador uruguaio.
As tensões dentro do
bloco do Mercosul são reflexo desse movimento impulsionado pelo governo atual.
"A política do
partido nacional, o partido de Álvaro Delgado, continua nessa linha de atrair
inversões para o Uruguai de qualquer fonte, e também procurar, por que não,
tratados de livre comércio, por exemplo, com a China", comentou Osowicki.
Já Yamandú Orsi,
opinou Coan, olha para o Mercosul como um bloco regional que precisa ser
revisitado, mas acredita que o Uruguai precisa seguir o que foi proposto pelo
bloco e o acordo com a China deve ocorrer em conjunto.
"[...] Em termos
de integração regional, nas propostas do Orsi, há uma maior aproximação com
essa perspectiva de que é importante a gente se integrar regionalmente",
comentou.
O candidato Andrés
Ojeda, do Partido Colorado, que ficou em terceiro lugar, com 16%, segue a
lógica liberal e seu apoio a Delgado pode ser parte fundamental na nova balança
do segundo turno, pontuou o analista:
"Andrés Ojeda é
parte fundamental dessa coalizão, mas obviamente não alcança, os votos não
alcançam. Entre Álvaro Delgado e Andrés Ojeda, eles estariam com quase 43%. Há
também um 4% de votos anulados, o que é bastante".
A professora lembrou
que o governo Lacalle Pou teve uma boa atuação perante à população durante a
pandemia de COVID-19, assim como o vice, Delgado, e realizou grandes obras de
infraestrutura e empregabilidade. Por outro lado, escândalos de corrupção recentes
e cortes de auxílios sociais impactaram negativamente a campanha do partido de
centro-direita.
Um dos principais
desafios do próximo governo será igualar o custo de vida à renda do
trabalhador, que hoje tem dificuldade de arcar com gastos básicos como moradia,
saúde e alimentação, frisou o entrevistado.
Coan também
acrescentou o aumento da pobreza infantil, cujos números apontam que entre 20%
a 30% das crianças estão em situação de pobreza muito preocupante.
O aumento da violência
foi outro ponto destacado por ambos os entrevistados.
"A questão da
segurança pública é uma das que mais aparece nas pesquisas de opinião [...]. O
Uruguai está enfrentando um problema muito sério com o narcotráfico. Só para a
gente ter uma ideia com relação às taxas de homicídio, cerca de 10 em 100 mil
habitantes estão sendo comprometidos por essa questão", apontou Coan.
Osovicki acrescentou
que acadêmicos no Uruguai têm falado de uma "latino-americanização"
do Uruguai em temas de segurança.
"Antes, o Uruguai
era somente um ponto de passagem da droga entre a América e a Europa. Hoje, o
Uruguai não é somente um ponto de passagem, mas também um lugar onde grandes
narcotraficantes têm negócio."
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Chile
As eleições locais no
Chile também foram tema do Mundioka. A coalizão de esquerda do presidente
Gabriel Boric sofreu uma derrota contundente ao perder 40 prefeituras,
inclusive a capital, Santiago, enquanto a direita somou 36.
Nas eleições regionais
para governadores, 11 das 16 províncias serão definidas em um segundo turno no
próximo dia 24 de novembro.
O fenômeno do
empoderamento da direita e da extrema direita no Chile não é pontual, ressaltou
a professora, ao citar a Argentina com o atual governo de Javier Milei.
"A gente vê isso
em vários lugares aqui da América Latina. Acho interessante a gente observar e
acompanhar esses movimentos, porque eles são transnacionais [...] Também
observar os outsiders, que se colocam como se fossem fora da política, que se
utilizam das redes sociais que procuram captar jovens com mensagens um pouco
mais simplificadas justamente para conseguir tornar problemas complexos como se
tivessem soluções simples. E não é isso", diz Coan.
Ela lembrou que a
Constituição chilena é a mesma da época do ditador Augusto Pinochet. A partir
dos movimentos de 2019, com grandes manifestações de rua, foi criada uma
Assembleia Constituinte.
O presidente Boric
tinha como uma das suas grandes apostas de governo aprovar uma nova
Constituição, destacou ela, que foi rechaçada por plebiscito duas vezes.
"Quase tudo no
Chile é privatizado e muito caro. No caso das universidades, isso não é
diferente. Então os jovens têm se endividado cada vez mais para conseguir
realizar um curso de graduação. Somado a isso, há também os idosos, que foram
para as ruas também agora dizendo um pouco dessa dificuldade na previdência
social."
¨
Escorregão nacional,
por Eduardo Costa
Na semana que se
encerrou no domingo eleitoral municipal de 27 de outubro do ano em curso,
escrevemos um dos piores capítulos da história da diplomacia brasileira.
O legado varguista de
uma carreira diplomática voltada para os interesses nacionais sempre teve um
caráter inclusivo e até simpático no universo das nações. E isto começou cedo,
quando a Liga das Nações deu lugar à Organização das Nações Unidas.
A habilidade de um
revolucionário de 30 conquistou que o Brasil sempre abriria as Assembleias
permanentes da ONU, ele, afinal, uma ex-colônia europeia, que agora se envolvia
com a descolonização europeia do mundo todo.
Quando da constituição
das mais importantes organizações internacionais voltadas aos objetivos do
desenvolvimento e solidariedade internacional, lá estaria um brasileiro a, de
maneira influente, ajudar a construi-la. Assim aconteceu na FAO, UNESCO, UNICEF
e OMS.
Essa última, que me é
familiar, forneceu uma lição que merece ser lembrada. Em crise com o
macarthismo americano que queria nominar todos os seus quadros funcionais, seu
primeiro presidente canadense se retira das eleições e um brasileiro é seu
candidato. Marcolino Candau é aprovado na Assembleia Geral por pouco mais de 40
países, já que a União Soviética e outros países socialistas tinham se retirado
da OMS. Mas, com ele, vinha a garantia que a guerra-fria não podia contaminar a
saúde. E logo mais 30 países voltaram a ser membros, número que se ampliou até
que, quando deixou a OMS, 20 anos depois, mais de 140 membros estavam
afiliados.
Essa história pouco
conhecida dos brasileiros, aqui serve para atestar o papel e o caráter do
Brasil no panorama internacional.
De fato, nunca fomos
boicoteiros, nem mesmo no campo esportivo. Vimos com tristeza extremismos
deslocados do espaço da confraternização internacional dos povos sem a eles nos
associar.
Mas, apesar de ter
sido um dos membros fundadores dos BRICS, que afinal se uniram para socorrer os
boicotados economicamente pela ordem norte-americana e europeia-ocidental, o
Brasil promove o fiasco do veto à entrada da Venezuela.
Fica maior e mais
sensível o desatino se o principal instrumento dos BRICS é seu banco e,
exatamente uma brasileira, Dilma Rousseff, é sua presidente. Quer dizer,
queremos enfraquecer o Brasil ou fazer pensar que viramos quintas-colunas?
Não há em qualquer
perspectiva qualquer sentido nesta decisão. Nos constrange e nos força a
contestá-la.
Nunca um argumento foi
tão ridiculamente utilizado como “por que Lula teria ficado descontente com
comportamento de Maduro sobre a divulgação eleitoral venezuelana”!
Primeiro, a Venezuela
é um país soberano que faz sua revolução antiimperialista, sendo explorado e
boicotado pelos Estados Unidos de maneira vergonhosa. Segundo, porque o Brasil,
e, particularmente Lula, não têm que ser fiador de nada do que lá se passa.
Precisa, isso sim, considerar um assunto interno da Venezuela e por isso
defendêla da ingerência externa americana e dos novos fascistas do mundo.
Sinceramente, creio
que a Venezuela não está certa ao desconfiar que Lula se acidentou, mas, até
como profissional da área médica, posso achar que teve um grau de apagão em seu
costumeiro discernimento político cognitivo.
Aí, o que surpreende
são seus ministros do Itamaraty não terem, ao menos, pedido um tempo para o
pronunciamento brasileiro sobre a entrada dos novos membros.
E quanto mais cedo nos
desculparmos melhor. Como nós todos devemos fazer quando nos dermos conta de
nossos erros.
¨ Amorim defende manutenção de diálogo com Venezuela para evitar
interferências externas
Em audiência na Comissão
de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, Celso Amorim
afirmou que o Brasil necessita manter o canal aberto com a Venezuela para
evitar que o país se torne palco de "uma nova Guerra Fria".
O assessor especial da
presidência para assuntos internacionais, embaixador Celso Amorim, foi
convidado para questionamentos pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional da Câmara dos Deputados. Em resposta aos parlamentares nesta
terça-feira (29), Amorim defendeu a manutenção do diálogo com a Venezuela,
apesar do "mal-estar" que há.
Nos últimos meses, as
relações diplomáticas entre os dois países sul-americanos se tornaram tensas.
Após uma eleição conturbada na Venezuela no final de julho, o Brasil — junto da
Colômbia e do México — assumiram o papel de mediadores entre as partes.
Na época, o presidente
Nicolás Maduro, prometeu aos seus interlocutores brasileiros apresentar as atas
que comprovariam sua vitória eleitoral. "Algo nos foi dito e não foi
cumprido", comentou Amorim.
Desde então, Amorim
relata que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva não conversa
diretamente com Maduro, apenas com interlocutores. Ainda assim, pedidos como de
deputados da oposição para a quebra de relações diplomáticas não devem ser
ouvidos, explicitou o assessor.
"O mal-estar
existe, mas se quisermos alguma influência num processo de democratização,
precisaremos de interlocução."
Segundo o embaixador,
ano que vem estão previstas eleições regionais e parlamentares. "É um
risco, mas também é uma oportunidade". "Se um pais quer ter
importância positiva, não pode se desqualificar como interlocutor."
Amorim destacou ainda
que a importância de manter os canais abertos não se encontra só na influência
do processo democrático venezuelano, mas também para impedir que algum outro
poder entre no vácuo deixado.
"Se não, vem
outros. Você tem de um lado os Estados Unidos e, do outro lado, tem países
distantes. Não queremos que a Venezuela seja palco de uma Guerra Fria ou de um
conflito na Amazônia."
<><> Venezuela
no BRICS
Após ambos
participarem da 16ª Cúpula do BRICS em Kazan, na Rússia, o Brasil foi acusado
pela Venezuela de entrar sua entrada no grupo de países.
Como resposta, a
chancelaria venezuelana acusou o Itamaraty de conspirar contra o país e
classificou o gesto como uma "agressão".
Para Amorim, de fato a
Venezuela neste momento não contribuiria para um "melhor funcionamento do
BRICS".
¨ Brasil, te enxerga! Por Manuel Domingos Neto
Brasil, não terás
futuro promissor sem a integração sul-americana. Sem contar com teus vizinhos,
terás retórica débil.
Na arena
internacional, vale a força e tua força não basta para endossar tua vontade.
Distanciada dos
sul-americanos tua Defesa Nacional será inconvincente. Parcerias
subcontinentais formam condição básica para produzires em escala viável armas e
equipamentos próprios.
Somando esforços, a
América do Sul poderia fabricar barcos, aeronaves, satélites, radares, mísseis,
drones, sistemas cibernéticos e veículos de combate rompendo os grilhões dos
que mandam no mundo há quinhentos anos.
Por que não abraças
teus vizinhos? No sufoco, eles são fundamentais. Se teus filhos ficam sem
energia e oxigênio no Amapá, quem os salvaria?
Vai que sejas objeto
de sanções ou que impiedosos bloqueiem tua navegação… Quem te socorrerá?
Sem parcerias com a
vizinhança, teu empenho na proteção ambiental fica inconsistente: biomas,
bacias e aquíferos compartilhados não serão efetivamente protegidos. A Amazônia
não é só tua!
O planejamento de tua
segurança pública à revelia de países limítrofes será dispendioso e furado.
Vigilância unilateral de extensas fronteiras terrestres e da costa marítima é
inexequível.
Sem a cooperação dos
vizinhos, teus cuidados sanitários serão limitados. Vírus e bactérias ignoram
fronteiras arbitradas pelos humanos. A saúde dos teus estará permanentemente
exposta.
É doideira imaginar-te
industrializado, desenvolvido, democrático e soberano arrodeado de pobres,
infelizes e dependentes de potências extracontinentais. Serás percebido como
imperialista.
Precisas da América do
Sul tanto quanto a América do Sul precisa de ti.
O que te digo agora
consta do planejamento estratégico de potências ocidentais desde o século XIX.
Os hegemônicos contam que para onde penderes, penderá nuestra América.
Por que tua cultura política nunca absorveu esta noção?
Por que rejeitas a
inclusão da Venezuela nos BRICS?
Podes não gostar do
bolivarianismo, mas deixem nossos irmãos seguirem seu rumo!
Considere a
dificuldade de um país carimbado pelos Estados Unidos de integrante do “eixo do
mal” existir com sólida institucionalidade democrática.
A Venezuela,
fortemente sancionada e permanentemente sabotada, pode viver em plácida
tranquilidade?
Se exiges democracia
dos outros, demonstre o valor da tua!
Prove ser falso que
general brasileiro intimida a Justiça. Diga que nenhum tribunal põe na cadeia
candidato favorito para que um capitão com maus instintos seja eleito!
Mostre seres capaz de
prender genocidas, torturadores e juízes vendidos.
Exiba a
respeitabilidade de teu parlamento! Assegure que seus integrantes não se elegem
usando o orçamento público; que milicianos, neopentecostais e bandidos não
controlam territórios; que tua imprensa não é facciosa e que as mentiras da
internet não enganam o povo.
Mostre que teus
partidos políticos pulsam com a dinâmica social e ensejam a renovação
permanente de quadros, ideais e valores.
E que abominas a
concentração da riqueza inviabilizadora da democracia.
Mostre que sempre
derrotas os inimigos da liberdade; que promotores do ódio e da violência formam
minorias rejeitadas nas urnas!
Por que fragilizas a
Venezuela neste momento de reordenamento mundial?
Por tabela, debilitas
os Brics. Impedes esse grupo, que desperta esperanças entre os oprimidos, de
deter a maior parte da produção mundial de petróleo.
Isso te beneficia? O
que é bom para Washington é bom para ti?
¨ Maduro pede à Colômbia acesso aos resultados de investigação
sobre software israelense espião
O presidente
venezuelano Nicolás Maduro pediu nesta segunda-feira (28) que a Colômbia conceda
acesso aos resultados das investigações sobre o software espião israelense.
Conforme Maduro, o programa foi usado para conspirar contra Caracas.
"Estamos muito
interessados. Dei instruções aos órgãos competentes para coordenarem com a
inteligência da Colômbia, e possamos ter acesso aos resultados das
investigações que estão sendo realizadas sobre essa denúncia do Pegasus",
declarou Maduro.
O presidente
venezuelano afirmou ainda que o software faz parte do legado do ex-presidente
Iván Duque (2018-2022).
"É apenas um dos
elementos deixados pelo nefasto legado de Iván Duque, nefasto para a Colômbia e
para a Venezuela, que tentou invadir o país com mercenários e nos assassinar. O
Pegasus faz parte do legado nefasto da ultradireita paramilitar e narcotraficante
representada por Iván Duque", comentou.
No início de setembro,
a Procuradoria colombiana anunciou que investigaria a denúncia feita pelo
presidente Gustavo Petro sobre a compra de um software espião israelense, que
na época custou US$ 11 milhões (R$ 62,8 milhões).
Segundo o presidente
colombiano, o software foi utilizado para espionar opositores do governo de
Iván Duque com fins políticos, durante os protestos ocorridos na Colômbia em
2021 contra o governo e suas decisões fiscais e tributárias.
¨ Governo da Bolívia acusa ex-presidente Evo Morales de forjar
atentado contra si
O governo boliviano
acusou nesta segunda-feira (28) o ex-presidente Evo Morales de furar um posto
de controle no domingo (27), na região de Villa Tunari, no departamento de
Cochabamba, e disparar contra policiais, após denunciar um atentado contra sua
vida.
"Foi o senhor Evo
Morales e as pessoas que estavam no automóvel que dispararam contra a
polícia", denunciou o ministro de Governo, Eduardo Del Castillo, em
conferência de imprensa.
Morales postou um
vídeo no Facebook feito de dentro de um carro em movimento com pelo menos dois
buracos de bala no para-brisa. O boliviano é visto no banco do passageiro da
frente, e o motorista parece ferido.
Em entrevista à rádio
boliviana Kawsachun Coca, ele afirmou que foi seguido por outros dois veículos,
onde estavam os autores do ataque, que dispararam 14 vezes contra seu carro.
Ele culpou o atual governo pelo episódio.
Logo depois, o
presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou a abertura de uma investigação para
apurar o ataque contra Morales.
Morales e Arce estão
em uma disputa política que rachou a esquerda na Bolívia. Ambos tentam ser o
candidato do partido Movimento ao Socialismo (MAS) nas eleições de 2025.
Nas últimas semanas,
bloqueios de estradas, principalmente no departamento de Cochabamba, têm
ocorrido em apoio ao ex-presidente (2006–2019), cuja detenção foi ordenada pelo
Ministério Público, por suposto abuso sexual de uma menor de idade quando ainda
era presidente.
Morales rejeita a acusação,
dizendo ser "mais uma mentira" orquestrada pelo governo de Arce para
tirá-lo da disputa presidencial, já que o caso foi encerrado em 2020.
Fonte: Sputnik Brasil/Outras
Palavras/Jornal GGN
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