Nick Turse: Um ano da guerra de Israel
contra as crianças
Israel continua a
bombardear escolas.
Na quarta-feira, um
ataque israelense contra uma escola para órfãos na Cidade de Gaza matou várias
pessoas, a maioria delas mulheres e crianças, que buscavam abrigo ali após
terem sido deslocadas por ataques anteriores.
No final do mês
passado, um ataque israelense contra uma escola repleta de milhares de
palestinos desabrigados, no norte de Gaza, matou pelo menos quinze pessoas.
Dias antes, um ataque
contra outra escola usada como abrigo na Cidade de Gaza matou 22 pessoas,
principalmente mulheres e crianças, que se refugiavam ali. As forças
israelenses atacaram repetidamente as escolas, alegando que seriam usadas pelo
Hamas como “centros de comando“. O Hamas nega as acusações.
Israel está cometendo
“escolasticídio”, a destruição deliberada e sistemática do sistema de educação
palestino em Gaza, segundo um relatório recente do Centro de Direitos Humanos
Al Mezan, uma organização palestina de defesa de direitos. Gaza se tornou o
lugar mais perigoso do mundo para ser uma criança, segundo o Unicef. Ao longo
do último ano, os ataques israelenses mataram ou feriram dezenas de milhares de
crianças em idade escolar, estudantes universitários e professores, e Israel
bombardeou reiteradamente escolas que serviam como supostas zonas de segurança
para pessoas obrigadas a deixar suas casas.
A guerra em Gaza
produzirá um atraso de até cinco anos na educação da crianças, sob o risco de
criar uma geração perdida de juventude palestina permanentemente traumatizada,
segundo um novo relatório de pesquisadores da Universidade de Cambridge, do
Centro de Estudos Libaneses, e da Agência das Nações Unidas de Assistência aos
Refugiados Palestinos no Oriente Médio, UNRWA.
“A atual guerra em
Gaza não é como nenhuma outra dos últimos tempos. A compreensão atual das
crises prolongadas e guerras não enfrentou nenhum contexto de múltiplos
deslocamentos, perda de vidas e ferimentos, nem escala de destruição e danos à
infraestrutura civil, incluindo espaços educacionais e oportunidades de
aprendizado, como o que vem sendo visto em Gaza”, diz o estudo, que foi
publicado no mês passado.
Os ataques israelenses
já mataram pelo menos 10.490 estudantes do ensino básico e universitário, e
feriram mais 16.700, enquanto mais de 500 professores e educadores de escolas e
universidades também foram mortos, segundo o Centro Al Mezan. As crianças de
Gaza não puderam frequentar a escola por praticamente um ano inteiro. Todas as
instalações educacionais em Gaza permaneceram fechadas, e centenas de edifícios
escolares foram danificados ou destruídos.
Josh Paul, que foi
diretor de relações públicas e institucionais do gabinete do Departamento de
Estado dos EUA que supervisiona as transferências de armas para países
estrangeiros, até pedir exoneração em 2023 em razão da assistência militar dos
EUA a Israel, diz que os ataques fizeram parte de uma campanha israelense que
não teve o objetivo de derrotar o Hamas, mas de quebrar a resistência do povo
palestino. “O governo dos EUA tem plena consciência de que a abordagem adotada
por Israel desde a primeira semana desta guerra ignora a humanidade dos
palestinos e não tem qualquer respeito pelos padrões básicos do direito
humanitário internacional, muito menos pela decência humana básica, e ainda
assim continuamos a fornecer as armas que permitem isso”, disse ele ao
Intercept dos EUA.
Israel vem usando
reiteradamente munições dos EUA em ataques contra escolas na Faixa de Gaza. A
venda de armas continua.
No final do mês
passado, Israel anunciou que havia chegado a um acordo com os EUA para receber
um pacote auxílio de US$8,7 bilhões (R$48 bilhões) para apoiar os esforços
militares em curso. Em agosto, o governo Biden aprovou cinco grandes vendas de
armas para Israel, incluindo 50 caças F-15, munição de tanque, veículos
táticos, mísseis ar-ar, e 50.000 projéteis de morteiro, entre outros
equipamentos, em um total de mais de US$20 bilhões (R$110 bilhões). Embora
tecnicamente sejam chamadas de “vendas”, o custo dessas armas é pago
principalmente pelos próprios Estados Unidos, uma vez que Israel usa boa parte
da ajuda militar aprovada pelo Congresso para comprar as armas de fabricação
estadunidense. O governo Biden já reconheceu a possibilidade de que Israel venha
usando armas dos EUA em Gaza em violação do direito internacional, mas ainda
assim continuou com os envios de armas.
Os Estados Unidos
ainda apoiaram Israel sem alarde na escalada da guerra no Líbano, embora
publicamente convocassem a uma desescalada. As forças militares dos EUA também
ajudaram Israel a repelir o recente ataque de mísseis balísticos iranianos.
“Não se enganem, os Estados Unidos apoiam Israel plenamente”, disse o
presidente Joe Biden.
A maior parte dos
edifícios escolares em Gaza foi transformada em abrigo para pessoas deslocadas
internamente. Os ataques contra eles têm sido incessantes.
Em uma semana de
agosto, uma escola sofreu bombardeios diários. “Nos últimos sete dias, Israel
atacou pelo menos sete escolas em Gaza, uma por dia, incluindo a Escola
Al-Zahra , a Escola Abdel Fattah Hammoud, as escolas Al-Nasr e Hassan Salama, e
a Escola Al-Huda”, anunciou em um comunicado à imprensa a ONG Action For
Humanity, do Reino Unido, que atua em Gaza. “Todas essas escolas estavam
lotadas de civis desalojados.”
Os ataques contra a
escolas são uma das seis graves violações contra as crianças que foram
identificadas e repudiadas pelo Conselho de Segurança da ONU.
Em um número cada vez
maior de ataques contra escolas, vestígios de uso de munições dos EUA foram
encontrados nos locais. Em maio, por exemplo, uma bomba GBU-39 de pequeno
diâmetro, de fabricação americana, guiada por precisão, foi encontrada não
detonada em uma escola em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza. Naquele mesmo
mês, um ataque usando munição dos EUA, contra uma residência familiar e uma
escola em Nuseirat, matou cerca de 30 pessoas. Em junho, uma GBU-39 foi usada
em um ataque contra uma escola da ONU que abrigava palestinos desalojados. Pelo
menos 40 pessoas foram mortas no ataque, segundo a equipe médica do Hospital de
Mártires Al-Aqsa, nas proximidades.
Em agosto, mais de 90
palestinos foram mortos em um ataque israelense contra uma escola e mesquita na
Cidade de Gaza, que abrigava pessoas desalojadas. Pelo menos uma bomba
fabricada nos Estados Unidos foi usada no ataque.
O ataque de 4 de
agosto contra a escola Hassan Salama, na Cidade de Gaza, que também estava
funcionando como abrigo para desalojados, matou pelo menos 30 pessoas, deixou
pelo menos 14 soterradas nos escombros, e feriu dezenas de outras, segundo as
equipes de resgate e a imprensa local. Após o ataque inicial, mais de três
mísseis atingiram a área em um ataque duplo, relatou Mahmoud Basal, porta-voz
da Defesa Civil de Gaza. Um caça F-16 de fabricação estadunidense estava
envolvido no ataque, que também danificou a vizinha escola Al-Nasr, segundo
ele.
“O primeiro bombardeio
foi inesperado e resultou em um grande número de mártires e feridos”, disse
Basal. “Enquanto os mártires e os feridos estavam sendo resgatados, as forças
de ocupação emitiram um alerta da iminência de outro ataque.” A maioria das vítimas,
segundo ele, eram mulheres e crianças. Os militares israelenses afirmam terem
tomado “inúmeras medidas para mitigar o risco de causar danos a civis” antes do
ataque, sem dar detalhes, e alegaram que o ataque estava direcionado contra
“terroristas” em “centros de comando e controle do Hamas” localizados em duas
escolas.
Após a onda de
bombardeios em escolas em agosto, a organização suíça Euro-Med Human Rights
Monitor questionou as tentativas de Israel de justificar os ataques e contestou
os argumentos de necessidade militar. “As investigações iniciais da equipe de
campo da Euro-Med Human Rights Monitor indicam que o exército israelense
destruiu deliberadamente os centros de abrigo restantes para negar aos
palestinos os poucos lugares remanescentes para se refugiarem após a destruição
sistemática de casas e abrigos, incluindo escolas”, acusou a organização.
O Escritório de
Direitos Humanos da ONU também manifestou horror diante do “padrão crescente de
ataques das Forças de Defesa Israelenses contra as escolas em Gaza, matando
palestinos deslocados internamente que buscavam abrigo nos locais”. Em um
comunicado à imprensa, o escritório falou da tensão entre a alegação de Israel
de que o Hamas estaria presente nas escolas que serviam de abrigo para os civis
desalojados e as proteções asseguradas aos não combatentes pelo direito
internacional.
“Embora a inserção de
grupos armados com objetivos militares entre civis ou o uso da presença de
civis com o propósito de proteger um objetivo militar de ataque constituam
violações ao Direito Internacional Humanitário, isso não anula a obrigação de
Israel de cumprir estritamente o Direito Internacional Humanitário, incluindo
os princípios de proporcionalidade, distinção e precaução durante a realização
de operações militares”, anunciou o Escritório de Direitos Humanos da ONU.
“Israel, como poder ocupante, também está obrigado a fornecer às populações
desalojadas as necessidades humanitárias básicas, incluindo abrigo seguro.”
Ao todo, a maioria dos
edifícios escolares na Faixa de Gaza — pelo menos 477 de 564, ou 85% — foram
danificados ou destruídos desde outubro do ano passado. Reabilitá-los ou
reconstruí-los será um processo caro e demorado, o que significa que pode
demorar anos até que seja possível usá-los novamente. O valor das estruturas
educacionais danificadas, sozinho, está estimado em mais de US$340 milhões
(R$1,8 bilhão). Mas tornar Gaza habitável novamente, para crianças e famílias,
pode custar muito mais de US$80 bilhões (R$440 bilhões), segundo Daniel Egel,
economista sênior da RAND Corporation, um centro de pesquisas dos EUA de origem
militar, com sede na Califórnia, que também mencionou os custos incalculáveis.
“É possível reconstruir um edifício, mas como reconstruir as vidas de milhões
de crianças?”, disse ele à Bloomberg.
Desde o começo de
outubro de 2023, 625 mil crianças matriculadas nas escolas de Gaza não têm
acesso à educação.
“A guerra afetou
gravemente as crianças em Gaza, onde uma em cada duas pessoas é uma criança”,
disse Phillippe Lazzarini, comissário-geral a UNRWA, em agosto. “Quase 70% das
escolas da UNRWA foram atingidas, demonstrando o flagrante desrespeito pelo
direito internacional humanitário. 95% dessas escolas estavam sendo usadas como
abrigos para pessoas desalojadas quando foram atingidas.”
O Unicef relatou que
pelo menos 19 mil crianças foram separadas de seus pais desde outubro de 2023,
uma vez que 9 em cada 10 habitantes de Gaza foram deslocados internamente, e
alguns foram obrigados a se mudar dez ou mais vezes durante o último ano. Mas
mesmo as crianças que ainda estão com suas famílias tiveram as vidas lançadas
no caos.
“Faz parte da minha
rotina diária ficar na fila por muitas horas para buscar água para a minha
família, e carregar de volta para nossa barraca”, contou ao Centro Al Mezan um
estudante do quinto ano, que frequentava uma escola da UNRWA. “Eu costumava
levar meus livros comigo, na esperança de voltar para a escola um dia. No
entanto, eu os perdi durante as constantes mudanças de um lugar para outro.”
Interrupções
educacionais prolongadas podem levar a problemas no desenvolvimento cognitivo,
social e emocional. Farid Abu Athra, chefe do programa educacional da UNRWA em
Gaza, alertou o Centro Al Mezan sobre o aumento dos índices de evasão escolar,
trabalho infantil e casamento precoce em decorrência da falta de frequência às
escolas.
Mesmo antes do começo
da guerra atual, estima-se que 800 mil crianças em Gaza — cerca de 75% do total
da população infantil — já precisassem de suporte psicossocial e de saúde
mental. O conflito expôs as crianças em Gaza a um grave sofrimento psicossocial
e, em razão disso, o Unicef estima que mais de 1 milhão de crianças,
praticamente todas as crianças de Gaza, agora precisem de tais serviços. Para
as crianças, o estresse intenso e o trauma da guerra — exposição a mortes,
ferimentos, violência, separação familiar, deslocamento, e dificuldades
econômicas — podem promover alterações cerebrais, contribuindo para transtornos
de ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, depressão, e outras
questões psicológicas. As crianças que vivenciaram o conflito ou o deslocamento
relatam ansiedade, insônia, pesadelos, e ataques de pânico.
O Departamento de
Estado dos EUA confirmou o recebimento das perguntas enviadas pelo Intercept
sobre a alegação do Centro Al Mezan de que Israel está cometendo
“escolasticídio” em Gaza, e sobre o uso de munições dos EUA em ataques contra
as escolas no começo de setembro, mas não apresentou nenhuma resposta antes da
publicação. O departamento também recusou um pedido de entrevista para discutir
o mesmo assunto.
“Desde o começo da
guerra, organizações de direitos humanos vêm documentando ataques terríveis de
Israel, que despertaram com credibilidade alegações de violação ao direito
internacional humanitário”, disse Seth Binder, do Centro de Democracia do
Oriente Médio, com sede em Washington.
“Até os Estados Unidos
já reconheceram que houve violações” ao direito internacional humanitário, diz
Binder, inclusive com armas dos EUA. “No entanto, e apesar disso, o governo vem
mantendo o apoio praticamente incondicional a Israel, gastando bilhões em
transferências de armas, e ignorando as normais internacionais e as normas e
políticas dos próprios EUA, que deveriam desencadear a suspensão dessas
transferências. Em última análise, o sofrimento imensurável do povo palestino
em Gaza ao longo dos últimos doze meses terá consequências vastas e duradouras,
não apenas para os palestinos em Gaza, mas para Israel, a região, e o mundo.”
• Irã diz que EUA e Europa apoiam 'lado
selvagem' de Israel e alerta sobre ataque a infraestruturas
O presidente do Irã,
Masoud Pezeshkian, criticou duramente os governos dos Estados Unidos e da
Europa por apoiarem o "selvagem regime sionista", que, segundo ele,
"não sente escrúpulos em massacrar pessoas".
Pezeshkian disse nesta
terça-feira (8) que os "autoproclamados apoiadores dos direitos humanos
que criticam o Irã devem ser repreendidos por seu silêncio sobre o assassinato
de mulheres e crianças por Israel".
Anteriormente, o líder
supremo do Irã, Ali Khamenei, disse que "a raiz do problema e a causa
fundamental dos conflitos e guerras na região residem na presença dos Estados
Unidos e de certos países europeus que falsamente defendem a paz e a tranquilidade.
Se eles deixarem esta região, os conflitos e guerras chegariam ao fim,
permitindo que os países administrassem seus negócios e coexistissem em paz e
prosperidade", afirmou Khamenei, citado pela agência Tasnim.
Também nesta
terça-feira (8), o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi,
alertou Tel Aviv contra o lançamento de um ataque, dizendo que qualquer ataque
à infraestrutura iraniana seria recebido com uma retaliação mais forte,
afirmando que "nossos inimigos sabem que tipo de alvos dentro do regime
sionista [Israel] estão ao nosso alcance".
"Recomendamos ao
regime sionista [Israel] que não teste a resolução da República Islâmica. Se
qualquer ataque contra nosso país ocorrer, nossa resposta será mais
poderosa", disse Araghchi em um discurso televisionado, segundo a Reuters.
O ministro do Petróleo
iraniano desembarcou na Ilha Kharg, lar do principal terminal de exportação do
país, e conversou com um comandante naval no domingo (6), em meio a
preocupações de que Israel poderia atacar instalações de energia.
A rádio israelense Kan
informou, citando suas fontes, que Israel teria recebido em 6 de outubro uma
proposta dos EUA para não atingir instalações iranianas em suas ações de
retaliação ao ataque de Teerã contra Israel em 1º de outubro.
• Crise humanitária em Gaza: confira os
números alarmantes sobre a guerra de Israel no enclave
Na segunda-feira (7)
fez um ano desde que o ataque do Hamas ceifou a vida de mais de 1.200 pessoas
em Israel e deixou quase 5.500 feridos. A guerra de Gaza desencadeada por
Israel no enclave viu mais de 41.600 palestinos mortos, incluindo idosos,
mulheres e crianças, e mais de 96.600 feridos, de acordo com o Ministério da
Saúde palestino.
Como a guerra em Gaza
está afetando os civis?
Com um ano de conflito
completo em 7 de outubro de 2024, mais de 50.000 palestinos, segundo o
Ministério da Saúde palestino, foram deslocados no norte de Gaza após a
intensificação dos ataques das Forças de Defesa de Israel (FDI) na região,
incluindo em Beit Lahia e Jabalia, onde um campo de refugiados está localizado.
Mais cedo, ainda no sábado (6), Israel anunciou o reposicionamento de tropas de
Rafah para o norte de Gaza.
"O sul de Gaza
está completamente sobrecarregado e não pode acomodar mais pessoas", disse
o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric. "Muitos outros no norte,
especialmente no campo de refugiados de Jabalia, estão presos em suas casas,
incapazes de sair com segurança."
Mais de 70.000
unidades habitacionais em Gaza foram destruídas por ataques israelenses,
declarou o Ministério de Obras Públicas e Habitação da Autoridade Palestina.
Cerca de 1,9 milhão de
habitantes de Gaza — quase toda a população da região — foi deslocada sem um
lugar seguro para ir, de acordo com a ONU.
A população da Faixa
tem acesso limitado ou nenhum acesso a cuidados de saúde, alimentação,
eletricidade ou ajuda humanitária, declararam autoridades locais, ao mesmo
tempo em que observaram que as crianças palestinas em Gaza foram privadas de
educação por um ano.
Escolas, hospitais e
outras instalações residenciais de Gaza foram sistematicamente atacadas,
enquanto comboios de ajuda foram repetidamente bloqueados e até atacados.
Mais de 300
trabalhadores humanitários, a maioria da Agência das Nações Unidas de
Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA, na sigla em
inglês), foram mortos em Gaza, o que é superior a qualquer outra crise já
vista, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de
Assuntos Humanitários.
• Guterres pede a Netanyahu para não
bloquear agência da ONU para refugiados em Gaza
O secretário-geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, garantiu ter escrito uma
carta ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para expressar sua
preocupação com as medidas que procuram bloquear o trabalho da agência para
refugiados da entidade presente em Gaza.
"Uma medida desse
tipo poderia sufocar os esforços para aliviar o sofrimento humano e as tensões
em Gaza e em todo o território ocupado da Palestina. Seria uma catástrofe no
que já é um desastre absoluto", declarou Guterres na carta.
O secretário-geral da
ONU acrescentou que, na carta, expressou profunda preocupação com a resolução
que, se aprovada, impediria a Agência das Nações Unidas de Assistência aos
Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA, na sigla em inglês) de continuar
com o seu "trabalho essencial" na região.
"Seria um golpe
terrível para a intervenção humanitária internacional em Gaza", resumiu.
Além disso, o
secretário-geral ressaltou que a aprovação da resolução constituiria uma
violação à Carta das Nações Unidas.
Fonte: The
Intercept/Sputnik Brasil
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