Bolsonaro se oferece e campanha de Nunes
esnoba: "agora não queremos mais"
A "covardia e omissão",
segundo Silas Malafaia, de Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno da eleição em
São Paulo segue rendendo atritos e birras dentro da campanha de Ricardo Nunes
(PL), que ainda se mostra magoado com o ex-presidente, que ficou em cima do
muro - ainda segundo o pastor - na disputa com medo de perder seguidores nas
redes sociais.
Ao jornal O Globo, o
ex-presidente tentou passar panos quentes no próprio comportamento, que foi
alvo de aliados próximos, e disse já ter se oferecido para, agora, entrar na
campanha de Nunes em São Paulo.
"Já me coloquei à
disposição do Nunes e, quando a campanha me solicitar, entrarei na disputa.
Quando e da maneira que eles acharem necessário. Não importa se votou no
Marçal, a gente precisa se unir para derrotar a esquerda na capital",
disse Bolsonaro, em tom ameno e hasteando a bandeira branca ao atual prefeito
de São Paulo.
No entanto, entre
aliados próximos, incluindo o governador Tarcísio Gomes de Freitas
(Republicanos), Nunes teria revelado seu ressentimento em relação ao
ex-presidente, que desdenhou de sua candidatura e chegou a acenar para Pablo
Marçal (PRTB).
Mesmo o silêncio de
Bolsonaro, após perder seguidores em uma das poucas tentativas de criticar o
ex-coach, é visto pela campanha de Nunes como um fator importante que, por
muito pouco, não o tirou do segundo turno das eleições contra Guilherme Boulos.
A Malu Gaspar, também
no jornal O Globo, o deputado federal Paulinho da Força, presidente do
Solidariedade, expôs o sentimento que paira sobre a coligação em torno do
ex-prefeito e dentro da campanha.
"O que pode
atrapalhar o Nunes é o Bolsonaro querer fazer campanha agora. Se Bolsonaro
entrar agora na campanha do Nunes, só vai atrapalhar. Quando a gente precisou
dele, ele não foi. Agora não precisamos mais", afirmou. “Bolsonaro agora
quer vir na janelinha? Janelinha não", emendou o deputado, conhecido por
ser um camaleão no mundo político.
Ainda segundo a
jornalista, auxiliares e estrategistas da campanha de Nunes também têm
defendido que Bolsonaro se mantenha distante e que sequer seja citado pelo
prefeito no segundo turno.
“O Nunes não vai mais
falar de Bolsonaro. Só de Tarcísio (de Freitas)”, diz um dos assessores a'O
Globo.
A entrevista de Silas
Malafaia, que criticou duramente Bolsonaro em entrevista a Monica Bergamo na
Folha de S.Paulo, também repercutiu na campanha, que tem a mesma opinião do
pastor: "Bolsonaro foi covarde e omisso".
“Se estiver faltando
dois dias para a eleição e Nunes com 15 pontos a mais do que Boulos, aí o
Bolsonaro aparece. Se não, ele não vai aparecer. E aí já não vamos mais
precisar dele”, disse um membro da cúpula da campanha a Malu Gaspar.
¨ Nunes minimiza participação tímida de Bolsonaro na campanha e
tenta afastar nacionalização
Ricardo Nunes (MDB),
prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, minimizou nesta terça-feira (8)
a ausência do ex-presidente Jair Bolsonaro em seu palanque eleitoral ao longo
da campanha do primeiro turno da eleição municipal. O emedebista chegou a admitir
aos jornalistas que acompanhavam um corpo a corpo com eleitores no Jabaquara,
zona sul da capital, estar cansado de falar sobre quando e onde será a entrada
do líder da extrema direita no pleito paulistano.
“Ontem falei com
Bolsonaro e ele falou que está à disposição. É só uma questão de ajuste na
agenda”, explicou o prefeito de São Paulo. “Nós estamos correndo. Mas se tiver
chance na agenda dele de vir vai ser bom”, acrescentou.
Nunes demonstrou
irritação com a insistência dos jornalistas em saber se a falta de uma
participação efetiva do ex-presidente não teria resultado no crescimento da
candidatura do ex-coach Pablo Marçal (PRTB) – o outro candidato bolsonarista na
disputa que terminou em 3° lugar, com uma diferença de cerca de 80 mil votos
para o prefeito.
“Vocês estão falando
muito de Bolsonaro e de Lula. E, na verdade, isso é secundário. O mais
importante é a discussão da cidade. Não aguento mais responder sobre esse
assunto”, afirmou o candidato bolsonarista. "Vocês estão nacionalizando a
campanha. A imprensa é que está fazendo isso (...) Vamos parar com isso",
completou o prefeito.
Nunes se esquivou de
comentar a entrevista concedida pelo pastor Silas Malafaia à Folha de S.Paulo
em que o líder neopentecostal classificou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
de “covarde” e “omisso” pela falta de participação na campanha do MDB à prefeitura
de São Paulo.
“Eles são amigos há
tantos anos. Eu não vou interferir na relação de amizade deles”, afirmou o
prefeito Ricardo Nunes.
¨ Campanha de Nunes quer usar ‘jogo duplo’ de Bolsonaro para
atrair eleitores de Pablo Marçal
A campanha do prefeito
de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), quer dialogar com os
eleitores de Pablo Marçal (PRTB), mas sem trazê-lo para o seu palanque, informa
a jornalista Andréia Sadi. A ideia é deixar Marçal longe dos holofotes, mas
acenar aos seus eleitores com uma participação maior de Jair Bolsonaro (PL) no
segundo turno.
No primeiro turno, o
jogo duplo feito por Bolsonaro com Nunes e Marçal colaborou para dividir os
votos da direita, o que irritou aliados do prefeito. A postura do ex-presidente
fez com que alguns estrategistas dispensassem a participação dele na campanha
no segundo turno.
Entretanto, a
avaliação de parte da campanha de Ricardo Nunes é de que a participação de
Bolsonaro de forma mais coesa no segundo turno pode ser importante para atrair
o público bolsonarista que votou em Marçal, já que o ex-coach declarou que não
vai apoiar o prefeito. Há, no entanto, quem acredite que uma adesão mais clara
de Bolsonaro a Nunes possa comprometer a campanha do prefeito.
Na última terça-feira,
o ex-candidato pelo PRTB disse que só apoiaria Nunes se o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o próprio
Nunes, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e o pastor Silas Malafaia se retratassem
a respeito do que ele diz serem "mentiras" que falaram sobre ele.
Marçal também disse acreditar em vitória de Guilherme Boulos (Psol) com a
transferência de metade de seus votos.
¨ PL consegue metade das prefeituras que planejava e culpa
Alexandre de Moraes
O PL conquistou 510
prefeituras no primeiro turno das eleições municipais, um resultado comemorado
oficialmente, mas que, nos bastidores, é motivo de frustração. Valdemar Costa
Neto, presidente da legenda, havia projetado mais de mil prefeituras, meta que
não se concretizou. Conforme reportado por Bela Megale, do jornal O Globo, a
cúpula do partido aponta como principal fator para o desempenho abaixo do
esperado a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), que proibiu o contato direto entre Valdemar e Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com líderes
do PL, Valdemar seria a única figura capaz de convencer Bolsonaro a participar
de mais campanhas e a gravar materiais de apoio para um maior número de
candidatos, algo que acabou não ocorrendo. Valdemar, em diversas conversas com
correligionários, reforçou essa análise, destacando que a ausência de um
alinhamento estratégico prejudicou o resultado do partido nas urnas.
A principal crítica
feita pela direção do partido a Bolsonaro é sua seletividade em apoiar
candidatos, priorizando apenas aqueles com quem possui maior afinidade pessoal,
em detrimento de uma estratégia que beneficiasse o PL como um todo. Um exemplo
foi a situação em Curitiba, onde ele declarou apoio à candidata Cristina
Graeml, do PMB, que concorre diretamente com Eduardo Pimentel (PSD), cujo vice
é Paulo Martins, membro do partido de Bolsonaro. A atitude foi vista como um
"tiro no pé", prejudicando as chances do PL de aumentar sua base de
prefeituras na capital paranaense.
Os dirigentes do
partido acreditam que, caso Valdemar tivesse tido liberdade para se comunicar
com Bolsonaro, poderia ter evitado situações como essa, garantindo uma maior
unificação das ações do partido em todo o país. No entanto, a imposição do STF
impediu qualquer tentativa de coordenação mais eficaz entre os dois.
Diante das
dificuldades para retomar o diálogo com Bolsonaro, algumas lideranças sugeriram
que Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, assumisse a presidência do
partido, facilitando a comunicação e a organização das estratégias. A ideia, no
entanto, foi rapidamente descartada.
¨ Canal de Marçal no Discord vira reduto de ataques às urnas
eletrônicas, teorias da conspiração e frustração após derrota em SP
Após a confirmação de
que o ex-coach de extrema direita Pablo Marçal (PRTB) ficou de fora do segundo
turno na disputa pela prefeitura de São Paulo, o canal “Cortes do Marçal” no
Discord se transformou em um espaço de protesto e frustração para seus seguidores.
Criado originalmente para a divulgação de recortes da campanha do empresário, o
canal agora é usado por apoiadores inconformados com o resultado das eleições,
que se dedicam a teorias conspiratórias e ataques ao sistema eleitoral
brasileiro.
Desde o último domingo
(6), o canal, que reúne mais de 172 mil membros, se tornou um “muro das
lamentações”. Segundo a coluna da jornalista Malu Gaspar, da Folha de S. Paulo, as mensagens vão desde acusações
infundadas de fraude nas urnas eletrônicas até críticas ao sistema político,
destacando a polarização e o clima de insatisfação com as opções disponíveis no
segundo turno: Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (Psol). Um usuário, por
exemplo, disparou: “O Boulos jamais chegaria ao segundo turno. Com essa
roubalheira do PT, deram um jeito de colocar ele e tirar o Marçal”.
A reportagem ainda
destaca que o descontentamento também se voltou contra antigos aliados e
figuras públicas como o pastor-empresário Silas Malafaia, que, durante a
campanha, criticou Marçal. Alguns membros da comunidade culpam o pastor pela
derrota do candidato do PRTB. U
Outro ponto de debates
no canal foi a divulgação, por Marçal, de um laudo toxicológico falso atribuído
a Boulos, o que gerou repercussão negativa. Diversos apoiadores reconheceram o
erro e apontaram a estratégia como um “tiro no pé”, que acabou prejudicando a
imagem do candidato. “Marçal e equipe deram um tiro no pé publicando o laudo
falso”, comentou um usuário.
O canal também viu
suas atividades serem questionadas na Justiça por Tabata Amaral (PSB),
resultando na migração para outros espaços do Discord. No entanto, as
discussões e teorias conspiratórias se mantiveram ativas, com o chat geral
recebendo centenas de mensagens nos últimos dias.
Apesar da derrota
eleitoral, muitos seguidores continuam apoiando Marçal e defendem sua
candidatura à presidência em 2026. Entretanto, o futuro de Pablo Marçal na
política permanece incerto. O laudo falso compartilhado por ele pode ter
consequências legais e há possibilidade de que ele se torne alvo da Justiça
Eleitoral.
Fonte: Fórum/Brasil
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