Diverticulite:
o que é e quais os principais sintomas?
A
diverticulite é uma condição inflamatória que pode estar acompanhada de uma
infecção e afeta o intestino grosso com pequenas saliências chamadas
divertículos.
A
presença dessas saliências é comum, mas problemas surgem quando ocorre acúmulo
de fezes, levando a infecções. A condição é frequente em pessoas que possuem
constipação crônica ou que têm uma dieta pobre em fibras.
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Causas da doença
Embora
a causa não seja totalmente clara, de acordo com o Ministério da Saúde, estudos
sugerem associações com envelhecimento, obesidade, falta de exercícios e dieta
pobre em fibras.
De
acordo com o médico gastroenterologista Paulo Braga, a doença é consequência de
uma perfuração no divertículo, podendo ser pequena ou grande.
“Essa
perfuração pode ser decorrente do aumento da pressão intraluminal ou decorrente
de partículas de comida que causam uma erosão na parede diverticular, que
progride para inflamação, necrose focal e perfuração”, diz o especialista.
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Sintomas da diverticulite
Sintomas
como inchaço, gases e presença de sangue nas fezes podem indicar a condição.
Outro sintomas a observar, são:
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Náuseas;
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Dor abdominal, especialmente do lado esquerdo;
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Diarreia;
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Prisão de ventre.
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Diferença entre diverticulite e diverticulose
Tanto
a diverticulite quanto a diverticulose são causadas por problemas no divertículo.
No entanto, a diverticulose é a presença de pequenas bolsas (divertículos) na
parede do intestino, geralmente sem causar sintomas ou complicações. Ela é
comum e muitas vezes assintomática, enquanto a diverticulite pode exigir
tratamento com antibióticos ou até cirurgia em casos graves.
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Como é feito o diagnóstico?
O
diagnóstico de diverticulite é feito por meio de uma combinação de avaliação
clínica, exames de imagem e laboratoriais. O médico começa com um exame físico,
verificando sinais como dor abdominal, especialmente no lado esquerdo. Exames
de sangue podem mostrar sinais de infecção, como aumento dos glóbulos brancos.
A
tomografia computadorizada (TC) do abdômen é o principal exame de imagem
utilizado, pois pode identificar inflamação nos divertículos, abscessos e
complicações como perfuração. Dessa forma, elimina-se também as chances de o
paciente apresentar apendicite, câncer de cólon e doença de Crohn, que podem
ter sintomas parecidos.
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Tratamento para a diverticulite
O
tratamento da diverticulite depende da gravidade da condição. Em casos leves, o
tratamento pode ser feito em casa com antibióticos orais, repouso e uma dieta
líquida. À medida que os sintomas melhoram, a dieta é gradualmente
reintroduzida com alimentos sólidos, ricos em fibras.
Nos
casos mais graves, pode ser necessário hospitalização para administração de
antibióticos intravenosos, fluidos, e, em alguns casos, drenagem de abscessos.
Se houver complicações significativas ou episódios recorrentes, a cirurgia para
remover a parte afetada do intestino pode ser necessária.
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Prevenção da doença
A
prevenção da diverticulite é baseada em hábitos que promovem a saúde intestinal
e reduzem o risco de inflamação dos divertículos. Algumas estratégias eficazes
incluem:
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Dieta rica em fibras: O consumo regular de fibras ajuda a aumentar o volume das
fezes e a facilitar sua passagem pelo intestino, reduzindo a pressão sobre as
paredes intestinais e o risco de formar divertículos. Alimentos como frutas,
vegetais, leguminosas e grãos integrais devem fazer parte da dieta diária.
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Hidratação adequada: Beber bastante água (cerca de 2 a 3 litros por dia) é
fundamental para ajudar as fibras a cumprirem sua função no trânsito
intestinal. A água mantém as fezes macias e facilita a evacuação, prevenindo a
constipação, que é um fator de risco para a diverticulite.
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Evitar constipação: A constipação crônica aumenta a pressão no intestino, o que
pode favorecer o surgimento de divertículos e o desenvolvimento de inflamação.
# Manter evacuações regulares com o auxílio de uma alimentação balanceada e
bons níveis de atividade física pode ajudar a evitar a constipação.
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Atividade física regular: O exercício físico estimula o funcionamento
intestinal, melhorando o trânsito intestinal e prevenindo a constipação.
Atividades aeróbicas como caminhada, natação e ciclismo, feitas pelo menos 30
minutos por dia, são recomendadas.
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Manutenção de um peso saudável: O sobrepeso e a obesidade estão associados a um
maior risco de complicações relacionadas à diverticulite. Manter um peso
saudável, combinado com dieta equilibrada e exercícios, pode reduzir o risco de
crises.
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Evitar o uso excessivo de laxantes: O uso frequente de laxantes ou enemas pode
enfraquecer os músculos intestinais e aumentar o risco de problemas digestivos,
incluindo a diverticulite. Para prevenir a constipação, prefira métodos
naturais, como o aumento de fibras e líquidos.
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Controle do estresse: O estresse pode afetar a saúde digestiva, causando
alterações no ritmo intestinal. Técnicas de relaxamento, como meditação e
exercícios de respiração, podem ajudar a manter o intestino em funcionamento
adequado.
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Evitar o tabagismo: Fumar aumenta o risco de inflamação e complicações
intestinais, incluindo diverticulite. Abandonar o tabagismo pode contribuir
para a prevenção da doença.
Embora
essas práticas possam reduzir significativamente o risco de desenvolver
diverticulite, é importante consultar um médico regularmente, especialmente se
houver histórico familiar da doença.
• Síndrome
do intestino permeável começa com gases e inchaço, mas pode evoluir para
doenças
Recentemente,
tem se falado muito sobre o conceito de "intestino permeável". Mas poucos sabem do que realmente se trata. A
síndrome do intestino permeável pode estar ligada a doenças como esclerose
múltipla, artrite reumatoide, depressão, diabetes tipo 1 e síndrome da fadiga
crônica, além de inflamações intestinais como a doença celíaca e a doença de
Crohn.
Para
entender a síndrome do intestino permeável, precisamos primeiro compreender o
conceito de permeabilidade. Algo permeável permite a passagem de substâncias de
um lado para o outro. Imagine a impermeabilização de um sofá: o produto químico
aplicado impede que líquidos penetrem no estofado. No intestino, o mesmo
conceito se aplica: um intestino permeável permite que substâncias passem para
a circulação sanguínea.
Nosso
intestino possui um revestimento mucoso projetado para absorver água e
nutrientes dos alimentos que consumimos. Quando essa barreira é comprometida,
ela permite que toxinas, bactérias e partículas de alimentos não digeridos
passem para a corrente sanguínea, o que pode desencadear uma resposta
imunológica exagerada e crônica, causando inflamação sistêmica e potencialmente
contribuindo para o desenvolvimento de diversas doenças autoimunes e
inflamatórias.
• Veja
alimentos que favorecem e prejudicam o intestino
Manter
a saúde do intestino é fundamental para a saúde geral, uma vez que este órgão
desempenha um papel importante em diversos aspectos do funcionamento do corpo.
Conforme a nutricionista Juliana Vieira, o intestino possui cerca de 100
milhões de neurônios conectados ao cérebro.
"Viver
com um hábito intestinal adequado representa uma peça fundamental para o nosso
bem-estar, além de contribuir na prevenção de doenças intestinais e desempenhar
importante papel no sistema imunológico. Nosso cérebro e intestino estão
ligados; por isso, falamos que o intestino é nosso segundo cérebro",
explica.
Para
garantir a saúde do intestino, é essencial cuidar da alimentação, pois o que
comemos tem um impacto direto na composição e funcionamento da microbiota
intestinal, além de influenciar o processo digestivo como um todo. "Manter
uma dieta equilibrada, rica em fibras, frutas,
vegetais e alimentos fermentados pode ajudar a promover a saúde
intestinal", explica a nutricionista.
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Alimentos benéficos para o intestino
Segundo
Juliana Vieira, para manter o intestino é fundamental inserir na dieta
alimentos ricos em fibras, tais como:
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Frutas frescas: laranja, mexerica com bagaço, mamão, figo, ameixa, manga, kiwi,
abacaxi, uva, entre outras.
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Frutas secas: ameixa-preta, damasco, figo seco, uva-passa.
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Cereais integrais: farelo de aveia ou de trigo, gérmen de trigo, linhaça, pão
integral, arroz integral.
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Leguminosas: feijão, lentilha, grão-de-bico, soja.
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Hortaliças: berinjela, brócolis, vagem, aspargo, alcachofra e verduras
(preferencialmente cruas, como chicória, escarola, alface e rúcula).
Além
disso, é importante manter-se hidratado com o consumo regular de água, que
também contribui com o funcionamento do intestino e eliminação de toxinas.
Existe uma recomendação geral de aproximadamente 35 ml por cada kg de peso, ou
seja, uma pessoa com 65 kg deve tomar aproximadamente 2,27 litros de água por
dia, por exemplo. Assim, a quantidade necessária está associada a cada condição
individual.
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Alimentos que podem prejudicar o intestino
Assim
como existem alimentos benéficos para o intestino, há também aqueles que podem
prejudicar a saúde intestinal e, consequentemente, o funcionamento adequado do
corpo. São eles:
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Alimentos processados: ricos em aditivos, conservantes e açúcares refinados;
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Frituras: alimentos fritos são difíceis de digerir e podem causar inflamação;
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Laticínios: para algumas pessoas, especialmente aquelas com intolerância à
lactose, podem causar problemas digestivos;
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Glúten: pessoas com sensibilidade ao glúten ou doença celíaca devem evitá-lo;
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Alimentos ricos em açúcar: podem causar desequilíbrio na flora intestinal;
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Carnes processadas: alimentos como salsichas, bacon e presunto são ricos em
gorduras saturadas e conservantes que prejudicam o intestino;
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Alimentos ricos em gordura saturada: podem aumentar a inflamação no intestino;
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Bebidas alcoólicas: o consumo excessivo de álcool pode irritar e inflamar o
revestimento intestinal;
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Adoçantes artificiais: alguns deles podem alterar a microbiota intestinal.
Fonte:
Redação Terra Você/Portal EdiCase
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