sábado, 5 de outubro de 2024

Os 3 mitos sobre o universo que você precisa conhecer

O universo, essa vasta extensão de espaço que contém toda a matéria e energia existentes, tem atraído a atenção dos seres humanos desde os tempos antigos. Os babilônios e os gregos, por exemplo, fizeram grandes avanços estudando os céus no primeiro milênio da humanidade. Mesmo com as sociedades investigando por século o universo, alguns mitos ainda persistem na imaginação até os dias de hoje.

Aproveitando a Semana Mundial do Espaço, que acontece anualmente de 4 a 10 de outubro como uma iniciativa da Assembleia Geral das Nações Unidas para celebrar as contribuições da ciência e tecnologia espacial para melhorar a condição humana, a National Geographic separou alguns fatos sobre o tema.

A seguir, confira três mitos populares sobre o universo e as definições da ciência sobre eles.

<><> 1. Mito: o Sol é amarelo

Todas as manhãs, o Sol nasce no leste e seus raios chegam à Terra. Ao olhar para a estrela, é possível ver uma tonalidade amarela relacionada a ele. Mas será que essa é realmente a cor do Sol? Os cientistas indicam que há diferentes respostas válidas para essa pergunta.

Como explica um artigo da Nasa, o Sol emite continuamente radiação em vários comprimentos de onda, desde o infravermelho muito longo até comprimentos de onda ultravioleta muito curtos, ou raios X e raios gama durante erupções solares muito quentes. No entanto, “ele emite a maior parte de sua energia em torno de 500 nanômetros, que é próximo à luz azul-verde”. Em outras palavras, “pode-se dizer que o sol é azul-esverdeado”, diz a agência espacial.

Entretanto, acima da atmosfera, onde está a Estação Espacial Internacional, por exemplo, o Sol pode ser percebido como branco. Isso ocorre porque ele emite intensamente todas as cores visíveis, do vermelho ao azul. “Nossos olhos, que têm três receptores de cor nas células cone, informam ao cérebro que cada receptor de cor está totalmente saturado com cores significativas, que são recebidas em todos os comprimentos de onda visíveis. Nosso cérebro, então, integra esses sinais em uma cor branca”, explica a Nasa.

Na Terra, a percepção é alterada pela atmosfera. Ao passar por essa camada, a luz azul de comprimento de onda mais curto é bem mais dispersa do que a luz vermelha de comprimento de onda mais longo, perdendo, assim, parte da tonalidade azul do Sol. Ao mesmo tempo, ao passar pela atmosfera todos os comprimentos de onda da luz visível são atenuados, de modo que a luz que chega aos nossos olhos não satura imediatamente os receptores de cone, permitindo que o cérebro perceba a cor da imagem menos de azul.

Por esse motivo, durante o nascer e o pôr-do-sol, quando os raios solares passam por uma grande quantidade de atmosfera, a luz azul é ainda mais dispersa, fazendo com que uma porcentagem maior da luz de comprimento de onda mais longo (a vermelha) chegue aos olhos.

<><> 2. Mito: as estrelas “cintilam” no Espaço

Vistas da Terra, as estrelas parecem piscar no Espaço. Mas isso é apenas um efeito óptico causado pela atmosfera. Como explica um artigo da National Geographic Espanha, a camada que envolve a Terra “é um acúmulo de gases e partículas em suspensão, que estão em diferentes temperaturas, concentrações e pressões”.

A energia e a luz geradas pelas estrelas chegam constantemente à atmosfera da Terra. Mas quando os fótons (partículas formadoras de luz) passam pela camada que cobre o planeta, eles podem colidir com partículas dispersas, alterando completamente sua direção, observa o artigo.

Mudanças nas magnitudes da pressão e da temperatura em diferentes partes da atmosfera também podem distorcer sua trajetória, desviando-os da linearidade. Portanto, Esses pequenos períodos em que a luz desaparece são responsáveis por produzir a sensação de “cintilação” das estrelas, explica o artigo espanhol.

<><> 3. Mito: os buracos negros podem “devorar” tudo ao seu redor

Conforme definido pela Nasa, “um buraco negro é um objeto astronômico com uma força gravitacional tão forte que nada, nem mesmo a luz, pode escapar dele”. Esse conceito pode levar alguém a pensar que um buraco negro devastador poderia acabar com todo o universo, pois se nada escapa deles, estes objetos poderiam “devorar” até mesmo o Sistema Solar, certo?

A agência espacial dos Estados Unidos responde a essa pergunta explicando que a influência gravitacional de um determinado buraco negro é limitada em comparação com o tamanho de uma galáxia.

Por exemplo, no centro da Via Láctea (a galáxia onde a Terra está localizada) há um buraco negro supermassivo que pesa alguns milhões de vezes a massa do Sol. Mas ele não representa nenhum perigo para a vida no nosso planeta – e até mesmo as estrelas mais distantes estão praticamente a salvo de serem atraídas por ele.

Em última análise, “o universo é grande e está se expandindo, portanto é muito improvável que ocorra qualquer tipo de efeito de desaparecimento causado por um buraco negro”, conclui a Nasa.

 

•                                         Como os céus mudam com a chegada da primavera? Veja 4 formas de notar essa transformação

Os céus também trazem algumas novidades quando chega a primavera, tal como acontece na Terra e em seus variados ecossistemas. De acordo com o "The Old Farmer’s Almanac" (uma publicação de conhecimentos gerais surgida em 1792, nos Estados Unidos, e que é referência em clima, astronomia e vegetação), será comum notar o céu ainda mais escuro após horários como 21 ou 22 horas, algo causado pelo fato de "estarmos agora olhando através da parte mais fina da Via Láctea", diz a fonte.

Mas essa é apenas uma das sutis mudanças que os amantes da observação do céu poderão notar. A seguir, saiba como a visão do Espaço, a partir da Terra, ganha contornos particulares durante a primavera, a estação mais esperada do ano para o mundo animal (e para muita gente também).

As quatro maneiras como o céu fica diferente na primavera

Alguns fatos da natureza são bastante típicos com a chegada da estação que funciona como "uma transição para as temperaturas mais frias do inverno, trazendo dias progressivamente mais quentes e ensolarados que preparam a biodiversidade para o calor", como explica um artigo de National Geographic sobre o tema. Entre eles estão:

<><> 1. A constelação de Órion "muda de lugar"

Ainda de acordo com o "The Old Farmer’s Almanac", "as brilhantes constelações de inverno" – como a constelação de Órion, por exemplo – podem ser vistas na parte baixa do oeste ao anoitecer.

"Depois das 21 ou 22 horas, elas desaparecem e são substituídas pelos padrões bem mais escuros do céu de primavera causados pelo fato de estarmos agora olhando através da parte mais fina da Via Láctea". No entanto, um par de binóculos ajudará a continuar observando essas estrelas.

<><> 2. As estrelas aparecem mais a oeste

Segundo a fonte estadunidense, durante a primavera pode parecer que as estrelas "se deslocam para o oeste todas as noites". A explicação para isso está no fato de que, na verdade, "é a Terra que está se movendo para o leste à medida que orbitamos ao longo do Sol".

 "Como planeta, estamos sempre em movimento e nunca parados (ou girando) no mesmo lugar. Para testar isso, durante uma noite tente alinhar qualquer estrela no céu com um ponto de referência (como o canto do telhado da sua casa, por exemplo). Olhe na noite seguinte, no mesmo horário, e verá como essa estrela se desloca para a direita (ou para o oeste)", explica a fonte.

<><> 3. O céu também ganha outras cores durante o dia

O almanaque científico conta que também de dia os céus primaveris tendem a ser diferentes. É mais fácil perceber "lindos céus azuis profundos".

O motivo, segundo a fonte, seria a umidade. "O ar do inverno é seco, enquanto a umidade do verão enche o céu com inúmeras gotículas de água minúsculas, que difundem a luz do sol, da lua e das estrelas". Bonito, não?

Já em regiões nas quais neva, ao norte e ao sul da Linha do Equador, o derretimento do gelo também impacta na cor como o céu é visto. "A neve reflete as luzes da rua no céu. Sua refletividade de 90% era radicalmente diferente da refletividade turva de 15% da grama ou do solo, por exemplo. Não é de se admirar que o céu da primavera e do verão seja mais escuro", enfatiza o Farmer’s Almanac.

<><> 4. O planeta Marte aparece mais brilhante

Já segundo o site oficial do The Broads National Park, um dos 16 parques nacionais mais importantes do Reino Unido e conhecido ponto-observatório para quem aprecia olhar para as estrelas, também é possível notar o planeta Marte de forma distinta.

"O planeta Marte brilha intensamente com uma cor vermelha cerca de 30 graus acima do horizonte ocidental. Ele agora está se afastando da Terra", explica. A fonte governamental chama a atenção, no entanto, para o impacto da poluição luminosa nos céus, que atrapalha ainda mais a observação dos planetas e das estrelas durante estes meses do ano.

"Embora a primavera possa não ser a melhor época para ver as estrelas – as constelações brilhantes do inverno estão desaparecendo – a estação era importante porque marcava a época do plantio", comenta um artigo da revista online da UVA Alumni Association, organização sem fins lucrativos da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos. 

 

Fonte: National Geographic Brasil

 

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