sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Elefantíase deixa de ser problema de saúde pública no Brasil

A filariose linfática, conhecida popularmente como elefantíase, já não é mais considerada um problema de saúde pública no Brasil, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta terça-feira, 1, em comunicado em que parabeniza o País pelo feito.

"Eliminar uma doença é uma conquista importante que exige um compromisso inabalável", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na nota. "Parabenizo o Brasil por seus esforços para libertar seu povo do flagelo desta doença dolorosa, desfigurante, incapacitante e estigmatizante", acrescentou.

Para Ghebreyesus, o caso brasileiro é um exemplo do progresso mundial contra doenças tropicais negligenciadas e dá esperança a outros países que ainda lutam contra a filariose linfática de que eles também podem eliminar a doença, uma enfermidade parasitária debilitante.

O Brasil alcançou o fim da transmissão da doença em 2017, após 20 anos de distribuição em massa de medicamentos antiparasitários, atividades de controle de vetores e forte vigilância, particularmente nas áreas mais afetadas.

A eliminação da filariose linfática como problema de saúde pública também foi definida como uma das metas do programa Brasil Saudável, lançado em fevereiro deste ano, que objetiva acabar com doenças socialmente determinadas.

"O amplo e unificado sistema de saúde do Brasil, juntamente com sólida expertise laboratorial especializada e vigilância robusta foram essenciais para interromper a cadeia de transmissão, inspirando outros países a avançar em direção à eliminação da filariose linfática e outras doenças tropicais negligenciadas", disse Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Com o feito, o Brasil se junta a outros 19 países e territórios que foram validados pela OMS por terem eliminado a filariose linfática como um problema de saúde pública: Malawi, Togo, Egito, Iêmen, Bangladesh, Maldivas, Sri Lanka, Tailândia, Camboja, Ilhas Cook, Kiribati, Laos, Ilhas Marshall, Niue, Palau, Tonga, Vanuatu, Vietnã e Wallis e Futuna, na Região do Pacífico Ocidental.

Nas Américas, três países endêmicos (República Dominicana, Guiana e Haiti) ainda exigem administração em massa de medicamentos para interromper a transmissão e estão trabalhando para atingir a meta de eliminação.

<><> Sintomas

A doença é causada pelo verme nematoide Wuchereria bancrofti e transmitida pela picada do mosquito Culex quiquefasciatus (pernilongo ou muriçoca) infectado com larvas do parasita.

Após a penetração na pele, as larvas migram para região dos linfonodos (gânglios), onde se desenvolvem até a fase adulta, levando ao surgimento de sintomas.

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas crônicos da filariose linfática podem evoluir para: acúmulo anormal de líquido (edema) nos membros, seios e bolsa escrotal; aumento do testículo (hidrocele); e crescimento ou inchaço exagerado dos membros, seios e bolsa escrotal.

O nome elefantíase é dado pelo inchaço no corpo do paciente, que além dos sintomas crônicos costuma ter de enfrentar o preconceito: quem adquire a doença fica fisicamente incapacitado e sofre perdas mentais, sociais e financeiras, contribuindo para o estigma e a pobreza.

 

•        Pé diabético: veja como identificar doença e quais são os principais sintomas

O pé diabético é uma das complicações mais comuns enfrentadas por pessoas com diabetes. De acordo com o médico vascular Frederico Vasconcelos, do Hospital Jayme da Fonte, o pé diabético envolve uma série de alterações, que podem ser circulatórias, neurológicas e até infecciosas.

"As alterações circulatórias podem comprometer as artérias dos membros inferiores, causando obstruções e distúrbios na circulação. Além disso, neuropatias periféricas afetam a inervação dos pés, resultando em perda de sensibilidade", explica o médico, destacando que essa combinação de fatores pode levar ao surgimento de feridas e úlceras que, se não tratadas, podem evoluir para infecções graves.

<><> Cuidados

Os cuidados preventivos começam com o controle adequado do diabetes. o médico enfatiza que "manter a glicemia controlada é fundamental". Além disso, o paciente deve adotar uma rotina rigorosa de cuidados com os pés, que inclui mantê-los sempre limpos e secos, principalmente entre os dedos, onde há maior risco de micoses. Inspecionar os pés diariamente é uma prática essencial para detectar fissuras, calosidades ou qualquer sinal de ferimento. "Essas lesões, por menores que sejam, podem ser porta de entrada para infecções graves", alerta o especialista.

<><> Alerta

Sinais de alerta, como feridas, micoses e alterações na sensibilidade dos pés, devem ser monitorados regularmente. Segundo Vasconcelos, qualquer mudança sensitiva ou motora pode gerar problemas ao caminhar, levando à formação de calosidades e úlceras plantares. O uso de calçados adequados é crucial para evitar essas complicações.

<><> Prevenção

Quanto à prevenção de lesões, o médico orienta que o controle do diabetes deve ser complementado com a inspeção diária e o uso de sapatos confortáveis, sem marcas ou pressões que possam causar ferimentos.

"Manter os pés hidratados é igualmente importante para prevenir o surgimento de fissuras", afirma. Essas práticas, se seguidas regularmente, reduzem significativamente as chances de complicações graves.

<><> Tratamento

O tratamento do pé diabético envolve múltiplas abordagens, dependendo do estágio da condição. Em casos de obstrução vascular, procedimentos de revascularização podem ser indicados para melhorar o fluxo sanguíneo. Além disso, o manejo clínico pode incluir medicações para controlar alterações sensoriais e o uso de equipamentos ortopédicos especializados.

"O tratamento multidisciplinar, com curativos, desbridamentos e o uso de dispositivos específicos, visa evitar complicações como deformidades ósseas ou amputações", destaca o médico.

A intervenção precoce é, segundo Vasconcelos, o principal fator para melhorar os resultados no tratamento do pé diabético. "Quanto mais cedo o paciente adotar esses cuidados, maior será a chance de evitar complicações sérias", conclui.

Assim, a prevenção e o cuidado constante são as principais armas contra os riscos associados ao pé diabético, permitindo que os pacientes com diabetes mantenham uma qualidade de vida melhor e mais segura

 

Fonte: Agencia Estado/Folha de Pernambuco

 

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